"*RÁDIO SOTELO*"

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012


Apocalipse


Tempo do Fim
By baenajr
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ARREPENDIMENTO, ESCRITURAS E CATIVEIRO
Para alguém revelar seu segredo a outro é necessário proximidade e intimidade. O futuro é um segredo oculto. Não obstante, Deus tem revelado porções deste segredo a seus servos, àqueles que se aproximam Dele.
Inicialmente tal aproximação se dá por meio de arrependimento, confissão de pecados e por meio das escrituras. Uma vez estando face a face com Deus, depende Dele se haverá revelação e quando isso ocorrerá.
Agora vamos apresentar as porções das escrituras que tocam neste assunto. Mas, se você não estiver face-a-face com o Senhor Jesus, se houver pecados ocultos não confessados e se você não tiver um desejo ardente de estar no lugar que originalmente Deus te destinou, terá dificuldades de assimilar o que Deus quer te revelar.
Esta foi a experiência de Daniel e do apóstolo João. Daniel se arrependeu de seus pecados e dos pecados de sua nação. Além disso ele lia o livro de Jeremias e não se conformava de estar cativo na Babilônia, apesar de naquele momento estar numa posição bem confortável, pois era administrador do rei. João, quando obteve as revelações de Apocalipse, também estava cativo na ilha de Patmos. E, com certeza o tempo que passou neste cativeiro pode se arrepender de não ter deixado Jerusalém e possivelmente parado de invocar o Nome do Senhor Jesus. Também percebemos pelo textos de Apocalipse, que são muitas citações dos profetas do Antigo Testamento, que João tinha acesso às escrituras.
Não poderá ser muito diferente com você I Co 10:11.
Deus tem preparado um lugar para seu povo congregar-se. Atualmente este lugar é a igreja. No passado tal lugar era a terra prometida a Israel cujo centro de adoração ficava em Jerusalém. Este era o lugar para ter o Nome do SenhorIICr 6:6. Porém, por causa dos pecados do povo e de seu abandono ao verdadeiro Deus, foram levados ao cativeiro em Babilônia Dn 9:5-6. Mas, este não era o propósito definitivo para o povo de Israel Jr 29:10-14.
Hoje, muitos cristãos estão em cativeiro. Não é um cativeiro físico, mas espiritual. Alguns estão amarrados pelo pecado, outros pelo orgulho, outros estão amarrados por sua necessidade de subsistência, seu trabalho e ainda outros pela fascinação das riquezas e do poder Mt 13:22. Mas esse ainda não é o problema mais sério que obstrui a revelação de Deus. O problema mais grave é não fazer questão de sair do seu cativeiro como está relatado por Daniel (Dn 9:13).
Daniel tinha alvo de levar o povo de Israel de volta a sua terra e edificar Jerusalém. João, na ilha de Patmos, tinha alvo de edificar a igreja, tanto que ao sair da prisão passou a viver em Éfeso e fez desta igreja um ponto de partida de irmãos que foram enviados para pregação do evangelho III Jo 5-7. Também ali escreveu seu evangelho.
DATAS, SINAIS e ATITUDE
Ao estudar assunto referente  ao final dos tempos é muito comum haver questões de QUANDO tal fato ocorrerá. Em primeiro lugar o Senhor Jesus deixou claro que datas e épocas não compete a nós conhecermos(Mt 24:3 e 36; At 1:7). Portanto, qualquer estudo referente a este assunto que pretenda abordar a questão de datas seria contrário ao objetivo do próprio Deus e provavelmente não teria Deus como origem.
No entanto, O Senhor nos fala de sinais e eventos que identificam a proximidade do fim. E, ainda mais, Ele nos apresenta qual deve ser nossa atitude em relação a este assunto.
Nesse estudo pretendemos apresentar quais os sinais que se apresentarão referente ao fim. Sinais são circunstâncias, pessoas, povos e nações. E, encorajar a que cada um tenha atitude. Qual é a atitude solicitada pelo Senhor Jesus àqueles que o perguntam sobre o fim dos tempos? Em Mateus 24:14 Ele diz que o evangelho do Reino será pregado por todo mundo, então virá o fim. Em Atos 1:8 Ele diz que você receberá poder, ao descer sobre você o Espírito Santo e você será Sua testemunha até aos confins da terra. Portanto, ao estudar esse assunto sua ATITUDE deve ser a de pregar o evangelho do Reino.
Julgamento
Deus é o único juiz. Esse é o papel de Deus Tg 4:12. Não é nosso papel julgar as pessoas. No entanto, há dentro do homem uma tendência quase sem controle de exercer julgamento. Ao ver alguém cometendo uma falha, quase que, como um reflexo imediato, sai um pensamento ou uma palavra de julgamento.
Tal fato serve como um alerta para nunca nos esquecermos que há uma natureza dentro de cada ser humano que se chama pecado. Aquele que elevou seu coração e intencionou ser semelhante ao Altíssimo Is 14:14, habita em nossa carne Rm 7:14-23. A natureza de satanás se chama pecado. O pecado é a tendência do homem em se comportar (pensar, agir e falar) como satanás. Portanto, quando intencionamos exercer o papel de Deus julgando as pessoas, estamos agindo como aquele que quer ser semelhante ao altíssimo. Comportar-se como satanás se chama pecado.
Deus, como juiz, julgará todas as pessoas bem como todas as coisas que existem: os animais, a natureza vegetal, o planeta, satanás e todos os anjos, enfim, toda a criação.
O fim dos tempos nada mais é do que a conclusão final de todos estes julgamentos.
O item mais importante para um cristão, no que se refere aos julgamentos de Deus, é como Deus vai julgar você como um cristão. Sempre temos muita curiosidade em saber como Deus irá julgar o planeta com todas aquelas catástrofes que são vistas em filmes apocalípticos. Contudo este tipo de conhecimento pode nos distrair do julgamento que concerne a nós mesmos. Por isso, vou começar explanando sobre o julgamento da casa de Deus – os cristãos. Depois veremos como será o julgamento das demais coisas.
Em I Pedro 4:17 é nos dito que a ocasião de começar o juízo (julgamento) pela casa de Deus é chegada. Portanto, nós já estamos sendo julgados. Este julgamento aqui na terra não é como um tribunal de júri. Este julgamento dos cristãos aqui na terra tem justamente a finalidade de nos qualificar positivamente para o julgamento no tribunal. Este julgamento aqui é por meio de situações concretas do dia-a-dia que nos levam a Deus a fim de nos arrependermos de nossos pecados bem como, e principalmente, amadurecermos para então estarmos aptos a reinar com Cristo.
Em I Coríntios 11:29 a 32 nos é revelado que, quem não tem discernimento do Corpo de Cristo, ao participar da mesa do Senhor está trazendo sobre si mesmo juízo (julgamento). Este julgamento é por meio de situações de fraqueza, doença e morte prematura (situações do cotidiano). Este julgamento tem um fim proveitoso, pois estamos sendo disciplinados para não sermos condenados com o mundo que, diga-se de passagem, vai ser julgado com mais dureza pela ira de Deus. Mas Deus, quando nos disciplina, está mostrando Seu amor para conosco Hb 12:6-8. O que é ser disciplinado por meio de fraqueza? Nós podemos estar fracos fisicamente, financeiramente, intelectualmente, politicamente (ter pouca influência) etc. Todos estes tipos de fraqueza são limitações. O apóstolo Paulo aprendeu a viver contente em situações de limitações Fl 4:11-12 pois sabia que seria para seu próprio aproveitamento. Quando vemos alguém sendo disciplinado temos uma tendência a achar isso uma vergonha, uma situação vexatória, porém Deus diz em primeiro lugar que, corrige a quem ama. E, também diz que corrige a todos os que recebe Hb 12. Se você está sendo disciplinado é porque Deus te recebeu e te ama. Se você está sem disciplina, você não é filho de Deus. Penso que é vergonhoso ser disciplinado e não aprender a lição. Há ainda o julgamento por meio de doenças que podem ser físicas ou mentais e por meio da morte precipitada. Porém, todos estas formas de julgamento tem o objetivo de que o cristão não seja condenado com o mundo.
Em Mateus 5:21-22 temos muito ensinamento no que se refere a julgamento. Diria até que, no que se refere ao relacionamento entre cristãos, o verso 22 é o esqueleto, ou a “avenida central” para se entender todos os detalhes do julgamento de Deus aos crentes. Também diria que é um resumo divino do julgamento de Deus as seus filhos, no tocante ao viver mútuo.
Eu, porém, vos digo que todo aquele que {sem motivo} se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo
Aqui existem três situações.
·         Irar contra seu irmão
·         Proferir um insulto contra seu irmão (Raca)
·         Chamar seu irmão de Moré (rebelde)
Irar é algo interior e é sujeito a julgamento numa primeira instância. Proferir um insulto (Falar) é algo do interior da pessoa que se exteriorizou e é sujeito a julgamento numa segunda instância. Já, considerar seu irmão rebelde, desprezível (que não serve pra nada ou excluí-lo da comunhão – excomungá-lo) é algo mais grave e estará sujeito a julgamento numa terceira instância.
A primeira instância de julgamento já está ocorrendo. Falamos a pouco das situações cotidianas que nos julgam (disciplinam) para não sermos condenados com o mundo. Talvez esta seja a parte mais importante para entendermos, pois é o presente momento. Está acontecendo agora e é real. Apóstolo Pedro refere a este julgamento com a palavra fogo e seu objetivo é nos purificar I Pd 4:12 e I Pd 1:6-7.
A segunda instância é o julgamento do sinédrio (tribunal) Lc 22:66. Quando o Senhor Jesus foi julgado pelos judeus, estes realizaram um julgamento do sinédrio. Neste julgamento o acusado é levado perante o Sumo sacerdote com a presença dos demais sacerdotes e testemunhas para receber um veredicto sobre a questão. Este é o modelo a que o Senhor Jesus se referia aqui no verso 22. Em II Coríntios 5:10 e Rm 14:10-12 há uma referência ao tribunal de Cristo ao qual todos devemos comparecer e receber o julgamento pelo que praticamos aqui na terra. Também em Hebreus 9:27 é dito que após a nossa morte física devemos ser julgados. Portanto, esta segunda instância será num momento e local bem definido.
