"*RÁDIO SOTELO*"

domingo, 30 de dezembro de 2012



MANUAL DO MINISTRO para
Solucão de Conflitos

1
PREFÁCIO
Para vencer obstáculos e permanecer firme na fé é essencial o conhecimento e o
entendimento dos ensinamentos e doutrinas da Bíblia Sagrada. Para isso nos foram dadas,
para com ela exercitarmos a cidadania cristã. Durante muitos anos tenho sido testemunha dos
graves danos causados pelos conflitos, contendas e desentendimentos entre cristãos
evangélicos. Os cristãos que pensam que os todos os conflitos são sempre causados pelo
diabo e seus demônios ficarão surpresos ao descobrir nossa parcela de responsabilidade
nesses eventos. Em todos os casos observados, o fator comum reside na falta de
conhecimento e preparo bíblico necessários para se mediar, enfrentar e solucionar situações
de conflito. Portanto, conhecimento e preparo bíblicos são requisitos essenciais a todos os
discípulos do Senhor Jesus. A igreja bem instruída sobre o tema terá maior eficácia em vencer
a batalha espiritual, alcançando vitória sobre o inimigo e garantindo paz e segurança entre
seus membros. O discipulado forte pode ser alcançado com esse conjunto de estudos que,
embora pequeno, é suficientemente esclarecedor e poderoso para desmascarar a maior e mais
destruidora arma das trevas: brigas e intrigas, desentendimento e contendas. Portanto,
manusear bem a Palavra de Deus é requisito fundamental nessa luta, podendo significar o
crescimento da igreja ou mesmo seu fim.
Não pretendemos esgotar o assunto. Nosso desejo é colocar à disposição de todos os irmãos
em Cristo o material bíblico que já nos foi fornecido por Deus através das Escrituras Sagradas.
Para isso compilamos e comentamos versículos e passagens bíblicas doutrinárias, pregações
do Mestre e ensinamentos apostólicos.
Contribuíram para esse trabalho diversos pastores, referenciados nominalmente em seus
respectivos textos, mas a glória é dedicada exclusivamente ao nosso Mestre e Salvador Jesus
Cristo.
A leitura e a meditação sobre os versículos, pregações, doutrinas, notas e comentários aqui
referenciados pode proporcionar um discipulado forte, que produzirá crentes enraizados na
Palavra de Deus, aptos a vencer a maioria dos obstáculos na vivência da fé cristã. Com isso,
jamais deixarão de produzir fruto, mesmo nos momentos de sequidão e estio: Porque será
como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia
quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem
deixa de dar fruto - (Jeremias 17:8).
Iniciamos o estudo abordando o tema “Contendas” (páginas 2 a 6) e suas diversas
manifestações dentro da igreja, seguido do tema “A Fonte do Mal”(páginas 7 a 9 ) que fala por
si só, passando à maneira pela qual devemos lidar com as discordâncias na igreja e conselhos
práticos para solucioná-los(páginas 10-11), um passo-a-passo sobre o modo pelo qual se deve
tratar um irmão em pecado conforme o ensino do Senhor Jesus em Mt. 18:15-20 (páginas 12 a
14) e finalizando com uma mensagem prática sobre a forma pela qual a Bíblia deve ser vista,
entendida e interpretada(páginas 14 a 19).
O conjunto destas mensagens tem por escopo colocar à disposição dos crentes evangélicos
brasileiros e de língua portuguesa, uma ferramenta de instrução e discipulado. Por
conseguinte, é um trabalho destinado a servir de ferramenta a ministros e pastores
evangélicos, obreiros, evangelistas, discípulos e estudantes da Bíblia.
Que Deus abençoe a leitura e a meditação, e que o inimigo da Igreja de Jesus possa ser
vencido debaixo dos nossos pés.
A Paz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo seja com todos vós.

2
CONTENDAS, breve estudo
http://culturaevangelica.blogspot.com/2010/02/contendas-breve-estudo-revisado.html
Ferramenta destrutiva do inimigo, ela deve ser combatida na vida cristã e na sua manifestação
dentro da igreja do Senhor Jesus. Sua origem, manifestação, causas e conseqüências são
amplamente abordadas pelo Apóstolo Paulo, com o fim de preparar para o Senhor Jesus um
povo “zeloso de boas obras”.
E, para isso, devemos ter plena consciência sobre nossa responsabilidade em relação a esse
tema, conforme a regra geral das Escrituras Sagradas: “Todavia o fundamento de Deus fica
firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de
Cristo aparte-se da iniqüidade.” (2º Timoteo 2, 19).
Temos aqui um breve estudo...
Referências bíblicas sobre o tema
LER : 2º Tm 2, 1 a 26
Onde nascem as contendas – 1º Tm 6,4
Não entres – Tito 3,9
Questões loucas e sem instrução produzem contendas – 2º Tm 2,23
Pervertem os ouvintes – 2º Tm 2,14
Contendas são obras da Carne – Gl 5, 19 n a 26
LER: 1º Tm 1, 3 a 7
É Carnalidade – 1º Cor 3,3
Prejudicam a fé – Rm 14,1
Devemos ser inimigos delas – I Tm 3,3
Paulo temia que a Noiva fosse enganada – II Cor 11, 3
Sua Definição
CONTENDA – segundo Orlando Boyer, em seu Pequeno Dicionário Bíblico, pág. 192,
é: debate, disputa, controvérsia, luta.
Suas Origens
Pouco elogioso para a igreja é constatar que as contendas têm como raiz a carnalidade do ser
humano, em sua deprimente incapacidade de ter paz consigo mesmo e com os outros ao seu
redor, revelando ausência de domínio próprio e do aprendizado da Palavra de Deus.
Onde nascem
1º Tm 6, 3 a 7

