Apocalipse
Tempo do Fim
By baenajr
ARREPENDIMENTO, ESCRITURAS E
CATIVEIRO
Para alguém revelar seu segredo a outro é necessário proximidade
e intimidade. O futuro é um segredo oculto. Não obstante, Deus tem revelado
porções deste segredo a seus servos, àqueles que se aproximam Dele.
Inicialmente tal aproximação se dá por meio de arrependimento, confissão de
pecados e por meio das escrituras. Uma vez estando face a face com Deus,
depende Dele se haverá revelação e quando isso ocorrerá.
Agora vamos
apresentar as porções das escrituras que tocam neste assunto. Mas, se você não
estiver face-a-face com o Senhor Jesus, se houver pecados ocultos não
confessados e se você não tiver um desejo ardente de estar no lugar
que originalmente Deus te destinou, terá dificuldades de assimilar o que Deus
quer te revelar.
Esta foi a experiência de Daniel e do apóstolo João. Daniel se
arrependeu de seus pecados e dos pecados de sua nação. Além disso ele lia o
livro de Jeremias e não se conformava de estar cativo na Babilônia, apesar de
naquele momento estar numa posição bem confortável, pois era administrador do
rei. João, quando obteve as revelações de Apocalipse, também estava cativo na
ilha de Patmos. E, com certeza o tempo que passou neste cativeiro pode se
arrepender de não ter deixado Jerusalém e possivelmente
parado de invocar o Nome do Senhor Jesus. Também percebemos pelo textos de
Apocalipse, que são muitas citações dos profetas do Antigo Testamento, que João
tinha acesso às escrituras.
Deus tem preparado um lugar para seu povo congregar-se.
Atualmente este lugar é a igreja. No passado tal lugar era a terra prometida a
Israel cujo centro de adoração ficava em Jerusalém. Este era o lugar para ter o
Nome do SenhorIICr 6:6. Porém, por causa
dos pecados do povo e de seu abandono ao verdadeiro Deus, foram levados ao
cativeiro em Babilônia Dn 9:5-6. Mas, este
não era o propósito definitivo para o povo de Israel Jr 29:10-14.
Hoje, muitos cristãos estão em cativeiro. Não é um cativeiro
físico, mas espiritual. Alguns estão amarrados pelo pecado, outros pelo
orgulho, outros estão amarrados por sua necessidade de subsistência, seu
trabalho e ainda outros pela fascinação das riquezas e do poder Mt 13:22. Mas esse
ainda não é o problema mais sério que obstrui a revelação de Deus. O problema
mais grave é não fazer questão de sair do seu cativeiro como está relatado por
Daniel (Dn 9:13).
Daniel tinha alvo de levar o povo de Israel de volta a sua terra
e edificar Jerusalém. João, na ilha de Patmos, tinha alvo de edificar a igreja,
tanto que ao sair da prisão passou a viver em Éfeso e fez desta igreja um ponto
de partida de irmãos que foram enviados para pregação do evangelho III Jo 5-7. Também ali
escreveu seu evangelho.
DATAS, SINAIS e ATITUDE
Ao estudar assunto referente ao final dos tempos é muito
comum haver questões de QUANDO tal fato ocorrerá. Em primeiro lugar o Senhor
Jesus deixou claro que datas e épocas não compete a nós conhecermos(Mt 24:3 e 36; At 1:7).
Portanto, qualquer estudo referente a este assunto que pretenda abordar a
questão de datas seria contrário ao objetivo do próprio Deus e provavelmente
não teria Deus como origem.
No entanto, O
Senhor nos fala de sinais e eventos que identificam a proximidade do fim. E,
ainda mais, Ele nos apresenta qual deve ser nossa atitude em relação a este
assunto.
Nesse estudo pretendemos apresentar quais os sinais que se
apresentarão referente ao fim. Sinais são circunstâncias, pessoas, povos e
nações. E, encorajar a que cada um tenha atitude. Qual é a atitude solicitada
pelo Senhor Jesus àqueles que o perguntam sobre o fim dos tempos? Em Mateus 24:14 Ele diz que o evangelho do Reino será pregado por todo mundo,
então virá o fim. Em Atos 1:8 Ele diz que você receberá poder, ao
descer sobre você o Espírito Santo e você será Sua testemunha até aos confins
da terra. Portanto, ao estudar esse assunto sua ATITUDE deve ser a de pregar o
evangelho do Reino.
Julgamento
Deus é o único juiz.
Esse é o papel de Deus Tg
4:12. Não é nosso papel julgar as pessoas. No entanto, há dentro do
homem uma tendência quase sem controle de exercer julgamento. Ao ver alguém
cometendo uma falha, quase que, como um reflexo imediato, sai um pensamento ou
uma palavra de julgamento.
Tal fato serve como um
alerta para nunca nos esquecermos que há uma natureza dentro de cada ser humano
que se chama pecado. Aquele que elevou seu coração e intencionou ser semelhante
ao Altíssimo Is 14:14, habita em nossa carne Rm
7:14-23. A natureza de satanás se chama pecado. O pecado é a
tendência do homem em se comportar (pensar, agir e falar) como satanás.
Portanto, quando intencionamos exercer o papel de Deus julgando as pessoas,
estamos agindo como aquele que quer ser semelhante ao altíssimo. Comportar-se
como satanás se chama pecado.
Deus, como juiz, julgará todas as pessoas bem
como todas as coisas que existem: os animais, a natureza vegetal, o planeta,
satanás e todos os anjos, enfim, toda a criação.
O fim dos tempos nada mais é do que a
conclusão final de todos estes julgamentos.
O item mais importante para um cristão, no que
se refere aos julgamentos de Deus, é como Deus vai julgar você como um cristão.
Sempre temos muita curiosidade em saber como Deus irá julgar o planeta com
todas aquelas catástrofes que são vistas em filmes apocalípticos. Contudo este tipo
de conhecimento pode nos distrair do julgamento que concerne a nós mesmos. Por
isso, vou começar explanando sobre o julgamento da casa de Deus – os cristãos.
Depois veremos como será o julgamento das demais coisas.
Em I Pedro 4:17 é nos dito que a ocasião de começar o juízo (julgamento) pela
casa de Deus é chegada. Portanto, nós já estamos sendo julgados. Este
julgamento aqui na terra não é como um tribunal de júri. Este julgamento dos cristãos
aqui na terra tem justamente a finalidade de nos qualificar positivamente para
o julgamento no tribunal. Este julgamento aqui é por meio de situações
concretas do dia-a-dia que nos levam a Deus a fim de nos arrependermos de
nossos pecados bem como, e principalmente, amadurecermos para então estarmos
aptos a reinar com Cristo.
Em I Coríntios 11:29 a 32 nos é revelado que, quem não tem discernimento do Corpo de
Cristo, ao participar da mesa do Senhor está trazendo sobre si mesmo juízo
(julgamento). Este julgamento é por meio de situações de fraqueza, doença e
morte prematura (situações do cotidiano). Este julgamento tem um fim
proveitoso, pois estamos sendo disciplinados para não sermos condenados com o
mundo que, diga-se de passagem, vai ser julgado com mais dureza pela ira de
Deus. Mas Deus, quando nos disciplina, está mostrando Seu amor para conosco Hb
12:6-8. O que é ser disciplinado por meio de fraqueza? Nós podemos
estar fracos fisicamente, financeiramente, intelectualmente, politicamente (ter
pouca influência) etc. Todos estes tipos de fraqueza são limitações. O apóstolo
Paulo aprendeu a viver contente em situações de limitações Fl
4:11-12 pois sabia que seria para seu próprio aproveitamento.
Quando vemos alguém sendo disciplinado temos uma tendência a achar isso uma
vergonha, uma situação vexatória, porém Deus diz em primeiro lugar que, corrige
a quem ama. E, também diz que corrige a todos os que recebe Hb
12. Se você está sendo disciplinado é porque Deus te recebeu e te
ama. Se você está sem disciplina, você não é filho de Deus. Penso que é
vergonhoso ser disciplinado e não aprender a lição. Há ainda o julgamento por
meio de doenças que podem ser físicas ou mentais e por meio da morte
precipitada. Porém, todos estas formas de julgamento tem o objetivo de que o
cristão não seja condenado com o mundo.
Em Mateus 5:21-22 temos muito ensinamento no que se refere a julgamento. Diria até
que, no que se refere ao relacionamento entre cristãos, o verso 22 é o
esqueleto, ou a “avenida central” para se entender todos os detalhes do
julgamento de Deus aos crentes. Também diria que é um resumo divino do julgamento de Deus
as seus filhos, no tocante ao viver mútuo.
Eu, porém, vos digo que todo aquele que {sem
motivo} se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir
um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe
chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo
Aqui existem três situações.
·
Irar contra seu irmão
·
Proferir um insulto contra seu irmão (Raca)
·
Chamar seu irmão de Moré (rebelde)
Irar é algo interior e é sujeito a julgamento
numa primeira instância. Proferir um insulto (Falar) é algo do interior da
pessoa que se exteriorizou e é sujeito a julgamento numa segunda instância. Já,
considerar seu irmão rebelde, desprezível (que não serve pra nada ou
excluí-lo da comunhão – excomungá-lo) é algo mais grave e estará sujeito a
julgamento numa terceira instância.
A primeira instância
de julgamento já está ocorrendo. Falamos a pouco das situações cotidianas que
nos julgam (disciplinam) para não sermos condenados com o mundo. Talvez esta
seja a parte mais importante para entendermos, pois é o presente momento.
Está acontecendo agora e é real. Apóstolo Pedro refere a este julgamento com a
palavra fogo e seu objetivo é nos purificar I Pd 4:12 e I Pd 1:6-7.
A segunda instância é
o julgamento do sinédrio (tribunal) Lc
22:66. Quando o Senhor Jesus foi julgado pelos judeus, estes
realizaram um julgamento do sinédrio. Neste julgamento o acusado é levado
perante o Sumo sacerdote com a presença dos demais sacerdotes e testemunhas
para receber um veredicto sobre a questão. Este é o modelo a que o Senhor Jesus
se referia aqui no verso 22. Em II Coríntios 5:10 e Rm
14:10-12 há uma referência ao
tribunal de Cristo ao qual todos devemos comparecer e receber o julgamento pelo
que praticamos aqui na terra. Também em Hebreus 9:27 é dito que após a
nossa morte física devemos ser julgados. Portanto, esta segunda instância será
num momento e local bem definido.
A terceira instância é
pouco conhecida dos cristãos e é na verdade uma conseqüência da segunda
instância. Isto é, se um cristão não é aprovado no Tribunal de Cristo, haverá
necessidade de que o mesmo amadureça para enfim participar da Nova Jerusalém.
Tal amadurecimento ocorrerá nesta terceira instância chamada de Geena de fogo.
É claro que o leitor quer entender direito
estas três instâncias de julgamento, principalmente estas duas ultimas, mas
repito que a mais importante instância é a que você está vivenciando hoje e que
é a primeira. Aproveite toda a disciplina da instância atual a fim de evitar
ser reprovado depois.
A Primeira Instância
Inicialmente
percebemos neste verso 22 de Mateus 5 que estes julgamentos estão vinculados ao
relacionamento entre os irmãos: Irar-se contra um irmão, falar contra um irmão
e desprezar totalmente um irmão. Assim, ficamos claros que o lugar adequado
para sermos aperfeiçoados é entre os irmãos. A reunião de um grupo de irmãos é
chamado deigreja. A igreja é o Corpo de Cristo Cl 1:24; Ef
1:22-23. Por isso em I Coríntios 11:29 diz que se eu não discernir o Corpo serei réu
(acusado) do corpo e sujeito a julgamento. Já percebeu que situação será a sua
ao irar-se contra um irmão, ou falar mal contra um irmão ou negligenciá-lo,
desprezá-lo como irmão? Veja RELACIONAMENTO PESSOAL
Discernir o corpo é
perceber que os membros do corpo tem formas diferentes e funções diferentes,
mas continuam a ser do mesmo corpo que você é I Co 12:12-18.
Se você desprezar um irmão por causa da forma diferente dele reunir ou ter suas
práticas ou mesmo de crer diferente de você, isto será computado negativamente
contra você. Deus, então virá, ainda neste seu viver terrenal e julgará você
por meio de situações que Ele mesmo, com muita propriedade sabe aplicar. Se a
disciplina não for aproveitada por você, então o julgamento ficará para segunda
instância.
A primeira instância
de julgamento é conseqüência das coisas ocultas dentro do coração do homem. Em Hebreus 12:14-15 é dito para seguirmos a paz com todos. Depois diz que não deve
haver em nós raiz de amargura. Raiz é a parte oculta de uma planta. Ninguém a
vê, mas ela está dentro do coração do homem. Se você tem alguma mágoa em seu
coração contra outro, está mágoa poderá ficar oculta dos homens, porém não de
Deus e Ele julgará aqui nesta terra por meio de circunstâncias em sua vida a
fim de retira-la do seu coração. Se essa mágoa “brotar”, isto é se você ofender
seu irmão por meio de palavras, você ainda estará sujeito a mais um julgamento
que será no Tribunal de Cristo. Se durante seu viver você se arrepender, e
resolver esse problema com seu irmão, perdoando ou sendo perdoado, quando for
ao julgamento do Tribunal nada constará contra você Mt
5:24-25.
A Segunda Instância
O Tribunal de Cristo
ocorrerá nas nuvens imediatamente antes de Cristo retornar fisicamente à Terra.
Para você se situar no tempo e espaço a respeito deste assunto, é necessário
conhecer a respeito da ultima semana de Daniel. Veja o gráfico.
Após a abertura do ultimo
selo serão tocadas sete trombetas, quando a sétima e ultima trombeta for
tocada, Cristo descerá do trono para as nuvens (não para Terra) I Co 15:51-52; I Ts 4:15-17; Ap
11:15-19. Neste momento os cristãos que já faleceram ressuscitarão e
subirão até às nuvens para ali se encontrarem com o Senhor. Os cristãos que
estiverem vivos neste momento, serão arrebatados até às nuvens e ali todos
serão julgados no Tribunal de Cristo. Neste julgamento teremos que prestar
contas das obras que fizemos por meio do corpo II Co 5:10; I Co 4:5.
Cada palavra que falamos Mt
12:36-37 neste momento teremos que dar contas, a não ser que já
tenhamos resolvido aqui na terra. Também receberemos prêmio (galardão) pelo
nosso comportamento no espírito, também chamado de atos de justiça dos santos Ap
19:8. Assim, uma vez julgados no Tribunal de Cristo receberemos um
veredicto. Esta sentença será baseada:
Em nosso comportamento para com os irmãos (se
houve amor)
Em nosso crescimento de nossa vida interior e
Em nossa obra exterior.
O Senhor Jesus explicou isso por meio de parábolas.
A primeira parábola
que veremos é a do servo fiel Mt
24:45-51. Aqui é explicito que nossa incumbência é alimentar os
irmãos. Não é julgar os irmãos, mas alimentá-los. Alimentar tem a ver com amor.
A mãe alimenta seu filho com amor. Quando seu filho nasce, ela não lhe dá boas
vindas com uma cartilha de regulamentos e ordenanças. Mas, ela o acolhe no seu
peito de amor e o supre com leite. Se o filho está irritado e chora, a mãe não
discute com ele, mas o supre com leite. Conforme o filho vai crescendo, a mãe
vai lhe suprindo com alimentos mais sólidos (I Pd 2:2; Hb
5:12-14). A primeira conseqüência que ocorre quando a mãe alimenta
seu filho é a submissão do filho para com ela, isto é, quem alimenta
passa a ter autoridade. Quando o Senhor Jesus retornar, isto é, na sua
vinda nas nuvens, chamará seu servo fiel e confiará (dará autoridade sobre)
todos os seus bens. Porém, se o servo não está suprindo seus irmãos com
alimento de amor, ao Cristo retornar, Ele irá discipliná-lo “lançando-lhe a sorte com os hipócritas, ali haverá choro e
ranger de dentes”. Lançar a sorte
significa que o seu destino será juntamente com aqueles que tem uma aparência,
mas não tem realidade (hipócrita). Quando é dito que “ali haverá…”,
A palavra “ali” significa que é um local onde haverá um sentimento que é o “choro e ranger de dentes”. Se alguém tem aparência de servo, mas não tem realidade, seu
destino é um lugar e neste lugar haverá um sentimento. Para alguns do povo
de Israel que não tinham realidade, o Senhor Jesus disse que eles irão para as
trevas, onde haverá choro e ranger de dentes Mt
8:10-12. Se o cristão não tiver realidade, irá para o mesmo local
quando se estabelecer o Reino Milenar.
Esta parábola se
refere portanto ao relacionamento entre os irmãos. A próxima parábola, a das 10
virgens, diz respeito ao amadurecimento interior de cada cristão que
aguarda a vinda de do Senhor Jesus.Mt
25:1-13
Nosso espírito humano está hoje preenchido
pelo Espírito de Deus. Mas, nossa alma é ainda muito dedicada a nós mesmos e
não a Deus. Temos nossas próprias vontades e lutamos por elas. Temos nossa
maneira de pensar e discutimos nossas opiniões com os outros. Nossos
sentimentos são por demais oscilantes e relacionados somente com nossas
próprias coisas.
Na parábola das dez
virgens, a lâmpada é o local onde se coloca o azeite bem como pavio a fim de
produzir luz. A lâmpada aqui é como um lampião. O nosso espírito é a lâmpada Pv
20:27. O azeite é o Espírito de Deus. As vasilhas, são os
recipientes onde se guardam o azeite a fim de que, quando acabar o azeite
da lâmpada, possam ser reposto. As vasilhas se referem a nossa alma II Tm 2:20; II Rs 4:1-7;
veja a Mulher e o Azeite
Quanto mais nos
relacionamos com Deus, mais o conhecemos e somos conhecido por Ele. Mais do Seu
Espírito Santo fica guardado em nossa alma – nossa mente, vontade e emoção.
Pelo fato de as virgens néscias não se relacionarem com o Senhor em suas almas
(não terem azeite nas vasilhas) quando o Senhor voltou, Ele disse que não
as conhecia. Ao nos relacionarmos com o Senhor Jesus em oração, na leitura da
Bíblia e em nosso viver de praticar aquilo que Ele nos tem falado Mt
7:24 somos considerados por
Ele como virgens prudentes. Nascer de Deus é receber seu Espírito em nosso
espírito humano. Crescer em vida é receber Seu Espírito em nossa alma. E
receber Seu Espírito em nossa alma é estar com as vasilhas cheias. Para
recebermos Seu Espírito em nossa alma, esta necessita espaço a fim de conter o
Espírito de Deus. Em Mt
16:24-26 fala de negarmos nossa
vida da alma a fim de a ganharmos no futuro, quando o Senhor vier.
Não basta termos experiências
exteriores Mt 7:21-23 para participarmos no Reino milenar do Senhor. É necessário ter
tais experiências mas, também seremos avaliados pelo nosso relacionamento
interior com o Senhor. Veja que o critério de julgamento é baseado nestes três
itens. Não adianta satisfazer somente um item, mas os três itens juntos são
necessários para sua aprovação. Assim, o terceiro item são as obras exteriores
que é mostrada na parábola dos talentos.
Você recebeu no mínimo um
talento de Deus. Este talento é o seu dom. Pode ser uma habilidade ou um
serviço dentro do Corpo de Cristo. Dom de apóstolo, aquele que é enviado à
outra parte para pregar o evangelho. Dom de profeta, aquele que fala por Deus a
fim de edificar, consolar e exortar I Co 14:3.
Dom de mestre, aquele que ensina e assim por diante.
Em Ef 4:11-16 nos é revelado que o dom não é um presente para ser guardado ou
somente algo escrito no seu “crachá espiritual”. O dom é para ser usado com um objetivo específico: … com vistas
ao aperfeiçoamento de santos, para que cada um exercite seu serviço a Deus e
por fim chegue a medida da estatura da plenitude de Cristo.
Em I Co 3:6-8 e 13-15 você vê a experiência prática do Apóstolo Paulo relatando que
seu serviço foi plantar e o de Apolo foi regar, mas os dois eram UM com o propósito de Deus
em edificar a igreja, isto é, levar todos ao crescimento. O que planta não é
melhor do que aquele que rega, mas cada um está exercendo a sua obra, sua
função no Corpo de Cristo. E, o objetivo final deve ser alcançado, caso
contrário haverá um DANO para aquele que está exercendo seu dom. Que dano é
esse? No versículo 13 é dito a respeito da obra do cristão que “o Dia a
demonstrará”. Este é o dia do julgamento no tribunal de Cristo. Se as obras de
um Cristão não forem aprovadas, o cristão será salvo mas, sofrerá um DANO. Este
cristão recebeu um dom, um talento e não o usou adequadamente. Quando o Senhor
voltar, ajustará contas com ele Mt
25:19. Se ele não usou seu talento o resultado será um DANO para
ele, não a perdição, mas um dano. Este dano é ser lançado nas trevas
exteriores, isto é para fora do Reino Milenar Mt
25:30.
Foi dito à igreja em
Esmirna que o vencedor não sofreria o DANO da segunda morte Ap
2:11. Então, está implícito que aquele da igreja que não vencer
sofrerá o DANO da segunda morte. O que é a segunda morte? E o que é o DANO da
segunda morte?
Neste ponto
começaremos a falar sobre a terceira instância de julgamento – a Geena de fogo.
APOCALIPSE
Capítulo 1
O título original significa
revelação, todavia o dicionário ainda diz que palavra apocalipse quer
significar “de difícil compreensão”, “obscuro”. O autor deste livro foi o
apóstolo João (Apo 1:1 ; 22:8). A data do livro é discutível, aproximadamente
90 (A.D.) . O local foi a pequena ilha de Patmos, localizada próximo a cidade
de Éfeso, no mar Egeu. O livro foi escrito para sete igrejas em sete cidades da
Ásia Menor. Havia outras igrejas naquela região, todavia somente sete igrejas
foram mencionadas (Ap 1:4) . Por que ? O número ‘sete’
na Bíblia está relacionado com perfeição ou a completação de algo. Em sete dias
Deus completou sua obra de criação (Gn 2:2). Sete selos (Ap 5:5); sete
trombetas (Ap 8:2); sete taças (Ap 15:7) que são operações que o Senhor está
fazendo e fará para a completação de sua obra nesta era. Por isso as sete
igrejas da Ásia Menor na verdade é um símbolo referente a toda a igreja. Isto
é, significa a operação e obra que o Senhor realizará em sua igreja desde o
início até o fim desta era, a era da graça.
1
Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as
coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as
notificou a seu servo João;
2
o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, de tudo
quanto viu.
3
Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta
profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está
próximo.
Bem-aventurado aqueles que lêem, ouvem e guardam.
O Senhor Jesus procura sempre falar por parábolas. Em Mateus
13:3,13, 34 Ele revela isso e o motivo.
E falou-lhes muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o
semeador saiu a semear.
Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem;
e ouvindo, não ouvem nem entendem.
Todas estas coisas falou Jesus às multidões por parábolas, e sem
parábolas nada lhes falava;
Para que seus discípulos entendessem suas parábolas, precisariam
da explicação ou revelação. Para ter a revelação (explicação da parábola)
teriam que pedir ao Senhor Jesus, isto é, contatar o Senhor de maneira direta e
íntima como aconteceu em Mateus 13:36
Então Jesus, deixando as multidões, entrou em casa. E
chegaram-se a ele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio
do campo.
Hoje, o livro de Apocalipse não é diferente. Esse livro é cheio
de símbolos, parábolas, e para entendê-lo precisamos contatar o Senhor. A
Bíblia não é somente um livro de histórias, mas é um livro para se contatar o
Senhor. Especialmente em Apocalipse é fundamental a revelação do Senhor.