A terceira instância é pouco conhecida dos cristãos e é na verdade uma conseqüência da segunda instância. Isto é, se um cristão não é aprovado no Tribunal de Cristo, haverá necessidade de que o mesmo amadureça para enfim participar da Nova Jerusalém. Tal amadurecimento ocorrerá nesta terceira instância chamada de Geena de fogo.
É claro que o leitor quer entender direito estas três instâncias de julgamento, principalmente estas duas ultimas, mas repito que a mais importante instância é a que você está vivenciando hoje e que é a primeira. Aproveite toda a disciplina da instância atual a fim de evitar ser reprovado depois.
A Primeira Instância
Inicialmente percebemos neste verso 22 de Mateus 5 que estes julgamentos estão vinculados ao relacionamento entre os irmãos: Irar-se contra um irmão, falar contra um irmão e desprezar totalmente um irmão. Assim, ficamos claros que o lugar adequado para sermos aperfeiçoados é entre os irmãos. A reunião de um grupo de irmãos é chamado deigreja. A igreja é o Corpo de Cristo Cl 1:24; Ef 1:22-23. Por isso em I Coríntios 11:29 diz que se eu não discernir o Corpo serei réu (acusado) do corpo e sujeito a julgamento. Já percebeu que situação será a sua ao irar-se contra um irmão, ou falar mal contra um irmão ou negligenciá-lo, desprezá-lo como irmão? Veja RELACIONAMENTO PESSOAL
Discernir o corpo é perceber que os membros do corpo tem formas diferentes e funções diferentes, mas continuam a ser do mesmo corpo que você é I Co 12:12-18. Se você desprezar um irmão por causa da forma diferente dele reunir ou ter suas práticas ou mesmo de crer diferente de você, isto será computado negativamente contra você. Deus, então virá, ainda neste seu viver terrenal e julgará você por meio de situações que Ele mesmo, com muita propriedade sabe aplicar. Se a disciplina não for aproveitada por você, então o julgamento ficará para segunda instância.
A primeira instância de julgamento é conseqüência das coisas ocultas dentro do coração do homem. Em Hebreus 12:14-15 é dito para seguirmos a paz com todos. Depois diz que não deve haver em nós raiz de amargura. Raiz é a parte oculta de uma planta. Ninguém a vê, mas ela está dentro do coração do homem. Se você tem alguma mágoa em seu coração contra outro, está mágoa poderá ficar oculta dos homens, porém não de Deus e Ele julgará aqui nesta terra por meio de circunstâncias em sua vida a fim de retira-la do seu coração. Se essa mágoa “brotar”, isto é se você ofender seu irmão por meio de palavras, você ainda estará sujeito a mais um julgamento que será no Tribunal de Cristo. Se durante seu viver você se arrepender, e resolver esse problema com seu irmão, perdoando ou sendo perdoado, quando for ao julgamento do Tribunal nada constará contra você Mt 5:24-25.
A Segunda Instância
O Tribunal de Cristo ocorrerá nas nuvens imediatamente antes de Cristo retornar fisicamente à Terra. Para você se situar no tempo e espaço a respeito deste assunto, é necessário conhecer a respeito da ultima semana de Daniel. Veja o gráfico.
Após a abertura do ultimo selo serão tocadas sete trombetas, quando a sétima e ultima trombeta for tocada, Cristo descerá do trono para as nuvens (não para Terra) I Co 15:51-52; I Ts 4:15-17; Ap 11:15-19. Neste momento os cristãos que já faleceram ressuscitarão e subirão até às nuvens para ali se encontrarem com o Senhor. Os cristãos que estiverem vivos neste momento, serão arrebatados até às nuvens e ali todos serão julgados no Tribunal de Cristo. Neste julgamento teremos que prestar contas das obras que fizemos por meio do corpo II Co 5:10; I Co 4:5. Cada palavra que falamos Mt 12:36-37 neste momento teremos que dar contas, a não ser que já tenhamos resolvido aqui na terra. Também receberemos prêmio (galardão) pelo nosso comportamento no espírito, também chamado de atos de justiça dos santos Ap 19:8. Assim, uma vez julgados no Tribunal de Cristo receberemos um veredicto. Esta sentença será baseada:
Em nosso comportamento para com os irmãos (se houve amor)
Em nosso crescimento de nossa vida interior e
Em nossa obra exterior.
O Senhor Jesus explicou isso por meio de parábolas.
A primeira parábola que veremos é a do servo fiel Mt 24:45-51. Aqui é explicito que nossa incumbência é alimentar os irmãos. Não é julgar os irmãos, mas alimentá-los. Alimentar tem a ver com amor. A mãe alimenta seu filho com amor. Quando seu filho nasce, ela não lhe dá boas vindas com uma cartilha de regulamentos e ordenanças. Mas, ela o acolhe no seu peito de amor e o supre com leite. Se o filho está irritado e chora, a mãe não discute com ele, mas o supre com leite. Conforme o filho vai crescendo, a mãe vai lhe suprindo com alimentos mais sólidos (I Pd 2:2; Hb 5:12-14). A primeira conseqüência que ocorre quando a mãe alimenta seu filho é a submissão do filho para com ela, isto é, quem alimenta passa a ter autoridade.  Quando o Senhor Jesus retornar, isto é, na sua vinda nas nuvens, chamará seu servo fiel e confiará (dará autoridade sobre) todos os seus bens. Porém, se o servo não está suprindo seus irmãos com alimento de amor, ao Cristo retornar, Ele irá discipliná-lo “lançando-lhe a sorte com os hipócritas, ali haverá choro e ranger de dentes”. Lançar a sorte significa que o seu destino será juntamente com aqueles que tem uma aparência, mas não tem realidade (hipócrita). Quando é dito que “ali haverá…”, A palavra “ali” significa que é um local onde haverá um sentimento que é o “choro e ranger de dentes”. Se alguém tem aparência de servo, mas não tem realidade, seu destino é um lugar e neste lugar haverá um sentimento. Para alguns do povo de Israel que não tinham realidade, o Senhor Jesus disse que eles irão para as trevas, onde haverá choro e ranger de dentes Mt 8:10-12. Se o cristão não tiver realidade, irá para o mesmo local quando se estabelecer o Reino Milenar.
Esta parábola se refere portanto ao relacionamento entre os irmãos. A próxima parábola, a das 10 virgens, diz respeito ao amadurecimento interior de cada cristão que aguarda a vinda de do Senhor Jesus.Mt 25:1-13
Nosso espírito humano está hoje preenchido pelo Espírito de Deus. Mas, nossa alma é ainda muito dedicada a nós mesmos e não a Deus. Temos nossas próprias vontades e lutamos por elas. Temos nossa maneira de pensar e discutimos nossas opiniões com os outros. Nossos sentimentos são por demais oscilantes e relacionados somente com nossas próprias coisas.
Na parábola das dez virgens, a lâmpada é o local onde se coloca o azeite bem como pavio a fim de produzir luz. A lâmpada aqui é como um lampião. O nosso espírito é a lâmpada Pv 20:27. O azeite é o Espírito de Deus. As vasilhas, são os recipientes onde se guardam o azeite a fim de que, quando acabar o azeite da lâmpada, possam ser reposto. As vasilhas se referem a nossa alma II Tm 2:20; II Rs 4:1-7; veja a Mulher e o Azeite
Quanto mais nos relacionamos com Deus, mais o conhecemos e somos conhecido por Ele. Mais do Seu Espírito Santo fica guardado em nossa alma – nossa mente, vontade e emoção. Pelo fato de as virgens néscias não se relacionarem com o Senhor em suas almas (não terem azeite nas vasilhas)  quando o Senhor voltou, Ele disse que não as conhecia. Ao nos relacionarmos com o Senhor Jesus em oração, na leitura da Bíblia e em nosso viver de praticar aquilo que Ele nos tem falado Mt 7:24 somos considerados por Ele como virgens prudentes. Nascer de Deus é receber seu Espírito em nosso espírito humano. Crescer em vida é receber Seu Espírito em nossa alma. E receber Seu Espírito em nossa alma é estar com as vasilhas cheias. Para recebermos Seu Espírito em nossa alma, esta necessita espaço a fim de conter o Espírito de Deus. Em Mt 16:24-26 fala de negarmos nossa vida da alma a fim de a ganharmos no futuro, quando o Senhor vier.
Não basta termos experiências exteriores Mt 7:21-23 para participarmos no Reino milenar do Senhor. É necessário ter tais experiências mas, também seremos avaliados pelo nosso relacionamento interior com o Senhor. Veja que o critério de julgamento é baseado nestes três itens. Não adianta satisfazer somente um item, mas os três itens juntos são necessários para sua aprovação. Assim, o terceiro item são as obras exteriores que é mostrada na parábola dos talentos.
Você recebeu no mínimo um talento de Deus. Este talento é o seu dom. Pode ser uma habilidade ou um serviço dentro do Corpo de Cristo. Dom de apóstolo, aquele que é enviado à outra parte para pregar o evangelho. Dom de profeta, aquele que fala por Deus a fim de edificar, consolar e exortar I Co 14:3. Dom de mestre, aquele que ensina e assim por diante.
Em Ef 4:11-16 nos é revelado que o dom não é um presente para ser guardado ou somente algo escrito no seu “crachá espiritual”. O dom é para ser usado com um objetivo específico: … com vistas ao aperfeiçoamento de santos, para que cada um exercite seu serviço a Deus e por fim chegue a medida da estatura da plenitude de Cristo.
Em I Co 3:6-8 e 13-15 você vê a experiência prática do Apóstolo Paulo relatando que seu serviço foi plantar e o de Apolo foi regar, mas os dois eram UM com o propósito de Deus em edificar a igreja, isto é, levar todos ao crescimento. O que planta não é melhor do que aquele que rega, mas cada um está exercendo a sua obra, sua função no Corpo de Cristo. E, o objetivo final deve ser alcançado, caso contrário haverá um DANO para aquele que está exercendo seu dom. Que dano é esse? No versículo 13 é dito a respeito da obra do cristão que “o Dia a demonstrará”. Este é o dia do julgamento no tribunal de Cristo. Se as obras de um Cristão não forem aprovadas, o cristão será salvo mas, sofrerá um DANO. Este cristão recebeu um dom, um talento e não o usou adequadamente. Quando o Senhor voltar, ajustará contas com ele Mt 25:19. Se ele não usou seu talento o resultado será um DANO para ele, não a perdição, mas um dano. Este dano é ser lançado nas trevas exteriores, isto é para fora do Reino Milenar Mt 25:30.