3
3 Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso
Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade,
4 É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais
nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas,
5 Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a
piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.
6 Mas é grande ganho a piedade com contentamento.
7 Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.
Paulo, o apóstolo, nos mostra que a própria Palavra de Deus é, muitas vezes, fonte de
contendas entre aqueles que não se conformam com os ensinamentos de Deus. Questionam
tudo, causam polêmicas e colocam a Bíblia em cheque, tirando a autoridade da suprema
sabedoria que pertence somente a Deus. A postura correta do cristão diante de um versículo
que não compreende ou diante de um questionamento bíblico deve ser o de oração, pois
somente a Deus está reservado o poder de revelar sua Palavra e o que verdadeiramente está
dizendo através dEla.. Se o Espírito Santo não estiver no assunto, ninguém é edificado e
cumpre-se Isaías 13:14-15: “Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, E, vendo, vereis,
mas não percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado
com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os
ouvidos, E compreendam com o coração, E se convertam, E eu os cure.”
A exata medida na compreensão da Palavra de Deus
Sabemos que toda Palavra de Deus é pura, perfeita e divinamente inspirada e proveitosa para
ensinar, redargüir, corrigir e instruir em justiça. (II Timóteo 3:16). Todavia, há um empecilho à
sua plena compreensão: nem todos a poderão entender na sua exata medida. Isto porque o
entendimento da Palavra está atrelado à “vontade” de Deus e não à vontade dos homens:
“Graças te dou, ó Pai, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos
pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim te aprouve”. – Mt. 11:25 Isso explica o porquê das
inúmeras controvérsias sobre muitos pontos das Escrituras Sagradas. Compreender a Bíblia na
sua exata medida é dom de Deus e não pode ser alcançado por nenhum outro método
humano.
Questões loucas e sem instrução produzem contendas
2º Tm 2,23
Um conselho bíblico bastante esclarecedor diz respeito a disputas sobre assuntos duvidosos,
inconvenientes ou que não edificam os irmãos e a igreja. Têm sido comum, através dos
séculos e até nossos dias, debates sobre temas inúteis: “não entres em questões loucas,
genealogias e contendas, e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs." (Tg
3:9) Debates assim, mesmo sobre os pontos da Lei Mosaica causam divisão entre os
membros da igreja e guerra doutrinária entre denominações e mostra a incapacidade humana
de compreender realmente a mensagem que a Igreja Primitiva compreendeu e que o apóstolo
Paulo posteriormente resumiu na seguinte mensagem: "Separados estais de Cristo, vós os que
vos justificais pela lei; da graça tendes caído." (Gálatas 5 : 4)
Devemos lembrar que todo crescimento espiritual provêm de Deus e a Bíblia adverte: "MEUS
irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo." (Tiago
3:1).
Quando não conseguimos entre os homens uma resposta final para nossas dúvidas, devemos
buscá-la em oração perante aquele que é o Autor e Consumador da nossa fé: Jesus Cristo.
Manifestação na Igreja
A contenda necessita de instrumentos para se materializar. Caso contrário se extingue: "Sem
lenha, o fogo se apaga; e não havendo intrigante, cessa a contenda." (Pv 26:20) Se formos
“vacinados” através de um estudo bíblico profundo sobre o tema as contendas diminuirão e até
mesmo cessarão em nossas vidas.

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Causas
Geralmente elas são causadas pela existência de imperfeições no caráter cristão e apontam
para a falta de entendimento, crescimento e preparo espiritual.
Paulo sempre alertou sobre as contendas, que só produzem divisão ao invés de união, ódio ao
invés de amor.
Contendas são obras da Carne – Gl 5, 19 n a 26
É definida como carnalidade e falta de crescimento espiritual– 1º Cor 3,3
Surge por motivos fúteis – disputa entre os apóstolos - Lucas 22:24
É excitada pelo Ódio – Pv 10,12
Conseqüências
Não raras vezes elas acarretam desinteligência entre irmãos e divisão nas igrejas:
Pervertem os ouvintes – 2º Tm 2,14
Prejudicam a fé – Rm 14,1
Enganam a Noiva de Cristo - II Cor 11, 3
Postura cristã diante das contendas
Não entres – Tito 3,9
Devemos ser inimigos delas – I Timóteo 3, 3.
Paulo temia que a Noiva fosse enganada – II Cor 11, 3.
Evitar assuntos mundanos – 2º Timóteo 2,16
Por um freio à boca - Salmos 39:1; Provérbios 21:23
Provérbios Para Meditação
"A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu
fruto." (Provérbios 18:21)
"O que guarda a sua boca e a sua língua guarda a sua alma das angústias." (Provérbios 21:23)
Casos bíblicos de contendas
O tema é extenso e acompanha a humanidade desde seu princípio, quando Caim matou seu
irmão Abel por inveja, por concluir que era menos querido de Deus do que seu irmão. Quanto a
isso Deus previamente o advertiu: "Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não
fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves
dominar." (Gênesis 4:7). Caim ignorou o aviso e não refreou seus sentimentos. Igualmente
hoje muitos ignoram o aviso divino em todos os planos de sua vida e seus pecados descem,
por fim, sobre suas próprias cabeças, como no trágico caso da inveja descontrolada de Caim.
Veja alguns dos casos de contendas registrados na Bíblia:
Pastores de Gado – Gn 13,7
Labão e Jacó – Gn 31,36
Dois hebreus – Ex. 2,13
Paulo e Barnabé – Atos 15, 39
Fariseus e Saduceus – Atos 23,7
Os coríntios – 1º Cor 1,11; 6,6
Miguel com o diabo – Judas 9
Inveja de Caim – Gn. 4, 3-8
Entre os Apóstolos: Lucas 22:24
O domínio próprio