Para que nós tenhamos a revelação de tal livro, o primeiro passo
é lê-lo e ouvir as suas palavras. Ao ler e ouvir as palavras da profecia, nós
não vamos entendê-la de imediato, e assim buscaremos o Senhor em oração para
nos revelar tais palavras. Teremos assim um relacionamento com o Senhor. O
Senhor não quer meramente nos dar algum conhecimento, mas Ele quer nos dar
vida. Hoje nós temos as escrituras …
Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna;
e são elas que dão testemunho de mim; mas não quereis vir a mim para terdes
vida!, se não credes nos escritos, como crereis nas minhas
palavras? Jo 5:39,40
Essas escrituras falam a respeito do Senhor Jesus, mas nós
precisamos ir até Ele para ganhar vida. Ao ler o livro de Apocalipse precisamos
ir até o Senhor em oração para ganharmos vida em tal livro. Não será essa a
razão de tantos símbolos e visões difíceis de entender ?
É necessário também guardar tais palavras. Daniel ao receber
visões do Senhor, as guardava no coração. Daniel não entendia tudo o que via,
no entanto as guardava:
Aqui é o fim do assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus
pensamentos muito me perturbaram e o meu semblante se mudou; mas guardei estas
coisas no coração. Dn 7:28
Maria também guardava as coisas que via e ouvia a respeito de
Jesus:
Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as em seu
coração.
Então, descendo com eles, foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E
sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração. Lc 2:19,51
Ao lermos e ouvirmos tal palavra não significa que entenderemos
tudo logo de início, mas ao guardarmos tal palavra, gradativamente o Senhor irá
nos revelar. A vida não é estática. A vida não somente nasce, mas também
cresce. Uma flor nasce e cresce. Um animal nasce e cresce. A vida está sempre
se desenvolvendo. Ao buscarmos as escrituras para obtermos vida devemos
perceber que não ganharemos tudo de uma hora para outra. Mas, se ao lermos e
ouvirmos as palavras da profecia, guardarmos as coisas nela escritas, estaremos
fazendo com que a palavra habite em nós e então o Senhor progressivamente
revelará tais palavras a nós conforme formos crescendo. Também ao guardarmos
tais palavras estaremos atentos as coisas que estão ocorrendo ao nosso redor,
podendo ver o cumprimento dessas profecias.
Outro aspecto importante do “Guardar as palavras” :
Em Tiago 2:10, no guardar a lei está implícito o praticar,
obedecer a lei. Guardar também é praticar, obedecer.
Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em
um só ponto, tem-se tornado culpado de todos.
Em Mateus 7:24 o Senhor Jesus falou do homem que pratica a sua
palavra:
Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em
prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.
Essas palavras de Apocalipse são profecias. A profecia não é
somente previsão do futuro, mas segundo a Bíblia profetizar é falar aos homens
para edificar, exortar e consolar:
Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e
consolação. I Co 14:3
Muitas palavras aqui em Apocalipse são para exortação da igreja,
como veremos por exemplo nas cartas às sete igrejas – cap 2 e 3. Se ouvirmos a
palavra da profecia nos exortando a respeito de algo, devemos guardar tal
palavra, isto é, devemos praticar e obedecer tal palavra. Algumas igrejas nos
capítuos 2 e 3 foram advertidas, exortadas a se arrependerem. Guardar a palavra
da profecia é a igreja se arrepender e voltar a posição adequada, praticando e
obedecendo o que o Senhor estabeleceu. A igreja em Filadélfia foi elogiada por
guardar a palavra (Ap 3:8). Ao ouvirmos e lermos as palavras da profecia
devemos guardar, obedecer as coisas nela escritas para sermos bem-aventurados.
4
João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça a vós e paz da parte daquele que
é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu
trono;
5
e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e
o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos
libertou dos nossos pecados,
6
e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio
pelos séculos dos séculos. Amém.
A partir deste versículo 4 até o 8 existe uma sequência muito
lógica e relacionada com o plano de Deus no Novo Testamento. Primeiro há a
revelação do Deus Triuno. Após então há o sangue derramado no final do v. 5,
isto é, a morte vitoriosa do Senhor Jesus, que por sua vez produziu a igreja
(Reino, Sacerdodes – v.6). Depois então, que terminar a era da igreja, o Senhor
voltará. Isto é a segunda vinda do Senhor Jesus – v.7. No v.8 temos Deus sendo
tudo em todos. Ele é o alfa e ômega, Ele é todo o alfabeto. Veremos isso agora
com mais detalhes.
Em Ap 1:4-5 há uma saudação: graça e paz. Essa saudação provém
da parte de três “pessoas”, ou melhor, do Deus Triuno.
DA
PARTE DAQUELE QUE É, QUE ERA E QUE HÁ DE VIR
Essa
primeira pessoa está num trono, como fala no final deste mesmo versículo. Em Ap
3:21 vemos o Senhor Jesus dizendo que Ele sentou com seu Pai no seu trono. O
Pai está sentado no trono. Em Ap 1:8 Deus se refere a si mesmo como Aquele que
é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso. Em Gn 17:1 Deus se denomina de
Todo-Poderoso. Percebemos aqui que essa expressão “Da parte daquele que é, que
era e que há de vir” se refere a Deus Pai.
Como Pai, Ele é a fonte. Pai está em contraposição a filho. O
filho vem do Pai. Em Jo 17:8,18 o Senhor diz que saiu do Pai e foi enviado pelo
Pai. O Pai é a fonte de onde o Filho vem. O Pai também envia o Espírito Santo
(Jo 14:26). Pai é a fonte, a origem, aquele que envia.
DA PARTE DOS SETE ESPÍRITOS QUE SE ACHAM DIANTE DO SEU TRONO
Alguém pode pensar que há sete espíritos diferentes e separados
diante do trono de Deus. Mas em Apocalipse o número sete está indicando um
símbolo de algo completo, perfeito e não meramente uma quantidade. Para melhor
vermos isso vamos a Ap 4:5 onde os sete espíritos de Deus são sete tochas de
fogo (lâmpadas do candelabro). O candelabro (candeeiro) é uma peça só, mas com
sete lâmpadas. Zacarias também teve uma visão do candelabro com suas sete
lâmpadas. As lâmpadas são a parte do candelabro onde se coloca o óleo para ser
aceso e iluminar. Zacarias não entendeu essa visão e perguntou o que
significava as lâmpadas e o candelabro. O Senhor então respondeu : Não por
força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. Essa
visão de Zacarias (lâmpadas e o candelabro) diz respeito ao Espírito. Em
Apocalipse temos sete espíritos que são sete tochas, lâmpadas do candelabro. Em
Zacarias temos sete lâmpadas do candelabro que diz respeito ao Espírito do
Senhor. As sete lâmpadas com óleo são um tipo, um símbolo do Espírito.
As lâmpadas são para iluminar. Ao acender as lâmpadas o fogo
ilumina e as trevas são dissipadas. Se o candelabro tem sete lâmpadas pode ser
que somente duas ou três sejam acesas. A luz então teria uma certa intensidade,
mas se todas as sete lâmpadas forem acesas, então o candelabro estaria
expressando toda a sua luz a um grau máximo. O candelabro com suas sete
lâmpadas acesas se refere ao Espírito de Deus completamente expressado.
Os sete espíritos de Deus são os sete olhos do cordeiro (Ap 5:6)
que por sua vez são olhos como chama de fogo (Ap 1:14). O Espírito como olho
vê. O Espírito como fogo ilumina e queima.
Hoje o Senhor está nos vendo através do Espírito. Está nos
iluminando através do Espírito e está nos queimando (provando, julgando)
através do Espírito (I Co 3:13-15). Se pratico algo que desagrade e não seja
aprovado por Deus, O Espírito como olhos do cordeiro que percorrem toda a terra
vem me ver. O Espírito como fogo me ilumina para que eu possa ver e me
arrepender. E também o Espírito como fogo queima em mim toda a palha, feno e
madeira.
A situação aqui em Apocalipse é de trevas e o Espírito vem como
o candelabro com suas sete lâmpadas acesas para iluminar as trevas. Resumindo:
Os sete espíritos de Deus é o Espírito sete vezes intensificado iluminando
plenamente.
DA PARTE DE JESUS CRISTO, A FIEL TESTEMUNHA, O PRIMOGÊNITO DOS
MORTOS, E O SOBERANO DOS REIS DA TERRA
A terceira pessoa está mais explícito: é o Filho. O Pai é
“Aquele que era, que é e que há de vir”. O Espírito é “os sete espíritos que se
acham diante do seu trono”. E o Filho é o Senhor Jesus Cristo. Aqui o
Senhor Jesus apresenta ainda três títulos:
Fiel Testemunha: Se você não presenciou um fato, por
exemplo, uma testemunha pode testificar pra você tal fato. Uma testemunha fiel
testifica o fato fidedignamente. Deus habita em luz inascessível e homem algum
jamais O viu (I Tm 6:16). Alguém então precisaria testificar a respeito de Deus
e o Senhor Jesus foi tal pessoa (Jo 1:18; 14:8-9; Cl 1:15). Se você quer ver
tal Deus, você precisa ver Cristo, pois Ele é a imagem do Deus invisível. O
Senhor Jesus testemunha fidedignamente, exatamente como Deus é.
Primogênito dos Mortos: (Cl 1:18) Primogênito significa o
primeiro a ser gerado, o primeiro filho. Primogênito dos mortos, então, é o
primeiro a ser gerado dos mortos, o primeiro a ressussitar. Se há um primeiro
consequentemente há um segundo, terceiro, etc. O Senhor Jesus é o primeiro a
Ressussitar, Ele então nos deu vida estando nós mortos em nossos delitos e
pecados (Ef 2:1). E nós somos os outros a serem gerados da morte, ou seja,
espiritualmente falando nós ressussitamos (Ef 1:20; 2:6).
Ao crermos no Senhor, ao invocarmos o seu Nome e ao recebermos
Cristo como Espírito em nosso espírito, nós nos unimos ao Senhor.
Consequentemente ao estarmos unidos ao Senhor, tudo o que o Senhor passou (como
homem) nós também passamos. O Senhor Jesus morreu, nós também morremos. Ele foi
crucificado, sepultado, nós também fomos (Rm 6:4-11). Ele ressussitou, nós
também ressussitamos. Assim o Senhor Jesus é o primeiro filho, o Primogênito e
nós somos os outros filhos que vieram depois dele.
Fiel testemunha o Senhor Jesus é para Deus, Primogênito dos
Mortos Ele é para nós e Soberano dos Reis da Terra Ele é para as nações e para
o mundo (Fl 2:9-11; Ap 17:14; 19:15-16). Hoje mesmo, o calendário que usamos é
baseado no nascimento do Senhor Jesus. O mundo pode não crer, mas tem que usar
este calendário, pois Cristo é o Senhor. No Antigo Testamento e no mundo antigo
o calendário era baseado no rei que estava reinando (Dn 1:1; 2:1; 7:1). Um dia
o mundo tentará pelejar contra o Senhor Jesus, mas terão que dobrar os seus
joelhos porque Jesus Cristo é Senhor dos Senhores e Rei dos Reis, Aleluia!!
No final do versículo 5 do capítulo 1 de Apocalipse, há uma
morte implícita na palavra “sangue”. O Senhor Jesus aparece aqui derramando seu
sangue por amor a nós. Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho
unigênito … (Jo 3:16). Deus prova o seu amor para conosco, pelo fato de ter
Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5:8). Deus é amor (I Jo
4:16). Amor é a natureza de Deus. O Filho tem a natureza do Pai. O Senhor Jesus
nos ama.
Nossa situação entretanto, diante de Deus, era muito delicada,
pois por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado entrou a morte. E a
morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5:12). Todos pecamos e
carecemos da glória de Deus (Rm 3:23).
Como resolver a questão do pecado? (Hb 9:22) Precisa haver
derramamento de sangue (Lv 17:11). De acordo com a lei em Levítico, era
necessário que o sangue a ser derramado fosse de um cordeiro sem defeito (Lv
5:15; 6:6). Cristo foi tal cordeiro (Jo 1:29; I Pd 1:19). Em Cristo não se
achou defeito, nenhum pecado (Hb 4:15). Ele era qualificado a ser tal oferta
pelo pecado. E Cristo então, espontaneamente se ofereceu por amor a nós como
oferta pelo pecado (Jo 10:17,18; II Co 5:21). E assim pelo seu sangue nos
libertou dos nossos pecados. Agora, libertos dos nossos pecados, estamos numa
posição adequada para sermos constituídos Reino e Sacerdotes para seu Deus e
Pai . Não é qualquer um que pode entrar ou ver o Reino de Deus. É necessário
nascer de novo (Jo 3:3-5). Nascer da água significa ser batizado na morte de
Cristo (Rm 6:3-4).
Há uma sequência aqui. Primeiro há a morte, depois a aptidão
para ver o Reino e entrar no Reino. Se nós não experimentarmos a morte do
Senhor Jesus, não podemos ter tal visão do Reino. Por outro lado, o único
pré-requisito para ser constituido Reino é ter a experiência da Cruz.
Um dia, derrepente, você dá de frente com o Senhor Jesus. Você
se chega até Ele e crê que Deus o ressussitou dentre os mortos (Rm 10:9). Após
crer você começa a invocá-lo e a confessa-lo como Senhor. Algo muda na sua
vida, uma paz enche o teu ser, e você não sabe explicar direito o que está
acontecendo, mas é algo muito bom. Então alguns valores na sua vida começam a
mudar. Fazer determinadas coisas parece já não ter muita graça, você já não se
sente tão a vontade para falar determinadas palavras. Isso é uma mudança
interior que não vem de nenhuma regra ou lei religiosa externa. Você entra numa
esfera onde há uma autoridade que comanda agora os seus passos através da paz
interior. Isto é o Reino (Rm 12:17; Cl 3:15; I Jo 2:27). Reino é uma esfera de
autoridade onde há um governo. Hoje nós estamos vivendo na era do Reino dos
Céus (Mt 13). Esse Reino hoje não tem aparência visível, pois esse Reino está
dentro de nós (Lc 17:20-21), mas um dia irá se manifestar visivelmente com o
Senhor Jesus governando as nações de Jerusalém no Milênio (Ap 20:4,6).
Por outro lado, nós somos também constituidos Sacerdotes (I Pd
2:9-10). Hoje, o único pré-requisito para ser um sacerdote é ser liberto e
lavado pelo sangue. Você não precisa fazer um curso, entrar num seminário,
fazer teologia ou usar uma roupa especial. Para ser um sacerdote só é
necessário ser lavado pelo sangue do Senhor. O que é um sacerdote então ? O
serviço do sacerdote é levar o homem até Deus. O desejo do coração de Deus é
que todo o seu povo exerça o sacerdócio. Até mesmo para o povo de Israel no
Velho Testamento foi essa a vontade de Deus. Em Ex 19:5-6 o Senhor expressa tal
desejo para todo o povo. Mas por causa da idolatria somente uma tribo (tribo de
Levi) se posicionou ao lado do Senhor e de Moisés, então dessa tribo o Senhor
escolheu uma família para que ministrassem como sacerdotes, a família de Arão.
Por causa de tal situação de idolatria e incredulidade o resto do povo ficou de
fora neste serviço sacerdotal (Ex 32; Nm 25:7-13).
Mas hoje, o Senhor volta a chamar todo o seu povo para o
exercício do sacerdócio. Todos os que foram lavados pelo seu sangue estão qualificados
para exercer o sacerdócio. Depende de nós agora tal exercício. Você pode ter
habilitação para dirigir carro e no entando não dirigir. Hoje nós temos a
habitação para o sacerdócio, e temos o “carro”, a igreja. É só praticar.
Até agora Deus se revelou como Deus Triuno, o Pai, o Espírito e
o Filho. O Filho derramou seu sangue, sua morte nos liberta dos nossos pecados.
Após então Ele nos constitui sua igreja, Reino e Sacerdotes. Agora vivemos em
tal periodo, mas no versículo 7 vemos que o Senhor voltará. Isto ainda não
ocorreu.
7
Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o
traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.
Em Atos 1:9-11 é dito que o Senhor subiu e foi encoberto por uma
núvem. Desse mesmo modo Ele voltará. A segunda vinda do Senhor Jesus, de acordo
com a Bíblia é cheia de detalhes aos quais não iremos nos deter agora. Mas é
importante saber que a segunda vinda do Senhor será basicamente de dois
aspectos: uma oculta e inesperada e outra visível e previsível.
Oculta : Mt 24:32-51; I Ts 4:17; I Co 15:52; Ap 10:1; Ap 14:14
Aqui nestas passagens é dito a respeito da vinda do Senhor como
um ladrão, isto é, de maneira inesperada. Também se refere na núvem, que mostra
que o Senhor não aparecerá logo a todos os povos de maneira visível. Assim o
Senhor virá para aqueles que O esperam.
Visível : Mt 24:3-31; Ap 18:1
Aqui fala que o Senhor virá como um relâmpago. Um relâmpago é
rápido e visível, todos O verão. Isto se refere principalmente às nações. Os
muitos detalhes com relação a segunda vinda do Senhor nós veremos
progressivamente no decorrer do estudo deste livro.
8
Eu sou o Alfa e o ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há
de vir, o Todo-Poderoso.
Alfa é a primeira letra do alfabeto grego e ômega é a última. O
Senhor é de alfa até o ômega, isto é, Ele é todo o alfabeto. Ap 22:13 associa
três coisas: alfa e ômega, primeiro e último, princípio e fim. Antes do início
de tudo havia Deus, Ele é o primeiro. A partir de Deus tudo começou, houve um
princípio. Ele também é o fim de todas as coisas. E depois que tudo se findar,
Deus ainda será, Ele é o último. Como alfa e ômega, Ele é todas as coisas.
Qualquer coisa que você escrever terá que usar Deus, pois Ele é todas as letras
do alfabeto.
9
Eu, João, irmão vosso e companheiro convosco na aflição, no reino, e na
perseverança em Jesus, estava na ilha chamada Patmos por causa da palavra de
Deus e do testemunho de Jesus.
O versículo 9 e o 10 nos mostra a posição em que o apóstolo João
estava para receber tal visão. Esta experiência de João precisa ser a nossa se
quisermos também ver a visão. João estava na posição de irmão. Hoje nós somente
precisamos ser irmãos. Não é necessário nenhum outro título. Você não precisa
ser doutor, pastor, teólogo, etc, para receber visão do Senhor. No entanto, é
necessário que você seja um irmão companheiro dos outros irmãos. Companheiro em
que ?
Na tribulação (aflição)
I Pd 4
12 Amados, não estranheis a ardente provação que vem sobre vós
para vos experimentar, como se coisa estranha vos acontecesse;
13 mas regozijai-vos por serdes participantes das aflições de
Cristo; para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e exulteis.
14 Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados
sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória, o Espírito de Deus.
I Pd 5
8 Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em
derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar;
9 ao qual resisti firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos
estão-se cumprindo entre os vossos irmãos no mundo.
II Co 1
6 Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação;
ou, se somos consolados, para vossa consolação é a qual se opera suportando com
paciência as mesmas aflições que nós também padecemos;
7 e a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como
sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação.
Rm 8
17 e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e
co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com
ele sejamos glorificados.
18 Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não
se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada.
No Reino
Lc 17
20 Sendo Jesus interrogado pelos fariseus sobre quando viria o
reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência exterior;
21 nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus
está dentro de vós.
Jo 3
5 Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém
não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
Na perseverança
Hb 12
1 Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande
nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos
rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta,
2 fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o
qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a
ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus.
3 Considerai, pois aquele que suportou tal contradição dos
pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas
almas.
4 Ainda não resististes até o sangue, combatendo contra o
pecado;
5 e já vos esquecestes da exortação que vos admoesta como a
filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando
por ele és repreendido;
10
Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma
grande voz, como de trombeta,
João foi arrebatado no espírito porque certamente ele andava no
espírito (Gl 5:25). Também nós devemos andar no espírito para que as palavras
deste livro possam ser absorvidas por nós. As palavras que o Senhor nos fala é
espírito e vida (Jo 6:63). O receptor deve estar em sintonia com o transmissor.
Por isso, nosso espírito é o local adequado para se receber as palavras do
Senhor. Se ficarmos na mente, divagando em pensamentos e buscando somente
conhecimento, não perceberemos o que o Senhor quer nos dar. É como um rádio que
precisa ser sintonizado na freqüência certa.
João estava no dia do Senhor. Este dia é o dia em que o Senhor
ressussitou. É o primeiro dia da semana. Estar no dia do Senhor é estar em
ressurreição. Devemos morrer para os nossos conceitos, doutrinas, opiniões e
tudo o que seja do homem natural. Até mesmo a nossa cultura nacional pode ser
um obstáculo para recebermos uma visão do Senhor. Nós não somos mais gregos nem
judeus (Cl 3:11), não somos mais brasileiros ou japoneses, mas Cristo deve ser
tudo para nós. Nosso alvo ao estudar tal livro é ganhar Cristo como espírito e
vida.
11
que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas: a Éfeso,
a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia.
12
E voltei-me para ver quem falava comigo. E, ao voltar-me, vi sete candeeiros de
ouro,
João, ao voltar-se à palavra do Senhor, isto é, ao voltar-se
àquele que falava viu algo. A visão que João teve, foi e ainda é cheia de
realidade, inclusive para nós hoje. Em primeiro lugar ele viu sete candelabros
que são as sete igrejas (Ap 1:20) e que, por sua vez, é a igreja composta de
todos os irmãos de todas as eras, desde o pentecostes até a segunda vinda de
Cristo.
Sempre que ouvirmos o Senhor falar, e nos voltarmos para ver
quem está falando conosco, veremos a igreja. O falar do Senhor vem da igreja.
Depois, João viu no meio dos sete candeeiros (no meio da
igreja), um semelhante a filho de homem e com outras características que
revelam ser Jesus Cristo tal pessoa. Essa é uma visão de Cristo se relacionando
com sua igreja. Cristo está no meio da igreja. Os vários detalhes da descrição
desta pessoa, expõe como Cristo se relaciona com a igreja.
Aqui cabe dizer que o candelabro se encontra dentro do
tabernáculo. O candelabro serve para iluminar a parte do tabernáculo chamada de
Santo Lugar. Não havia outra luz qualquer dentro do tabernáculo. Se o
candelabro fosse apagado, tudo dentro do tabernáculo seria trevas. O sacerdote
judeu ao entrar dentro do tabernáculo, não ficava lustrando ou fazendo outra
coisa qualquer com o candelabro. Ele somente cuidava do candelabro de forma que
este permanecesse aceso. Era necessário espevitar, isto é, tirar a parte
do pavio que já tinha se queimado e que só fazia fumaça sem iluminar. Era
necessário por óleo nas lâmpadas para a luz não apagar. Hoje o candelabro é a
igreja. E o Senhor Jesus, ao se relacionar com a igreja, cuida para que ela
esteja iluminando, brilhando num mundo de trevas.
13
e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem, vestido de uma roupa
talar, e cingido à altura do peito com um cinto de ouro;
Em primeiro lugar Ele é
semelhante a filho de homem. O Senhor Jesus, em seu ministério terreno, muitas
vezes se denominou “filho do homem” (Mt 8:20; 9:6; 12:8,32,40). O Senhor Jesus
é Deus, mas aqui Ele se esvaziou e não tomou a posição de Deus. Ele veio a terra
na posição de homem (Jo 1:1,14; Fl 2:5-8; Hb 5:7-10). Quando Ele foi tentado,
Ele venceu na posição de homem. Seria muito fácil Ele vencer o inimigo e todas
as coisas se Ele estivesse na posição de Deus. Quando Ele fazia algum milagre,
Ele o fazia na posição de homem, tanto que Ele falou que coisas maiores que Ele
fez os seus discípulos fariam (Jo 14:12). Desta maneira, como homem, é que
Cristo se relaciona com a igreja, para que haja uma identificação entre a
igreja e Cristo. Por exemplo: Quando você está num país distante, e se encontra
com outra pessoa de sua nacionalidade, há uma identificação e um relacionamento
mais próximo, pois vieram do mesmo lugar e falam a mesma língua. Um pai sabe se
relacionar melhor com outros pais, pois eles passam por situações semelhantes.