Foi dito à igreja em Esmirna que o vencedor não sofreria o DANO da segunda morte Ap 2:11. Então, está implícito que aquele da igreja que não vencer sofrerá o DANO da segunda morte. O que é a segunda morte? E o que é o DANO da segunda morte?
Neste ponto começaremos a falar sobre a terceira instância de julgamento – a Geena de fogo.

APOCALIPSE
Capítulo 1
O título original significa revelação, todavia o dicionário ainda diz que palavra apocalipse quer significar “de difícil compreensão”, “obscuro”. O autor deste livro foi o apóstolo João (Apo 1:1 ; 22:8). A data do livro é discutível, aproximadamente 90 (A.D.) . O local foi a pequena ilha de Patmos, localizada próximo a cidade de Éfeso, no mar Egeu. O livro foi escrito para sete igrejas em sete cidades da Ásia Menor. Havia outras igrejas naquela região, todavia somente sete igrejas foram mencionadas (Ap 1:4) . Por que ? O número ‘sete’ na Bíblia está relacionado com perfeição ou a completação de algo. Em sete dias Deus completou sua obra de criação (Gn 2:2). Sete selos (Ap 5:5); sete trombetas (Ap 8:2); sete taças (Ap 15:7) que são operações que o Senhor está fazendo e fará para a completação de sua obra nesta era. Por isso as sete igrejas da Ásia Menor na verdade é um símbolo referente a toda a igreja. Isto é, significa a operação e obra que o Senhor realizará em sua igreja desde o início até o fim desta era, a era da graça.
1 Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João;
2 o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, de tudo quanto viu.
3 Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.
Bem-aventurado aqueles que lêem, ouvem e guardam.
O Senhor Jesus procura sempre falar por parábolas. Em Mateus 13:3,13, 34 Ele revela  isso e o motivo.
E falou-lhes muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e ouvindo, não ouvem nem entendem.
Todas estas coisas falou Jesus às multidões por parábolas, e sem parábolas nada lhes falava;
Para que seus discípulos entendessem suas parábolas, precisariam da explicação ou revelação. Para ter a revelação (explicação da parábola) teriam que pedir ao Senhor Jesus, isto é, contatar o Senhor de maneira direta e íntima como aconteceu em Mateus 13:36
Então Jesus, deixando as multidões, entrou em casa. E chegaram-se a ele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
Hoje, o livro de Apocalipse não é diferente. Esse livro é cheio de símbolos, parábolas, e para entendê-lo precisamos contatar o Senhor. A Bíblia não é somente um livro de histórias, mas é um livro para se contatar o Senhor. Especialmente em Apocalipse é fundamental a revelação do Senhor.
Para que nós tenhamos a revelação de tal livro, o primeiro passo é lê-lo e ouvir as suas palavras. Ao ler e ouvir as palavras da profecia, nós não vamos entendê-la de imediato, e assim buscaremos o Senhor em oração para nos revelar tais palavras. Teremos assim um relacionamento com o Senhor. O Senhor não quer meramente nos dar algum conhecimento, mas Ele quer nos dar vida. Hoje nós temos as escrituras …
Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim; mas não quereis vir a mim para terdes vida!, se não credes nos escritos, como crereis nas minhas palavras?   Jo 5:39,40
Essas escrituras falam a respeito do Senhor Jesus, mas nós precisamos ir até Ele para ganhar vida. Ao ler o livro de Apocalipse precisamos ir até o Senhor em oração para ganharmos vida em tal livro. Não será essa a razão de tantos símbolos e visões difíceis de entender ?
É necessário também guardar tais palavras. Daniel ao receber visões do Senhor, as guardava no coração. Daniel não entendia tudo o que via, no entanto as guardava:
Aqui é o fim do assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram e o meu semblante se mudou; mas guardei estas coisas no coração. Dn 7:28
Maria também guardava as coisas que via e ouvia a respeito de Jesus:
Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as em seu coração.
Então, descendo com eles, foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração. Lc 2:19,51
Ao lermos e ouvirmos tal palavra não significa que entenderemos tudo logo de início, mas ao guardarmos tal palavra, gradativamente o Senhor irá nos revelar. A vida não é estática. A vida não somente nasce, mas também cresce. Uma flor nasce e cresce. Um animal nasce e cresce. A vida está sempre se desenvolvendo. Ao buscarmos as escrituras para obtermos vida devemos perceber que não ganharemos tudo de uma hora para outra. Mas, se ao lermos e ouvirmos as palavras da profecia, guardarmos as coisas nela escritas, estaremos fazendo com que a palavra habite em nós e então o Senhor progressivamente revelará tais palavras a nós conforme formos crescendo. Também ao guardarmos tais palavras estaremos atentos as coisas que estão ocorrendo ao nosso redor, podendo ver o cumprimento dessas profecias.
Outro aspecto importante do “Guardar as palavras” :
Em Tiago 2:10, no guardar a lei está implícito o praticar, obedecer a lei. Guardar também é praticar, obedecer.
Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um só ponto,  tem-se tornado culpado de todos.
Em Mateus 7:24 o Senhor Jesus falou do homem que pratica a sua palavra:
Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.
Essas palavras de Apocalipse são profecias. A profecia não é somente previsão do futuro, mas segundo a Bíblia profetizar é falar aos homens para edificar, exortar e consolar:
Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. I Co 14:3
Muitas palavras aqui em Apocalipse são para exortação da igreja, como veremos por exemplo nas cartas às sete igrejas – cap 2 e 3. Se ouvirmos a palavra da profecia nos exortando a respeito de algo, devemos guardar tal palavra, isto é, devemos praticar e obedecer tal palavra. Algumas igrejas nos capítuos 2 e 3 foram advertidas, exortadas a se arrependerem. Guardar a palavra da profecia é a igreja se arrepender e voltar a posição adequada, praticando e obedecendo o que o Senhor estabeleceu. A igreja em Filadélfia foi elogiada por guardar a palavra (Ap 3:8). Ao ouvirmos e lermos as palavras da profecia devemos guardar, obedecer as coisas nela escritas para sermos bem-aventurados.
4 João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça a vós e paz da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono;
5 e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados,
6 e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém.
A partir deste versículo 4 até o 8 existe uma sequência muito lógica e relacionada com o plano de Deus no Novo Testamento. Primeiro há a revelação do Deus Triuno. Após então há o sangue derramado no final do v. 5, isto é, a morte vitoriosa do Senhor Jesus, que por sua vez produziu a igreja (Reino, Sacerdodes – v.6). Depois então, que terminar a era da igreja, o Senhor voltará. Isto é a segunda vinda do Senhor Jesus – v.7. No v.8 temos Deus sendo tudo em todos. Ele é o alfa e ômega, Ele é todo o alfabeto. Veremos isso agora com mais detalhes.
Em Ap 1:4-5 há uma saudação: graça e paz. Essa saudação provém da parte de três “pessoas”, ou melhor, do Deus Triuno.
DA PARTE DAQUELE QUE É, QUE ERA E QUE HÁ DE VIR
Essa primeira pessoa está num trono, como fala no final deste mesmo versículo. Em Ap 3:21 vemos o Senhor Jesus dizendo que Ele sentou com seu Pai no seu trono. O Pai está sentado no trono. Em Ap 1:8 Deus se refere a si mesmo como Aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso. Em Gn 17:1 Deus se denomina de Todo-Poderoso. Percebemos aqui que essa expressão “Da parte daquele que é, que era e que há de vir” se refere a Deus Pai.
Como Pai, Ele é a fonte. Pai está em contraposição a filho. O filho vem do Pai. Em Jo 17:8,18 o Senhor diz que saiu do Pai e foi enviado pelo Pai. O Pai é a fonte de onde o Filho vem. O Pai também envia o Espírito Santo (Jo 14:26). Pai é a fonte, a origem, aquele que envia.
DA PARTE DOS SETE ESPÍRITOS QUE SE ACHAM DIANTE DO SEU TRONO
Alguém pode pensar que há sete espíritos diferentes e separados diante do trono de Deus. Mas em Apocalipse o número sete está indicando um símbolo de algo completo, perfeito e não meramente uma quantidade. Para melhor vermos isso vamos a Ap 4:5 onde os sete espíritos de Deus são sete tochas de fogo (lâmpadas do candelabro). O candelabro (candeeiro) é uma peça só, mas com sete lâmpadas. Zacarias também teve uma visão do candelabro com suas sete lâmpadas. As lâmpadas são a parte do candelabro onde se coloca o óleo para ser aceso e iluminar. Zacarias não entendeu essa visão e perguntou o que significava as lâmpadas e o candelabro. O Senhor então respondeu : Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. Essa visão de Zacarias (lâmpadas e o candelabro) diz respeito ao Espírito. Em Apocalipse temos sete espíritos que são sete tochas, lâmpadas do candelabro. Em Zacarias temos sete lâmpadas do candelabro que diz respeito ao Espírito do Senhor. As sete lâmpadas com óleo são um tipo, um símbolo do Espírito.
As lâmpadas são para iluminar. Ao acender as lâmpadas o fogo ilumina e as trevas são dissipadas. Se o candelabro tem sete lâmpadas pode ser que somente duas ou três sejam acesas. A luz então teria uma certa intensidade, mas se todas as sete lâmpadas forem acesas, então o candelabro estaria expressando toda a sua luz a um grau máximo. O candelabro com suas sete lâmpadas acesas se refere ao Espírito de Deus completamente expressado.
Os sete espíritos de Deus são os sete olhos do cordeiro (Ap 5:6) que por sua vez são olhos como chama de fogo (Ap 1:14). O Espírito como olho vê. O Espírito como fogo ilumina e queima.