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“O Conselho de Deus a Caim”
Gênesis 4, 3 a 8
Desde o princípio Deus nos alerta que todo o mal sempre baterá de volta em nossa porta e
sobre nós pairam as consequências dos nossos erros, nos ensinando a lição: sobre eles
“DEVES DOMINAR”. Veja:
E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.
E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o
SENHOR para Abel e para a sua oferta.
Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o
semblante.
E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?
Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta,
e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.
E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim
contra o seu irmão Abel, e o matou.
Portanto, embora o livre arbítrio nos permita fazer tudo o que queremos, sabemos que sobre é
possível dominar nossos desejos, sob pena de ver as conseqüências baterem à nossa porta.
Somos senhores e soberanos sobre nossas vontades, mas também somos responsáveis por
nossas atitudes e escolhas. Exercer o domínio próprio e usar de sabedoria é o conselho divino
para escolher somente o que produz bons frutos: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem
todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam." (I
Coríntios 10: 23). Se muitas de nossas decisões fossem precedidas de leitura e meditação
bíblica nossa vida cristã seria muito mais próspera e frutífera, conforme enfatiza o apóstolo
Pedro: “E vós pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude
a ciência, E à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, E à
piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e
abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso
Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe,
havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai
fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais
tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo." - (II Pedro 1:5-11)
Onde buscar orientação
A Palavra de Deus nos revela um segredo que é também uma regra bíblica: tudo o que
plantamos isso mesmo colhemos. A semente de feijão jamais dará laranjas. Jamais se
colherão abóboras de uma videira. Assim como as sementes esquecidas sob a terra se
manifestam depois de muitos dias, mostrando o fruto daquilo que foi semeado, assim também
as obras humanas: mesmo já esquecidas na memória, para nossa vergonha brotarão e trarão
à luz os frutos dos atos passados, mesmo que ocultos.
O conselho de Deus a Caim é uma das primeiras doutrinas bíblicas. Ela nos ensina que
sempre temos a opção de escolher entre o bem ou mal, entre o que agrada e o que desagrada
a Deus. E isso é que nos torna diretamente responsáveis pelas decisões tomadas. Vemos
então que, desde o princípio da humanidade a Palavra de Deus é a fonte única e suficiente
para orientação cristã.
Onde mora o pecado?
Ora, se a Palavra de Deus é nossa única fonte de orientação, rejeitá-la já configura, por si só, a
queda espiritual:"Visto que odeias a correção, e lanças as minhas palavras para detrás de
ti." (Salmos 50:17). Depois da queda seguem-se os pecados. Por isso Caim não ficou isento de
culpa ou pecado. Ele conhecia as conseqüências da quebra dessa regra no caso de seu pai
Adão, que desprezou o aviso de Deus provando do fruto proibido, ainda que induzido a erro por
Eva (jamais haverá justificação para o ato de lançar a Palavra de Deus para trás de nossas
costas). Aceitando o conselho do diabo Adão atraiu sobre si, sobre Eva e sobre sua
descendência as conseqüências de sua escolha. O primeiro erro do cristão será sempre o de
não obedecer ao ensinamento bíblico. Portanto, a desobediência à Palavra de Deus gera a
queda espiritual e acarreta todos os demais desastres que se seguem em nossas vidas. O rei
Davi aprendeu e registrou a lição nas seguintes palavras: "Escondi a tua palavra no meu

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coração, para eu não pecar contra ti." (Salmos 119:11). Obedecer à Palavra de Deus é tudo de
bom!
Responsabilidade nas decisões
Todos os problemas e assuntos diários devem ser calmamente refletidos à ótica da Palavra de
Deus. Seguindo essa regra a Palavra trará os conselhos necessários à tomada de decisões em
todos os planos da nossa vida. Seguindo os conselhos da Palavra sabemos que não pecamos.
Não seguindo, cometemos mais um pecado: o de desprezar os conselhos de Deus.
Deixe Deus se manifestar em sua vida através de Sua Palavra. Leia a Bíblia Sagrada.
"Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de
todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego." (Romanos 1:16)
Que Deus abençoe a todos.

“A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil”, - 2º Cor 12:7

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A Fonte do Mal

...dá-me dessa água
O “Mal" também pode definido como algo que, embora intangível, produz resultados palpáveis
e visíveis, no mundo material e espiritual. Suas consequências são facilmente detectadas
causando tristezas, angústias, tormentos, mágoas, sofrimentos, desentendimentos, traições,
guerras, destruição, morte... Esse sujeito maligno é o causador de tudo que é ruim no mundo.
Suas consequências são gravíssimas e tornam a convivência, por vezes insuportável.
Identificar a fonte do mal e exterminá-la torna-se, cada dia mais importante na nossa vida
pessoal. Afinal, sem o bem é impossível pensar em paz, amor, felicidade. Todos eles são
inerentes ao bem e não sobrevivem onde o mal domina. O valor do bem é semelhante a um
copo dágua em meio ao deserto. Só valorizamos o bem quando o mal nos cerca. Só então
sentimos sede espiritual pela verdade, pela justiça, como a mulher samaritana: Dá-me dessa
água - João 4:15. Quem vive longe do bem vive longe de Deus e é como a tamargueira no
deserto, e não vê quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra
salgada e inabitável - Jr. 17:6
Mas qual é, afinal, a fonte do mal?
Para falarmos sobre isso, precisamos ir ao livro de Gênesis, que fala sobre o começo de todas
as coisas. Ali encontramos: E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicará sobre a
terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente - Gn
6:5
Salomão também falou sobre o mal habitando o coração humano: Há no seu coração
perversidade, todo o tempo maquina mal; anda semeando contendas - Pv 6:14
Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? - Jr 17:9
Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as
prostituições, os homicídios, Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a
inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e
contaminam o homem. - Mc 7:21-23. Baseado nessas afirmativas, poderíamos concluir que
o mal procede do coração. Mas é o coração humano a fonte de todo o mal? A resposta é não.
Embora o coração seja fonte do mal nessas passagens bíblicas, também sabemos que o
coração pode ser fonte do bem. O mal, como o bem, é uma semente que, uma vez plantada,
germina e, crescendo, produz frutos.
Podemos, assim, entender que o coração é uma fonte sim, mas não
necessariamente do mal. Depende da semente ali plantada. A semente é a fonte. Se
plantamos em nosso coração semente comum, que todos plantam, e não a semente especial,
preparada por Deus, teremos uma fonte má. Um método fácil que permite notar qual a semente
que está produzindo frutos no coração de uma pessoa, ou em nosso próprio coração, é
observar as palavras. Pelas palavras ditas pelo homem é possível se notar qual a semente
plantada em seu coração e quais frutos que ela está produzindo. Esses frutos aparecem nos
atos e nas palavras, pois a boca fala do que está cheio o coração - Lucas 6:45. Vemos, então,

