"*RÁDIO SOTELO*"

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012


CONSELHO DOS ÌMPIOS
Para os escribas, fariseus e saduceus havia uma grande discrepância entre as Escrituras (o Antigo Testamento) e o comportamento de Jesus.
Certa feita, após convidar Mateus para segui-lo em seu ministério, Jesus assentou-se para comer, e vieram muitos publicanos e pecadores e assentaram-se com Ele e com os seus discípulos.
Os fariseus vendo que Jesus havia se assentado com os pecadores para comer, passaram a indagar: "Por que come o vosso mestre com os publicanos e pecadores?" ( Mt 9:10 -11).
Em outra ocasião uma grande multidão veio a Jesus para ouvi-lo, e os fariseus teceram um comentário semelhante: "Este recebe pecadores e come com eles" ( Lc 15:2 ).
Quando Jesus resolveu ser hospede de Zaqueu, o chefe dos publicanos ficou preocupado com o que os fariseus e os escribas estavam dizendo. A preocupação foi tamanha que ele propôs dar metade de seus bens aos pobres "E, vendo todos isto, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador" ( Lc 19:7 ).
Os fariseus e escribas estavam intrigados com o comportamento de Jesus. Para eles, um judeu deveria ao menos conhecer o que diz os salmos e a lei, e muito mais alguém que se propôs ensinar o povo. Como seria possível Jesus se assentar e comer com os pecadores (gentios) e ainda exercer o ofício de mestre?
Para os religiosos judeus era inadmissível a 'miscigenação' cultural entre judeus e outros povos. Eles não admitiam a mistura do que pensavam ser santo com o que consideravam profano.
Os lideres do povo de Israel consideravam serem santo por descender da carne de Abraão, e, portanto, não podiam conviver num mesmo recinto com pessoas de outras nações. Por outro lado, Jesus entrava e se assentava na casa de pecadores para comer com eles sem se importar com o prescrito no Salmo primeiro.
Na visão dos religiosos era inadmissível alguém que se dizia mestre contrariar o que diz o Salmo primeiro: "Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores" ( Sl 1:1 ).
Entrar na casa dos pecadores e assentar-se à mesa para comer, configura que Jesus assentou-se na roda dos escarnecedores? Ao andar com eles pelo caminho, Jesus se deteve no caminho dos pecadores? Ao conversar com os pecadores, Jesus andou segundo o conselho dos ímpios?
Como conciliar o Salmo primeiro e o fato de Jesus entrar, assentar, comer e se hospedar na casa de pecadores?
"BEM-AVENTURADO aquele que teme ao SENHOR e anda no seu caminho" ( Sl 128:1 )
O salmo 128 é claro: "Bem aventurado aquele que teme ao Senhor...". É certo que há os que temem ao Senhor e são bem-aventurados, e os que não temem e estão sob maldição. Neste mesmo diapasão, há homens que andam no caminho que pertence ao Senhor, e os que não andam.
Qual é o caminho do Senhor? Qual o temor do Senhor?
Jesus disse: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14: 6).
Os fariseus e escribas estavam diante do Caminho que conduz os homens a Deus, mas seguiam somente os intentos dos seus corações. Mesmo não se aproximando de pessoas tidas por eles como sendo pecadoras, trilhavam o caminho de perdição. Por outro lado, embora Jesus estivesse assentando na mesma mesa e comendo com os pecadores, Ele não estava assentado na roda dos escarnecedores. Embora Jesus andasse com os pecadores, Ele não andava segundo o conselho dos ímpios.
Andar, falar, conviver e comer com os pecadores não muda o fato de que Cristo é o caminho que conduz a Deus. Mesmo assentado e comendo com os pecadores, Jesus, o ‘Caminho’, e o caminho dos pecadores nem mesmo se cruzaram.
Mesmo que um cristão esteja assentado em uma mesma mesa comendo com um grupo de pessoas ímpias, o caminho dos ímpios é o caminho de perdição e o caminho do cristão é o caminho de salvação.
Se os escribas e fariseus entendessem que Adão é a porta larga que dá acesso ao caminho largo que conduz à perdição, e Cristo, o último Adão, a porta estreita e o caminho estreito que conduz à salvação, jamais estranhariam o fato de Jesus comer na mesma mesa com os pecadores, pois comer, assentar e andar com os ímpios não é o mesmo que trilhar o caminho dos pecadores.
O que é necessário para que um homem deixe de andar segundo o conselho dos ímpios, ou de se deter no caminho dos pecadores e se assentar na roda dos escarnecedores? Um novo nascimento é o que torna o homem bem-aventurado e sem qualquer vinculo com o conselho, o caminho e a roda dos escarnecedores ( Sl 1:1 ). Não é necessário aos cristãos deixarem de conviver com os ímpios para serem bem-aventurado.
Desde a madre os ímpios se alienam de Deus e andam por um caminho de perdição "Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras" ( Sl 58:3 ). Somente após o novo nascimento o homem volta a compartilhar da glória de Deus ( Jo 17:22 ), e a andar no seu caminho ( Sl 128:1 ).
O que diferencia os justos dos ímpios é a porta por onde entraram, e não as interações e relações que que travam neste mundo. O nascimento natural é a porta larga por onde todos os homens entram ao nascer, e o novo nascimento segundo o último Adão a porta estreita por onde poucos entram ao crer em Cristo ( Mt 7:13 ).
O conselho, o caminho e a roda dos ímpios teve origem na queda de Adão. O caminho do Senhor é Cristo, pois Ele é o temor do Senhor e o último Adão. Ele é a porta estreita por quem ou onde os homens devem entrar para seguir pelo caminho de salvação.
Ao nascer de novo, ou seja, ao entrar pela porta estreita, jamais será possível andar no caminho dos ímpios, mesmo se compartilharem os mesmos talheres.

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