Um estudande se relaciona melhor com outro estudante porque passam pelos mesmos
problemas e dificuldades. Hoje, nós na igreja, nos relacionamos com Cristo
dessa maneira, como filho do homem. Se Deus não tivesse se tornado um
homem na pessoa de Jesus, nós poderíamos chegar até Ele e falar: “Como
você pode pedir tal e tal coisa a mim, ou mesmo exigir qualquer coisa, se você
não sabe como eu sou, o que estou passando e o quanto é difícil ser homem ?”.
Mas Deus enviou seu Filho Jesus em semelhança de carne pecaminosa (Rm 8:3), e
hoje, Jesus sabe exatamente o que estamos passando, pois como um homem nós nos
identificamos com Ele e Ele conosco. Por um lado não temos como nos justificar
diante de Deus, pois Ele se tornou um homem como nós. Ele sabe o que é ser um
homem. Por outro lado, Ele nos compreende, e sabendo o que estamos passando nos
socorre (Hb 2:17-18). Se você chegar perto de um passarinho, ele vai fugir de
você. Mas se você se tornar um passarinho, é bem provável que você até mesmo faça
com que um passarinho venha até você, e ele não te temerá. Assim era o povo de
Israel outrora, tinham medo de Deus. Mas hoje, como um homem Ele é acessível a
nós (Ef 3:12). Hoje é difícil você contatar o presidente da República, mas
Jesus é acessível, a qualquer hora podemos chegar diante do seu trono com
confiança (Hb 4:15-16).
Esse homem estava vestido com vestes talares, isto é, vestes
sacerdotais. Assim, Cristo é um homem que se relaciona conosco, porém com a
função de Sumo Sacerdote. Qual a função do sacerdote ? (Hb 5:1-10; 7:23-27;
9:11-28). Jesus como filho do homem pode compreender o homem e condoer-se por
ele, e como sacerdote está qualificado a interceder por esse homem e ser
mediador entre Deus e o homem (Hb 7:25; 8:6; I Tm 2:5-6; Rm 8:34). O ofício do
sacerdote é levar o homem até Deus, intercedendo por ele e fazendo propiciação
por esse homem através de ofertas (Lv 1:1-9). Todo o contato entre o homem e
Deus é por meio do sacerdote. Hoje Cristo é o sacerdote na igreja. Se você quer
contatar a Deus, tem que ser por intermédio de Cristo (Hb 10:21).
Outra característica desse filho de homem é o cinto de ouro no
peito. No Velho Testamento o cinto do sacerdote ficava nos seus lombos (Ex
18:8-14; Dn 10:5). Mas aqui, no Novo Testamento, Cristo se relaciona com a
igreja usando o cinto de ouro no peito. O peito se refere ao amor. Aquele
discípulo que Jesus amava, se reclinava no seu peito (Jo 21:20). Muitas mães
que amamentam seus filhos por muito tempo, não percebem que depois de certa
idade, a criança não necessita mais daquele alimento, mas persistem em
amamentar por causa do vínculo afetivo que se estabelece entre a mãe e o filho,
vínculo de amor. O cinto em Êxodo 28 é descrito com 12 pedras preciosas
representando as 12 tribos de Israel, o povo de Deus. Hoje o Senhor nos ama e
nos carrega como cinto no seu peito, em amor. Esse sacerdote intercede por nós
e nos carrega no peito em amor – Rm 8:34,35: “… intercede por nós. Quem nos
separará do amor de Cristo ? …” Estamos amarrados no seu peito de amor.
14
e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve; e os seus
olhos como chama de fogo;
Aqui nós temos aquilo que se chama cãs. O cabelo branco
simboliza idade avançada, pessoa idosa, e nossa tendência é pensar numa pessoa
velha. Mas se olharmos atentamente para este versículo, veremos que ele fala da
maturidade e antiguidade (eternidade) do Senhor Jesus, sem velhice. Os cabelos
são brancos como lã branca. A lã é um produto que vem da vida da ovelha, é algo
natural da vida da ovelha. A ovelha não precisa envelhecer para ter a lã
branca. A lã também tipifica um produto terreno se comparado com a neve que vem
do céu. Esta referência como tudo no livro de Apocalipse, tem um significado.
Por um lado tais cabelos brancos tipificam maturidade, por outra lado eram como
alva lã. Os carneirinhos, desde novinhos tem suas lãs branquinhas, entretanto
são novos. Seus cabelos são também brancos como a neve. A neve desce do céu,
tipificando que esta brancura é a pureza que desce do céu. Apesar do Filho ter
se tornado homem há somente 2.000 anos, sua natureza humana já existia no
coração de Deus (I Pd 1:19,20). Antes da fundação do mundo, já era conhecido de
Deus que Jesus se manifestaria em carne, isto é, já era conhecido a sua
humanidade. Portanto sua humanidade é antiga, é eterna, e não tem somente 2.000
anos de existência como alguém poderia pensar. Cabelos brancos como lã branca
indica idade avançada (eternidade) em natureza terrena pura e limpa.
Seus cabelos brancos são também como a neve, que é pura e limpa,
e que vem do céu, denotando sua natureza divina. Jesus Cristo é um perfeito
homem e também é Deus. Ele tem a natureza do homem e também a natureza de Deus.
Eternamente Ele tem essas duas naturezas. O Senhor existe desde a eternidade
passada até a eternidade futura (Jo 8:58; Ex 3:14). O Senhor Jesus é. Ele não
veio a existir, mas Ele simplesmente é. Nossa mente limitada não entende isso.
Em João 8:58 o Senhor Jesus usa o mesmo título que Deus usa em Êxodo 3:14. Isto
ocorre porque Jesus é Deus. Esse homem sacerdote que leva a igreja como cinto
de ouro no peito, em amor, tem uma natureza divina e humana eterna.
A palavra diz que Ele tinha olhos como chama de fogo. Ao se
relacionar com uma pessoa, você olha nos seus olhos. Os olhos expressam a
pessoa. Se uma pessoa ao contata-lo não olha nos seus olhos, provavelmente ela
está querendo se esconder de você, ou com medo que você descubra algo nela, seu
sentimento ou algum fato, etc. O Senhor Jesus ao se relacionar conosco (a
igreja), olha para nós com seus olhos. Ele quer se revelar para nós. Ele quer
que nós o conheçamos. No entanto seus olhos são como chama de fogo.
Efetivamente seus olhos são como chama de fogo, pois consome as trevas e
evidencia aquilo que está encoberto. O fogo na Bíblia é usado como julgamento
divino (I Co 3:13; Hb 6:8; 10:27). Tipificam os olhos o juizo de Deus sobre os
homens. No antigo testamento o Senhor usou a água para estabelecer seu juízo
sobre os homens, mas Ele fez uma promessa a Noé que não usaria mais a água (Gn
9:11), e passou a usar o fogo como instrumento do seu juízo (Gn 19:24; Lv 10).
Ao nos olhar, o Senhor com seus olhos como chama de fogo, Ele nos “queima”. O
Senhor já começou a julgar-nos. Hoje mesmo estamos sendo julgados pelo Senhor
(I Pd 4:17). O juízo de Deus já começou para nós que somos a casa Dele, a sua
igreja. Esse julgamento é para nos purificar e não para nos liquidar. Deus quer
tirar de nós hoje todas as vaidades, impurezas e velharias para que, quando
estivermos nos seu Tribunal, nos ares, possamos ser aprovados (II Co 5:10). Os
olhos do Senhor são os sete olhos do cordeiro (Ap 5:6), que são os sete
espíritos de Deus, que por sua vez são as sete lâmpadas (tochas) que servem
para iluminação. O número sete conforme já narrado, significa algo completo, ou
seja, o juízo de Deus é absoluto. Ao olharmos para Cristo, Ele olha para nós,
Cristo se revela a nós e O vemos. Seu olhar nos ilumina e vemos também a nós
mesmos, e se nos arrependermos somos purificados. Esse olhar de Cristo é por
meio de seu Espírito. Hoje o Espírito trabalha nos convencendo do pecado. Se eu
ofender alguém, quando for contatar a Deus em oração não sentirei paz, pois o
Senhor estará me iluminando e eu verei que não agi adequadamente e pequei
contra aquela pessoa e contra o Senhor. Se eu me arrepender e confessar, então
tudo será julgado aqui e agora mesmo, tudo será queimado e terei um novo
começo, isto será purificado e esquecido por Deus. Se eu não me arrepender isto
ficará pendente, e será julgado no Tribunal de Cristo futuramente(Mt 5:21-26; Mq
7:18,19; I Jo 1:9; II Co 5:10; Hb 9:27).
MIQUÉIAS [7]
18 Quem é Deus semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade, e que
te esqueces da transgressão do resto da tua herança? O Senhor não retém a sua
ira para sempre, porque ele se deleita na benignidade. 19 Tornará a apiedar-se
de nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades. Tu lançarás todos os nossos
pecados nas profundezas do mar.
MATEUS [5]
21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar
será réu de juízo.22 Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar
contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu
diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno.23
Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de
que teu irmão tem alguma coisa contra ti,24 deixa ali diante do altar a tua
oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a
tua oferta.25 Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no
caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda,
e sejas lançado na prisão.26 Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás
dali enquanto não pagares o último ceitil.
I JOÃO [1]
7 mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão
uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.8
Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a
verdade não está em nós.9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
II CORINTIOS [5]
10 Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante
do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo,
segundo o que praticou, o bem ou o mal.
HEBREUS [9]
27 E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo
depois o juízo,
O olhar do Senhor como chama de fogo queima em nós a “palha” e
purifica o “ouro”. Se tivermos um viver de “palha”, não restará nada em nós,
mas se tivermos um viver de ouro (o ouro tipifica a natureza de Deus), esse
ouro ainda será mais purificado (II Co 3:13).
15
e os seus pés, semelhantes a latão reluzente (bronze polido) que fora refinado
numa fornalha; e a sua voz como a voz de muitas águas.
Aqui nós vemos os pés do Senhor. Os pés são a parte do corpo que
contatam a terra, que andam na terra. Pelos pés nós contatamos a terra, o mundo
e nos movemos de um lado para outro. Os pés do Senhor é o contato Dele com esta
terra. O bronze indica julgamento e qualificação para julgar. Em Êxodo 27:1-19
vemos o Altar de bronze onde as ofertas eram queimadas (Lv 1:4). Ao fazer uma
oferta, o sacerdote sacrificava um cordeiro, e o animal era queimado no Altar
de bronze. O Altar de Bronze era o local qualificado para que o julgamento (o
fogo) fosse executado. Em Isaias 53 vemos que o viver do Senhor Jesus aqui na
terra foi como uma fornalha, onde Ele passou por todo tipo de aflição e
sofrimento. A fornalha refina o bronze. Todo esse sofrimento que o Senhor
passou, O refinou, O aperfeiçoou (Hb 2:10; 5:8-9). Hoje o Senhor tem os pés
como bronze polido, isto é, no contato que o Senhor tem com as pessoas e coisas
deste mundo, Ele é totalmente qualificado para julgar tudo e todos(Jo 5:22,27;
At 10:42; 17:31; II Tm 4:1). O andar de Cristo nesta terra é a base do seu julgamento
(I Jo 2:6), assim como o Altar de Bronze era a base onde o fogo consumia a
oferta. Sobre uma base há um julgamento. Baseado numa lei os homens julgam. Nós
seremos julgados baseados no andar do Senhor Jesus. Se andarmos como Ele andou,
nossa natureza será de ouro e no dia do juízo seremos ainda mais purificados.
Se andarmos de outra maneira, seremos como palha, nada sobrará em nós, todavia
seremos salvos como que através do fogo.Também não podemos nos vingar a nós
mesmos. O Senhor é o Juiz, só Ele é a base adequada onde o julgamento é
executado (Rm 12:19).
Há uma relação entre os “olhos como chama de fogo” e os “pés
como bronze polido”. Mas é interessante notar que no relacionamento de Cristo
com a igreja (sacerdote com os candelabros), o fogo está nos olhos e não nos
pés. Isto quer dizer que o Senhor nesta era da graça, está nos julgando pelos
olhos, ou seja, pelo Espírito interior que em nós habita e não pelo Tribunal.
Por isso é melhor ser julgado nesta era pelo Espírito, tendo um viver de arrependimento
diante do Senhor e dos homens, do que ser julgado na manifestação da sua vinda
como pernas como colunas de fogo (Ap 10:1).
A sua voz era como voz de muitas águas. Ap 14:2; Salmo 29:3-11;
Salmo 104:7; Ez 43:2.
A voz do Senhor é solene. Diz
respeito a sua autoridade. Quando ouvimos a sua voz é como um som ensurdecedor.
Ficamos surdos para tudo mais, só ouvimos a sua voz. Se você ficar próximo a
uma catarata onde há muitas águas, o som é muito alto. O Salmo 29 fala que a
voz do Senhor é poderosa, é cheia de majestade (autoridade do rei), quebra os
cedros do Líbano, despede chamas de fogo, etc. Nossa necessidade hoje é ouvir a
voz do Senhor. Devemos também utilizarmos a voz do Senhor para exercermos
autoridade por Ele. Quando ao ouvirmos palavras negativas e faladas pelo
inimigo através de outros, devemos falar com a autoridade do Senhor para que o
inimigo cale a boca. Muitas vezes palavras aparentemente boas podem ter origem
em satanás(Mt 16:23). “…E no seu templo tudo diz:
Glória”, quando ouvimos a voz do Senhor, nós o seu templo, só conseguimos
louva-LO(Sl 29:9).
16
Tinha ele na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de
dois gumes; e o seu rosto era como o sol, quando resplandece na sua força.
A mão está relacionada com a obra, serviço. Com a mão se edifica
(Pv 10:4; Is 64:8; Mc 14:58; Ef 4:28). A direita, é um lugar de honra, de
aprovação. O Senhor Jesus está a direita do Pai (At 7:55). Com relação ao homem
é um lugar de aprovação (Mt 25:33). As sete estrelas são os sete anjos (mensageiros
– Ap 1:20). As cartas são escritas para os anjos que estão na posição de
trabalho, edificando e sendo aprovados por Deus, isto é, na mão direita. Todas
as ovelhas do Senhor estão na sua mão (Jo 10:28). Mas esses mensageiros (anjos)
estão na mão direita, estão cooperando com Deus para edificação da igreja e
sendo aprovados por Deus. Por um lado todos nós cristãos somos estrelas, pois a
descendência de Abraão seria como a areia da praia e as estrelas do céu (Gn
22:17). O povo de Israel é a descendência terrena de Abraão (areia da praia) e
a igreja é a descendência celestial de Abraão, as estrelas do céu(Gl 3:7,29).
Nosso alvo é ser estrela na mão direita do Senhor, isto é, servos que estejam
trabalhando e cooperando com Deus para a edificação do corpo de Cristo e sendo
aprovados por Ele. Estando em tal local, as palavras do Deus Triuno serão
dirigidas a nós, porque as cartas não são dirigidas diretamente para as
igrejas, mas para os anjos que estão na mão direita do Senhor.
Espada de dois gumes:
Espada é uma arma para guerra. Esta espada sai da boca do Senhor. Fica claro se
compararmos com Efésios 6:17 e Hebreus 4:12, que tal espada é a Palavra do
Senhor. Certamente então, deve haver uma guerra. Onde é travada esta guerra?
Esta guerra é contra quem?
Em primeiro lugar esta guerra
não é contra carne e sangue (Ef 6:12). Não é contra seu colega de serviço,
contra seu patrão, contra seu irmão ou seu esposo(a), ou contra aquela pessoa
que te persegue e te causa problemas. Não podemos cair nesta cilada. Veja com
cuidado o que é dito em Ef 6:11-12 :“…
para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não
é contra o sangue e a carne …”
Uma das ciladas do diabo é levar-nos a pensar que temos que
guerrear contra alguma pessoa. Em Tiago 4:1,2 , alguns irmãos caíram nesta
cilada e havia guerras e contendas entre os irmãos. Discussões por causa de
opiniões nada mais é do que uma cilada do diabo. Não caia nessa !!
É preciso esclarecer que “o sangue e a carne” se refere ao ser humano, uma pessoa em geral
(Mt 16:17; I Co 15:50; Gl 1:16; Hb 2:14). Mas em Gálatas 5:17, a palavra
“carne” significa a esfera da nossa alma dirigida pelo pecado (Rm 7:18).
Portanto há uma guerra da
carne contra o Espírito. Esta guerra é travada em nossa alma. Há uma parte da
nossa alma controlada pelo pecado que se chama carne
(Rm 7:18). Há uma parte da nossa alma que deseja fazer as coisas de Deus que se
chama lei da mente (Rm 7:23). Se nós tentarmos lutar contra a carne usando a
lei da mente, que é nossa vontade e força natural, acabaremos por ficar
prisioneiros da lei do pecado, isto é, seremos derrotados pela carne (quem
perde fica preso).
“…. mas vejo nos meus membros outra lei guerreando contra a lei
do meu entendimento(lei da mente), e me levando cativo à lei do pecado, que
está nos meus membros.”Rm 7:23.
Mas se nós nos voltarmos ao Espírito, buscando o Senhor em
oração, invocando o seu Nome, clamando por socorro, esquecendo da nossa
capacidade de lutar ou da nossa força natural, então seremos vitoriosos porque
a lei do Espírito da vida nos livra da lei do pecado e da morte (Rm 8:2). Não
podemos nos esquecer de que a espada que derrota o inimigo sai da boca do
Senhor, e não da nossa. Por isso, sempre temos que buscar o Senhor Jesus.
Há alguns fatores externos que influenciam a carne que são os
principados e potestades, dominadores deste mundo tenebroso e as forças
espirituais do mal. Estes três fatores atuam na carne e assim temos que lutar
contra eles também. Estes três fatores se encontram numa esfera espiritual
(regiões celestes). Nós só podemos enxerga-los se nós estivermos acima desta
esfera espiritual, ou seja, nos lugares celestiais (espirituais) em Cristo
Jesus (Ef 1:20,21; 2:6).
Como usar a espada? A espada é a Palavra de Deus. Esta espada
separa o espírito da alma e podemos permanecer só no espírito. Devemos primeiro
nos achegar confiadamente junto ao trono da graça, a fim de recebermos
misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna e então tomar a
Palavra de Deus com toda oração e súplica, orando em todo o tempo no Espírito,
e para isto vigiando com toda a perseverança e súplica por todos os santos.
Assim há vitória. (Hb 4:16; Ef 6:17,18).
Caso você esteja incomodado
com sua esposa por ela demorar para sair para reunião, você percebe que vai
chegar atrasado. Então alguns argumentos e acusações já começam a permear a sua
mente. Você pensa: “não vou falar nada, mas eu sei que ela está errada, ela deveria
ter se preparado antes, mas eu vou me controlar, não vou discutir antes da
reunião”. Tudo isto é sua lei da mente tentando vencer a carne. Se você
permanecer aí, na alma, será uma presa fácil para o pecado. Então é hora de
chegar diante do Senhor: Senhor me socorre. Supre vida para minha esposa.
Abençoa minha esposa. Obrigado por tal oportunidade de orar. Enche-a com teu
Espírito. Perdoa-me por tentar confiar em mim mesmo. Enche a reunião com tua
presença. Supre as necessidades dos irmãos. Que tua Palavra venha habitar
ricamente em nós hoje – Cl 3:16. Leva o irmão X a pensar nas coisas do alto –
Cl 3:2. Desperta o espírito do irmão Y.
Outras vezes o inimigo vem de
fora, através da alma de outro. O diabo pode vir com palavras de derrota ou com
lisonja: ” O Fulano é muito devagar para fazer esse trabalho, mas você em
pouco tempo faz melhor do que o Fulano”. Então você justifica: “Sabe o que é, o
Fulano está com uns problemas, e eu já estou a mais tempo neste setor…”. Você
aceita a lisonja e a rede está armada nos teus pés – Pv 26:28; 29:5.
Oportunidades de andar no Espírito nós teremos nas 24 horas do
dia, experiências das mais variadas.
Ao contatar o Senhor Jesus na igreja, ouvimos a sua Palavra.
Essa Palavra é espírito e vida que penetra dentro de nós. A Palavra é falada
por Cristo, e é o próprio Cristo. Ao falar a nós, Cristo se transmite para
dentro de nós. Quanto mais ouvirmos o seu falar, mais de Cristo entra em nós,
mais vida teremos. Sua Palavra corta o nosso ser e divide alma e espírito. Sua
Palavra é o meio para discernirmos o que é do espírito e o que é da alma. Pela
Palavra do Senhor tudo é realizado. O início da criação é pela Palavra, o fim
do inimigo é pela Palavra, a edificação do corpo é pela Palavra. Deus tem uma
séria consideração com o falar (Gn 1; Mt 12:36-37; Ef 4:29). Em face disto
devemos falar a Palavra de Deus, com ela aniquilamos o inimigo e somos
edificados.
Ml 4
2 Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da
justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis como bezerros
da estrebaria.
Mt 17
2 e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu
como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.
II Co 4
6 Porque Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem
brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus
na face de Cristo.
Em II Co 4:6 diz … o conhecimento da Glória de Deus na face de
Cristo. A Glória é Deus expressado. Você já olhou para o Sol ao meio-dia (na
sua força)? Quantos segundos você consegue fitá-lo? Nosso rosto pode expressar
alegria, tristeza, serenidade, temor, ansiedade, etc. O rosto de Cristo
expressa Deus.
17
Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra,
dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último,
João, ao ser tocado pela destra (mão direita) do Senhor, foi
assim considerado aprovado por Deus para receber tais palavras e transmití-las
a quem o Senhor indicasse. Que tenhamos também nós tal experiência de ser
tocado pela mão direita do Senhor.
18
e o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo pelos séculos dos séculos; e
tenho as chaves da morte e do hades.
19
escreve, pois, as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas
hão de suceder.
Coisas que tem visto – cap. 1
Coisas que são – cap. 2 e 3
Coisas que hão de suceder – cap. 4 em diante
20
Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete
candeeiros de ouro: as estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete
candeeiros são as sete igrejas.
Candelabro: Ex 25:1-3, 31-40
Se os sete candeeiros (candelabros) são as sete igrejas, há uma
relação entre o candeeiro e a igreja. Em primeiro lugar temos que ver como o
candeeiro foi feito e como ele é.
Em Êxodo é dito que o povo deveria ofertar uma série de
materiais que seriam usados na construção do tabernáculo. Um destes materiais
era o ouro. O candeeiro era feito de ouro puro. Este ouro não foi comprado, mas
ofertado pelo povo de Deus. Ouro na Bíblia tipifica a natureza de Deus. O
artífice, ao ter as ofertas do povo deveria fazer o candelabro. Este candelabro
não era fundido, mas batido. Cada joia de ouro ofertada era batida junto com as
outras até tomarem a forma do candelabro. Uma pessoa ofertava uma pulseira de
ouro, outra ofertava um colar, outra um brinco. O artífice batia estas joias
uma nas outras e assim ía o candelabro tomando forma. As joias perdiam as suas
formas para que a forma do candelabro aparecesse. Não obstante, a natureza de
tais joias permaneciam, a natureza de ouro. A forma do candelabro é a sua
expressão. A igreja tem a natureza de ouro. A igreja tem a natureza de Deus,
pois a igreja saiu de Deus. Quando Eva foi formada, ela não saiu da terra, mas
saiu de Adão. Deus fez Adão dormir e dele formou Eva. Cristo é o último Adão (I
Co 15:45). Cristo foi morto na cruz e desta morte a igreja foi gerada. A igreja
tem a natureza de Deus porque saiu de Deus. Hoje, nós temos que ofertar as
experiências de Cristo que nós temos, junto com os irmãos para que essas
experiências sejam “batidas” juntas até que haja uma única expressão, a
expressão da igreja. Ao nos relacionarmos com os irmãos, somos “batidos”
juntos. Pouco a pouco vamos nos transformando na expressão, na forma da igreja.