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que se o mal pode ser plantado, o bem também o pode ser: Deus ungiu a Jesus de Nazaré
com o Espírito Santo e poder, o qual andou por toda a parte, fazendo o bem e sarando a todos
os oprimidos do Diabo - Atos 10:38.
A língua
A língua é o instrumento que viabiliza a materialização dos frutos do bem ou do mal. A língua
também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros,
e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno - Tiago
3:6. Ela é a responsável pelo aparecimento dos frutos na boca do homem e a causadora de
todos os desastres e tragédias da história humana. Tiago nos diz que os frutos produzidos pela
língua também são inflamados pelo inferno. Ele está nos ensinando que o diabo e os demônios
incentivam todo o mal que os homens produzem. Mas como estancar a fonte do mal e impedir
que a língua produza maus frutos? A resposta a essa pergunta é buscarmos uma nova
semente para germinar e frutificar em nosso coração.
Evangelho: a fonte das sementes divinas
A Semente Especial
Então, devemos semear nos corações uma nova semente, capaz de anular o mal e secá-lo até
às raízes. Mas onde encontrar uma semente tão poderosa, tão especial, que tenha poder para
aniquilar o mal e produzir o bem com fartura? A resposta a essa pergunta é procurar a semente
especial, que é o Evangelho.
O Evangelho
Esse é o objetivo principal da obra Salvadora de Jesus Cristo: distribuir no mundo a semente
da Palavra de Deus, a única que, germinando no coração, transforma o homem por completo,
fazendo-o fonte de bênçãos, de vida, de paz: Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu
coração, porque dele procedem as fontes da vida.Provérbios 4:23. Somente o coração
semeado com a Palavra de Deus pode se tornar uma fonte de vida preciosa a Deus e ao
mundo. O Evangelho é a única Semente do Bem autorizada por Deus a ser plantada nos
corações. Só ela tem o poder transformador que a humanidade necessita para estar na
presença de Deus e gozar de suas bênçãos e promessas. Sem ela, estaremos eternamente
separados do bem, que é Deus.
Corações não transformados
Com tristeza Deus olha dos céus e vê corações ainda produzindo egoísmo, avareza,
presunção, soberba, blasfêmias, desobediência, ingratidão, heresias, calúnias, incontinência,
crueldade, desafeto, traição, obstinação, orgulhos, licenciosidade, lascívia.... São o retrato
daqueles que aprendem sempre, num mundo de crescente conhecimento informativo, mas que
nunca chegam ao conhecimento da verdade transformadora.
A sabedoria humana
O apóstolo Tiago explica a diferença entre a sabedoria humana e a Sabedoria Divina. Para se
ter a exata compreensão de uma e de outra, ele diz: ...se tendes amarga inveja, e sentimento
faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a
sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito
faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas a sabedoria que do alto vem é,
primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons
frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. Tiago 3:14-17.
Conhecer informações filosóficas, científicas e tecnológicas não é sabedoria perante Deus. É
sabedoria humana, mero acúmulo de informações e, por ela, a humanidade não chegou a
Deus. Um coração vazio dos frutos do Evangelho é um coração distante da verdade, longe de
Deus, seu Criador. Por isso, a fé não pode se apoiar na sabedoria dos homens. E, também a
sabedoria dos homens não conduz à fé em Deus. Por isso, Deus enviou Jesus Cristo ao
mundo, para oferecer a todos uma nova semente, que foi gerada no coração de Deus e, a

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única, apta a produzir os frutos do bem. Por ela podemos conhecer todo o bem que habita o
coração do Criador, sua Paz, seu Amor, sua Misericórdia, sua Paciência, seu Perdão.
A Sabedoria que vem do Alto
O próprio Tiago nos dá a exata compreensão do que é sabedoria divina: Mas a sabedoria que
vem do alto é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e
de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. Tiago 3:17. Diante desses fatos, só nos
resta tomar a decisão: receber de coração aberto a semente do Evangelho da Paz, de Nosso
Senhor Jesus Cristo, e deixar a Palavra de Deus germinar em nossa mente, matando a
semente do mal, e formando em nós uma nova árvore, que produza os frutos que o próprio
Deus produz, pois, afinal, queremos ser filhos de Deus. E como o seremos se não produzimos
os frutos que Ele produz? Pense nisso, e deixe a semente do Evangelho destruir a semente do
mal que um dia foi plantada em seu coração. Essa deve morrer, para que a nova planta possa
nascer, à imagem do Criador. Receba Jesus e sua maravilhosa semente, o Evangelho, e
experimente um novo tempo de vida e paz. Aí você realmente poderá testemunhar "Eu nasci
de novo, nasci de novo!!!", cantando o refrão "recebi um novo coração do Pai, coração
regenerado, coração transformado, coração que é inspirado por Jesus". - Pr. Wagner Cipriano