Hoje o Senhor está nos vendo através do Espírito. Está nos iluminando através do Espírito e está nos queimando (provando, julgando) através do Espírito (I Co 3:13-15). Se pratico algo que desagrade e não seja aprovado por Deus, O Espírito como olhos do cordeiro que percorrem toda a terra vem me ver. O Espírito como fogo me ilumina para que eu possa ver e me arrepender. E também o Espírito como fogo queima em mim toda a palha, feno e madeira.
A situação aqui em Apocalipse é de trevas e o Espírito vem como o candelabro com suas sete lâmpadas acesas para iluminar as trevas. Resumindo: Os sete espíritos de Deus é o Espírito sete vezes intensificado iluminando plenamente.
DA PARTE DE JESUS CRISTO, A FIEL TESTEMUNHA, O PRIMOGÊNITO DOS MORTOS, E O SOBERANO DOS REIS DA TERRA
A terceira pessoa está mais explícito: é o Filho. O Pai é “Aquele que era, que é e que há de vir”. O Espírito é “os sete espíritos que se acham diante do seu trono”. E o Filho é o Senhor  Jesus Cristo. Aqui o Senhor Jesus apresenta ainda três títulos:
Fiel Testemunha:  Se você não presenciou um fato, por exemplo, uma testemunha pode testificar pra você tal fato. Uma testemunha fiel testifica o fato fidedignamente. Deus habita em luz inascessível e homem algum jamais O viu (I Tm 6:16). Alguém então precisaria testificar a respeito de Deus e o Senhor Jesus foi tal pessoa (Jo 1:18; 14:8-9; Cl 1:15). Se você quer ver tal Deus, você precisa ver Cristo, pois Ele é a imagem do Deus invisível. O Senhor Jesus testemunha fidedignamente, exatamente como Deus é.
Primogênito dos Mortos: (Cl 1:18) Primogênito significa o primeiro a ser gerado, o primeiro filho. Primogênito dos mortos, então, é o primeiro a ser gerado dos mortos, o primeiro a ressussitar. Se há um primeiro consequentemente há um segundo, terceiro, etc. O Senhor Jesus é o primeiro a Ressussitar, Ele então nos deu vida estando nós mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2:1). E nós somos os outros a serem gerados da morte, ou seja, espiritualmente falando nós ressussitamos (Ef 1:20; 2:6).
Ao crermos no Senhor, ao invocarmos o seu Nome e ao recebermos Cristo como Espírito em nosso espírito, nós nos unimos ao Senhor. Consequentemente ao estarmos unidos ao Senhor, tudo o que o Senhor passou (como homem) nós também passamos. O Senhor Jesus morreu, nós também morremos. Ele foi crucificado, sepultado, nós também fomos (Rm 6:4-11). Ele ressussitou, nós também ressussitamos. Assim o Senhor Jesus é o primeiro filho, o Primogênito e nós somos os outros filhos que vieram depois dele.
Fiel testemunha o Senhor Jesus é para Deus, Primogênito dos Mortos Ele é para nós e Soberano dos Reis da Terra Ele é para as nações e para o mundo (Fl 2:9-11; Ap 17:14; 19:15-16). Hoje mesmo, o calendário que usamos é baseado no nascimento do Senhor Jesus. O mundo pode não crer, mas tem que usar este calendário, pois Cristo é o Senhor. No Antigo Testamento e no mundo antigo o calendário era baseado no rei que estava reinando (Dn 1:1; 2:1; 7:1). Um dia o mundo tentará pelejar contra o Senhor Jesus, mas terão que dobrar os seus joelhos porque Jesus Cristo é Senhor dos Senhores e Rei dos Reis, Aleluia!!
No final do versículo 5 do capítulo 1 de Apocalipse, há uma morte implícita na palavra “sangue”. O Senhor Jesus aparece aqui derramando seu sangue por amor a nós. Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito … (Jo 3:16). Deus prova o seu amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5:8). Deus é amor (I Jo 4:16). Amor é a natureza de Deus. O Filho tem a natureza do Pai. O Senhor Jesus nos ama.
Nossa situação entretanto, diante de Deus, era muito delicada, pois por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado entrou a morte. E a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5:12). Todos pecamos e carecemos da glória de Deus (Rm 3:23).
Como resolver a questão do pecado? (Hb 9:22) Precisa haver derramamento de sangue (Lv 17:11). De acordo com a lei em Levítico, era necessário que o sangue a ser derramado fosse de um cordeiro sem defeito (Lv 5:15; 6:6). Cristo foi tal cordeiro (Jo 1:29; I Pd 1:19). Em Cristo não se achou defeito, nenhum pecado (Hb 4:15). Ele era qualificado a ser tal oferta pelo pecado. E Cristo então, espontaneamente se ofereceu por amor a nós como oferta pelo pecado (Jo 10:17,18; II Co 5:21). E assim pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados. Agora, libertos dos nossos pecados, estamos numa posição adequada para sermos constituídos Reino e Sacerdotes para seu Deus e Pai . Não é qualquer um que pode entrar ou ver o Reino de Deus. É necessário nascer de novo (Jo 3:3-5). Nascer da água significa ser batizado na morte de Cristo (Rm 6:3-4).
Há uma sequência aqui. Primeiro há a morte, depois a aptidão para ver o Reino e entrar no Reino. Se nós não experimentarmos a morte do Senhor Jesus, não podemos ter tal visão do Reino. Por outro lado, o único pré-requisito para ser constituido Reino é ter a experiência da Cruz.
Um dia, derrepente, você dá de frente com o Senhor Jesus. Você se chega até Ele e crê que Deus o ressussitou dentre os mortos (Rm 10:9). Após crer você começa a invocá-lo e a confessa-lo como Senhor. Algo muda na sua vida, uma paz enche o teu ser, e você não sabe explicar direito o que está acontecendo, mas é algo muito bom. Então alguns valores na sua vida começam a mudar. Fazer determinadas coisas parece já não ter muita graça, você já não se sente tão a vontade para falar determinadas palavras. Isso é uma mudança interior que não vem de nenhuma regra ou lei religiosa externa. Você entra numa esfera onde há uma autoridade que comanda agora os seus passos através da paz interior. Isto é o Reino (Rm 12:17; Cl 3:15; I Jo 2:27). Reino é uma esfera de autoridade onde há um governo. Hoje nós estamos vivendo na era do Reino dos Céus (Mt 13). Esse Reino hoje não tem aparência visível, pois esse Reino está dentro de nós (Lc 17:20-21), mas um dia irá se manifestar visivelmente com o Senhor Jesus governando as nações de Jerusalém no Milênio (Ap 20:4,6).
Por outro lado, nós somos também constituidos Sacerdotes (I Pd 2:9-10). Hoje, o único pré-requisito para ser um sacerdote é ser liberto e lavado pelo sangue. Você não precisa fazer um curso, entrar num seminário, fazer teologia ou usar uma roupa especial. Para ser um sacerdote só é necessário ser lavado pelo sangue do Senhor. O que é um sacerdote então ? O serviço do sacerdote é levar o homem até Deus. O desejo do coração de Deus é que todo o seu povo exerça o sacerdócio. Até mesmo para o povo de Israel no Velho Testamento foi essa a vontade de Deus. Em Ex 19:5-6 o Senhor expressa tal desejo para todo o povo. Mas por causa da idolatria somente uma tribo (tribo de Levi) se posicionou ao lado do Senhor e de Moisés, então dessa tribo o Senhor escolheu uma família para que ministrassem como sacerdotes, a família de Arão. Por causa de tal situação de idolatria e incredulidade o resto do povo ficou de fora neste serviço sacerdotal (Ex 32; Nm 25:7-13).
Mas hoje, o Senhor volta a chamar todo o seu povo para o exercício do sacerdócio. Todos os que foram lavados pelo seu sangue estão qualificados para exercer o sacerdócio. Depende de nós agora tal exercício. Você pode ter habilitação para dirigir carro e no entando não dirigir. Hoje nós temos a habitação para o sacerdócio, e temos o “carro”, a igreja. É só praticar.
Até agora Deus se revelou como Deus Triuno, o Pai, o Espírito e o Filho. O Filho derramou seu sangue, sua morte nos liberta dos nossos pecados. Após então Ele nos constitui sua igreja, Reino e Sacerdotes. Agora vivemos em tal periodo, mas no versículo 7 vemos que o Senhor voltará. Isto ainda não ocorreu.
7 Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.
Em Atos 1:9-11 é dito que o Senhor subiu e foi encoberto por uma núvem. Desse mesmo modo Ele voltará. A segunda vinda do Senhor Jesus, de acordo com a Bíblia é cheia de detalhes aos quais não iremos nos deter agora. Mas é importante saber que a segunda vinda do Senhor será basicamente de dois aspectos: uma oculta e inesperada e outra visível e previsível.
Oculta : Mt 24:32-51; I Ts 4:17; I Co 15:52; Ap 10:1; Ap 14:14
Aqui nestas passagens é dito a respeito da vinda do Senhor como um ladrão, isto é, de maneira inesperada. Também se refere na núvem, que mostra que o Senhor não aparecerá logo a todos os povos de maneira visível. Assim o Senhor virá para aqueles que O esperam.
Visível : Mt 24:3-31; Ap 18:1
Aqui fala que o Senhor virá como um relâmpago. Um relâmpago é rápido e visível, todos O verão. Isto se refere principalmente às nações. Os muitos detalhes com relação a segunda vinda do Senhor nós veremos progressivamente no decorrer do estudo deste livro.
8 Eu sou o Alfa e o ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.
Alfa é a primeira letra do alfabeto grego e ômega é a última. O Senhor é de alfa até o ômega, isto é, Ele é todo o alfabeto. Ap 22:13 associa três coisas: alfa e ômega, primeiro e último, princípio e fim. Antes do início de tudo havia Deus, Ele é o primeiro. A partir de Deus tudo começou, houve um princípio. Ele também é o fim de todas as coisas. E depois que tudo se findar, Deus ainda será, Ele é o último. Como alfa e ômega, Ele é todas as coisas. Qualquer coisa que você escrever terá que usar Deus, pois Ele é todas as letras do alfabeto.