Mas é importante que ofertemos o ouro, isto é, a natureza de Deus, e não as
coisas do homem natural. As opiniões do homem natural não serve para a
edificação da candelabro. O candelabro é de ouro puro. Na igreja somente aquilo
que tem a natureza de Deus serve para a edificação. A capacidade humana,
inteligência e sabedoria natural não serve para a expressão da igreja (Tg
3:15).
Outro detalhe do candelabro é a sua forma. Ele possui uma base e
uma haste da qual saem mais seis, três de cada lado. Em cima de suas hastes há
as lâmpadas, uma para cada haste. Na lâmpada (que é um recipiente) é colocado o
óleo que é aceso para iluminar. As lâmpadas como já vimos é um tipo do Espírito
Santo. O Espírito hoje brilha e ilumina o mundo. Mas onde está o Espírito
? Hoje Ele está na igreja. A igreja é a base que o Espírito do Senhor usa
para iluminar. Se você está em dúvida sobre algo, se você precisa de luz, não
adianta procurar um monte alto e se ocutar até encontrar a resposta. A luz está
acesa no candelabro, é na igreja que devemos buscar luz. Ao estudar a Palavra
de Deus, o melhor lugar é junto com os irmãos. Na igreja há muita luz e a
Palavra é revelada.
No candelabro há somente uma base. Esta base é o contato que o
candelabro tem com a terra. O candelabro não ficava suspenso ao ar. Ele tem uma
única base que deveria se apoiar em cada cidade. Aqui em apocalipse há sete
igrejas apoiadas em sete cidades. O candelabro só tem uma base para cada cidade
e só havia um candelabro para cada cidade. A igreja é algo espiritual, mas ela
tem um contato com esta terra. Seu contato é por meio da sua base. E esta base
está apoida em cada cidade. De acordo com a Bíblia, como pode haver mais de uma
igreja em uma cidade ? As divisões não tem fundamento na Bíblia, por isso não
provém do Senhor, consequentemente não têm a natureza de ouro, e assim não
servem para a edificação do candelabro. Devemos ser pela unidade do povo de
Deus. Você quer agradar a Deus ? então viva em união com os irmãos (Salmo
133:1; Jo 17:11). Assim como o candelabro não ficava suspenso ao ar, a igreja
também não está flutuando por aí. Ela tem um contato prático nesta terrra pela
sua única base.
Igreja em Éfeso
Deus Fala -> Apostolo Escreve -> Mensageiro
Lê -> O Espírito Diz -> Igreja Aplica
O Senhor Jesus tem
algo a dizer a igreja. Como ELE agiu aqui? Ele enviou seu anjo que falou com o
apóstolo João. O apóstolo João escreveu e enviou esta carta para o anjo
(mensageiro) da igreja em Éfeso. Este anjo, mensageiro, ao ler, ouviu o que o
Espírito disse a igreja. Após isso, o mensageiro da igreja transmite aos demais
irmãos da igreja. Parece uma engrenagem de rodas denteadas de um relógio
analógico onde todas as rodas denteadas, umas maiores, outras menores estão
interligadas uma às outras fazendo o relógio funcionar de uma forma perfeita.
BooKafe de
Londrina - PR
Este é um principio
importante a ser considerado, já que todas as igrejas receberam o falar do
Senhor Jesus desta forma. Vejamos dois exemplos no antigo Testamento do que
estamos falando.
Em II Reis 22:8-13 O
Rei Josias enviou seu escrivão Safã para pegar dinheiro de coleta nos cofres do
Templo, a fim de pagar os trabalhadores que estavam restaurando o Templo. Safã
procurou o Sumo Sacerdote Hilquias e juntos foram aos cofres do Templo. Mas, ao
pegarem o dinheiro, também encontraram o Livro da Lei que Moisés havia escrito
(a Torah) nos cofres. O conteúdo deste livro é o Pentateuco – cinco primeiros
livros da Bíblia. Eles leram e levaram para o Rei Josias. Quando o Rei Josias
leu, rasgou suas vestes em sinal de arrependimento e humilhação diante de Deus.
Após isso o Rei Josias promoveu restauração espiritual do Reino de Judá. Veja a
sequência:
Deus Fala -> Moisés
Escreve -> Rei Josias Lê -> O Espírito de Deus o ilumina ->
Reino de Judá restaura sua condição.
Agora vejamos em
Daniel 9 outra situação semelhante. O povo de Deus estava cativo em Babilônia.
O profeta Daniel estava lendo o livro de Jeremias e foi iluminado quando ao
tempo e motivo de estarem cativos. Ele se arrependeu dos pecados de seus pais e
dos seus próprios. Algum tempo depois o próprio imperador Ciro foi despertado
em seu espírito (Ed 1:1-3) e liberou o Povo de Deus para voltar para sua terra
e restabelecer seu reino.
Deus fala ->
Jeremias Escreve -> Daniel Lê -> O Espirito de Deus o ilumina -> Ciro
é despertado no seu espírito -> O povo de Israel é libertado.
Em apocalipse, Deus em
seu relacionamento com a igreja usa o mesmo princípio de comunicação. Veja um
exemplo na era da igreja.
Deus Fala ->
apóstolo Paulo Escreve -> M. Lutero Lê -> O Espírito de Deus o ilumina
sobre a salvação pela fé -> A salvação pela fé é restaurada na igreja.
Hoje mesmo isto está
acontecendo. Independentemente de como está a condição da igreja onde você
está, Deus está falando por meio da Palavra Escrita. Um “mensageiro” da igreja,
ao ler, recebe revelação e luz. Este mensageiro então fica encarregado de
passar esta palavra para os demais da igreja a fim de que sejam encorajados ou
exortados dependendo da situação. Quem é o “mensageiro” da sua igreja? Quem é
aquele que tem lido e recebido o falar de Deus? E quem da sua igreja tem sido
despertado em seu espírito seguindo e aplicando esta revelação?
Aquele que conserva na sua mão direita as sete estrelas
Estrelas são um tipo
de descendência de Abraão (Gn 22:17). A descendência terrena de Abraão é como a
areia da praia, a qual é o povo de Israel. A descendência celestial de Abraão
somos nós, a igreja (Gl 3:29).
que deveras te
abençoarei, e grandemente multiplicarei a tua descendência, como as estrelas do
céu e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a
porta dos seus inimigos; Gn 22:17
E, se sois de Cristo,
então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa. Gl
3:29
Aquele que escreve
apresenta o Senhor Jesus ao mensageiro (anjo) por meio de dois de seus
atributos. O Senhor Jesus tem muitos atributos conforme visto no capítulo um.
Mas para a igreja em Éfeso é referido somente dois deles.
Vamos fazer uma analogia: Você mora em uma casa que está com
problemas no seu encanamento. Você pede ajuda. Batem em sua porta e você
pergunta: quem é? Alguém responde lá fora: é o encanador. Ele se identifica
baseado na sua necessidade. Se outro vier e se identificar como eletricista é
porque ele veio arrumar os fios. Se alguém se identificar como sapateiro é
porque ele veio arrumar os sapatos. O Senhor Jesus aqui se identifica como “aquele que conserva na sua mão direita as sete estrelas e que
anda no meio dos sete candeeiros”. O Senhor tem muitos atributos, mas esta igreja necessita de
ênfase numa questão específica. Então, o Senhor se apresenta com os atributos
específicos para a necessidade desta igreja. Portanto esta igreja necessita de
restaurar algo que tenha a ver com as “sete estrelas na
mão direita do senhor” e com o “andar do Senhor no meio dos candeeiros”. O que são as sete estrelas na mão do
Senhor? É o anjo (mensageiro) da igreja (Ap 1:20). Isto quer dizer que a
necessidade desta igreja está com aqueles que transmitem as palavras reveladas
de Deus para a igreja. Podemos dizer então que a necessidade da igreja era
alguns da liderança da igreja.
Havia muitos nesta igreja que se declaravam apóstolos, mas eram
mentirosos (v.2) porém o Senhor como “aquele que
conserva na sua mão direita as sete estrelas” estava auxiliando os irmãos a identificar estes tais,
colocando-os a prova.
Quando algum líder
intentando estar falando por Deus, vier a você com conselhos, planos e
ensinamentos, você precisa pô-lo a prova. Há líderes que orientam cônjuges se
separarem. Isto realmente é o falar de Deus? Ponha a prova seus líderes. Esta
igreja passava por tal necessidade e estava aplicando as provas sobre sua
liderança.
mas ponde tudo à
prova. Retende o que é bom; I Ts 5:21
Portanto não devemos
receber todas as palavras faladas a nós de maneira passiva, mas devemos pô-las
a prova, julgando se tais palavras testificam com a nosso espírito e com a
Bíblia, pois o Senhor anda no nosso meio. E assim retemos aquilo que é bom.
Ao ouvirmos um
compartilhar de um irmão, devemos estar atentos pois o Senhor poderá estar
falando pelo irmão. Desprezar o compartilhar pode ser desprezar o próprio
Senhor. Mas devemos estar no espírito, julgando se o irmão está realmente
falando por Deus ou por si mesmo.
Aquele que anda no meio dos sete candeeiros
Andar no meio dos
candeeiros é estar mesclado com a igreja, em comunhão íntima. A igreja estava
em Cristo e Cristo estava na igreja? Esta parece ser outra necessidade desta
igreja. Em João 15 o Senhor Jesus se apresenta como a videira verdadeira e diz
aos discípulos para permanecer Nele. Veja a sequência dos versículos 7 ao 17 de
João 15.
Permanecer no Senhor
-> pedireis e recebereis -> dareis fruto -> permanecer no AMOR ->
desfrute completo
Permanecer no Senhor é
permanecer no seu amor. É amar uns aos outros. Esse é o primeiro amor. Nesse
ponto eles não estavam adequados diante do Senhor. E o Senhor foi reto e aberto
para o arrependimento.
Tenho, porém, contra
ti que deixaste o teu primeiro amor.
O que é o primeiro
amor? A palavra “primeiro” vem do grego “prôten” que significa primeiro em
questão de tempo e qualidade. Portanto, primeiro amor é o amor inicial que
houve na igreja e também o melhor amor. Hoje, o seu melhor amor é dedicado a
quem?
O Senhor Jesus fez tal
pergunda a Pedro certa ocasião:
Depois de terem
comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão Pedro: Simão, filho de João,
amas-me mais do que estes? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo.
Disse-lhe: Apascenta os meus cordeirinhos. Tornou a perguntar-lhe: Simão, filho
de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe:
Pastoreia as minhas ovelhas. Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João,
amas-me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez:
Amas-me? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te
amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. Jo 21:15-17
O Senhor associa o amor dedicado a Ele com o pastorear e
apascentar suas ovelhas. Muitas vezes nós declaramos em nossas orações que
amamos ao Senhor. Devemos continuar declarando cada vez mais. Quantas coisas o
Senhor tem feito por nós!! Devemos ser carinhosos em nossas orações dizendo ao
Senhor o quanto O amamos. Todavia, lendo este texto acima, ao declararmos que
amamos o Senhor, ecoará nos nossos ouvidos a Sua resposta: “apascenta as minhas ovelhas”.
Amados, se Deus assim
nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a
Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em
nós aperfeiçoado.
Se alguém diz: Eu amo
a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao
qual viu, não pode amar a Deus, a quem não viu. I Jo 4:11-12,20
Amar a Deus é uma
questão de vida e de viver. Apascentar e Cuidar dos irmãos é uma declaração
viva que amamos o Senhor.
Este foi o início da
degradação da igreja em Éfeso. Apesar das obras, do labor e da perseverança,
foi perdido algo crucial, o melhor amor.
Lembra-te, pois, donde
caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente
virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.
O arrependimento é a
mudança de conduta. Portanto é o restabelecimento do primeiro amor. Portanto é
o restabelecimento do permanecer na videira, dando fruto e exercendo a
autoridade em o Nome do Senhor Jesus (MULTIPLICAR e DOMINAR).
Caso não houvesse
arrependimento a conseqüência seria certa, mas o que significa remover o
candeeiro do seu lugar?
Para lembrar, nós
precisamos dar uma parada e fazer uma retrospectiva. Ponderar o que estamos
fazendo agora, isto é, nossas obras atuais e comparar com as ‘primeiras obras’.
As primeiras (prôten) obras são as melhores obras
nas quais está embutido o primeiro amor. Quando você ama alguém, este amor
levará você a fazer algo para agradar esse alguém. Quando nós amamos a Deus,
surgirá obras de amor. São obras para agradar a Deus e não o homem. Aqui o
Senhor quer ser agradado pelas primeiras obras, pois as primeiras obras são
consequência do primeiro amor. Devemos nos arrepender, mudar nossa mente e
nossa atitude. Declaremos ao Senhor que O amamos. Declaremos mais e mais, pois
assim ouviremos seu falar: ‘Apascenta, pastorea’ e seremos encorajados a servir
os irmãos.
Primeiro aspecto do remover o candeeiro
Em Mateus 5:15-16 está
escrito:
Nem se acende a
candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que
estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam
as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Mateus 5:15-16
Mateus 5:15-16
O lugar certo da
candeia é no velador. O lugar errado é debaixo do alqueire onde sua luz não
será percebida. O alqueire é um recipiente para mantimentos secos de
aproximadamente 27 litros. Nele poderiam ser guardados os mantimentos, como se
fosse uma dispensa. O alqueire é para subsistência daquela casa. Uma vez
removido a candeia do lugar certo e colocada debaixo do alqueire, indica que a
subsistência daquela casa está escondendo a luz da candeia. As preocupações com
nossa subsistência, nosso trabalho, nossas contas a pagar (Mt 13:22) tem sido
com muita freqüência causa de nossa candeia não brilhar. Mas, podemos perceber
que esta preocupação com nossa subsistência pode ter surgido devido a perca do
primeiro amor, a falta de permanecer em Cristo dando frutos e exercendo
autoridade em Seu Nome (Jo 15:1-27).
O vencedor é aquele
que se arrepende desta situação, voltando a praticar as primeiras obras.
Reunião de Casa -
Paraíso do Norte
E perseveravam na
doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em
toda a alma havia temor, e muitas maravilhas esinais se faziam pelos apóstolos.
E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades
e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando
unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com
alegria e singeleza de coração,
Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
Atos 2:42-47
Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
Atos 2:42-47
Permanecendo na
videira e amando os irmãos os espinhos serão queimados e nosso coração se
tornará uma boa terra que dá fruto a 100,60,30 por um.
Segundo aspecto do remover o candeeiro
O lugar do Candeeiro é no Santo Lugar dentro do Tabernáculo.
Mover o candeeiro do seu lugar é remove-lo e coloca-lo na Babilônia (II Cr
36:18). A babilônia é um local de engano, idolatria e de cativeiro para o povo
de Deus. Muitos cristãos podem cair na Babilônia atual que é a Grande Babilônia (Ap 18). É dito: retirai-vos dela, povo meu, para não serdes
cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos (Ap 18:4).
Esta Grande Babilônia é também a Mãe das Meretrizes (Ap 17:5). Ela está adornada de púrpura, de
escarlate, ouro, pedras preciosas e pérolas. Ela tem aparência de realeza, de
redenção, de Deus, do Espírito e de Cristo. Mas são somente adornos externos.
Não há realidade. O candeeiro do Antigo Testamento foi parar na Babilônia
porque o povo judeu não obedeceu a Palavra de Deus. Se a igreja em Éfeso não se
arrepender, esse será o seu destino, isto é, uma igreja de nome mas sem a
realidade. Na igreja em Pérgamo estava o trono de satanás (Ap 2:13) e na igreja
em Laodicéia Cristo estava do lado de fora batendo para entrar (Ap 3:20).
Ao vencedor será dado comer da Árvore da Vida que se encontra no
paraíso de Deus. A Árvore da Vida produz doze frutos, um por mês (Ap 22:2).
Hoje, desfrutar do fruto da Árvore da Vida é o que diz em Jo 15:5,16 …quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto…e vos designei que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça. O vencedor do futuro já é vencedor hoje. Isto é, se no futuro
o vencedor vai desfrutar do fruto da Árvore da Vida é porque hoje este vencedor
já desfruta destes frutos. Estes frutos é a vida de Deus crescendo dentro da
igreja como qualidade de vida e quantidade de irmãos.
Os Aspectos Positivos
|
Obras = (Fé) Tg
2:18,26
Labor = (Amor)
Perseverança =
(Esperança)
Estes três itens expressam o pleno viver de um cristão normal. A
fé sem obras é morta, portanto as obras desta igreja era resultado de sua fé.
Não obstante esta igreja ter sido repreendida no que tange ao seu primeiro
amor, havia nela labor, que é resultado do amor de Deus. Havia cuidado e
empenho de uns para com outros. Tanto que eles não suportavam homens maus e
testavam seus líderes. Suportaram provas por causa do Nome do Senhor. Isto
também indica que invocavam o Nome do Senhor (At 9:14). Havia também encorajamento
para que todos exercitassem seu dom e fossem ativos na igreja, pois, odiar as
obras dos nicolaítas é rejeitar a posição de cleros e leigos. Isto é, líderes
que dominam (nicos) sobre os demais (laicos) que tendem à passividade. Você
verá adiante que na igreja em Pérgamo eles não cuidaram deste aspecto e ainda
fizeram com que as “obras” dos nicolaítas se tornasse a “doutrina”
dos nicolaítas, isto é, acolheram como ensinamento normal para igreja algo que
Deus odiava.
Esta igreja tem obras.
As obras são consequências de uma fé normal. As obras não são para que ganhemos
a salvação.
Porque pela graça sois
salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para
que ninguém se glorie. Ef 2:8-9
No entanto, após
sermos salvos, vamos recebendo a palavra do Senhor mais e mais. Esta palavra
gera fé em nós, e progressivamente as obras vão aparecer.
Que proveito há, meus
irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode
salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento
cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e
não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso?
Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu
tens fé, e eu tenho obras; mostra-me a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a
minha fé pelas minhas obras. Tg 2:14-18
O Senhor conhece as
obras da igreja, ninguém mais precisa conhecer. A igreja não necessita e não
deve fazer alarde. Nossa mão esquerda não deve saber o que faz a direita (Mt
6:3).
O Senhor conhece
também o labor desta igreja. O trabalho desta igreja é laborioso, não é feito
de qualquer maneira, mas com muita dedicação. O Senhor está atento a isto.
Perseverança é outra qualidade descrita desta igreja. Na vida
cristã, a perseverança tem fundamental necessidade, pois estamos “nadando contra a correnteza do mundo” e temos que perseverar ou
então o mundo nos carrega segundo o seu curso.
Pela vossa
perseverança ganhareis as vossas almas. Lc 21:19
A igreja em Éfeso “não
suportava os maus”. Este termo não se refere somente a pessoas más, porém
também a coisas más. Certamente doutrinas, que logo cedo alguns tentaram
introduzir no meio dos irmãos. Contudo a igreja se mostra prudente não
aceitando estas doutrinas e pessoas.
Vem logo em seguida
outro caráter desta igreja: o discernimento. Este discernimento é para poder
julgar aquilo que procede ou não de Deus. Alguns que queriam a posição de
apóstolo foram submetidos a prova. Hoje devemos tomar tal experiência para
nossa vida. Devemos provar se os ensinamentos que ouvimos procedem ou não de
Deus. Se alguém profere uma palavra, muitas vezes uma pequena frase na reunião,
nós devemos julgar qual é a fonte de tal falar. Tal julgamento não pode se
basear em nossos conceitos, mas sim na vida e na Palavra de Deus.
Amados, não creiais a
todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos
profetas têm saído pelo mundo. I Jo 4:1
Porque a palavra de
Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e
penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta
diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a
quem havemos de prestar contas. Hb 4:12-13
Hoje a religião tem
infiltrado no meio dos irmãos muitas doutrinas, práticas e conceitos. E tantas
vezes são recebidos com passividade, sem o menor questionamento diante da
Palavra de Deus por parte dos irmãos, se tais coisas tem realmente sua origem
em Deus. Assim, devemos ter discernimento de tudo o que ouvimos, julgando e
provando se a fonte de tais palavras é o Senhor, ou se são palavras mentirosas
oriundas de mentes sem sobriedade ou de espíritos imundos disfarçados (I Tm
4:1)
Tens, porém, isto, que
aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço.
Aqui em Éfeso há as
obras dos nicolaítas, há somente obras. Mas na igreja em Pérgamo há a doutrina
dos nicolaítas. Algo existia no entanto era somente atos isolados que
gradativamente chegou na situação de ser um ensinamento, uma doutrina.
O que é ‘nicolaítas’?
Não há na Bíblia
qualquer referência a uma pessoa de nome Nicolau, que tenha introduzido alguma
prática específica que pudesse lhe ser atribuida. Também não há na história da
igreja menção, que tenha existido tal pessoa. Portanto só nos resta ver o
sentido, o significado de tal palavra. Essa palavra vem do grego e é constituida
de dois radicais:
“Nikao” = “conquistar” ou “sobre
outros”
“Laos” = “povo comum” ou “povo
secular”
Portanto o sentido dessa palavra seria “conquistando o povo
comum” ou “subindo sobre o laicado(leigos)”. Aqui em Éfeso já havia alguns que
estavam praticando o sistema de clérigo e leigos. Esta prática não era aceita
pela igreja no geral, por isso era um ponto a favor da igreja. Este sistema
hoje é bem visível, mas seu início é sutil. O sistema de cleros/leigos leva
alguns a funcionarem e outros a serem ouvintes passivos sem função no corpo de
Cristo.“Toda a vez que a igreja chega ao
ponto de somente poucas pessoas cuidarem das coisas espirituais, tal igreja já
caiu” (W. Nee – A Ortodoxia da Igreja).
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que
vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.
Hoje o Espírito está falando à igreja. Onde está o falar do
Espírito? Se olharmos cuidadosamente em como esta carta foi produzida,
poderemos ganhar luz nesta questão. Primeiramente o Senhor Jesus se revela ao
apóstolo João. O apóstolo ganha uma visão de Cristo e também da igreja. Cristo
é o homem sacerdote que cuida da igreja que é o candelabro. Então o Senhor dá a
incumbência ao apóstolo de escrever cartas para as igrejas, porém as cartas são
remetidas não diretamente às igrejas, mas sim aos mensageiros das igrejas
(anjos). Estes mensageiros se encarregam de passar a mensagem (conteúdo da
carta) para os demais irmãos da igreja. O Senhor fala ao apóstolo. O apóstolo escreve
e envia ao anjo da igreja. O anjo da igreja tem a responsabilidade de levar as
palavras a toda a igreja. A responsabilidade da igreja é ter ouvidos e ouvir as
palavras que o Espírito diz. Hoje o Espírito não fala de um trovão, Ele fala
pela boca dos irmãos. No entanto devemos ter maturidade para não darmos ouvidos
a palavras de ‘religião’ vindas do homem ou
desprezarmos as palavras do Senhor.
Mas, como está
escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o
coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Porque Deus
no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas,
mesmos as profundezas de Deus. Pois, qual dos homens entende as coisas do
homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus,
ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o
espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de
compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus; as quais
também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com
palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com
espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus,
porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por
ninguém é discernido. I Co 2:9-15
Igreja de Esmirna
Ao anjo da igreja em
Esmirna escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu:
Novamente a carta é dirigida ao anjo (mensageiro) da igreja e
não diretamente a igreja. A palavra esmirna vem de “mirra” (grego) que era uma
especiaria aromática utilizada, entre outras coisas, para embalsamar os mortos,
portanto está relacionada com a morte. Mirra significa “sofrimento”
simbolizando o sofrimento do Senhor Jesus. Para que a mirra exalasse seu
perfume era necessário que fosse esmagada e triturada. Este nome não é dado ao acaso
para esta igreja porque a igreja em Esmirna se refere ao periodo da história em
que houve maior sofrimento e perseguição para com os cristãos. Compreende este
periodo entre a metade do século segundo até a metade do século quarto
(aproximadamente ano 150 até 330 d.C.).