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Como lidar com discordâncias na Igreja

[Sobre as pequenas coisas do relacionamento entre crentes]
1 Coríntios 6:1-8 “1 Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante
os injustos, e não perante os santos? 2 Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo?
Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas
mínimas? 3 Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas
pertencentes a esta vida? 4 Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida,
pondes para julgá-los os que são de menos estima na igreja? 5 Para vos envergonhar o digo.
Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos? 6 Mas o
irmão vai a juízo com o irmão, e isto perante infiéis. 7 Na verdade é já realmente uma falta
entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por
que não sofreis antes o dano? 8 Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos
irmãos.”
Em casos de discordâncias e contendas o mediador (Pastor ou obreiro) deve:
1. Orar, Orar, Orar
2. Nunca discutir [nunca caia em ardor verbal, em briga verbal].
Provérbios 22:24 “Não sejas companheiro do homem briguento nem andes com o colérico,”
Provérbios 29:22 “O homem irascível levanta contendas; e o furioso multiplica as
transgressões.”
3. Permitir a cada um falar, completamente, o que pensa, mas insistindo que fale com muito
tato, de modo gentil e suave.
Provérbios 15:1 “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.”
4. Perguntar se eles, realmente, querem uma solução; e se estão dispostos a seguir os
princípios bíblicos na resolução do problema. Pergunte se eles estão dispostos a aceitar o
julgamento de um terceiro irmão de acordo com as instruções de 1 Cor. 6:4:
Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes para julgá-los os que
são de menos estima na igreja? Para vos envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós sábios,
nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?
5. Ler passagens das Escrituras tais como o nosso texto [1º Cor. 6:1-8] ou como o Salmo
133:1:
“Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.” (Sl 133:1 ACF)
6. Tente encontrar pelo menos um ponto da questão em que eles possam concordar.
Amós 03:03 “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?”
7. Pergunte a cada um, se eles estariam dispostos a sofrer perdas em favor da paz, conforme a
lição de Gênesis 13:7-9 “7 E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os
pastores do gado de Ló; e os cananeus e os perizeus habitavam então na terra. 8 E disse
Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus
pastores, porque somos irmãos. 9 Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de
mim; e se escolheres a esquerda, irei para a direita; e se a direita escolheres, eu irei para a
esquerda.”

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8. Se possível, lanchem juntos. [Por exemplo, numa doceria, horário bem calmo, sem pressa].
(Algo especial acontece quando podemos partir o pão juntos)
9. Nunca permita ataques a uma pessoa que não está presente, nem que sejam usados
testemunhos de quem não revela seu nome. Em fatos com testemunhas, a regra bíblica diz
que testemunhos só valem se presenciados por duas pessoas. A testemunha, no caso, deve
ser a ocular dos fatos, a que presenciou a ocorrência. Não é testemunho válido o famoso "ouvi
dizer", tampouco relatos do tipo “uma pessoa, de quem não vou dar o nome, me disse que ...”]
10. Pergunte “o que você acha que precisa ser feito para consertar as coisas e resolver a
questão?” [*separadamente, a cada um de uma vez, só depois todos juntos?}
11. Em último caso, peça que “concordem em ‘discordar com graça cristã’ ”. Isto é, que, mesmo
que continuem sem concordar 100%, não mais brigarão, porão a questão de lado, a
esquecerão, e farão tudo para ela não mais ferir vocês, nem suas famílias, nem ninguém da
igreja.
12. Peça a cada um que ore um pelo outro.
POSSÍVEIS SOLUÇÕES
1. Colocar tudo para trás e seguir em frente. Cada um peça ao outro para lhe perdoar, cada um
abandone a questão e prometa que vai deixar para trás tanto a questão como tudo
desagradável que possa ter ocorrido. Vai esquecer tudo. Ou, pelo menos, vai sepultar
definitivamente a questão inteira, vai definitivamente deixá-la para trás.
Mateus 18:15 “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir,
ganhaste a teu irmão;”
2. Sofrer, aceitar as perdas necessárias, tudo isso por amor ao testemunho de Cristo e da
Igreja.
3. Separarem-se em benefício da paz. Muitas vezes, é necessário que uma das pessoas aceite
sofrer perdas, como por exemplo, Abraão e Ló.

12
COMO SE DEVE TRATAR DE UM IRMÃO EM
PECADO CONFORME O ENSINO DO SENHOR
JESUS EM MATEUS 18:15-20
http://biblioteca-evangelica.blogspot.com/2011/08/como-tratar-um-irmao-em-pecadosegundo.
html
1o Passo
Vs 15 “Se teu irmão pecar”,
vai argui-lo entre ti e ele só.
2o Passo
Vs 16 “Se porem não te ouvir”,
toma ainda contigo uma ou
duas pessoas
3o Passo
Vs 17a “E, se ele não os atender”.
Dize-o á igreja;
4o Passo
Vs 17b “Se recusar ouvir á
igreja
5o Passo
Vs 17c “Considera-o gentio”.
e publicano
6o Passo
Vs 18 “Em verdade vos digo”.
Que tudo o ligardes na terra será
ligado no céu.
Base: Vs 19-20 – “Em verdade também vos digo que se dois dentre vós, sobre
a terra concordarem a respeito de qualquer cousa que porventura pedirem
ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos céus. Porque onde estiverem
dois ou três reunidos em meu nome ali estou no meio deles.”
Pr Sergio Ackel
Te ouvir
Tg 5:19,20
Ganhaste teu
irmão
Arrepender-se
Pedir perdão
Não te ouvir
Mt 18:16
2o Passo
Não ouvir
Se ouvir
Hb 3:7,8,15
3o Passo
Não ouvir
Se ouvir
Hb 13:17
Instrução
Bíblica
4o Passo
Não ouvir
Se ouvir
Ap 3:20
Reparar o erro
e o dano causado
Tudo o que desligares na terra será
desligado no céu 2Ts 3:14, 15.
Sofrer
conseqüência
RESTAURAÇAO
A
C
O
M
P
A
N
H
Testemunhar
Lc 14:11