9 Eu, João, irmão vosso e companheiro convosco na aflição, no reino, e na perseverança em Jesus, estava na ilha chamada Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
O versículo 9 e o 10 nos mostra a posição em que o apóstolo João estava para receber tal visão. Esta experiência de João precisa ser a nossa se quisermos também ver a visão. João estava na posição de irmão. Hoje nós somente precisamos ser irmãos. Não é necessário nenhum outro título. Você não precisa ser doutor, pastor, teólogo, etc, para receber visão do Senhor. No entanto, é necessário que você seja um irmão companheiro dos outros irmãos. Companheiro em que ?
Na  tribulação (aflição)
I Pd 4
12 Amados, não estranheis a ardente provação que vem sobre vós para vos experimentar, como se coisa estranha vos acontecesse;
13 mas regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo; para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e exulteis.
14 Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória, o Espírito de Deus.
I Pd 5
8 Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar;
9 ao qual resisti firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos estão-se cumprindo entre os vossos irmãos no mundo.
II Co 1
6 Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos;
7 e a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação.
Rm 8
17 e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.
18 Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada.
No Reino
Lc 17
20 Sendo Jesus interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência exterior;
21 nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós.
Jo 3
5 Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
Na perseverança
Hb 12
1 Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta,
2 fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus.
3 Considerai, pois aquele que suportou tal contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas almas.
4 Ainda não resististes até o sangue, combatendo contra o pecado;
5 e já vos esquecestes da exortação que vos admoesta como a filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido;
10 Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta,
João foi arrebatado no espírito porque certamente ele andava no espírito (Gl 5:25). Também nós devemos andar no espírito para que as palavras deste livro possam ser absorvidas por nós. As palavras que o Senhor nos fala é espírito e vida (Jo 6:63). O receptor deve estar em sintonia com o transmissor. Por isso, nosso espírito é o local adequado para se receber as palavras do Senhor. Se ficarmos na mente, divagando em pensamentos e buscando somente conhecimento, não perceberemos o que o Senhor quer nos dar. É como um rádio que precisa ser sintonizado na freqüência certa.
João estava no dia do Senhor. Este dia é o dia em que o Senhor ressussitou. É o primeiro dia da semana. Estar no dia do Senhor é estar em ressurreição. Devemos morrer para os nossos conceitos, doutrinas, opiniões e tudo o que seja do homem natural. Até mesmo a nossa cultura nacional pode ser um obstáculo para recebermos uma visão do Senhor. Nós não somos mais gregos nem judeus (Cl 3:11), não somos mais brasileiros ou japoneses, mas Cristo deve ser tudo para nós. Nosso alvo ao estudar tal livro é ganhar Cristo como espírito e vida.
11 que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia.
12 E voltei-me para ver quem falava comigo. E, ao voltar-me, vi sete candeeiros de ouro,
João, ao voltar-se à palavra do Senhor, isto é, ao voltar-se àquele que falava viu algo. A visão que João teve, foi e ainda é cheia de realidade, inclusive para nós hoje. Em primeiro lugar ele viu sete candelabros que são as sete igrejas (Ap 1:20) e que, por sua vez, é a igreja composta de todos os irmãos de todas as eras, desde o pentecostes até a segunda vinda de Cristo.
Sempre que ouvirmos o Senhor falar, e nos voltarmos para ver quem está falando conosco, veremos a igreja. O falar do Senhor vem da igreja.
Depois, João viu no meio dos sete candeeiros (no meio da igreja), um semelhante a filho de homem e com outras características que revelam ser Jesus Cristo tal pessoa. Essa é uma visão de Cristo se relacionando com sua igreja. Cristo está no meio da igreja. Os vários detalhes da descrição desta pessoa, expõe como Cristo se relaciona com a igreja.
Aqui cabe dizer que o candelabro se encontra dentro do tabernáculo. O candelabro serve para iluminar a parte do tabernáculo chamada de Santo Lugar. Não havia outra luz qualquer dentro do tabernáculo. Se o candelabro fosse apagado, tudo dentro do tabernáculo seria trevas. O sacerdote judeu ao entrar dentro do tabernáculo, não ficava lustrando ou fazendo outra coisa qualquer com o candelabro. Ele somente cuidava do candelabro de forma que este permanecesse aceso. Era necessário espevitar, isto é, tirar  a parte do pavio que já tinha se queimado e que só fazia fumaça sem iluminar. Era necessário por óleo nas lâmpadas para a luz não apagar. Hoje o candelabro é a igreja. E o Senhor Jesus, ao se relacionar com a igreja, cuida para que ela esteja iluminando, brilhando num mundo de trevas.
13 e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem, vestido de uma roupa talar, e cingido à altura do peito com um cinto de ouro;
Em primeiro lugar Ele é semelhante a filho de homem. O Senhor Jesus, em seu ministério terreno, muitas vezes se denominou “filho do homem” (Mt 8:20; 9:6; 12:8,32,40). O Senhor Jesus é Deus, mas aqui Ele se esvaziou e não tomou a posição de Deus. Ele veio a terra na posição de homem (Jo 1:1,14; Fl 2:5-8; Hb 5:7-10). Quando Ele foi tentado, Ele venceu na posição de homem. Seria muito fácil Ele vencer o inimigo e todas as coisas se Ele estivesse na posição de Deus. Quando Ele fazia algum milagre, Ele o fazia na posição de homem, tanto que Ele falou que coisas maiores que Ele fez os seus discípulos fariam (Jo 14:12). Desta maneira, como homem, é que Cristo se relaciona com a igreja, para que haja uma identificação entre a igreja e Cristo. Por exemplo: Quando você está num país distante, e se encontra com outra pessoa de sua nacionalidade, há uma identificação e um relacionamento mais próximo, pois vieram do mesmo lugar e falam a mesma língua. Um pai sabe se relacionar melhor com outros pais, pois eles passam por situações semelhantes. Um estudande se relaciona melhor com outro estudante porque passam pelos mesmos problemas e dificuldades. Hoje, nós na igreja, nos relacionamos com Cristo dessa maneira, como filho do homem. Se Deus não tivesse  se tornado um homem na pessoa de Jesus, nós poderíamos chegar até Ele e falar: “Como você pode pedir tal e tal coisa a mim, ou mesmo exigir qualquer coisa, se você não sabe como eu sou, o que estou passando e o quanto é difícil ser homem ?”. Mas Deus enviou seu Filho Jesus em semelhança de carne pecaminosa (Rm 8:3), e hoje, Jesus sabe exatamente o que estamos passando, pois como um homem nós nos identificamos com Ele e Ele conosco. Por um lado não temos como nos justificar diante de Deus, pois Ele se tornou um homem como nós. Ele sabe o que é ser um homem. Por outro lado, Ele nos compreende, e sabendo o que estamos passando nos socorre (Hb 2:17-18). Se você chegar perto de um passarinho, ele vai fugir de você. Mas se você se tornar um passarinho, é bem provável que você até mesmo faça com que um passarinho venha até você, e ele não te temerá. Assim era o povo de Israel outrora, tinham medo de Deus. Mas hoje, como um homem Ele é acessível a nós (Ef 3:12). Hoje é difícil você contatar o presidente da República, mas Jesus é acessível, a qualquer hora podemos chegar diante do seu trono com confiança (Hb 4:15-16).
Esse homem estava vestido com vestes talares, isto é, vestes sacerdotais. Assim, Cristo é um homem que se relaciona conosco, porém com a função de Sumo Sacerdote. Qual a função do sacerdote ? (Hb 5:1-10; 7:23-27; 9:11-28). Jesus como filho do homem pode compreender o homem e condoer-se por ele, e como sacerdote está qualificado a interceder por esse homem e ser mediador entre Deus e o homem (Hb 7:25; 8:6; I Tm 2:5-6; Rm 8:34). O ofício do sacerdote é levar o homem até Deus, intercedendo por ele e fazendo propiciação por esse homem através de ofertas (Lv 1:1-9). Todo o contato entre o homem e Deus é por meio do sacerdote. Hoje Cristo é o sacerdote na igreja. Se você quer contatar a Deus, tem que ser por intermédio de Cristo (Hb 10:21).
Outra característica desse filho de homem é o cinto de ouro no peito. No Velho Testamento o cinto do sacerdote ficava nos seus lombos (Ex 18:8-14; Dn 10:5). Mas aqui, no Novo Testamento, Cristo se relaciona com a igreja usando o cinto de ouro no peito. O peito se refere ao amor. Aquele discípulo que Jesus amava, se reclinava no seu peito (Jo 21:20). Muitas mães que amamentam seus filhos por muito tempo, não percebem que depois de certa idade, a criança não necessita mais daquele alimento, mas persistem em amamentar por causa do vínculo afetivo que se estabelece entre a mãe e o filho, vínculo de amor. O cinto em Êxodo 28 é descrito com 12 pedras preciosas representando as 12 tribos de Israel, o povo de Deus. Hoje o Senhor nos ama e nos carrega como cinto no seu peito, em amor. Esse sacerdote intercede por nós e nos carrega no peito em amor – Rm 8:34,35: “… intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo ? …” Estamos amarrados no seu peito de amor.
14 e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve; e os seus olhos como chama de fogo;
Aqui nós temos aquilo que se chama cãs. O cabelo branco simboliza idade avançada, pessoa idosa, e nossa tendência é pensar numa pessoa velha. Mas se olharmos atentamente para este versículo, veremos que ele fala da maturidade e antiguidade (eternidade) do Senhor Jesus, sem velhice. Os cabelos são brancos como lã branca. A lã é um produto que vem da vida da ovelha, é algo natural da vida da ovelha. A ovelha não precisa envelhecer para ter a lã branca. A lã também tipifica um produto terreno se comparado com a neve que vem do céu. Esta referência como tudo no livro de Apocalipse, tem um significado. Por um lado tais cabelos brancos tipificam maturidade, por outra lado eram como alva lã. Os carneirinhos, desde novinhos tem suas lãs branquinhas, entretanto são novos. Seus cabelos são também brancos como a neve. A neve desce do céu, tipificando que esta brancura é a pureza que desce do céu. Apesar do Filho ter se tornado homem há somente 2.000 anos, sua natureza humana já existia no coração de Deus (I Pd 1:19,20). Antes da fundação do mundo, já era conhecido de Deus que Jesus se manifestaria em carne, isto é, já era conhecido a sua humanidade. Portanto sua humanidade é antiga, é eterna, e não tem somente 2.000 anos de existência como alguém poderia pensar. Cabelos brancos como lã branca indica idade avançada (eternidade) em natureza terrena pura e limpa.