Aqui o Senhor se apresenta de maneira a servir de consolo e
encorajamento para a igreja sofredora. O Senhor é o primeiro e o último. Mesmo
que a perseguição seja forte, o Senhor não será abalado. A perseguição e o
sofrimento passarão e o Senhor continuará, bem como sua igreja também.
Hoje, se estamos passando por sofrimento e tribulação, o Senhor
Jesus nos diz: “Eu sou o primeiro e o último, tudo vai passar, mas eu ainda
estarei aqui, persevere em mim, não olhe para as coisas passageiras”. Investir
nosso tempo, nossas coisas, nossa pessoa no Senhor Jesus é o melhor
investimento, pois todas as outras coisas passarão, inclusive o sofrimento.
O Senhor ainda consola a igreja dizendo que esteve morto e
reviveu. Muitos destes cristãos de Esmirna morreriam como mártires. O Senhor os
consola dizendo que morreu e reviveu e esta promessa também era para eles.
A morte é uma certeza que muitos não querem pensar. Mas as
palavras do Senhor nos dá uma certeza ainda maior, que é a ressurreição.
Devemos nos voltar portanto às palavras do Senhor e não às circunstâncias que
nos cercam. O inimigo pode nos falar: “com esta doença eu te matarei”. No
entanto o Senhor Jesus diz: “Eu fui morto mas revivi, portanto esteja em mim”.
Conheço a tua tribulação
e a tua pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não
o são, porém são sinagoga de Satanás.
O Senhor conhece a nossa tribulação e está atento a ela. Muitas
vezes, os momentos difíceis nos dão a impressão de que Deus se esqueceu de nós.
Mas Ele está atento.
Com respeito a história da igreja, Esmirna simboliza um periodo
em que a igreja sofreu a perseguição dos romanos. Muitos foram os mártires. Um
exemplo foi um bispo de Esmirna chamado Policarpo que foi queimado vivo aos
mais de 80 anos de idade. Tantos outros não negaram a sua fé frente as ameaças
constantes do império romano. As vezes famílias inteiras eram torturadas e
depois mortas por não se dobrarem aos ídolos do mundo. Ao recordarmos tais
fatos históricos devemos estar claros de que, não obstante haja perseguições
isoladas hoje em dia como recentemente pelo comunismo, haverá um periodo
chamado de grande tribulação onde tudo o que tem o nome de Deus será tenazmente
perseguido pelo anticristo.
O Senhor conhece também a pobreza desta igreja. Mas esta pobreza
é externa, pois interiormente estes cristãos são ricos. Hoje muitas doutrinas
tentam distrair os homens, e uma delas é a doutrina da prosperidade. Esta
doutrina diz que o cristão deve ter uma situação próspera na vida material. Certamente
o Senhor nos promete que Ele suprirá todas as nossas necessidades básicas, isto
é uma promessa do Senhor (Mt 6:25-32). Mas o homem, com sua mente mundana,
adotou na sua religião a doutrina da prosperidade. Você tem que ter um bom
carro, uma boa casa, uma boa vida material para que seja expresso que você é
abençoado por Deus. Tal doutrina é um engano e traz opressão para a vida de
muitos irmãos e distração para outros. Nós devemos ser ricos sim em nosso
espírito. Nossa vida interior deve ser cheia do desfrute das riquezas
insondáveis de Cristo:
A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de
anunciar aos gentios as riquezas inescrutáveis de Cristo, Ef 3:8
para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos
vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória, os quais somos
nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os
gentios?Rm 9:23-14
como, em muita prova de tribulação, a abundância do seu gozo e
sua profunda pobreza abundaram em riquezas da sua generosidade. II Co 8:2
sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais
qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua
herança nos santos, Ef 1:18
Lendo estes versículos acima, podemos perceber que a verdadeira
prosperidade é a riqueza que está no interior dos irmãos. Nós, hoje devemos ser
como “garimpeiros espirituais”, cavando nos irmãos as riquezas que há no seu
interior. Este último versículo citado acima revela tal fato. Nossos olhos
espirituais devem ser iluminados, devemos ganhar luz nisto. Deus tem uma
herança milionária (riquezas da glória), e esta herança está dentro dos irmãos.
Nós somos herdeiros das promessas de Deus, mas Deus também tem uma herança a
receber e esta herança está dentro dos irmãos. Vamos desfrutar de tal herança
já.
Em relação a doutrina da prosperidade cabe aqui colocar alguns
pontos baseados na Bíblia. As riquezas materiais, na Palavra de Deus, servem
como obstáculo e distração para se ganhar o próprio Deus.
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um
e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir
a Deus e às riquezas. Mt 6:24
Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão
dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Mc 10:23
E o que foi semeado entre os espinhos, este é o que ouve a
palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a
palavra, e ela fica infrutífera. Mt 13:22
Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e
em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na
ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e
nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas
dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a
piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. I Tm 6:9-11
Há muitos irmãos ricos exteriormente, os quais não colocam seu
coração nas suas riquezas. E há irmãos pobres materialmente que, apesar de não
ter o dinheiro nas mãos, só pensam em tê-lo, cobiçando em seu coração. A
questão é: onde está o nosso coração e o que é tesouro para nós?
Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu
coração. Mt 6:21
A igreja em Esmirna era pobre materialmente, mas muito rica
interiormente, a tal ponto de até hoje nós sermos encorajados com as histórias
de perseverança por parte daqueles irmãos.
Outro ponto é a “blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o
são, porém são sinagoga de Satanás.” O que é ser judeu?
Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a
que o é exteriormente na carne. Mas é judeu aquele que o é interiormente, e
circuncisão é a do coração, no espírito, e não na letra; cujo louvor não provém
dos homens, mas de Deus. Rm 2:28-29
Hoje para ser judeu verdadeiro é necessário que nosso coração
seja do Senhor. Quando nosso coração se converte ao Senhor Jesus, aí nós nos
tornamos judeus.
mas o entendimento lhes ficou endurecido. Pois até o dia de hoje,
à leitura do velho pacto, permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em
Cristo é ele abolido; sim, até o dia de hoje, sempre que Moisés é lido, um véu
está posto sobre o coração deles. Contudo, convertendo-se um deles ao Senhor,
é-lhe tirado o véu. II Co 3:14-16
(disse Jesus): Pois se crêsseis em Moisés, creríeis em mim;
porque de mim ele escreveu. Mas, se não credes nos escritos, como crereis nas
minhas palavras? Jo 5:46-47
O véu atrapalha uma perfeita visualização. O véu sobre o coração
atrapalha uma perfeita visualização da Palavra de Deus. O que impede que alguém
veja algo nitidamente na Bíblia? O véu.
Aqui em II Coríntios, Paulo fala que aqueles judeus tinham um
véu sobre os seus corações. Eles tinham sua religião com suas práticas, doutrinas
e rituais, mas eram incrédulos. O fato de não crerem na Palavra levou-os a
ficarem com um véu em seus olhos espirituais. Assim não viam nada na Palavra de
Deus. Após os seus corações se converterem ao Senhor o véu é removido e a
Palavra de Deus pode ser revelada.
Nesta igreja em Esmirna há alguns que dizem ser judeus. Isto é,
eles tem práticas, rituais, doutrinas e tradições. Mas não são judeus de
coração. Portanto há nos seus corações um véu (incredulidade) não obstante
terem um viver exterior religioso.
Tais judeus são chamados de sinagoga de satanás. Sinagoga é a
casa, o templo onde os judeus se reuniam para ler e compartilhar as escrituras.
Então sinagoga é um local limitado por paredes onde dentro há judeus. Sinagoga
de satanás é um local onde há judeus, mas estes judeus não são verdadeiros
judeus nos seus corações, pois há incredulidade porque o deus deste século
cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus (II Co 4:4). O deus
deste século colocou um véu em seus corações. Quando há incredulidade, satanás
está por trás usando a incredulidade como um véu para que a verdade da Palavra
não seja vista. E estes judeus já não estão isolados, mas organizados numa sinagoga.
Tais judeus pensam que adoram a Deus, mas aqui nesta carta é dito que eles
blasfemam. Isto é algo muito sério. Algo que parece adoração a Deus na verdade
ser blasfêmia. Toda religiosidade com incredulidade é uma blasfêmia. E tal
blasfêmia é contra aqueles que verdadeiramente adoram a Deus. Hoje há muitas
“religiões cristãs” que perderam uma visão clara do propósito de Deus, e de
tanto se envolverem em suas tradições acabam por adquirirem um véu em seus
olhos espirituais, não vendo as realidades da Palavra de Deus e muitas vezes
perseguindo e desprezando os que buscam viver as verdades da Palavra.
As organizações religiosas tem sido um atrazo para o
desenvolvimento da vida interior dos irmãos. Ela estabelece normas, regras
exteriores, rituais e práticas que distrai o cristão. As tradições se tornam
importantes e a Palavra de Deus fica em segundo plano, servindo apenas para
justificação de suas doutrinas. Isto se torna um véu para muitos irmãos que
perdem até a orientação espiritual se desviando do propósito de Deus que é ter
uma igreja amadurecida para a volta de Cristo.
Não temas o que hás de
padecer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que
sejais provados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e
dar-te-ei a coroa da vida.
Aqui o Senhor revela a igreja que ela vai padecer, isto é, vai
sofrer e passar por provas e tribulação. Isto realmente aconteceu e ficou
marcado na história da humanidade através, até mesmo, de relatos de incrédulos
servos dos imperadores romanos, que descreviam com detalhes todas as
atrocidades cometidas contra os cristãos. Muitos cristãos não temeram nem a
morte, nem as torturas.
Satanás significa “inimigo”, e diabo significa “acusador”. Aqui
o inimigo de Deus se porta como o acusador dos irmãos. Cabe dizer aqui que
muitas acusações em nossa mente também são oriundas do diabo. Devemos ter
clareza disso, pois ele nos acusa de dia e de noite.
E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se
chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e
os seus anjos foram precipitados com ele. Então, ouvi uma grande voz no céu,
que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso Deus, e a
autoridade do seu Cristo; porque já foi lançado fora o acusador de nossos
irmãos, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite. Ap 12:9-10
Esta igreja de Esmirna foi perseguida pela força política da sua
época e blasfemada pela religião. Hoje devemos ser encorajados com esta igreja.
Se a religião organizada nos despreza e calunia ou se a situação política nos
persegue e nos oprime, não devemos temer, mas ser fiéis até a morte. Certamente
a recompensa será preciosa, a coroa da vida.
Quem tem ouvidos, ouça o
que o Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dado da
segunda morte.
Quem tem ouvidos? certamente todos nós temos ouvidos. Mas este
ouvido é espiritual, pois somente o espírito discerne o falar do Espírito de
Deus. Assim se o Espírito está falando ao seu espírito esteja atento em
ouví-LO. Devemos nos arrepender ouvindo as palavras desta carta. Devemos sair
da religião externa, tirar todo o véu de incredulidade, e buscar as riquezas
insondáveis de Cristo. Devemos também nos arrepender de dar ouvidos às
acusações do diabo, porém levar nossos ouvidos a ouvirem o falar do Espírito.
Igreja de Pergamo
A palavra “pérgamo” significa
“casamento” ou “torre alta”. Seu nome tem relação com sua situação espiritual.
No contexto histórico, esta igreja tem inicio no período em que o imperador
Constantino simpatizou com os cristãos, dando liberdade a suas práticas, até mesmo
favorecendo de forma que ele mesmo teria se convertido ao cristianismo, tendo
sido batizado no final de sua vida. Esta situação veio por promover a entrada,
no circulo dos cristãos, de muitos incrédulos, que por segundas intenções,
seriam beneficiados materialmente ou pelo status. Estes trouxeram consigo seus
próprios deuses pagãos, que foram acomodados dentro do cristianismo, bem como
suas datas festivas, crendices e práticas. Portanto, houve um “casamento” da
igreja com o mundo, do cristianismo com o paganismo. Se fizermos uma associação
com a parábola do grão de mostarda (Mt 13:31-32), uma
hortaliça se transforma numa grande árvore onde as aves dos céus vem
aninhar-se. Este é um crescimento anômalo criando um ambiente para o maligno
(aves –Mt 13:4,19). Da
mesma forma, é dito à igreja em Pérgamo que ela habita onde está o trono de
satanás – Ap 2:13.
O Senhor se apresenta a esta
igreja como “aquele que tem uma espada afiada de dois gumes”. A necessidade
desta igreja é se relacionar com Cristo como aquele que tem uma espada afiada.
O que é a espada? A espada é a Palavra de Deus como ARMA para lidar com o
inimigo (Ef 6:17) e com a
vida da alma (Hb 4:12). A Palavra
de Deus como pão – maná (Jo
6:32-35,63) serve para suprimento dos irmãos. E será assim que os
vencedores desta igreja a desfrutarão (Ap 2:17) após
vencerem esta degradação.
Como eles estão no lugar que
satanás (adversário) habita, eles necessitam desfrutar de Cristo como a
Palavra-Espada. Lembre-se de Josué (Js 1:8), um
guerreiro que estava saindo para uma campanha de 5 anos de guerra contra os
cananeus. A Promessa para ser bem sucedido estava em ele ler, meditar e
praticar a Palavra de Deus. Para Deus… vencer a batalha é utilizar a Sua
Palavra.
Está escrito… Mt 4:4,7,10
A Palavra de Deus gera ->
Fé -> A Boca fala: Senhor Jesus -> Salvação ocorre (Rm 10:8-9)
A Igreja em Pérgamo conservava
o Nome do Senhor, não negava a fé. Eles ainda invocavam o Nome do Senhor e não
se desviaram dos princípios que regem o cristianismo. A Fé é o conteúdo do Novo
Testamento. As pessoas podem ter fé em quantidades diferentes, uns mais, outros
menos e isto vem pela Palavra de Deus. Mas aqui o termo “a Fé” tem o
sentido de ser a somatória de todos os itens cruciais do Novo Testamento. Clic aqui e veja um exemplo.
Os pontos negativos da
igreja em Pérgamo
Doutrina (ensinamento) de Balaão e dos nicolaítas
Quando não cristãos são
introduzidos na igreja, o adversário de Deus os usa para introduzir
ensinamentos diferentes da Palavra de Deus a fim de que eles se afastem do Deus
vivo. Se para ser bem sucedido na sua batalha, Josué deveria ler, meditar e
praticar a Palavra de Deus, o contrário também é verdadeiro, isto é, para ser
derrotado basta se desviar da Palavra de Deus e não dar ouvidos a ela (Lv 26:14-15). Foi isso que Balaão fez com Israel em Nm 25:1-3; Nm 31:16. Todo
ensinamento que entra na igreja e que não tem base na Palavra de Deus ou que
distraia a atenção da Palavra de Deus e não siga os princípios da Palavra de
Deus é uma doutrina de Balaão. A doutrina de Balaão não é um ensinamento
aparentemente ruim. Por exemplo, havia judeus que conheciam plenamente as
escrituras e buscavam nelas a vida eterna, mas Jesus lhes disse que, apesar de
buscarem as escrituras não queriam ir ao Senhor para terem vida (Jo 5:39-40). Noutra
ocasião Jesus disse para que acautelassem da doutrina dos fariseus isto é,
escritura sem Cristo (Mt
16:6,12). Em II Corintios 3:6 também
é dito que a letra mata, mas o espírito dá vida. Se tomarmos as escrituras sem
Cristo como o Espírito, caímos em degradação e morte espiritual.
Como tomar a Palavra de Deus? Efésios 6:17-18 responde:
com toda oração e súplica. Podemos chamar isso de orar-ler a Bíblia. Isto é, ao
ler a Bíblia, você lê orando a Deus esta palavra, perguntando ao Senhor as tuas
dúvidas, ou louvando ao Senhor por seus benefícios, agradecendo por cada verso
compreendido e por suas promessas, reconhecendo e confessando tuas fraquezas e
erros dando graças pelo perdão, etc. Ler a Bíblia é contatar Deus ouvindo seu
falar. Isto se refere não somente a Palavra de Deus escrita, mas também a
palavra que você ouve por boca de outrem. Após ler e meditar, é crucial
permanecer atento para aplicá-la, isto é, praticar a Palavra.
Praticando
Por exemplo: Agora é importante aplicar esta palavra. Como?
Pense! Há em você algum ensinamento recebido de outros que não corresponde à
verdade na Palavra de Deus? Você trouxe para as reuniões suas opiniões e seus
conceitos? Você ainda confia nos seus conceitos mais do que na Palavra de Deus?
Isto é doutrina de Balaão.
Você valoriza muito um irmão em detrimento de outro? Você só
gosta de ouvir o irmão fulano de tal por achar que só ele fala por Deus? Isto
faz parte da doutrina dos nicolaítas.
Se você cair nesta degradação
e não se arrepender, o Senhor virá por meio de Sua Palavra como espada e
pelejará contra você (Ap
2:16). A Palavra pode se apresentar como pão para teu suprimento (Jo 6:32-35,63), como
água pura para nos lavar (Ef
5:26), como espada para nos tirar da vida da alma (Hb 4:12) e também
como arma para repreender o inimigo de Deus (Ef 6:17). Se não
houver arrependimento, você será exposto pela Palavra de Deus. Deus mostrará
como é teu coração. Tal exposição poderá ser em secreto (você e Deus) ou diante
de todos. Moisés foi exposto que era leproso em oculto, só ele e Deus (Ex 4:6). Mas, sua irmã Miriã foi exposta diante de todo o povo (Nm 12:10). Os
pensamentos e os propósitos do teu coração virão à tona (Hb 4:12-13). A
exposição será algo íntimo ou diante de todos dependendo da sua dureza
(Princípio de Deus ao lidar com pecado = Mt 18:15-17).
O Maná Escondido
Ao vencedor o Senhor dará o
“maná escondido”. O maná caía todos os dias pela manhã no deserto (exceto aos
sábados – Ex 16:4-5,22-27) eles o recolhiam e eram supridos por
este pão do céu. Todos nós podemos e devemos ser suprido pelo alimento diário
que Deus nos dá pela sua Palavra. Porém, dentro da arca da aliança, no Santo
dos Santos, dentro do Tabernáculo havia uma urna contendo uma porção de maná (Hb 9:4). Este maná,
milagrosamente não se estragava. Raríssimas pessoas (só duas) tinham acesso ao
Santo dos Santos – Moisés e Arão o sumo sacerdote. Portanto, este maná
escondido, como um suprimento restrito, secreto, misterioso, será exclusivo ao
vencedor de tais degradações.
Por que alguns irmãos vêem algumas verdades na Bíblia que outros
não vêem? Por que alguns irmãos ganham revelação na Palavra que são mistérios
para outros?
Deus dá essa Palavra de
revelação a alguns, como o maná escondido, porque tal pessoa vive no espírito
(santo dos santos) e vence as degradações da doutrina de Balaão e dos
nicolaítas. Já no presente estes vencedores desfrutarão do maná escondido, que
será uma amostra, um antegozo, se comparada quando o Senhor voltar (Jo 14:21; Jo 16:13;I Co 2:6-16).
Seja você também um dos que
provam o maná escondido. Não menospreze a correção que vem do Senhor… Deus nos
disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes de sua santidade
– Hb 12:5,10.
Uma Pedrinha Branca
O vencedor também receberá uma
pedrinha branca com um novo nome. Na Bíblia você verá que pedra tem um
significado. Ela serve para edificação. Jesus foi “A Pedra” que os construtores
rejeitaram (I Pd 2:4-8; Mt 21:42). Nós
também somos “pedras que vivem” sendo edificados casa espiritual. Os que
rejeitam e desobedecem a Palavra de Deus (doutrina de Balaão) são os que
tropeçam na pedra (I Pd 2:8). Mas
os que a aceitam, se tornam raça eleita, nação santa, povo de propriedade
exclusiva de Deus.
A pedra é branca porque é pura, sem mistura de doutrinas
estranhas. O vencedor edifica com a pura Palavra de Deus.
Mas o branco também é a
composição de todas as cores juntas. Você passa uma luz branca por um prisma e
esta luz será refratada em todas as cores. Em Ap 21:19 você verá que os fundamentos da
muralha da Nova Jerusalém é adornado com 12 tipos de pedras preciosas. Os
Fundamentos tinham o nome dos 12 apóstolos. Cada apóstolo tinha um ministério
com ênfase diferente. Cada cor diferente, significa um ministério de edificação
com ênfase num aspecto. Por exemplo: Jaspe é um verde escuro (vida madura)
esmeralda é um verde mais claro (vida jóvem) a safira é azul (visão celestial)
já o sardônio é vermelho (ênfase no sangue de Cristo), etc. Assim, cada
apóstolo edificou o corpo de Cristo com seu ministério peculiar. Mas o vencedor
aqui na igreja em Pérgamo tem uma pedra branca, pois todos os ministérios estão
presentes (o branco é a soma de todas as cores). Realmente este vencedor
penetrou na intimidade dos Santos dos Santos, da presença do Senhor, e conheceu
todos seus ministérios. Podemos dizer que ele recebeu 10 talentos (Mt 25:20).
Nela tem um novo nome. O nome tem a ver com personalidade da pessoa.
Um novo nome é dado por Deus aos seus servos baseado na transformação que Deus
opera nele. Por exemplo: Abrão -> Abraão; Sarai -> Sara; Jacó ->
Israel; Cefas -> Pedro; Saulo -> Paulo.
Deus usa este vencedor para a
edificação do corpo de Cristo (pedra) por meio da pura palavra de Deus (branca)
e por meio da transformação da sua própria vida, fazendo o que é natural (seu
nome original – sua personalidade) se tornar espiritual (um novo nome – o
operar de Deus na sua vida). Exemplo: Alguém mentiroso é transformado em
sincero (Ef 4:25). Alguém que
outrora roubava, passa a suprir as necessidades da igreja (Ml 3:8-10; Ef 4:28). Alguém
perseguia a igreja, passa a sofrer perseguição por ela (At 9:1,2,16). É
cego, passa a ter visão celestial (At 9:8-9; At 26:18-19), etc.
Portanto, mesmo que a condição da sua igreja esteja como a de
Pérgamo, com satanás querendo mandar (trono), você, por meio do arrependimento
de seus conceitos e doutrinas, ao voltar para Palavra de Deus você poderá
vencer tal condição e ajudar a outros.
Igreja em tiatira
O Mensageiro da igreja em
Tiatira recebe uma carta (Palavra escrita) do Apóstolo. Uma das características
do apóstolo é escrever. O Novo Testamento da Bíblia são escrituras dos
apóstolos. Um irmão responsável pela igreja, chamado de mensageiro (anjo) da
igreja lê esta carta escrita e recebe revelação do Espírito de Deus (quem tem
ouvidos ouça o que O Espírito diz as igrejas). O Espírito fala por meio da
palavra escrita. Por isso devemos valorizar os livros. O capítulo 10 inteiro de
Apocalipse fala sobre a Palavra Escrita – Livros. No capítulo 10 de Apocalipse
o apóstolo “come” um livrinho. Este é doce na sua boca, mas amargo no seu
estômago (Ap 10:10). Quando
lemos uma palavra edificante, nossa boca compartilha-a com doçura e ela é
agradável ao nosso paladar. Temos a impressão que já é nossa a experiência.