13
Procedimentos a serem observados com relação aos passos para se tratar com um
irmão em pecado: (Pv 3:11-12)
1º) Ao se ter conhecimento que um irmão está vivendo na pratica de um pecado, ou
tem comportamento e hábitos inadequados para um cristão, que comprometem o
seu testemunho e a igreja a que pertence, o irmão que viu, testemunhou, deve
confrontar o pecado e seguir o ensino de Mateus 18 (gráfico em anexo);
2º) Se for somente entre ti e ele só, o caso deve ser tratado de maneira reservada,
isto é, não levando o mesmo ao conhecimento de outras pessoas, a fim de evitar
comentários maldosos e depreciativos; (Pv 6:17-19; Pv 17:9,19)
3º) Se o pecado não envolve outras pessoas, deve ser tratado, perdoado e esquecido
ali mesmo, não devendo em hipótese alguma ser passado adiante, caso isso ocorra o
irmão será disciplinado pelo pecado de “fofoca”; (Pv 11:13; Pv13:3; Pv 20:19; 1Pe
4:8)
4º) Se o pecado envolve outras pessoas, o procedimento será o mesmo acima;
5º) Os irmãos envolvidos devem adotar a postura cristã, de defender o critério
adotado pela igreja, de acordo com o seu pastor, não permitindo que haja
comentários depreciativos a respeito da posição adotada, bem como pela decisão
tomada em cada caso; (2Pe 3:14-18; Tg 3:13-18)
6º) Todo caso deverá ser levado ao conhecimento do Pastor, que deverá orientar e
ser informado do desenvolvimento do processo, até a sua conclusão; (Hb 13:17)
7º) O Pastor levará o fato ao conhecimento da Diretoria e ou Diáconos da igreja,
para que possam estar também cientes, e o apoiarem incondicionalmente no
processo de restauração e ou exclusão do membro em falta, bem como se manterem
em atitude de oração, até a conclusão do processo de restauração; (Rm 14:10-12; Jd
22)
8º) Todo processo de restauração, desde o seu inicio, até a sua conclusão, deverá ser
mantido em atitude de respeito, amor, compaixão e consideração por todos os
membros da igreja, bem como o compromisso de não divulgar o fato para outros
irmãos ou pessoas alheias ao problema, e principalmente fora desta comunidade,
sob pena de disciplina grave; (Tg 4:11,12; Tg 3:6)
9º) Ao irmão que se encontrar no processo disciplinar de restauração será devido
respeito, consideração e amor da maneira ensinada pelas Santas Escrituras;
(1Ts 5:14,15)
10º) Aos irmão excluídos, ou que se auto-excluirem espera-se da mesma forma o
respeito, embora deverá ser observado o critério de separação (não comunhão)
conforme as Santas Escrituras. ( Pv 22:24-25; Mt 18:17; 1Co 5:9-13; Ef 5:11; 2Ts
3:14,15; Hb 10:26-31; 2Jo 9-11; Jd 23b; Ap 22:15)

14
Requisitos necessários para poder entender o princípio bíblico do Senhor
Jesus para o perdão de pecados:
a) Convicção de que a Bíblia é a Palavra de Deus, e a nossa única fonte
de autoridade e instrução da parte de Deus;
b) Ser um crente genuinamente convertido, isto é, ter experimentado o
perdão e a graça de Deus em sua vida, por meio do sacrifício
expiatório e remidor do Senhor Jesus;
c) Exercitar o fruto do Espírito Santo em seu entendimento, sentimento,
coração e espírito;
d) Maturidade e discernimento para colocar amor e perdão à frente de
qualquer sentimento contrário;
e) Ter um espírito submisso e ensinável;
f) Ter um espírito de servo – o servo não esta acima de seu Mestre –
Importante: Este procedimento é valido para todo e qualquer tipo de pecado