Seus cabelos brancos são também como a neve, que é pura e limpa, e que vem do céu, denotando sua natureza divina. Jesus Cristo é um perfeito homem e também é Deus. Ele tem a natureza do homem e também a natureza de Deus. Eternamente Ele tem essas duas naturezas. O Senhor existe desde a eternidade passada até a eternidade futura (Jo 8:58; Ex 3:14). O Senhor Jesus é. Ele não veio a existir, mas Ele simplesmente é. Nossa mente limitada não entende isso. Em João 8:58 o Senhor Jesus usa o mesmo título que Deus usa em Êxodo 3:14. Isto ocorre porque Jesus é Deus. Esse homem sacerdote que leva a igreja como cinto de ouro no peito, em amor, tem uma natureza divina e humana eterna.
A palavra diz que Ele tinha olhos como chama de fogo. Ao se relacionar com uma pessoa, você olha nos seus olhos. Os olhos expressam a pessoa. Se uma pessoa ao contata-lo não olha nos seus olhos, provavelmente ela está querendo se esconder de você, ou com medo que você descubra algo nela, seu sentimento ou algum fato, etc. O Senhor Jesus ao se relacionar conosco (a igreja), olha para nós com seus olhos. Ele quer se revelar para nós. Ele quer que nós o conheçamos. No entanto seus olhos são como chama de fogo. Efetivamente seus olhos são como chama de fogo, pois consome as trevas e evidencia aquilo que está encoberto. O fogo na Bíblia é usado como julgamento divino (I Co 3:13; Hb 6:8; 10:27). Tipificam os olhos o juizo de Deus sobre os homens. No antigo testamento o Senhor usou a água para estabelecer seu juízo sobre os homens, mas Ele fez uma promessa a Noé que não usaria mais a água (Gn 9:11), e passou a usar o fogo como instrumento do seu juízo (Gn 19:24; Lv 10). Ao nos olhar, o Senhor com seus olhos como chama de fogo, Ele nos “queima”. O Senhor já começou a julgar-nos. Hoje mesmo estamos sendo julgados pelo Senhor (I Pd 4:17). O juízo de Deus já começou para nós que somos a casa Dele, a sua igreja. Esse julgamento é para nos purificar e não para nos liquidar. Deus quer tirar de nós hoje todas as vaidades, impurezas e velharias para que, quando estivermos nos seu Tribunal, nos ares, possamos ser aprovados (II Co 5:10). Os olhos do Senhor são os sete olhos do cordeiro (Ap 5:6), que são os sete espíritos de Deus, que por sua vez são as sete lâmpadas (tochas) que servem para iluminação. O número sete conforme já narrado, significa algo completo, ou seja, o juízo de Deus é absoluto. Ao olharmos para Cristo, Ele olha para nós, Cristo se revela a nós e O vemos. Seu olhar nos ilumina e vemos também a nós mesmos, e se nos arrependermos somos purificados. Esse olhar de Cristo é por meio de seu Espírito. Hoje o Espírito trabalha nos convencendo do pecado. Se eu ofender alguém, quando for contatar a Deus em oração não sentirei paz, pois o Senhor estará me iluminando e eu verei que não agi adequadamente e pequei contra aquela pessoa e contra o Senhor. Se eu me arrepender e confessar, então tudo será julgado aqui e agora mesmo, tudo será queimado e terei um novo começo, isto será purificado e esquecido por Deus. Se eu não me arrepender isto ficará pendente, e será julgado no Tribunal de Cristo futuramente(Mt 5:21-26; Mq 7:18,19; I Jo 1:9; II Co 5:10; Hb 9:27).
MIQUÉIAS [7]
18 Quem é Deus semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade, e que te esqueces da transgressão do resto da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque ele se deleita na benignidade. 19 Tornará a apiedar-se de nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades. Tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar.
MATEUS [5]
21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar será réu de juízo.22 Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno.23 Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,24 deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.25 Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão.26 Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
I JOÃO [1]
7 mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
II CORINTIOS [5]
10 Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal.
HEBREUS [9]
27 E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo,
O olhar do Senhor como chama de fogo queima em nós a “palha” e purifica o “ouro”. Se tivermos um viver de “palha”, não restará nada em nós, mas se tivermos um viver de ouro (o ouro tipifica a natureza de Deus), esse ouro ainda será mais purificado (II Co 3:13).
15 e os seus pés, semelhantes a latão reluzente (bronze polido) que fora refinado numa fornalha; e a sua voz como a voz de muitas águas.
Aqui nós vemos os pés do Senhor. Os pés são a parte do corpo que contatam a terra, que andam na terra. Pelos pés nós contatamos a terra, o mundo e nos movemos de um lado para outro. Os pés do Senhor é o contato Dele com esta terra. O bronze indica julgamento e qualificação para julgar. Em Êxodo 27:1-19 vemos o Altar de bronze onde as ofertas eram queimadas (Lv 1:4). Ao fazer uma oferta, o sacerdote sacrificava um cordeiro, e o animal era queimado no Altar de bronze. O Altar de Bronze era o local qualificado para que o julgamento (o fogo) fosse executado. Em Isaias 53 vemos que o viver do Senhor Jesus aqui na terra foi como uma fornalha, onde Ele passou por todo tipo de aflição e sofrimento. A fornalha refina o bronze. Todo esse sofrimento que o Senhor passou, O refinou, O aperfeiçoou (Hb 2:10; 5:8-9). Hoje o Senhor tem os pés como bronze polido, isto é, no contato que o Senhor tem com as pessoas e coisas deste mundo, Ele é totalmente qualificado para julgar tudo e todos(Jo 5:22,27; At 10:42; 17:31; II Tm 4:1). O andar de Cristo nesta terra é a base do seu julgamento (I Jo 2:6), assim como o Altar de Bronze era a base onde o fogo consumia a oferta. Sobre uma base há um julgamento. Baseado numa lei os homens julgam. Nós seremos julgados baseados no andar do Senhor Jesus. Se andarmos como Ele andou, nossa natureza será de ouro e no dia do juízo seremos ainda mais purificados. Se andarmos de outra maneira, seremos como palha, nada sobrará em nós, todavia seremos salvos como que através do fogo.Também não podemos nos vingar a nós mesmos. O Senhor é o Juiz, só Ele é a base adequada onde o julgamento é executado (Rm 12:19).
Há uma relação entre os “olhos como chama de fogo” e os “pés como bronze polido”. Mas é interessante notar que no relacionamento de Cristo com a igreja (sacerdote com os candelabros), o fogo está nos olhos e não nos pés. Isto quer dizer que o Senhor nesta era da graça, está nos julgando pelos olhos, ou seja, pelo Espírito interior que em nós habita e não pelo Tribunal. Por isso é melhor ser julgado nesta era pelo Espírito, tendo um viver de arrependimento diante do Senhor e dos homens, do que ser julgado na manifestação da sua vinda como pernas como colunas de fogo (Ap 10:1).
A sua voz era como voz de muitas águas. Ap 14:2; Salmo 29:3-11; Salmo 104:7; Ez 43:2.
A voz do Senhor é solene. Diz respeito a sua autoridade. Quando ouvimos a sua voz é como um som ensurdecedor. Ficamos surdos para tudo mais, só ouvimos a sua voz. Se você ficar próximo a uma catarata onde há muitas águas, o som é muito alto. O Salmo 29 fala que a voz do Senhor é poderosa, é cheia de majestade (autoridade do rei), quebra os cedros do Líbano, despede chamas de fogo, etc. Nossa necessidade hoje é ouvir a voz do Senhor. Devemos também utilizarmos a voz do Senhor para exercermos autoridade por Ele. Quando ao ouvirmos palavras negativas e faladas pelo inimigo através de outros, devemos falar com a autoridade do Senhor para que o inimigo cale a boca. Muitas vezes palavras aparentemente boas podem ter origem em satanás(Mt 16:23). “…E no seu templo tudo diz: Glória”, quando ouvimos a voz do Senhor, nós o seu templo, só conseguimos louva-LO(Sl 29:9).
16 Tinha ele na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois gumes; e o seu rosto era como o sol, quando resplandece na sua força.
A mão está relacionada com a obra, serviço. Com a mão se edifica (Pv 10:4; Is 64:8; Mc 14:58; Ef 4:28). A direita, é um lugar de honra, de aprovação. O Senhor Jesus está a direita do Pai (At 7:55). Com relação ao homem é um lugar de aprovação (Mt 25:33). As sete estrelas são os sete anjos (mensageiros – Ap 1:20). As cartas são escritas para os anjos que estão na posição de trabalho, edificando e sendo aprovados por Deus, isto é, na mão direita. Todas as ovelhas do Senhor estão na sua mão (Jo 10:28). Mas esses mensageiros (anjos) estão na mão direita, estão cooperando com Deus para edificação da igreja e sendo aprovados por Deus. Por um lado todos nós cristãos somos estrelas, pois a descendência de Abraão seria como a areia da praia e as estrelas do céu (Gn 22:17). O povo de Israel é a descendência terrena de Abraão (areia da praia) e a igreja é a descendência celestial de Abraão, as estrelas do céu(Gl 3:7,29). Nosso alvo é ser estrela na mão direita do Senhor, isto é, servos que estejam trabalhando e cooperando com Deus para a edificação do corpo de Cristo e sendo aprovados por Ele. Estando em tal local, as palavras do Deus Triuno serão dirigidas a nós, porque as cartas não são dirigidas diretamente para as igrejas, mas para os anjos que estão na mão direita do Senhor.
Espada de dois gumes:           Espada é uma arma para guerra. Esta espada sai da boca do Senhor. Fica claro se compararmos com Efésios 6:17 e Hebreus 4:12, que tal espada é a Palavra do Senhor. Certamente então, deve haver uma guerra. Onde é travada esta guerra? Esta guerra é contra quem?