Mas, para absorve-la, é necessário digeri-la, rumina-la e aplica-la em nosso
viver. Isto ocorre por meio de negar a vida da alma. Por isso no estômago, no
local de absorção, ela é amarga. Não se iluda ao ler sobre alguma verdade ou
descobrir alguma verdade. Isto não significa que você já tem esta verdade. Mas
após praticá-la seu “estômago” ficará amargo. Isto será uma evidência de que
você está começando a ter esta verdade como realidade em sua vida. Por exemplo:
ao casar você pode ler muitos livros a respeito do relacionamento conjugal e da
criação de filhos. Você poderá ter a impressão que é um expert em questão de
matrimônio e vida familiar. Você estará sentindo o “doce” sabor do conhecimento
na sua boca. Porém, depois de passar alguns anos ao lado do seu cônjuge e
depois de seus filhos virem a existir, as experiências serão mais reais, mais
duras, com mais percas do que se imaginava, contudo, não deixando por isso de
serem experiências saborosas e nutritivas. Onde há amor, existe labor,
cuidados. Ninguém fica passivo diante de um necessitado que se ama. Se o filho
está com fome, você não ficará passivo diante dele, mas, se necessário ficará
sem dormir para alimentá-lo. Há ações e palavras, há serviço e perseverança.
Quanto mais tempo você permanecer ao lado de seu cônjuge e filhos, mais ações
haverá. Isto é normal. A igreja em Tiatira possuía algo positivo: amor, obras,
fé, serviço, perseverança, e, as obras iam aumentando. Isto significa que esta
igreja tinha realidade das verdades. Não tinha uma fé morta, pois havia obras,
e estas aumentavam. Isto é normal e saudável. Eles liam, comiam a Palavra e
absorviam seu conteúdo. Tal conteúdo se transformava em obras, em realidade.
Pés como Bronze Polido =
ANDAR + Olhos como
chama de fogo = LUZ
Olhos como chama de fogo
O Senhor se apresenta como
aquele que tem olhos como chama de fogo. Os olhos do cordeiro são sete (Ap 5:6). Os olhos do
cordeiro são os “sete Espíritos de Deus”. Os “sete espíritos de Deus” é um
termo figurativo que indica o Espírito na sua plenitude, iluminando e queimando
todas as impurezas. Este iluminar é expresso no versículo 23 onde o Senhor diz
que as igrejas conhecerão que o Senhor é que sonda mentes e corações e dá
segundo as obras de cada um. Lembre-se do candelabro com suas sete lâmpadas
acesas. Esta é a necessidade desta igreja. Se um médico cardiologista vem até
você, seu objetivo é tratar do teu coração. Se um médico dermatologista vem até
você, ele irá tratar da tua pele. Ao vir o Senhor como o que tem os olhos como
chama de fogo, seu objetivo será tratar com as trevas desta igreja, iluminando
tudo o que é impuro e queimando por meio do fogo (I Pd 4:12). Os olhos necessitam de luz para ver. Os olhos tem íntima
relação com a luz. O fogo ilumina, queima e deixa visível aos olhos aquilo que
as trevas e a escuridão esconde. Conclui-se disto que muitos nesta igreja estão
em trevas, apesar das muitas obras.
Luz
do mundo e Luz da Vida Em João 8:12 há a
Luz do mundo que ilumina os pecados de todos. Todos os envolvidos na questão da
mulher adultera foram iluminados. Todos os iluminados por esta Luz do mundo
ficam expostos e conscientes de seus pecados. Mas aqueles que seguem o Senhor
ainda desfrutam de outra Luz, a Luz da Vida (Jo 8:12). Estes não
andarão nas trevas. Nesta igreja há pessoas em trevas, como aqueles que foram
iluminados e saíram um a um da presença do Senhor, deixando-o só com a mulher
adultera. Há tembém vencedores com muitas obras. Estão são os que permanecem na
presença do Senhor e desfrutam da Luz da Vida. O Senhor espera o arrependimento
de Jezabel e dos que a seguem. Jezabel é a meretriz de Apocalipse 17. Ela é a
mãe das meretrizes. Da mesma forma, a mulher adúltera de João 8, recebeu
oportunidade de arrependimento e aproveitou esta oportunidade. Nós também
devemos aproveitar todas as oportunidades, nos achegando junto ao Senhor Jesus
(trono da graça) Hb 4:16. Todos os
demais que acusavam a mulher adultera, não permaneceram na presença do Senhor
apesar de ficarem conscientes de seus pecados, e saíram um a um. O Senhor está
dando tempo para cada um de nós nos arrependermos de nossos pecados e nossas
degradações, idolatrias, etc.
Pés como Bronze Polido
Os pés contatam o chão (o
mundo) e por meio deles andamos neste mundo. Nosso andar neste mundo é figurado
pelos pés. Como você deve andar? Com pés como bronze polido. O Bronze tem a ver
com julgamento. O altar de holocausto no Antigo Testamento era de bronze. Este
altar tinha como objetivo queimar toda a oferta, até tornar-se cinzas (Ex 38:1-2; Lv 1:9). O ofertante deveria morrer, mas sua oferta era seu
substituto. A morte é a sentença do seu julgamento. Portanto, o altar de bronze
figura o julgamento da oferta. O bronze polido é o bronze que foi refinado e
lustrado. Em resumo, pés como bronze polido é um andar de alguém nesta terra
que foi julgado e provado. O ideal é que nos julguemos ou avaliemos a nós
mesmos (I Co 11:30-33) para
nos arrependermos, ou então seremos julgados pelo Senhor para não sermos
condenados com o mundo. Aqui neste texto é dito que o Senhor pode nos julgar
por fraqueza, doença ou morte precoce. Em Apocalipse 2:22 o
Senhor julga esta igreja e a prostra de cama (simbolizando a doença), e no
verso 23 os filhos desta igreja são mortos, não como os mártires (I Pd 4:13-14), mas por causa de um viver ruim (I Pd 4:15). Se andarmos na luz, como Deus está na luz, mantemos comunhão
uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho, nos purifica de todo pecado (I Jo 1:7). Por que somos purificados ao andarmos na luz? Porque na luz
vemos nossos pecados e confessamos ao Senhor. Uma vez confessados, Deus é fiel
e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (I Jo 1:9; Pv 28:13). Pense
bem! Andar na luz é manter comunhão com os irmãos. Quanto mais comunhão, mais
luz.
Andar
como ele andou A
expressão “Pés como Bronze Polido” se refere aos pés do Senhor Jesus (Ap 1:15). Portanto
se refere ao andar do Senhor Jesus nesta terra. Ao andar nesta terra o Senhor
Jesus disse: “se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz
e siga-me”. É como se dissesse “quem quer andar após mim…”. Por isso João nos
diz que aquele que diz que permanece em Cristo, deve andar como Ele andou (I Jo 2:6).
Andar
em amor Ele
andou em amor. Ao nos amar, o Senhor Jesus negou-se a si mesmo e se entregou a
si mesmo, como um pai se doa pelo seu filho. Esse encargo nos é deixado em Efésios 5:1-2. Imitar Deus é entregar o que te é mais
precioso pelos irmãos. Sabe o que te é mais precioso? É o teu “eu”.
Andar
no espírito Ef 4:1; Gl 5:16,25 Literalmente, existe algumas formas de
“andar”. Peripateo é o termo grego para um andar aleatório, como um passeio,
uma caminhada (Gl 5:16). Stoikeo é
outro termo para andar, mas significa andar em marcha (como um soldado) com um
destino e alvo especificado (Gl 5:25). Em nossos “passeios” diários devemos
faze-lo no espírito, invocando o Senhor Jesus. Mas, se nós vivemos no espírito,
também devemos ter um andar com metas e propósito. Devemos “marchar” como bom
soldados para cumprir as ordens do nosso General (II Tm 2:4). Isto é, nosso viver nesta terra não deve ser passivo deixando
ser levados pelas circunstâncias e pelo curso do mundo. Devemos colocar nossas
metas diante do Senhor e confrontá-las com as metas do Senhor. Devemos orar
pelas metas do Senhor e sermos ativos em participar do cumprimento de Suas
metas. Ele quer estabelecer Seu reino nesta terra (Mt 6:10). Devemos
como soldados andar, marchando, em obediência a Ele, para concretizar Sua meta
(Mt 24:14; Mt 28:18-20).
Dentro da igreja pode haver pessoas que andam como os gentios.
A Mulher Jezabel
Nesta igreja há a figura
simbólica de uma mulher – Jezabel – personagem do Antigo Testamento. Esta
mulher foi uma rainha do Reino de Israel, esposa do rei Acabe. Este rei foi um
mau rei. Fez o que desagradava o Senhor andando em idolatria. Jezabel não era
do povo de Israel, mas era de um povo onde havia muita idolatria (sidônios). Ao
casar com Acabe, ela trouxe todos seus ídolos, bem como seus sacerdotes
particulares para dentro de Israel. Ainda mais, perseguia e matava os
verdadeiros profetas do Senhor. Acabe, apesar de rei, mostra-se passivo diante
de sua rainha. Em outras palavras, ela é que mandava. Assim o povo de Israel
mergulhou no profundo da idolatria por se submeter ao governo de tal mulher (I Rs 16:29 em
diante). Idolatria é a substituição de Deus por qualquer outra coisa. Por
exemplo: você não pode servir a dois senhores, não pode servir a Deus e às
riquezas (Mt 6:24). Servir às
riquezas é avareza e avareza é idolatria (Cl 3:5). Esta mulher Jezabel corresponde a meretriz de
Apocalipse. Compare a semelhança do seu fim em II Reis 9:35-37 com o
fim da meretriz de Apocalipse 17:16. Mais a frente falaremos
sobre isso.
A figura feminina como
autoridade indica inversão da autoridade. Seria dizer que alguns líderes da
igreja estavam se comportando como o rei Acabe, passivos diante dos mandos e
desmandos de Jezabel. O fato de ser ela de outro povo indica que o governo na
igreja estava sob as mãos de incrédulos. E, que, os ensinamentos idólatras
estavam presentes na vida cotidiana da igreja. A parábola correspondente a esta
igreja está em Mateus 13:33. Nela também há uma figura feminina que
colocou fermento que foi escondido em três medidas de farinha. O fermento se
refere a ensinamentos ou doutrinas (Mt 16:6,12; I Co 5:6-8; Gl 5:9). Estes
ensinamentos foram escondidos. Portanto, não estão evidentes como idolatria,
mas estão ocultos por detrás da farinha (palavra de Cristo). Portanto, estes
líderes incrédulos introduzem ensinamentos ocultos dentro da igreja que em
verdade são cultos a demônios. São as coisas profundas de satanás (Ap 2:24). Devido a
sua persistência no erro, o Senhor levantará situações para seu julgamento. É
dito que o Senhor a prostra de cama, dará tribulação e matará seus filhos.
Podemos dizer que lhe sobrevirá o julgamento do Senhor nesta terra. O
julgamento do Senhor tem um fim proveitoso: não deixar que seus filhos sejam
condenados com o mundo (I Co 11:30-32). Por muitos anos a igreja esteve
envolvida com a política das nações, sendo ela mesma, a igreja, influência para
muitos povos. A Idade Média, também conhecida como Era das Trevas, tem forte
ligação com o governo da igreja. Nesta época os líderes da igreja enriqueceram
materialmente, politicamente e mantiveram o povo de forma geral longe do
conhecimento. A Santa Inquisição, órgão de repressão da igreja, cometeu grandes
atrocidades. A lição que deve ficar para nós é que o adversário de Deus penetra
sorrateiramente dentro da igreja e seu alvo é tomar o controle. Ele quer chegar
até a liderança e mudar o governo da igreja a fim de que não mais Deus receba o
louvor e a adoração e seja obedecido. Porém, ele quer infiltrar-se a ponto de
ele mesmo receber o louvor (camufladamente) e ser o comandante da igreja. Paulo
alerta em Filipenses 3:2,18 a respeito dos falsos líderes e
obreiros. Pedro também alerta a respeito dos falsos profetas em II Pd 2:1-3. Todavia, nesta igreja há aqueles demais
que não se envolveram com as coisas profundas de satanás. A estes o Senhor dá a
mesma palavra que deu a igreja de Filadélfia: “…tão somente conservai o que
tendes” (Ap 2:25). Eles já
são vencedores devido aos aspectos positivos que foi visto inicialmente no verso 19.
As coisas profundas de satanás
são as “ciladas” de Efésios 6:11. As ciladas são armadilhas. Armadilhas
contém uma isca e um laço. Um pescador faz uma cilada pro peixe. A minhoca é a
isca e o anzol é o laço. O pescador engana o peixe. Satanás engana as pessoas
por meio de algo atrativo, com aparência boa e até mesmo religiosa, mas no fim
há uma prisão, um laço (Pv
16:25; I Tm 4:1). Cair
na cilada de satanás é atribuir coisas aos homens (sangue e carne – Ef 6:12) que em
verdade são provocadas por demônios na esfera espiritual.
Ao Vencedor
O vencedor receberá autoridade sobre as nações. Isto quer dizer
que, o que os não vencedores (Jezabel e seus cúmplices) tanto almejaram será o
prêmio dos vencedores. Receberá a Estrela da manhã. Esta é a estrela que ainda
brilha no céu mesmo depois de já amanhecer o dia. Ela atravessa a escuridão da
noite e ainda está lá ao raiar do dia. Passa pelas trevas, mas permanece na
luz.
Esta igreja receberá autoridade sobre as nações. Quem são ‘as
nações’? Daniel 7 mostra que as nações são os povos que não são de Deus. Isto
é, são os gentios.
O início das nações está em Gênesis 11 quando, em Babel, houve a
dispersão dos povos e a existência dos diversos dialetos. Daniel 2 mostra o
destino das nações como governo humano e o estabelecimento do governo eterno de
Deus.
Por detrás dos governantes das nações está satanás – Lc 4:5-6.
Assim, todas as nações estão debaixo de um sistema organizado por satanás.
Em Mateus 25 o Senhor mostra também o destino das nações. Ele
divide as nações em duas categorias de pessoas. Aqueles que cuidaram de seus pequeninos
irmãos e aqueles que não deram atenção as seus irmãos (os cristãos). Aqui, as
ovelhas são pessoas das nações (incrédulos, já que não identificavam os
cristãos com Cristo) que sobreviverão a todas as catástrofes da grande
tribulação, e por terem ajudados os cristãos durante a perseguição sofrida pelo
anticristo, receberão uma oportunidade de entrarem no milênio a fim de serem
governados agora pelos vencedores das igrejas. Essa promessa é feita aos
vencedores da igreja em Tiatira.
Em Daniel 7 há animais figurando os impérios das nações. O
quarto animal, será diferente dos demais e será por fim destruído. Os demais
animais que restarem, serão deixados para entrarem no reino, mas sem
autoridade, isto é, serão governados pelos santos do Altíssimo (Filho do Homem)
v.11-12.
Igreja em Sardes
Esta igreja historicamente corresponde ao início da restauração
da igreja – A Reforma. Por volta de 1490, Martinho Lutero inicia seu contato
com a Palavra de Deus e por meio do livro de Romanos recebe revelação que a salvação
é pela fé e não por meio de indulgências (compra da salvação) como tinha sido
estabelecido pela igreja naquele momento. Isto quase custou sua vida. No
entanto, este ponto da Fé cristã foi restaurado. Depois de Lutero, muitos
outros estudiosos, sacerdotes, pregadores foram surgindo e trazendo luz sobre
vários aspectos da Palavra de Deus e da Vida Cristã.
O Senhor se apresenta a esta igreja como aquele que tem os sete
espíritos de Deus e que tem as sete estrelas. Os sete espíritos, como vimos na
carta a Tiatira refere-se a Luz plenamente acesa iluminando as trevas. Aqui
esta luz é mais exterior. O Senhor como aquele que tem olhos como chama de fogo
vê e queima os aspectos interiores e negativos da igreja. Como os sete
Espíritos, o Senhor revela sua palavra que, por muitos anos ficou escondida.
Este período histórico coincide com a invenção da imprensa por Gutemberg, fato
que favorece a divulgação da Bíblia, outrora restrita aos líderes da igreja.
As sete estrelas indicam que os líderes estão em evidência neste
momento. Grandes homens de Deus surgiram neste período, verdadeiros mensageiros
(anjos) de Deus. Cada um deles trouxe luz em algum aspecto do cristianismo.
Houve grandes reavivamentos em todas as partes da terra.
Nesta fase da igreja, sua necessidade é luz. Para trazer esta
luz, Deus utilizou de muitos de seus servos (as estrelas – anjos das igrejas)
que ao lerem as porções da palavra de Deus, ganharam revelação e
transmitiram-nas para a igreja.
Porém, tais revelações não foram completas, íntegras. Cada
servo, ao receber sua porção de luz, limitava-se a observá-la, não progredindo,
mas se dividindo uns dos outros dando origem a muitos grupos, cada qual com
ênfase naquela porção que haviam recebido. Uns enfatizaram o batismo nas águas,
outros enfatizaram porções da Bíblia como doutrina, outros manifestações
pentecostais, outros com ênfase no serviço missionário. Chegou a tal ponto que,
hoje, qualquer cidadão que queira constituir um grupo cristão, tem a maior
liberdade para registrá-lo, pondo o nome que bem lhe agrade e praticando um
serviço a Deus conforme seus conceitos particulares. Por fim a igreja se
mostrou cheia de facções, divisões que confundem a mente de muitos.
Por isso é dito que essa igreja tem nome de que vive, mas está
morta. E o Senhor não tem achado íntegra (Gr. Completa) as suas obras. Não
houve restauração plena na igreja, mas cada qual se satisfez com sua porção de
restauração, rotulou seu nome com seu aspecto de restauração e não progrediu.
Em Mateus 13, esta igreja corresponde a parábola do tesouro escondido num
campo que certo homem achou, vendeu o que tinha e comprou o campo. Muitos
servos de Deus deram suas vidas pela revelação da Palavra de Deus que
obtiveram, porém estas revelações foram escondidas num campo.
No entanto, temos neste estudo o objetivo de aproveitarmos a
palavra para aplicação em nosso viver atual, não nos preocupando tanto com o
aspecto histórico. Assim, se considerarmos que hoje estamos na igreja em
Sardes, o que podemos aproveitar desta palavra?
No verso 1 quando diz: conheço
as tuas obras, que tem nome de que vives e estás morto, percebemos um viver de
aparência. Este viver sem realidade pode ser entendito pelo livro de Efésios capitulo dois. Logo no início é dito que
estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Estar morto não é inexistência.
Estar morto é perder o contato. Morte física é ausência de contato físico,
morte psicológica é ausência de contato psíquico (ex.: alguém em coma). Morte
espiritual é ausência de contato com Deus (Is 59:2). Portanto estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Esta
morte tinha como causa o andarmos segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe
da potestade do ar (que é satanás). Isto é, estávamos sob influência de alguém
que nos separava de Deus. Veja o esquema.
Ter nome de que vive e está morto então quer dizer que tem uma
aparência de espiritual, mas está sendo influenciado pelo inimigo de Deus. E
isto parecia estar acontecendo na igreja em Éfeso pois o apóstolo Paulo pediu
que eles não se comportassem (andassem) como os gentios na vaidade dos seus
pensamentos e alheios a vida de Deus. Estar alheio à vida é estar morto. Uma
pessoa alheia à vida de Deus se apresenta com muitas características descritas
de Ef 4:17 a Ef 5:13. São comportamentos negativos, uns mais grosseiros, outros
mais sutis. Porém, a origem de todos é o inimigo de Deus.
Por isso que é dito em Ap 3:4
que algumas pessoas desta igreja não contaminaram suas vestiduras, pois esse
termo se refera ao comportamento justo ou injusto de alguém. Vestiduras brancas
(de linho fino) são os atos (comportamentos) de justiça dos cristãos (Ap 19:8).
Quando alguém se sentia humilhado, abatido, arrependido, ele se vestia de pano
de saco –> veja alguns exemplos aqui. Adão
quando pecou se vestiu de folhas de figueira que tipifica a justiça humana, mas
Deus derramou sangue e o vestiu com pele de um animal (sangue derramado de
Cristo sendo a nossa justiça e a base de um novo comportamento).
O versículo 3 diz: Lembra-te, pois, do que tens recebido e
ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um
ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.
Eles tem recebido o Espírito e tem ouvido a Palavra de Deus
revelada, mas são orientados a guardar. Guardar é praticar em seu viver,
aplicar a palavra ouvida, ter comportamento compatível com a palavra. Assim
supõe-se que apesar de ouvirem a Palavra de Deus, não estão colocando em
prática. Isto leva o Senhor a dizer que precisam se arrepender, ter uma guinada
em seu comportamento. Arrependimento não é um sentimento apenas, mas uma
necessidade de mudar seu comportamento.
Alguns na igreja em Sardes não haviam contaminado suas
vestiduras. Estes mantinham um comportamento adequado.
O vencedor portanto será
vestido de vestiduras brancas no reino do Senhor. Ele terá um comportamento
exemplar no reino sendo padrão para todas as nações. Este vencedor pode falar,
inclusive já no presente momento, como Paulo falou em Filipenses 3:17.
O vencedor também não terá seu nome apagado do livro da vida,
isto é, terá seu nome confessado diante de Deus Pai e dos anjos. A realidade
destas palavras está em confessar o nome do Senhor hoje:
Portanto, confessar o Senhor Jesus diante dos homens é invocar
seu Nome. E quem praticar isto terá seu nome confessado diante de Deus e dos
anjos no porvir. Essa igreja necessita se arrepender e confessar (invocar) mais
o nome do Senhor Jesus. Isto fará daqueles que assim proceder um vencedor.
Igreja em Filadelfia
Resumo:
1. Ela é vencedora
2. Vencedora sobre todos os pontos abordados nas outras 6 igrejas.
3. Ela não é institucionalizada. Tem pouca força porque não tem força da instituição.
4. Como é uma igreja de vencedores, ela é a mescla, a comunhão, dos irmãos vencedores das demais.
Assim, mesmo que os irmãos inevitavelmente façam parte de alguma instituição, estes vencedores começarão a ter comunhão entre si. Essa comunhão se fortalecerá unicamente pelo Senhor Jesus como laço entre eles, mas será uma porta aberta pelo Senhor que ninguém pode fechar. Será uma comunhão informal. Não haverá templo ou local de reunião específico. Sua comunhão será focada no Senhor Jesus, no Seu Nome, na Sua Palavra. Não haverá vinculo religioso. Alguns serão católicos, outros protestantes das mais diversas denominações, outros não terão denominação, e apesar de estarem congregando em seus grupos, os vencedores manterão contato entre si, suprindo-se uns aos outros e ganhando força para levarem alimento para seus respectivos grupos a fim de ajudar outros a vencer. Você não conseguirá identificar uma das assim chamadas “igreja” de vencedores. Os vencedores poderão estar em alguma instituição, mas volta e meia estarão juntos informalmente. As vezes comendo juntos, as vezes estudando a Palavra juntos, as vezes visitando alguém juntos, uns visitando a outros nos seus respectivos grupos. Outras vezes reunindo para orar ou batalhar espiritualmente. Não estarão discutindo opiniões doutrinarias, pois eles já alcançaram crescimento suficiente para saber que isso não leva a lugar nenhum. Estão claros que o reino de Deus é alegria, paz e justiça no espírito (Rm 14:17).
Porém, nos últimos dias, por causa da perseguição interna do grupo e externa do mundo, será inevitável abandonarem suas instituições, como está escrito em Ap 18:4 – … Sai dela povo meu.