15
Bíblia Sagrada: O Espelho da Alma

O Espelho da Alma
Muito se tem falado, estudado e vasculhado no maior de todos os livros: a Bíblia Sagrada.
Fonte de sabedoria, o livro de Deus parece ser, por vezes, fonte de controvérsias, visto que
muitos a usam para debater e contender, prática que ela mesma aconselha a evitar, pois ferem
seu objetivo principal: a transformação e a edificação pessoal, familiar e social. E, assim, o
texto sagrado tem sido o centro das atenções por mais de vinte séculos. e assim continuará até
que se cumpram todas as profecias. Mas se temos uma lição a aprender sobre ela, se tem algo
de concreto que podemos afirmar sobre a Bíblia é: que ela deve ser considerada, por todos nós
- os que cremos -, como o espelho de nós mesmos. É ela quem mostra aquilo que ainda
somos e aponta para aquilo que devemos ser: a imagem e semelhança de Deus. E, como
espelho da alma (leia nota no rodapé), pode refletir nossa própria consciência, nossa razão,
nossos sentimentos e nossas emoções, moldando-nos e aperfeiçoando-nos.
O Uso Errado da Bíblia Sagrada
Uma boa parte dos leitores da Bíblia utiliza-a de forma errada, apontando e condenando os
erros alheios em debates e contendas infindas. Nos meus tempos de criança havia um dito
popular que expressa isso com clareza: quando alguém apontava a culpa em outro, geralmente
se ouvia alguém dizer: Você não tem espelho em casa? Essa prática de achar que o erro
sempre está nos outros e nunca em nós é, muitas das vezes, inconsciente. Mas nem por
isso deixa de ser um comportamento reprovado por Deus, que espera de nóscrescimento
espiritual, e não falsidades e fingimentos. Da mesma forma também é comum se encontrar
entre muitos dos cristãos uma certa dificuldade em se perceber que o pronome pessoal “nós”
está subentendido no contexto de qualquer versículo ou passagem bíblica, quando se lê ou
quando se ouve as palavras das escrituras. Quando a Palavra de Deus fala conosco, nossa
tendência é adotar a tradicional postura de isenção de culpa, como fez Adão: E Deus disse:
Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não
comesses? Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da
árvore, e comi.
Notou a postura de Adão frente à sua responsabilidade, apontada por Deus? Logo se esquivou
da culpa, lançando-a inteiramente sobre Eva: a mulher que me deste me enganou e eu
comi. Esse é um comportamento mesquinho, traiçoeiro e anticristão, que revela insensatez e
falta de entendimento bíblico. Costumeiramente “enxergamos” somente quando outras
pessoas fazem o que aborrece a Deus. Isso faz com que, lenta e inconscientemente, cada
cristão desenvolva uma postura que o leva a se considerar juiz de todos e nunca juiz de si
mesmo. Enxerga bem o pecado e o erro nos outros, mas permanece cego em relação a si
mesmo.

16
Juiz dos outros ou juiz de si mesmo?
O ensino bíblico aponta para nosso dever de usar a Bíblia como referência para o aprendizado
pessoal. Através dela podemos praticar a reflexão e aprender a aplicar seus ensinamentos no
dia a dia de nossas próprias vidas. Deixar de lado a tendência de julgar os outros e praticar a
reflexão sincera é a instrução da Bíblia. Devemos sempre questionar: esse versículo se aplica
a mim? Esse tipo de reflexão pode nos levar a nos conhecer mais profundamente. O examinarse
a si mesmo é um dever e, ao mesmo tempo, uma doutrina cristã, principalmente quando
participamos da Santa Ceia: Examine-se o homem a si mesmo, e então coma do pão e
beba do cálice. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe
para sua própria condenação. 1 Coríntios 11:29 Deus quer exatamente isso: que cada um
se examine e se descubra a si próprio, de uma forma inovadora, espetacular e, até mesmo
chocante. Podemos até descobrir coisas terríveis que se passam dentro de nossos próprios
corações: maus pensamentos, ódios, intrigas, invejas, cobiças, desejos inconfessáveis... Se a
meditação não for sincera, estaremos lançando a Palavra de Deus ao desprezo, ainda que
inconscientemente: pois aborreces a correção e lanças as minhas palavras para detrás de
ti (Sl 50:17) Essa prática é perigosa, podendo nos conduzir para fora da presença de Deus: O
homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente
sem que haja cura. Pv 29:1
Dever cristão
Quando Jesus Cristo nos deu o Evangelho, o que antes era um privilégio divino somente
tornou-se, agora, um dever de todo cristão. O privilégio divino a que referenciamos, é o dom
que Deus tem de nos conhecer até o mais profundo de nossos pensamentos. Agora temos o
direito (e também o dever) de nos conhecer melhor, como Deus nos conhece. Só assim
teremos uma referência para, a partir daí, acompanhar nossa própria transformação: Mas
todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor,
somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do
Senhor. – 2 Co 3:18
O “Espelho” da Palavra de Deus
Agora, quando nos convertemos a Jesus, temos o dever de conhecermos a nós mesmos,
através do espelho da Palavra de Deus. Devemos, diante dela, ser sinceros e isentos de
parcialidade, julgamento, primeiramente, a nós mesmos e, em contrapartida, jamais, julgar aos
semelhantes[Excetua-se, logicamente, a hipótese de 1 Coríntios 6:5].
Deus quer reflexão interior
Com isso, Deus quer a reflexão interior e não a exterior. A reflexão nos leva à consciência do
pecado, ao arrependimento e à transformação. E: a Bíblia é para salvação pessoal, ou seja,
daquele que nela crê e que através dela está buscando se achegar mais ao Criador. Para
acertar isso devemos passar a ler a Bíblia Sagrada “em Espírito”, sempre tentando ouvir o que
Deus está falando conosco através de sua Palavra. A Bíblia é o maior instrumento de
transformação pessoal e interior dado aos homens, capaz de transformar e modelar, para que
sejamos a imagem de nosso Pai celestial, cheio de virtudes. Se todos os cristãos entendessem
isso, a maior parte dos problemas dentro das igrejas jamais teria existido. A Bíblia sempre
aponta para aquele que a lê. Deus quer a mudança pessoal e interior do leitor. Sem isso jamais
Ele nos poderá usar como ferramenta transformadora para os demais ao nosso redor. Seremos
sempre lembrados como semelhança do pecado e corremos o risco de ouvir Cristo nos
dizer: Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi
homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele.
Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da
mentira. – Jo 8:44
Seremos semelhantes aos fariseus judaicos, comparados por Jesus e Paulo a sepulcros
caiados, porque ensinavam os discípulos, mas não se ensinavam a si mesmos. Como
sepulcros, exteriormente mostravam boa aparência, mas interiormente só havia morte e
corrupção. Estavam espiritualmente mortos e apodrecidos na condição do velho homem.
Mesmo lendo diariamente a Lei e os Profetas, os fariseus continuavam espiritualmente mortos!