Em primeiro lugar esta guerra não é contra carne e sangue (Ef 6:12). Não é contra seu colega de serviço, contra seu patrão, contra seu irmão ou seu esposo(a), ou contra aquela pessoa que te persegue e te causa problemas. Não podemos cair nesta cilada. Veja com cuidado o que é dito em Ef 6:11-12 :“… para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne …”
Uma das ciladas do diabo é levar-nos a pensar que temos que guerrear contra alguma pessoa. Em Tiago 4:1,2 , alguns irmãos caíram nesta cilada e havia guerras e contendas entre os irmãos. Discussões por causa de opiniões nada mais é do que uma cilada do diabo. Não caia nessa !!
É preciso esclarecer que “o sangue e a carne” se refere ao ser humano, uma pessoa em geral (Mt 16:17; I Co 15:50; Gl 1:16; Hb 2:14). Mas em Gálatas 5:17, a palavra “carne” significa a esfera da nossa alma dirigida pelo pecado (Rm 7:18).
Portanto há uma guerra da carne contra o Espírito. Esta guerra é travada em nossa alma. Há uma parte da nossa alma controlada pelo pecado que se chama carne (Rm 7:18). Há uma parte da nossa alma que deseja fazer as coisas de Deus que se chama lei da mente (Rm 7:23). Se nós tentarmos lutar contra a carne usando a lei da mente, que é nossa vontade e força natural, acabaremos por ficar prisioneiros da lei do pecado, isto é, seremos derrotados pela carne (quem perde fica preso).
“…. mas vejo nos meus membros outra lei guerreando contra a lei do meu entendimento(lei da mente), e me levando cativo à lei do pecado, que está nos meus membros.”Rm 7:23.
Mas se nós nos voltarmos ao Espírito, buscando o Senhor em oração, invocando o seu Nome, clamando por socorro, esquecendo da nossa capacidade de lutar ou da nossa força natural, então seremos vitoriosos porque a lei do Espírito da vida nos livra da lei do pecado e da morte (Rm 8:2). Não podemos nos esquecer de que a espada que derrota o inimigo sai da boca do Senhor, e não da nossa. Por isso, sempre temos que buscar o Senhor Jesus.
Há alguns fatores externos que influenciam a carne que são os principados e potestades, dominadores deste mundo tenebroso e as forças espirituais do mal. Estes três fatores atuam na carne e assim temos que lutar contra eles também. Estes três fatores se encontram numa esfera espiritual (regiões celestes). Nós só podemos enxerga-los se nós estivermos acima desta esfera espiritual, ou seja, nos lugares celestiais (espirituais) em Cristo Jesus (Ef 1:20,21; 2:6).
Como usar a espada? A espada é a Palavra de Deus. Esta espada separa o espírito da alma e podemos permanecer só no espírito. Devemos primeiro nos achegar confiadamente junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna e então tomar a Palavra de Deus com toda oração e súplica, orando em todo o tempo no Espírito, e para isto vigiando com toda a perseverança e súplica por todos os santos. Assim há vitória. (Hb 4:16; Ef 6:17,18).
Caso você esteja incomodado com sua esposa por ela demorar para sair para reunião, você percebe que vai chegar atrasado. Então alguns argumentos e acusações já começam a permear a sua mente. Você pensa: “não vou falar nada, mas eu sei que ela está errada, ela deveria ter se preparado antes, mas eu vou me controlar, não vou discutir antes da reunião”. Tudo isto é sua lei da mente tentando vencer a carne. Se você permanecer aí, na alma, será uma presa fácil para o pecado. Então é hora de chegar diante do Senhor: Senhor me socorre. Supre vida para minha esposa. Abençoa minha esposa. Obrigado por tal oportunidade de orar. Enche-a com teu Espírito. Perdoa-me por tentar confiar em mim mesmo. Enche a reunião com tua presença. Supre as necessidades dos irmãos. Que tua Palavra venha habitar ricamente em nós hoje – Cl 3:16. Leva o irmão X a pensar nas coisas do alto – Cl 3:2. Desperta o espírito do irmão Y.
Outras vezes o inimigo vem de fora, através da alma de outro. O diabo pode vir com palavras de derrota ou com lisonja: ” O Fulano é muito devagar para fazer esse trabalho, mas você em pouco tempo faz melhor do que o Fulano”. Então você justifica: “Sabe o que é, o Fulano está com uns problemas, e eu já estou a mais tempo neste setor…”. Você aceita a lisonja e a rede está armada nos teus pés – Pv 26:28; 29:5.
Oportunidades de andar no Espírito nós teremos nas 24 horas do dia, experiências das mais variadas.
Ao contatar o Senhor Jesus na igreja, ouvimos a sua Palavra. Essa Palavra é espírito e vida que penetra dentro de nós. A Palavra é falada por Cristo, e é o próprio Cristo. Ao falar a nós, Cristo se transmite para dentro de nós. Quanto mais ouvirmos o seu falar, mais de Cristo entra em nós, mais vida teremos. Sua Palavra corta o nosso ser e divide alma e espírito. Sua Palavra é o meio para discernirmos o que é do espírito e o que é da alma. Pela Palavra do Senhor tudo é realizado. O início da criação é pela Palavra, o fim do inimigo é pela Palavra, a edificação do corpo é pela Palavra. Deus tem uma séria consideração com o falar (Gn 1; Mt 12:36-37; Ef 4:29). Em face disto devemos falar a Palavra de Deus, com ela aniquilamos o inimigo e somos edificados.
Ml 4
2 Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.
Mt 17
2 e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.
II Co 4
6 Porque Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.
Em II Co 4:6 diz … o conhecimento da Glória de Deus na face de Cristo. A Glória é Deus expressado. Você já olhou para o Sol ao meio-dia (na sua força)? Quantos segundos você consegue fitá-lo? Nosso rosto pode expressar alegria, tristeza, serenidade, temor, ansiedade, etc. O rosto de Cristo expressa Deus.
17 Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último,
João, ao ser tocado pela destra (mão direita) do Senhor, foi assim considerado aprovado por Deus para receber tais palavras e transmití-las a quem o Senhor indicasse. Que tenhamos também nós tal experiência de ser tocado pela mão direita do Senhor.
18 e o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo pelos séculos dos séculos; e tenho as chaves da morte e do hades.
19 escreve, pois, as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de suceder.
Coisas que tem visto – cap. 1
Coisas que são – cap. 2 e 3
Coisas que hão de suceder – cap. 4 em diante
20 Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete candeeiros de ouro: as estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.
Candelabro: Ex 25:1-3, 31-40
Se os sete candeeiros (candelabros) são as sete igrejas, há uma relação entre o candeeiro e a igreja. Em primeiro lugar temos que ver como o candeeiro foi feito e como ele é.
Em Êxodo é dito que o povo deveria ofertar uma série de materiais que seriam usados na construção do tabernáculo. Um destes materiais era o ouro. O candeeiro era feito de ouro puro. Este ouro não foi comprado, mas ofertado pelo povo de Deus. Ouro na Bíblia tipifica a natureza de Deus. O artífice, ao ter as ofertas do povo deveria fazer o candelabro. Este candelabro não era fundido, mas batido. Cada joia de ouro ofertada era batida junto com as outras até tomarem a forma do candelabro. Uma pessoa ofertava uma pulseira de ouro, outra ofertava um colar, outra um brinco. O artífice batia estas joias uma nas outras e assim ía o candelabro tomando forma. As joias perdiam as suas formas para que a forma do candelabro aparecesse. Não obstante, a natureza de tais joias permaneciam, a natureza de ouro. A forma do candelabro é a sua expressão. A igreja tem a natureza de ouro. A igreja tem a natureza de Deus, pois a igreja saiu de Deus. Quando Eva foi formada, ela não saiu da terra, mas saiu de Adão. Deus fez Adão dormir e dele formou Eva. Cristo é o último Adão (I Co 15:45). Cristo foi morto na cruz e desta morte a igreja foi gerada. A igreja tem a natureza de Deus porque saiu de Deus. Hoje, nós temos que ofertar as experiências de Cristo que nós temos, junto com os irmãos para que essas experiências sejam “batidas” juntas até que haja uma única expressão, a expressão da igreja. Ao nos relacionarmos com os irmãos, somos “batidos” juntos. Pouco a pouco vamos nos transformando na expressão, na forma da igreja. Mas é importante que ofertemos o ouro, isto é, a natureza de Deus, e não as coisas do homem natural. As opiniões do homem natural não serve para a edificação da candelabro. O candelabro é de ouro puro. Na igreja somente aquilo que tem a natureza de Deus serve para a edificação. A capacidade humana, inteligência e sabedoria natural não serve para a expressão da igreja (Tg 3:15).
Outro detalhe do candelabro é a sua forma. Ele possui uma base e uma haste da qual saem mais seis, três de cada lado. Em cima de suas hastes há as lâmpadas, uma para cada haste. Na lâmpada (que é um recipiente) é colocado o óleo que é aceso para iluminar. As lâmpadas como já vimos é um tipo do Espírito Santo. O Espírito hoje brilha e ilumina o mundo. Mas onde está o Espírito ?  Hoje Ele está na igreja. A igreja é a base que o Espírito do Senhor usa para iluminar. Se você está em dúvida sobre algo, se você precisa de luz, não adianta procurar um monte alto e se ocutar até encontrar a resposta. A luz está acesa no candelabro, é na igreja que devemos buscar luz. Ao estudar a Palavra de Deus, o melhor lugar é junto com os irmãos. Na igreja há muita luz e a Palavra é revelada.
No candelabro há somente uma base. Esta base é o contato que o candelabro tem com a terra. O candelabro não ficava suspenso ao ar. Ele tem uma única base que deveria se apoiar em cada cidade. Aqui em apocalipse há sete igrejas apoiadas em sete cidades. O candelabro só tem uma base para cada cidade e só havia um candelabro para cada cidade. A igreja é algo espiritual, mas ela tem um contato com esta terra. Seu contato é por meio da sua base. E esta base está apoida em cada cidade. De acordo com a Bíblia, como pode haver mais de uma igreja em uma cidade ? As divisões não tem fundamento na Bíblia, por isso não provém do Senhor, consequentemente não têm a natureza de ouro, e assim não servem para a edificação do candelabro. Devemos ser pela unidade do povo de Deus. Você quer agradar a Deus ? então viva em união com os irmãos (Salmo 133:1; Jo 17:11). Assim como o candelabro não ficava suspenso ao ar, a igreja também não está flutuando por aí. Ela tem um contato prático nesta terrra pela sua única base.