2. Vencedora sobre todos os pontos abordados nas outras 6 igrejas.
3. Ela não é institucionalizada. Tem pouca força porque não tem força da instituição.
4. Como é uma igreja de vencedores, ela é a mescla, a comunhão, dos irmãos vencedores das demais.
Assim, mesmo que os irmãos inevitavelmente façam parte de alguma instituição, estes vencedores começarão a ter comunhão entre si. Essa comunhão se fortalecerá unicamente pelo Senhor Jesus como laço entre eles, mas será uma porta aberta pelo Senhor que ninguém pode fechar. Será uma comunhão informal. Não haverá templo ou local de reunião específico. Sua comunhão será focada no Senhor Jesus, no Seu Nome, na Sua Palavra. Não haverá vinculo religioso. Alguns serão católicos, outros protestantes das mais diversas denominações, outros não terão denominação, e apesar de estarem congregando em seus grupos, os vencedores manterão contato entre si, suprindo-se uns aos outros e ganhando força para levarem alimento para seus respectivos grupos a fim de ajudar outros a vencer. Você não conseguirá identificar uma das assim chamadas “igreja” de vencedores. Os vencedores poderão estar em alguma instituição, mas volta e meia estarão juntos informalmente. As vezes comendo juntos, as vezes estudando a Palavra juntos, as vezes visitando alguém juntos, uns visitando a outros nos seus respectivos grupos. Outras vezes reunindo para orar ou batalhar espiritualmente. Não estarão discutindo opiniões doutrinarias, pois eles já alcançaram crescimento suficiente para saber que isso não leva a lugar nenhum. Estão claros que o reino de Deus é alegria, paz e justiça no espírito (Rm 14:17).
Porém, nos últimos dias, por causa da perseguição interna do grupo e externa do mundo, será inevitável abandonarem suas instituições, como está escrito em Ap 18:4 – … Sai dela povo meu.
O Trono de Deus cap.4
O Tabernáculo de Deus é, nos lugares celestiais o
lugar de habitação de Deus, mais especificamente o Santo dos Santos.
Portanto o Trono de Deus é figuradamente representado pelo Santo dos Santos.
Assim também os seres que rodeam o Trono de Deus mais intimamente é
representado pela composição do Tabernáculo (madeiras de acácia revestidas de
ouro, quatro colunas, arca e propiciatório).
Cada figura ilustrativa citada
na Bíblia tem uma referência na realidade. Nicodemos, ao procurar Jesus (Jo 3:12) não
compreendeu essa forma de Jesus explicar as coisas espirituais. Isto, sem
contar que ele era experiente em idade e no conhecimento das escrituras. Jesus
lhe afirmou que se ele não entendia as coisas terrenas como exemplos para
entender as coisas espirituais, como entenderia se Jesus falasse diretamente
assuntos espirituais sem nenhuma comparação com coisas concretas. Por isso
precisamos de coisas concretas e visíveis para entender as espirituais e
invisíveis.
No capítulo quatro de Apocalipse João vê coisas espirituais que
lhe são apresentadas em figuras. Assim, cada figura citada em Apocalipse 4 e 5
tem uma correspondência espiritual e em nossa realidade. E, também tem uma
correspondência com outras figuras.
Vamos utilizar aqui duas figuras e uma realidade para entender o
capítulo 4 e 5. São elas:
1ª figura = Tabernáculo
2ª figura = Jardim do Éden
Realidade = Igreja
No capítulo quatro e cinco
João viu o Tabernáculo celeste. Moisés, quando subiu ao monte (o monte
simboliza que também teve uma visão celestial) teve uma visão celestial do
Tabernáculo e Deus lhe disse para fazer um Tabernáculo material na terra conforme
o modelo visto no monte (Hb
8:5).
Se João viu o Tabernáculo
celeste como Moisés também viu, deduzimos que as duas visões, a de João e a de
Moisés contém os mesmos itens. Falando simplificadamente o Tabernáculo é o
lugar de habitação de Deus. Assim, João foi ao céu, local onde Deus habita e
tem sua administração, isto é, foi ao verdadeiro Tabernáculo (Hb 9:11).
O Trono
João viu um Trono. Neste local
João viu um trono e alguém sentado. O trono é o local central de onde parte
todos os comandos de Deus e onde está a presença de Deus. No Tabernáculo, este
item corresponde a Arca da Aliança com o Propiciatório no lugar chamado Santos
dos Santos (veja figura aqui).
Moisés recebia todas as orientações de Deus neste lugar. Neste local Moisés
mantinha comunhão com Deus. Moisés entrava num Tabernáculo feito por mãos
humanas, mas João entrou no verdadeiro Tabernáculo, não feito por mãos humanas
(Hb 9:11).
Alguém está sentado no trono.
Esse alguém tem aspecto de pedra de jaspe. A pedra de Jaspe é verde escuro
transparente. Simboliza a vida em sua maturidade. O centro da administração de
Deus, seu governo, seu trono é por meio da Sua Vida. Na Arca da Aliança havia a
vara de Arão que floresceu (gerou vida) (Hb 9:3-5). Este item
se refere à autoridade de Deus em vida (veja esta história em Números 17). No Jardim do Éden corresponde a Árvore
da Vida. Muitos tentam governar a igreja pelo simples fato de terem feito um
curso ou seminário, mas se não tiverem crescimento de vida (maturidade) poderão
criar mais problemas do que ajudar. Outros acreditam que pelo simples fato de
serem mais antigos na igreja são aptos para liderar. Outros ainda, pelo fato de
terem sido líderes outrora, não percebem que a vida é dinâmica. Num momento
você pode estar à frente e noutro ter que se submeter ao crescimento de vida de
outro.
Jaspe =>1ª figura => Tabernáculo => Vara de Arão
Jaspe =>2ª figura => Jardim do Éden => Folhas da Árvore
da Vida
Jaspe =>Realidade => Igreja => Vida de Deus
Ele também é semelhante no
aspecto a sardônio que é uma pedra com tonalidade vermelha. Isto simboliza o
sangue para redenção. No Centro da administração de Deus há vida e redenção. No
tabernáculo, corresponde ao sangue dos animais sacrificados que eram colocados
no propiciatório. No Jardim do Éden corresponde às uvas da Árvore da Vida. Em João 15:1 o
Senhor mostra que a Árvore da Vida é uma videira. Por meio das uvas se faz o
vinho que simboliza o sangue de Jesus Cristo (Mt 26:26-30).
Estar debaixo do governo de Deus e na presença de Deus é ter uma
condição resolvida no que se refere a pecados e a uma boa consciência.
Sardônio =>1ª figura = Tabernáculo => Sangue no
propiciatório
Sardônio =>2ª figura => Jardim do Éden => Uvas (vinho)
Sardônio =>Realidade => Igreja => Redenção de Cristo
Ao redor do trono há um
arco-íris semelhante à esmeralda. O arco-íris é um sinal da aliança que Deus
fez com Noé (Gn 9:9-15). Deus fez
uma aliança eterna conosco. Uma Nova Aliança. Esmeralda tem uma tonalidade
verde claro, como uma planta nova. Uma planta mais crescida é verde escuro:
Jaspe. Uma planta nova é verde claro: esmeralda – uma Nova Aliança (Lc 22:20).
Uma Aliança é uma garantia. Isto traz paz e convicção. A Aliança
te deixa seguro e firme.
Vinte e Quatro Anciãos
Ao redor do Trono há 24 tronos. Trono representa autoridade para
governar. Deus delega sua autoridade a outros seres. Isto é a hierarquia da
administração de Deus. Aqui, anciãos ou presbíteros (no original grego)
significam anjos mais maduros ou mais antigos. Eles expressam somente a Deus.
Eles tem autoridade sobre outros anjos e também expressam a autoridade de Deus
no universo. Por isso tem coroas, e as coroas são de ouro em natureza, pois
Deus os utiliza para governar. Eles também cercam o Trono de Deus. Os demais
anjos, para receberem o comando de Deus devem recebê-lo por intermédio dos 24
anciãos.
24 anciãos =>1ª figura => Tabernáculo => 24 tábuas do
Santo dos Santos
24 anciãos =>Realidade => Igreja => autoridade de
Cristo e a Igreja
Relâmpagos Vozes e Trovões
Do trono saem relâmpagos vozes
e trovões que representam o comando de Deus por meio de visões (relâmpagos) e
palavras de revelação (vozes e trovões) Ap 1:10 e 10:3-4. Estas revelações são transmitidas para o homem por meio dos
anjos de Deus. Quando você lê as visões de Zacarias, por exemplo, você percebe
que são como relâmpagos (flash). Parece que uma visão não tem nada a ver com a
outra. No capítulo um de Zacarias ele tem um flash de cavalos, daqui a pouco
tem um flash de ferreiro, que são chifres e assim por diante.
Sete candelabros
Em Ap 4:5 vê-se outro item que há no céu e que
tem uma representação no Tabernáculo. Os sete candelabros (tochas) representam
a luz de Deus, o falar de Deus que ilumina o homem. Tal falar é por meio do
Espírito de Deus que usa a igreja. Os “sete Espíritos de Deus” é uma figura do
Espírito sete vezes intensificado. Isto é, O Espírito se expressando de uma
maneira plena por meio da igreja.
Mar de Vidro
Este é outro item do
Tabernáculo. A pia de bronze que representa o lavar de água pela Palavra (Ef 5:26). Na pia de
bronze o sacerdote se lavava antes de entrar no Santo Lugar/Santo dos Santos.
Todas suas “sujeiras” ficam na pia de bronze (mar de vidro).
Os quatro seres viventes
Os quatro seres viventes são
vistos no Tabernáculo como as quatro colunas que estão entre o Santo Lugar e o
Santo dos Santos. É por meio deles que tem que se passar para chegar ao Santo
dos Santos. Porém eles sustentam o véu que faz separação entre o Santo Lugar e
o Santo dos Santos. Isto significa que o caminho está fechado para a entrada no
Santos dos Santos, ficando evidente quando estes quatro seres viventes
pronunciam, em Ap 4:8 : “santo,
santo, santo” (separado, separado, separado). As quatro colunas formam 3
passagens. As Três passagens estão fechadas, portanto o Senhor Deus está
separado, separado, separado.
Quando o Senhor Jesus morreu
na cruz o véu foi rasgado de alto a baixo significando que a entrada ao Santo
dos Santos foi aberta (Mt
27:51; Hb 10:20). Portanto
esta visão inicial que João teve do Tabernáculo celestial era compatível com o
Antigo Testamento. Veja figura aqui.
Mas em Ap 4:9 é dito “QUANDO estes seres viventes…”.
Aqui a palavra “QUANDO” indica num determinado momento, indica um evento num
determinado tempo. Após este evento, algumas coisas vão mudar no Tabernáculo
celestial. Que evento é esse? QUANDO este evento acontecerá? Quais mudanças
ocorrerão? A resposta está nocapítulo 5 de
Apocalipse. Quando o “Cordeiro como tendo sido morto” entrar no Santo dos
Santos verdadeiro, celestial, ocorrerá mudanças administrativas de Deus. Os 24
ançiãos depositarão suas coroas (Ap 4:10), querendo
com isso indicar que toda a autoridade passará para o Cordeiro, por meio do seu
nome (Fl 2:9-10).
Primeiro é necessário saber
que estes quatro seres viventes são querubins, anjos, com uma função especial.
Assim como os 24 anciãos são anjos encarregados de governar o universo por
Deus, os quatro seres viventes tem a função de ser a porta de entrada ao homem
para a presença de Deus no Santo dos Santos. Mas devido à queda e, por causa da
carne do homem, esta passagem foi fechada. No Jardim do Éden, em Gn 3:24 estão os querubins por meio de uma
espada flamejante bloqueando a passagem para a Árvore da Vida (o Trono). Em Hebreus 10:20 é dito
que o véu é a carne de Jesus. Até a morte de Jesus o véu estava bloqueando a
passagem, então após sua morte o véu foi rasgado abrindo um novo caminho para o
Santo dos Santos. Com o véu rasgado, os quatro seres viventes tem a função de
promover a entrada do homem na presença do Senhor. Estes quatro seres viventes
promovem o evangelho do Reino. No final do livro de Apocalipse somos
encorajados a clamar pela vinda do Senhor (Ap 22:17): ”O
Espírito e a Noiva dizem: Vem! Aquele que ouve diga: Vem! Aquele que tem sede
Venha…” Em Apocalipse 6 quando
são abertos os primeiros selos, os quatro seres viventes dizem: Vem! Então eles
estão incumbidos de um ministério. Este ministério é de convidar as pessoas a
irem e permanecerem na presença do Senhor, diante do Trono da graça como o
autor de Hebreus fez em Hb 4:16. Este
ministério leverá a formação de vencedores na igreja e trará o Senhor de volta.
Em Mateus 24:14 foi
dito que será pregado o evangelho do Reino até aos confins da terra, então virá
o fim. Portanto, esse ministério do Evangelho do Reino é administrado pelos
quatro seres viventes. E, sob a influencia destes quatro seres viventes nós
também pregamos o Evangelho do Reino dizendo: VEM!
Convidamos as pessoas (cristãs
ou não) a virem (VEM!) e entrarem no espírito (Santo dos Santos) pelo sangue de
Jesus. Os apóstolos foram chamados de “colunas” na igreja, pois sua função era
convidar as pessoas para se voltarem a Deus (Gl 2:9).
Em Ezequiel 1, estes quatro seres viventes também
aparecem. Em Ezequiel há um pouco mais de detalhes a respeito destes quatro
seres viventes. No entanto, eles aparecem por quê? Ezequiel recebe esta visão
quando, juntamente, recebeu a incumbência de pregar para os Israelitas e para
muitas nações como um Atalaia de Deus. O ministério de Ezequiel era expor a
situação do Israel e das demais nações e convidá-las ao arrependimento. Isto é
pregação do evangelho. Este é o ministério dos Quatro seres viventes. Eles nos
convidam a entrar no Santo dos Santos. Eles dizem: VEM!
Podemos dizer que os anjos
influenciam o homem. Os anjos caídos (demônios) influenciam negativamente o
homem a viver na sua carne. Alguns anjos se “especializam” em diversas
categorias de pecados como por exemplo nas obras da carne (Gl 5:19-21). Outros
demônios se especializam no lado bom da carne – veja o que é o véu.Porém, o ministério dos
quatro seres viventes é influenciar o homem positivamente a pregar o Evangelho
do Reino, que nada mais é que convidar pessoas a entrarem na presença de Deus.
Hoje este ministério é por meio do Espírito de Deus que é derramado em nós,
isto iniciou em Pentecostos (At
2). Lembre-se: O Espírito e a Noiva dizem: Vem! (Ap 22:17). Hoje nós
recebemos, por meio de Cristo, este ministério de levar outros ao espírito,
isto é, à presença de Deus. Como fazem isso? por meio de suas naturezas (Leão, Boi, homem, águia).
Como na prática se dá essa influência? Como experimentamos isso?
A resposta está nas apresentações dos quatro seres viventes, isto é nas suas
expressões com faces de animais.
O Leão tipifica a realeza o
que reporta à autoridade (Pv
20:2; Pv
30:30). Quando o Senhor comissiona seus discípulos a pregarem o
evangelho, Ele os reveste de autoridade. Esta autoridade é na esfera espiritual
(Mt 10:1.5; Lc 10:19). Não é
autoridade para mandar nas pessoas, mas para governar o mundo espiritual. O
Senhor recebeu toda autoridade deste universo, e por meio desta autoridade ele
nos envia (Mt 28:18-20) e nos
concede autoridade em seu nome (Fl 2:9-11; Jo 15:16). Assim,
sempre que sair para pregar o evangelho, ou mesmo em seu dia a dia normal, você
deve ser revestido com esta autoridade em o Nome do Senhor Jesus. Por meio
desta autoridade você convida as pessoas a virem à presença do Senhor diante do
Seu Trono. Por meio da autoridade você diz: Vem!
O Boi se refere ao serviço (Pv 14:4). Se por um
lado o Senhor nos dá autoridade como leão na esfera espiritual, para com os
homens Ele nos diz para servirmos (Mt 20:25-28; Mc 10:42-45; At 2:44-45; I Co 9:19). Nosso relacionamento na esfera espiritual deve ser com
autoridade. Autoridade para pisar serpentes e escorpiões (Lc 10:19) que
tipificam demônios, principados, potestades e dominadores do mal. Ele não nos
deu autoridade para pisar as pessoas. Nós devemos servir às pessoas. Muitos, ao
pregar o evangelho, suprem também as necessidades materiais das pessoas (At 6:1-7). Isto é
serviço prático. Isto é estar no princípio do ministério dos quatro seres
viventes, pelo Espírito. Servir as pessoas é convidá-los a entrar nos Santo dos
Santos dizendo: Vem!
O Ser Vivente com aparência de
Homem tipifica a humanidade. Isto quer dizer que para convidar uma pessoa
a entrar na presença de Deus é necessário nos identificarmos com ela. Nos
identificarmos com sua fragilidade, com suas necessidades. Ninguém é superior a
ninguém. O próprio Senhor Jesus se tornou um homem para se identificar com a
fragilidade humana. O Sumo Sacerdote era cheio de fraquezas a fim de se condoer
das fraquezas dos que pecam e não julgá-los, mas oferecer sacrifícios em favor
dos que erram (Hb 5:1-3). Ser
humano é parar para ouvir as pessoas. Ser humano é chorar com as pessoas. Ser
humano é não ter aparência de super herói, mas estar sujeito às mesmas fragilidades
(Hb 2:17-18). O Bom
samaritano foi humano para com um estranho que foi espancado e roubado (Lc 10:25-37). Ele se
identificou com a vítima e se comportou de uma maneira que gostaria também de
ser tratado (Mt 7:12). Exercer
humanidade, se identificar com as pessoas é convidá-las a entrar na presença de
Deus, é dizer: Vem! Isto é também obra do Espírito em nossa vida.
O Cavalo Branco
Os quatro primeiros selos são
os quatro cavalos. A partir da morte e ressurreição de Cristo Jesus, Ele mesmo
deu um início a quatro carreiras que chamarei de quatro linhas de edificação.
Ele foi o único a ter autoridade e condições de tomar o Livro da Economia de
Deus (Ap 5) e dar início a
uma série de eventos que culminará no estabelecimento do Governo Eterno de Deus
nesta terra. Os primeiros selos são eventos e esferas administrativas que
chegarão a termo no fim desta era, quando iniciar a última semana de Daniel.
Branco = esfera da Edificação da Igreja por meio da Pregação do
Evangelho do Reino.
Vermelho = esfera da Restauração da Nação de Israel por meio de
guerras.
Preto = esfera da construção das religiões (Babilônia) por meio
de barganha, comércio.
Amarelo = esfera do organização do Império do AntiCristo
(Besta).
Cavalo tem significado figurativo. Representa
lutas, batalhas para alcançar um propósito. O cavalo corre uma carreira, um
caminho para alcançar um alvo. Esta corrida é uma batalha (Jr 8:6; Pv 21:31). O Senhor
nos propõe uma carreira para trilharmos (Hb 12:1). Para
trilhar esta carreira é necessário muita luta, esforço (Mt 11:12). Paulo
lutou e completou a carreira herdando a coroa (reino) II Tm 4:7-8; I Tm 4:10. Que carreira é essa que o Senhor nos propõe? Esta carreira é o
primeiro selo, o primeiro cavalo, o cavalo branco.
O Cavalo Branco é a edificação da igreja pela Pregação do
Evangelho do Reino. Essa é a primeira Linha de Edificação.
Quando João Batista veio, ele
pregava: arrependei-vos por que é chegado o Reino dos Céus (Mt 3:1-2). Então,
Jesus, após ser batizado por João, passou a pregar: arrependei-vos porque é
chegado o Reino dos Céus (Mt
4:17). Assim, Jesus passou três anos e meio falando e testemunhando
a respeito do Reino dos Céus (Mt
13). Jesus morreu, ressuscitou ao terceiro dia e logo pela manhã
Maria foi ao sepulcro. Jesus se mostrou a ela. Maria deve ter segurado o
Senhor, porém Ele lhe disse para não impedi-lo pois, deveria ir ao Pai (Jo 20:16-17). O que
Ele foi fazer diante do Pai? Isto está revelado no capítulo cinco de Apocalipse
(Ap 5). Ele foi
depositar seu sangue no propiciatório para remissão dos pecados e ser achado
digno então, de tomar o Livro todo lacrado (selado) com sete selos da mão
Daquele que se assenta no Trono (Pai). Após feito isso, retornou a terra e se
apresentou a outros discípulos (Lc 24:13-31). Ainda
permaneceu quarenta dias se apresentando aos discípulos e falando ainda sobre o
Reino de Deus (At
1:3). A ênfase de seu ministério é o Reino de Deus. Depois de
ascender aos céus, enviou Seu Espírito com poder a fim de que seus discípulos
então também pregassem o Evangelho do Reino. Então Pedro, deu o ponta pé
inicial no dia de Pentecoste (At 2:38). Assim se
deu início a carreira do Cavalo Branco. Você é convidado a tomar sua cruz e
seguir o Senhor nesta carreira (Mt 16:24). Esse
Evangelho SERÁ pregado, para então vir o fim (Mt 24:14). Com você,
ou sem você este Evangelho será pregado, pois ele saiu vencendo e para vencer (Ap 6:2). Mas você é
convidado a participar desta vitória… se alguém quiser…=> Mt 16:24.
Quem está montado neste cavalo
tem um arco na mão. Um arco é para atirar flechas. A
primeira flecha é o próprio Senhor Jesus como a flecha polida (Is 49:2). Ele foi enviado como uma flecha para estabelecer o Reino de
Deus. Nós também somos como flechas na mão do guerreiro (Sl 127:4) a fim de
estabelecermos o Reino de Deus. Por isso oramos: Venha o Teu Reino… Mt 6:10. Os discípulos foram enviados (atirados como
flechas) para Jerusalém, Judéia, Samaria e até aos confins da terra (At 1:8). Você também
foi enviado. E você recebeu autoridade para ir em o Nome do Senhor Jesus (Mt 28:18-20).
Receber autoridade é ter uma coroa. Quem tem uma coroa governa. Nossa
autoridade é no Nome do Senhor Jesus (Jo 15:16; Jo 14:12-14). Por
fim teremos uma coroa para reinarmos com Ele no Reino Milenar (I Pd 5:4; Tg 1:12; I Co 9:25; Ap 2:10). O apóstolo
Paulo disse que sua coroa já estava guardada (II Tm 4:8).
Zacarias tem uma visão de que o carro com cavalos
brancos se dirige para o norte junto com o carro com cavalos pretos (Zc 6:6). Ir para o
norte é uma figura relacionada com uma esfera espiritual. Quando satanás
intentou ser semelhante ao Altíssimo é dito: “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas
de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte” (Is 14:13). Nas extremidades do norte é um ambiente espiritual próximo a
Deus. Portanto, o Cavalo Branco se dirige para Deus. Neste lugar ao norte Deus
fará repousar Seu Espírito (Zc
6:8).
Em Mateus 24 o
Senhor fala das coisas que irão ocorrer desde sua morte e ressurreição até sua
segunda vinda. Portanto, como os quatro cavalos estão relacionados com este
período, eles devem estar mencionados neste capítulo 24 de Mateus.
Cavalo Vermelho
O Cavalo Vermelho, em Zacarias capítulo um, está em evidência. Nesta
visão de Zacarias, o contexto é o período em que o povo judeu permaneceu cativo
na Babilônia (70 anos). Nestes 70 anos a terra de Israel (região de Judá)
permaneceu desolada e em ruínas. Na visão, é dito a Zacarias por meio do anjo
assentado no cavalo vermelho que estes cavalos (vermelhos, brancos e baios)
percorreram a terra dos judeus, como que preparando-a para o retorno dos judeus.
E o desfecho final está no versículo 16 onde é
dito pelo Senhor:” Voltei-me para Jerusalém com misericórdia, a minha casa nela
será edificada, diz o Senhor dos exércitos, e o cordel será estendido sobre
Jerusalém”. Quem se manifesta ou que está intercedendo pelo povo judeu aqui é o
anjo montado no cavalo vermelho (Zc 1:12). Portanto,
nesta visão o cavalo vermelho é a luta para preservar a terra do povo judeu até
que este retorne da Babilônia. Vamos dizer que o encargo do cavaleiro montado
no cavalo vermelho é edificar Jerusalém, o Templo, seus muros e toda a nação
judaica com seu serviço sacerdotal no local determinado para isso.