17
Que tristeza isso: ler diariamente a Bíblia e continuar espiritualmente morto e em estado de
podridão diante de Deus!!!
A Bíblia Sagrada como Manual do Fabricante
Certa vez presenteei um vizinho com uma Bíblia Sagrada e, ao entregá-la, tomei o cuidado de
explicar-lhe como usá-la. Comparando-a, inclusive, ao manual fornecido pelos fabricantes de
veículos, eletrodomésticos, etc. Ele agradeceu muito e, passados alguns anos me procurou
para testemunhar que aquele havia sido o melhor presente de sua vida, e que, como havia lhe
falado, a Bíblia realmente é uma fonte de águas vivas que, verdadeiramente, matam nossa
sede. É a própria “Voz de Deus”!!! A Palavra de Deus é Viva, disse ele, radiante. Sim, e muito
mais ainda: ...a palavra de Deus é viva, eficaz, e mais penetrante do que espada alguma
de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é
apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Hebreus 4:12
Usando a Bíblia corretamente
Então ele contou que certo dia estava numa tristeza profunda e, seguindo o conselho da Bíblia
entrou no seu quarto, fechou a porta, dobrou seus joelhos diante do Senhor e orou,
apresentando-se e pedindo orientação, esperando de Deus uma resposta. Feita a oração,
pegou a Bíblia, abriu-a e, ao ler a passagem, caiu em lágrimas: a Palavra falava diretamente ao
seu coração, como se Deus estivesse ali presente, falando com ele face a face. Mas porque
isso aconteceu? Por que ele usou a Bíblia da maneira correta e para a qual ela nos foi dada:
para examinarmo-nos a nós mesmos. E, quando não o conseguimos, mas pedimos auxílio a
Deus, Ele pode nos revelar até mesmo o motivo de nossas tristezas e angústias. Geralmente a
fonte de nossos problemas somos nós mesmos, não os outros ao nosso redor. Quando
aprendemos isso, podemos então usar os conselhos bíblicos a nosso favor, permitindo que o
Evangelho nos molde como o vaso nas mãos do oleiro.
O velho homem
Quando tomamos ciência de que, pela fé em Jesus Cristo, morreu nosso velho homem,
escravo do pecado, e que agora não vive mais o “eu”, mas Cristo é quem vive em nós, temos o
dever de começar a usar a Bíblia para nossa própria instrução, aconselhamento e edificação
espiritual. Caso contrário, continuaremos sendo imagem do velho Adão, escravo do engano e
do pecado. A obra transformadora deve começar pela “Casa de Deus”, que somos nós (1 Pe
2:5), porque também o juízo começa por nós – 1 Pe 4:17.
Conclusão
Diante de tudo isso, só nos resta fazer da Bíblia o nosso livro de cabeceira, nosso espelho
onde, a cada manhã, possamos contemplar nossa face como Deus também nos vê, usando
esse recurso em nosso favor, para melhorar nos atos, nossos pensamentos, nossas palavras,
para tornar-mo-nos um pouco mais “semelhança” do nosso Maravilhoso Deus e Eterno Pai:
Jesus Cristo. Porque fazendo isso, vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno
de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. 2 Pedro 1:11 O apóstolo Paulo doutrinava a igreja
primitiva e considerar a Bíblia Sagrada como uma ferramenta indispensável à orientação e
modelação cristã, pois nos céus não entrarão aqueles que ainda trouxerem a imagem do velho
Adão, mas somente os transformados, feitos à imagem e semelhança do Salvador: Jesus
Cristo.

18
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior,
contudo, se renova de dia em dia. 2 Coríntios 4:16
Que Deus abençoe a todos com entendimento.

Alguns versículos para reflexão e edificação:
...sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do
pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado. Rm 6:6
...que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe
pelas concupiscências do engano, Ef 4:22
...e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a
imagem daquele que o criou; 2 Co 3:18
Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si
mesmos. Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a
um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo,
sai e logo esquece a sua aparência. Mas o homem que observa atentamente a lei
perfeita que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o
que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer.Tiago 1:22-25
O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda
a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o
mal. Gênesis 6:5
Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as
imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, Marcos 7:21
De igual modo, agora só podemos ver e compreender um pouquinho a respeito de
Deus, como se estivéssemos observando seu reflexo num espelho muito ruim; mas o
dia chegará quando O veremos integralmente, face a face. Tudo quanto sei agora é
obscuro e confuso, mas depois verei tudo com clareza, tão claramente como Deus
está vendo agora mesmo o interior do meu coração. 1 Co 13:12
Nós, os cristãos, entretanto, não temos nenhum véu sobre nosso rosto;
podemos ser espelhos que refletem claramente a glória do Senhor. À medida
que o Espírito do Senhor trabalha dentro de nós, tornamo-nos mais e mais
semelhantes a Ele. 2 Co 3:18
...pois se uma pessoa apenas ouvir e não obedecer, será como um homem que
olha o seu próprio rosto num espelho; e, depois de olhar para si mesmo, sai e
logo esquece a sua aparência. Tg 1:23-24
*** ALMA (Almeida.dctx)
A parte não-material e imortal do ser humano (Mt 10.28), sede da consciência própria, da
razão, dos sentimentos e das emoções (Gn 42.21; v. IMORTALIDADE). Os dicotomistas
entendem que o ser humano é corpo e alma, sendo espírito sinônimo de alma. Os tricotomistas
acreditam que o ser humano é corpo, alma e espírito. “Alma vivente” quer dizer “ser vivo” (Gn
2.7). Na Bíblia muitas vezes a palavra “alma” é empregada em lugar do pronome pessoal:

19
“Livra a minha alma da espada” quer dizer “salva-me da espada” (Sl 22.20). Outras vezes
“alma” em hebraico, quer dizer “pessoa” em português (Nm 9.13).
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