Em Apocalipse 6:3-4, ao abrir o segundo selo,
saiu um cavalo vermelho e ao seu cavaleiro foi dado tirar a paz da
terra. Em primeiro lugar, a terra aqui se refere a terra de Israel em
contraposição ao mar e as muitas águas que são as nações (Ap 13:1,11; Ap 17:1,15). Assim,
por meio de muito derramamento de sangue será preparado a terra para a
edificação da nação judaica. Desde o ano 70 d.C. quando o general Tito destruiu
Jerusalém e o Templo, tem ocorrido muitas guerras nesta região e ainda hoje
também. Mas, gradativamente o nação de Israel tem se estabelecido nela, por
meio de migrações, investimento financeiro por parte de todos os judeus
espalhados pelo mundo, por meio de influencia política, pela luta armada ou
não. A oposição é enorme, mas o povo judeu tem vencido estes obstáculos. Isto
se dá pelo fato de que as promessas de Deus, como a que se vê em Zc 1:12, devem
ser cumpridas. Portanto, uma grande espada está na mão do cavaleiro montado no
Cavalo Vermelho. Esta grande espada é invencível. Como temos visto, Israel, por
meio de muito oposição se tornou nação e conquistou sua terra. Ainda falta a
edificação do Templo em Jerusalém e o estabelecimento do serviço sacerdotal.
Isto em breve também ocorrerá. Esta grande espada é por Israel. A espada é uma
figura da Palavra de Deus ou as promessas de Deus na sua Palavra no que se
refere a nação de Israel (Is 49:2; Ap 19:21). Esta é
uma grande espada, uma grande Palavra, nada pode detê-la. Nem mesmo o
holocausto nazista e todas as perseguições sofridas pelos judeus são capazes de
impedir o desfecho final do estabelecimento da nação judaica e seu Templo.
Quando o Senhor Jesus foi
morto na cruz há 2000 anos atrás, havia uma “paisagem” política, religiosa.
Havia Cristo como um homem perfeito e fiel a Deus Pai. Havia a nação de Israel
subordinada ao império Romano, mas ainda com liberdade religiosa, com seu
Templo e seu serviço sacerdotal. Havia as outras religiões da região (os
samaritanos, os deuses romanos e gregos, etc). Havia o império Romano que
dominava a Europa, Oriente Médio e norte da África. Esta “paisagem” se perdeu
no transcorrer destes 2000 anos, porém ela está se refazendo. O corpo de Cristo
está sendo edificado por meio da pregação do Evangelho do reino (Cavalo Branco)
que tem gerado os vencedores na igreja. A nação de Israel tem sido edificada e
estabelecida, o que vai culminar com edificação do Templo e o serviço
sacerdotal como descrito no livro de Levítico (Cavalo Vermelho). As religiões
das mais diversas tem crescido com adeptos de todas as nações, culturas e
classes sociais. Estas por fim se tornarão a grande Babilônia (Ap 17 e 18) com
aparência de Deus, mas sem realidade (Cavalo Preto). E o Império Romano está
sendo edificado na Europa. Deste império (Besta) surgirá um governante
(imperador) que fará proezas, destruirá a grande Babiônia (todas as religiões – II Ts 2:4; Ap 17:16) e assumirá
o controle do serviço sacerdotal dos judeus e perseguirá a todos os que se
opuserem a ele (Cavalo Amarelo). Estas quatro linhas de edificação já estão se
manifestando e em breve serão concluídas. Em qual delas você tem investido sua
expectativa, seu tempo, seu dinheiro, sua vida? Em qual destes cavalos você tem
“apostado”?
Cavalo Preto
Quando abriu o terceiro selo,
ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem, e vê. Então, vi, e eis um cavalo
preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos
quatro seres viventes, dizendo: Uma medida de trigo por um denário, e três
medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho. Apocalipse 6:5-6
Partindo do pressuposto que haja um padrão entre os quatro
cavalos. O Primeiro sendo a edificação da Igreja por meio da pregação do
evangelho do Reino. O Segundo sendo a edificação de Israel por meio de guerras
e pela promessa da Palavra de Deus (a grande espada). O Terceiro cavalo também
é a edificação de “algo”. E, assim também será o Quarto cavalo.
Aquele que estava montado no Cavalo Preto tinha uma balança na
mão. A balança é um instrumento utilizado no comércio. Você paga por quanto
pesa o produto a comprar. O instrumento para avaliar o preço a pagar é a
balança.
Quais os produtos que foram relacionados para serem pesados?
Trigo, Cevada, Azeite e Vinho
A teus servos que hão de
cortar as madeiras, darei por alimento vinte mil coros de trigo, vinte mil
coros de cevada, vinte mil batos de vinho e vinte mil batos de azeite. 2 Crônicas 2:10
O Tabernáculo que foi erigido
por Moisés no deserto, foi edificado com as ofertas dos filhos de Israel e por
mão de artífices israelitas (Ex 31:1-11 ). Mas,
para edificar o Templo de Salomão foram contratados estrangeiros (gentios –
servos de Hirão) por salário.
Dentro do princípio de edificação dos quatro cavalos, este
cavalo preto se refere à edificação de “algo” por meio de comércio. O pagamento
é similar ao pagamento dos estrangeiros que ajudaram na edificação do Templo de
Salomão. Digamos então que este algo a ser edificado seja um “Templo”, isto é,
algo para adoração a Deus. O que é um templo de forma genérica? É um local onde
se reverencia um deus, ou muitos deuses. Neste local se realizam rituais,
reuniões, ensinamentos, adoração, serviços, etc. Todos estes atos tendo como
centro o deus deste templo.
O preço a ser pago é caro para
adquirir estes produtos. Vamos dizer assim: os servos de Hirão ganharam um bom
salário para cortar as madeiras, mas este aqui em Apocalipse, por um punhadinho
de trigo e cevada tem que pagar o salário de um dia inteiro de trabalho (um
denário era uma diária de trabalho bem paga naquela época – Mt 20:2). Falando de
outra maneira, este “algo” que é edificado usurpa o dia todo de trabalho de uma
pessoa e o benefício é pequeno, pouco suprimento. Este “algo” sendo um templo,
uma religião, então diríamos que o benefício espiritual é pequeno, isto é,
pouco suprimento espiritual.
A conclusão é que existe
“algo” na Bíblia que é adquirida por meio de troca, comércio. Este “algo” é a
Grande Babilônia (Ap
18:11). A Grande Babilônia é cheia de mercadorias, porém o
suprimento espiritual (Trigo e Cevada) é baixo. A Grande Babilônia é a
somatória de todas as religiões. As religiões são formas de alcançar Deus por meio de
força humana ou por métodos humanos. Os métodos humanos são vistos no Novo
Testamento, porém são tidos como obstáculos para se achegar a presença do
Senhor, isto é, um novo véu é colocado entre nós e Deus => veja aqui
O primeiro ser humano que
tentou edificar a Babilônia foi Caim. Em suor e fadigas ele colheu o produto da
terra para oferecer a Deus (Gn
3:17-19 e Gn 4:3-5). Não houve
agrado espiritual a Deus e ele se irou e seu semblante descaiu.
Babel, que é a preconizadora
da Babilônia, foi outra tentativa do homem em atingir o céu, mas sem Deus, isto
é, pela própria força do homem e para exaltação do próprio nome do homem e não
de Deus (Gn 11:1-9).
Em Zacarias 6:6 é dito
que o cavalo preto sai para as terras do norte. O
próprio satanás almejou subir às extremidades do norte (Is 14:13). Aqui, o termo “norte” indica uma posição espiritual elevada.
Portanto, o cavalo preto, bem como o cavalo branco, seguem uma direção
espiritual. Eles batalham de diferentes modos para alcançar o “norte”. Assim
como Abel e Caim intentaram agradar a Deus, porém de formas diferentes, assim o
cavalo preto e o branco tem um alvo que é a edificação do espírito.
Você pode se assustar quando
digo que a Grande Babilônia são todas as religiões, inclusive as cristãs.
Porém, a Bíblia, e nossa experiência diária nos mostra isso claramente. Leia os
capítulos 2 e 3 de Apocalipse novamente e veja quanta situação negativa havia
dentro das igrejas ali nominadas. Em Laodicéia, o próprio Senhor Jesus estava
de fora batendo para entrar. Veja o apóstolo Paulo falando de alguns que se
reuniam nas igrejas da época (Fl
1:15; Fl 3:18; At 20:29-30; II Co 11:12-13).
Porém, há os vencedores destas degradações. O Evangelho do Reino
tem como objetivo produzir estes vencedores. Nosso alvo é ser um vencedor sobre
a religião.
Para concluir, em Apocalipse 18:4 é dito para
o povo de Deus se retirar da Babilônia a fim de não ser participantes dos seus
flagelos. Portanto, muitos cristãos ainda estão envolvidos com a Babilônia. Não
obstante seu ganho espiritual ser pequeno, ou seja, pouca alimentação
espiritual, foi dito para que não se danifique o azeite e o vinho. Na Bíblia o
azeite simboliza o Espírito Santo e o vinho simboliza a alegria e desfrute do
Espírito. Assim, vemos que as religiões cristãs não alimentam adequadamente
seus seguidores, mas ainda lhes permite ter o Espírito de Deus e de desfrute.
Por isso que em Zacarias 6:8é dito que o cavalo branco e o preto que
saem para o norte fazem repousar o Espírito de Deus na terra do Norte. Apesar
de Babilônia (as religiões) estarem muitas vezes no princípio de Caim e com
muitas degradações como vemos em Apocalipse 2 e 3, ainda há Deus por meio de
Seu Espírito atuando em seus membros e dando desfrute. Mas, na Babilônia há
pouco alimento nutritivo. Muitas vezes há muitos princípios elementares, isto
é, leite espiritual, mas pouco alimento sólido (Hb 5:11-14).
Como e porquê o cristão cai em Babilônia?
Quinto Selo
Os quatro primeiros selos se referem a quatro princípios de
edificação nesta terra. Após a morte e ressurreição de Jesus, iniciou quatro
carreiras que culminarão com a formação de um grupo de vencedores na igreja
(Cavalo Branco), com a nação de Israel exercendo seu serviço sacerdotal no
templo em Jerusalém (Cavalo Vermelho), com um sistema religioso complexo e
amplo incluindo as religiões cristãs e todas as demais religiões existentes no
globo (Cavalo Preto) e com o estabelecimento de um governo político
imperialista na Europa e adjacências (Cavalo Amarelo).
O Quinto Selo não é visível a não ser para os que já morreram.
Este 5º Selo ocorre em uma região espiritual. Não pode ser visto com olhos
naturais. Porém é revelado aqui com um propósito que veremos adiante.
E, havendo aberto o quinto
selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de
Deus e por amor do testemunho que deram. Apocalipse 6:9
O apóstolo viu debaixo do
altar… A que altar ele se refere? Este altar está relacionado com o
Tabernáculo. É mais precisamente o altar de bronze onde era queimado o
holocausto e as ofertas realizadas no Tabernáculo. Veja a figura. É
claro que este altar é o verdadeiro altar celestial, não a figura que Moisés
replicou na terra como uma sombra do celestial (Hb 8:5).
No AT, quando se faziam as ofertas
no Tabernáculo, é dito que uma porção do sangue da oferta era para se ungir o
Santo dos Santos, mas o restante do sangue era derramado na base do altar de
bronze, isto é, na terra em baixo do altar do holocausto (Lv 4:7,18,25,30). Em Deuteronômio também é dito que, ao
matarmos um animal para nos alimentarmos dele, não devemos comer o sangue, mas
derramá-lo sobre a terra (Dt
12:16; Dt 15:23).
Também, no AT, é dito que a
vida da carne está no sangue (Gn
9:4; Lv 17:11). Portanto, ao derramar seu sangue na cruz, o Senhor Jesus
estava dizendo que ele estava dando sua vida por nós.
Portanto, quando uma pessoa
salva morre, seu sangue é derramado debaixo do altar, isto é sua vida é
colocada debaixo do altar. Debaixo do altar é um local onde os salvos em Cristo
Jesus vão após falecerem. Isto pode ser um choque para você, pois somos
erroneamente ensinados que vamos para o céu junto com Cristo. Em Gênesis 3:19 é dito
que somos pó e ao pó retornaremos. Quando um cristão morre fisicamente, sua
alma (vida) é colocada debaixo do altar e não na presença do Pai nem do Senhor
Jesus que estão no Santo dos Santos Celestial (veja a Figura). O
Senhor Jesus, ao morrer na cruz, disse ao criminoso arrependido que estava ao
seu lado que naquele mesmo dia eles iriam ao paraíso. Jesus ficou três dias
neste lugar e depois de ressuscitar foi ao Pai, isto é, foi ao Santo dos Santos
(Lc 23:43; Jo 20:17). Veja a figura.
Primeiramente ele foi ao Santo dos Santos para depositar seu sangue (sua vida)
no propiciatório para nossa redenção, depois voltou imediatamente e ficou 40
dias aparecendo aos discípulos e falando a respeito do reino. Depois subiu
definitivamente e somente voltará no final desta era.
Os cristãos vencedores, ao
morrerem, sua vida é colocada debaixo do altar (no Paraíso) e aguardará até que
se complete esta era, para então se apresentar no Santo dos Santos, isto é
diante do trono (Ap
7:9-17). Assim como os quatro primeiros selos ocorrem por toda a era
da graça (atual dispensação) também o quinto selo está ocorrendo por toda esta
era, mas como é dito para que repousassem ainda por um pouco de tempo, este
momento em que João viu já estava no final desta era, no início da última
semana de Daniel – veja a figura.
E clamavam com grande voz,
dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o
nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Apocalipse 6:10
Eles clamaram. A vida está no
sangue. Portanto a vida, ou o sangue, destes mortos em Cristo Jesus clamaram. O
Sangue de Abel também clamou da terra (Gn 4:10). Isto é, a
vida de Abel clamou, pois o sangue é a vida.
O quê eles clamam?
…Até quando,… até quando,… até quando,… até quando…
O lugar onde eles estão não é
ruim, porém ainda não é a presença do Senhor (Lc 16:19-31). Dá-se
a impressão que eles querem somente a vingança dos que habitam sobre a terra.
Mas, como vemos em Rm 12:19-21 e em At 7:59-60, a
vingança não é uma característica dos vencedores, mas eles estão cientes de que
quando a vingança do Senhor vier a terra (Ap 6:17), eles
sairão de debaixo do altar e entrarão no Santo dos Santos, diante do trono e
diante do Cordeiro e para sempre aí estarão com novas vestes, isto é, um novo
corpo. Veja figura
Então o clamor é para estar
diante do Senhor. Porém o Senhor diz para aguardarem até se completarem o
número de seus conservos e irmãos que ainda estão para morrer. Enquanto não se
completar este número eles terão que esperar. E isto, por que o Senhor é
longânimo e não quer que nenhum dos seus se perca (II Pd 3:9-12).
É aqui que nós, os vivos,
entramos. Nós podemos apressar a vinda do Senhor, e, acabar com esse clamor de
nossos queridos que já faleceram. Não é por interceder por estes já falecidos
que isto se dará. Mas, ao pregarmos o evangelho do Reino e levarmos a salvação
e o amadurecimento àqueles que ainda não receberam, estamos completando o
número que ainda falta e dessa forma apressamos a vinda do Senhor (II Pd 3:12). O Senhor não quer perder nenhum, e por
sua longanimidade aguardará que todos cheguem ao arrependimento. Como levar as
pessoas ao arrependimento? Pregando o Evangelho do Reino (Mt 3:1-2; Mt 4:17).
Assim, este clamor é para você
responder… Até quando? Até quando você não reagirá ao chamado do Senhor para ir
e levar este evangelho a toda terra? Mt 28:19-20; At 1:8; Mt 9:37-38.
5ºTrombeta
A 5ª Trombeta ocorrerá durante
os últimos 3,5 anos da ultima semana de Daniel, isto é, na grande tribulação.
Esta trombeta não é um evento físico ou atmosférico, ou melhor, não é uma
calamidade natural, mas uma calamidade espiritual. Se hoje os demônios já fazem
uma bagunça neste mundo e na vida das pessoas, imagine quando o próprio satanás
receber permissão para soltar todos os demais demônios que estão presos no
abismo (Lc 8:31). Quando é
dito que o sol escurecerá, se refere à total distorção de valores que naquela
época ocorrerá. De forma alguma queremos participar deste momento. No entanto
esta palavra foi-nos deixada a fim de a considerarmos.
Os gafanhotos causam dano a
erva verde, mas aqui, eles causam danos aos homens que não tem o selo de Deus.
Não são gafanhotos bichos, mas são demônios que acabam com a vida moral das pessoas,
acabam com a vida familiar das pessoas, acabam com a vida profissional, vida
emocional, com a vida racional. Estes demônios introduzirão distorções de todos
os valores. A vida destas pessoas será uma bagunça em todos os sentidos. Eles
tem aparência de cavalos preparados para guerra. Eles vem para lutar contra
tudo que possa ter um princípio normal de vida individual ou coletiva. Eles tem
coroa como de ouro, isto é, tem autoridade parecida com autoridade de anjos de
alto escalão (Ap 4:10). Seus
rostos como de homem pois expressam humanidade e tentam se identificar com a
humanidade. Tem cabelos de mulheres, pois tem obediência (I Co 11:15) ao seu rei – rei da destruição, Abadom.
Porém, para com os homens, suas presas, tem dentes como de leão, destroçando a
vida daqueles que pegam. Suas couraças são de ferro, são difíceis de se
combater. Quando Jesus desceu do monte em Mateus 17:14-21, se deparou com uma situação onde seus
discípulos não conseguiram expulsar um demônio e Ele disse que aquela casta
necessitava de jejum e oração. Aqui em Apocalipse, estes demônios serão piores.
Não obstante que esta Trombeta
será manifestada no futuro, muito triste é saber que muitos cristãos estão
presos pelas mentiras do diabo hoje dentro da igreja. O diabo mente. Seu poder
está na suas mentiras. Se acreditarmos, caímos em suas garras (Jo 8:44). A mentira
faz com que andemos enganados. O Engano é o resultado de acreditarmos na
mentira (slide 3). O
engano leva o homem a sofrer, ser atormentado, ter medo e por fim padecer preso
e amarrado. Há necessidade então de libertação. Muitos de nossos conceitos,
tradições e hábitos são mentiras que o diabo, por meio de muitas estratégias,
edificou em nossa mente. O inimigo edificou em nossa alma uma cidade cheia de
prédios (conceitos), uns mais altos, outros menores (slide 5).
Estes prédios necessitam ser derrubados. Só um terremoto para derrubar tudo.
Por meio da oração (incensário + fogo do altar), da palavra (vozes), das visões
(relâmpagos) e do arrependimento (terremotos) esta cidade de conceitos em nossa
mente vai sendo derrubada (slide 6).
O vencedor em Apocalipse 12:11 venceu
com base em três armas: O Sangue do Cordeiro, A Palavra do testemunho que deram
e não amaram a vida da alma, mesmo em face da morte. Se estas três armas são
essenciais para a vitória, é sinal que, o que estas armas combatem, são as
ardilosas ciladas do diabo.
O Sangue do cordeiro combate a
acusação. O inimigo nos acusa de dia e de noite (Ap 12:10). Se você
pecar, há um Advogado maravilhoso diante do Pai (I Jo 2:1). Ao confessar seu pecado, tudo está resolvido. Porém a
acusação volta. Por quê? Porque há um acusador, mentiroso tentando enganar
você. Ele mente pra você dizendo que só confessar não é suficiente. Ele diz que
Deus não mais ama você. Ele mente pra você e desencoraja você a se voltar pra
Deus. Ele desencoraja você a ir às reuniões da igreja. Ele te acusa de dia e de
noite. Então, use o sangue do Cordeiro. Diga em voz alta: “O sangue do Cordeiro
me lavou, saia daqui seu mentiroso” (slide 7).
O Vencedor também usa a
Palavra do Testemunho. Ele lê a Bíblia. Ele crê nela. Ele fala a Bíblia para
derrotar o inimigo. Jesus, ao ser tentado por satanás usou as escrituras. Ele
disse: “está escrito…” (Mt
4:4,7,10). Diga você também ao inimigo: “está escrito…” e cite as
escrituras pra ele. Se você não conhece as escrituras, é hora de começar a
conhecer. Só assim você será um vencedor (slide 8). O
inimigo tentará fazer você falar palavras de desencorajamento, de descrença,
palavras negativas pra outros e pra você mesmo. Ele faz isso, pois sabe que
Deus deu autoridade para o teu falar. Aquilo que você falar se cumprirá. Assim,
o diabo tentará encher a tua cabeça com suas mentiras, a fim de que você as
pronuncie, e assim você sofra as consequências do teu próprio falar. Não caia.
Mas se cair, volte-se ao Senhor, confesse seu erro, retire seu falar
(audivelmente) rejeitando qualquer falar de morte e de derrota. Pronto, tudo
resolvido. Mas, fique atento, o diabo tentará de novo.
A terceira arma de vitória do
vencedor é não amar a vida da alma, mesmo diante da morte. O que é a vida da
alma? Sua mente, vontade e emoção faz parte da sua alma. A alma é o maior campo
de batalha deste universo. O inimigo se disfarça de sua mente, isto é, ele faz
de conta que muitas coisas que ele te fala são teus pensamentos e ideias. Isto
é uma cilada (Ef 6:11)Ele faz de
conta que as emoções que ele faz você sentir, são tuas próprias emoções. Ele
põe umas vontades na tua alma e leva você a acreditar que é você mesmo que quer
tais coisas. Ele se camufla na tua alma e faz você pensar que os pensamentos,
ideias, emoções e vontades que ele lança na sua alma, são provenientes de você
mesmo. Se você negar sua alma, estará anulando as obras do maligno.
Vejamos alguns exemplos:
Você tem alguns conceitos a respeito de si mesmo. De onde vem
estes conceitos? Alguns destes conceitos muitas vezes são distorcidos. Uma
baixo autoestima é resultado do inimigo usar pensamentos em sua mente ou
palavras de outras pessoas usadas por ele a fim de não permitir você ter um
viver de vitória. Ele te abate, deixa você deprimido. Ele põe medo de tudo e te
dá uma impressão de ser inadequado. Ele te paralisa. Pois isto mesmo é objetivo
dele. Negue sua alma. Assim você o aniquilará. Contudo, num outro extremo, você
pode ter também a impressão que o mundo gira em torno de você, o resto do mundo
é só coadjuvante de um protagonista que o diabo assegura ser você. Estas
distorções do autoconceito são vencidas ao negarmos a vida da alma. Como? Por
meio da oração, da Palavra de Deus, da comunhão com a igreja, por meio de
invocar o Senhor Jesus. Pratique!
Você pode ter conceitos
distorcidos a respeito de outras pessoas. O “mentiroso” pode te deixar convicto
de que certa pessoa é inadequada. Ele pode afastar de você, por meio de
conceitos que ele lança em sua mente, pessoas que poderiam, de certa forma
ajudar no teu crescimento. Ele tenta afastar uns irmãos dos outros. Ele põe um
sentimento de aversão em você para com outro irmão. Estes conceitos (ou
preconceitos) ele irá alimentar em sua mente. Cada vez que “aquele” irmão falar
ou fizer algo, o diabo tentará levar uma informação distorcida para sua mente.
Não caia na cilada. Ore pelo irmão em questão. Jejue diante de Deus. Abençoe o
irmão em questão. Seja um vencedor(II Co 10:4-6).
O diabo sempre tentou e sempre tentará distorcer a imagem que
temos de Deus. Foi assim com Eva e assim é conosco todos os dias. Deus ama
você. Se você for bom, Ele o ama. Se você for mau, Ele te ama. Se você o
obedecê-lo, Ele te ama. Se você não obedecê-lo, Ele te ama. Mas, pense bem,
quando você não se comporta tão bem, já não houve pensamentos de que Deus não
te ama? Não ficou com vontade de deixar essa coisa de ser cristão prá lá? Não
deu vontade de se afastar da igreja? Quem você acha que colocou estes
pensamentos e sentimentos dentro de você?
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