Igreja em Éfeso
Deus Fala -> Apostolo Escreve -> Mensageiro Lê -> O Espírito Diz -> Igreja Aplica
O Senhor Jesus tem algo a dizer a igreja. Como ELE agiu aqui? Ele enviou seu anjo que falou com o apóstolo João. O apóstolo João escreveu e enviou esta carta para o anjo (mensageiro) da igreja em Éfeso. Este anjo, mensageiro, ao ler, ouviu o que o Espírito disse a igreja. Após isso, o mensageiro da igreja transmite aos demais irmãos da igreja. Parece uma engrenagem de rodas denteadas de um relógio analógico onde todas as rodas denteadas, umas maiores, outras menores estão interligadas uma às outras fazendo o relógio funcionar de uma forma perfeita.
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Este é um principio importante a ser considerado, já que todas as igrejas receberam o falar do Senhor Jesus desta forma. Vejamos dois exemplos no antigo Testamento do que estamos falando.
Em II Reis 22:8-13 O Rei Josias enviou seu escrivão Safã para pegar dinheiro de coleta nos cofres do Templo, a fim de pagar os trabalhadores que estavam restaurando o Templo. Safã procurou o Sumo Sacerdote Hilquias e juntos foram aos cofres do Templo. Mas, ao pegarem o dinheiro, também encontraram o Livro da Lei que Moisés havia escrito (a Torah) nos cofres. O conteúdo deste livro é o Pentateuco – cinco primeiros livros da Bíblia. Eles leram e levaram para o Rei Josias. Quando o Rei Josias leu, rasgou suas vestes em sinal de arrependimento e humilhação diante de Deus. Após isso o Rei Josias promoveu restauração espiritual do Reino de Judá. Veja a sequência:
Deus Fala -> Moisés Escreve -> Rei Josias Lê -> O Espírito de Deus  o ilumina -> Reino de Judá restaura sua condição.
Agora vejamos em Daniel 9 outra situação semelhante. O povo de Deus estava cativo em Babilônia. O profeta Daniel estava lendo o livro de Jeremias e foi iluminado quando ao tempo e motivo de estarem cativos. Ele se arrependeu dos pecados de seus pais e dos seus próprios. Algum tempo depois o próprio imperador Ciro foi despertado em seu espírito (Ed 1:1-3) e liberou o Povo de Deus para voltar para sua terra e restabelecer seu reino.
Deus fala -> Jeremias Escreve -> Daniel Lê -> O Espirito de Deus o ilumina -> Ciro é despertado no seu espírito -> O povo de Israel é libertado.
Em apocalipse, Deus em seu relacionamento com a igreja usa o mesmo princípio de comunicação. Veja um exemplo na era da igreja.
Deus Fala -> apóstolo Paulo Escreve -> M. Lutero Lê -> O Espírito de Deus o ilumina sobre a salvação pela fé -> A salvação pela fé é restaurada na igreja.
Hoje mesmo isto está acontecendo. Independentemente de como está a condição da igreja onde você está, Deus está falando por meio da Palavra Escrita. Um “mensageiro” da igreja, ao ler, recebe revelação e luz. Este mensageiro então fica encarregado de passar esta palavra para os demais da igreja a fim de que sejam encorajados ou exortados dependendo da situação. Quem é o “mensageiro” da sua igreja? Quem é aquele que tem lido e recebido o falar de Deus? E quem da sua igreja tem sido despertado em seu espírito seguindo e aplicando esta revelação?
Aquele que conserva na sua mão direita as sete estrelas
Estrelas são um tipo de descendência de Abraão (Gn 22:17). A descendência terrena de Abraão é como a areia da praia, a qual é o povo de Israel. A descendência celestial de Abraão somos nós, a igreja (Gl 3:29).
que deveras te abençoarei, e grandemente multiplicarei a tua descendência, como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; Gn 22:17
E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa. Gl 3:29
Aquele que escreve apresenta o Senhor Jesus ao mensageiro (anjo) por meio de dois de seus atributos. O Senhor Jesus tem muitos atributos conforme visto no capítulo um. Mas para a igreja em Éfeso é referido somente dois deles.
Vamos fazer uma analogia: Você mora em uma casa que está com problemas no seu encanamento. Você pede ajuda. Batem em sua porta e você pergunta: quem é? Alguém responde lá fora: é o encanador. Ele se identifica baseado na sua necessidade. Se outro vier e se identificar como eletricista é porque ele veio arrumar os fios. Se alguém se identificar como sapateiro é porque ele veio arrumar os sapatos. O Senhor Jesus aqui se identifica como “aquele que conserva na sua mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros”. O Senhor tem muitos atributos, mas esta igreja necessita de ênfase numa questão específica. Então, o Senhor se apresenta com os atributos específicos para a necessidade desta igreja. Portanto esta igreja necessita de restaurar algo que tenha a ver com as “sete estrelas na mão direita do senhor” e com o “andar do Senhor no meio dos candeeiros”. O que são as sete estrelas na mão do Senhor? É o anjo (mensageiro) da igreja (Ap 1:20). Isto quer dizer que a necessidade desta igreja está com aqueles que transmitem as palavras reveladas de Deus para a igreja. Podemos dizer então que a necessidade da igreja era alguns da liderança da igreja.
Havia muitos nesta igreja que se declaravam apóstolos, mas eram mentirosos (v.2) porém o Senhor como “aquele que conserva na sua mão direita as sete estrelas” estava auxiliando os irmãos a identificar estes tais, colocando-os a prova.
Quando algum líder intentando estar falando por Deus, vier a você com conselhos, planos e ensinamentos, você precisa pô-lo a prova. Há líderes que orientam cônjuges se separarem. Isto realmente é o falar de Deus? Ponha a prova seus líderes. Esta igreja passava por tal necessidade e estava aplicando as provas sobre sua liderança.
mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom; I Ts 5:21
Portanto não devemos receber todas as palavras faladas a nós de maneira passiva, mas devemos pô-las a prova, julgando se tais palavras testificam com a nosso espírito e com a Bíblia, pois o Senhor anda no nosso meio. E assim retemos aquilo que é bom.
Ao ouvirmos um compartilhar de um irmão, devemos estar atentos pois o Senhor poderá estar falando pelo irmão. Desprezar o compartilhar pode ser desprezar o próprio Senhor. Mas devemos estar no espírito, julgando se o irmão está realmente falando por Deus ou por si mesmo.
Aquele que anda no meio dos sete candeeiros
Andar no meio dos candeeiros é estar mesclado com a igreja, em comunhão íntima. A igreja estava em Cristo e Cristo estava na igreja? Esta parece ser outra necessidade desta igreja. Em João 15 o Senhor Jesus se apresenta como a videira verdadeira e diz aos discípulos para permanecer Nele. Veja a sequência dos versículos 7 ao 17 de João 15.
Permanecer no Senhor -> pedireis e recebereis -> dareis fruto -> permanecer no AMOR -> desfrute completo
Permanecer no Senhor é permanecer no seu amor. É amar uns aos outros. Esse é o primeiro amor. Nesse ponto eles não estavam adequados diante do Senhor. E o Senhor foi reto e aberto para o arrependimento.
Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.
O que é o primeiro amor? A palavra “primeiro” vem do grego “prôten” que significa primeiro em questão de tempo e qualidade. Portanto, primeiro amor é o amor inicial que houve na igreja e também o melhor amor. Hoje, o seu melhor amor é dedicado a quem?
O Senhor Jesus fez tal pergunda a Pedro certa ocasião:
Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeirinhos. Tornou a perguntar-lhe: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Pastoreia as minhas ovelhas. Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas-me? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. Jo 21:15-17
O Senhor associa o amor dedicado a Ele com o pastorear e apascentar suas ovelhas. Muitas vezes nós declaramos em nossas orações que amamos ao Senhor. Devemos continuar declarando cada vez mais. Quantas coisas o Senhor tem feito por nós!! Devemos ser carinhosos em nossas orações dizendo ao Senhor o quanto O amamos. Todavia, lendo este texto acima, ao declararmos que amamos o Senhor, ecoará nos nossos ouvidos a Sua resposta: “apascenta as minhas ovelhas”.
Amados, se Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado.
Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, não pode amar a Deus, a quem não viu. I Jo 4:11-12,20
Amar a Deus é uma questão de vida e de viver. Apascentar e Cuidar dos irmãos é uma declaração viva que amamos o Senhor.
Este foi o início da degradação da igreja em Éfeso. Apesar das obras, do labor e da perseverança, foi perdido algo crucial, o melhor amor.
Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.
O arrependimento é a mudança de conduta. Portanto é o restabelecimento do primeiro amor. Portanto é o restabelecimento do permanecer na videira, dando fruto e exercendo a autoridade em o Nome do Senhor Jesus (MULTIPLICAR e DOMINAR).
Caso não houvesse arrependimento a conseqüência seria certa, mas o que significa remover o candeeiro do seu lugar?
Para lembrar, nós precisamos dar uma parada e fazer uma retrospectiva. Ponderar o que estamos fazendo agora, isto é, nossas obras atuais e comparar com as ‘primeiras obras’.
As primeiras (prôten) obras são as melhores obras nas quais está embutido o primeiro amor. Quando você ama alguém, este amor levará você a fazer algo para agradar esse alguém. Quando nós amamos a Deus, surgirá obras de amor. São obras para agradar a Deus e não o homem. Aqui o Senhor quer ser agradado pelas primeiras obras, pois as primeiras obras são consequência do primeiro amor. Devemos nos arrepender, mudar nossa mente e nossa atitude. Declaremos ao Senhor que O amamos. Declaremos mais e mais, pois assim ouviremos seu falar: ‘Apascenta, pastorea’ e seremos encorajados a servir os irmãos.
Primeiro aspecto do remover o candeeiro
Em Mateus 5:15-16 está escrito:
Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Mateus 5:15-16
O lugar certo da candeia é no velador. O lugar errado é debaixo do alqueire onde sua luz não será percebida. O alqueire é um recipiente para mantimentos secos de aproximadamente 27 litros. Nele poderiam ser guardados os mantimentos, como se fosse uma dispensa. O alqueire é para subsistência daquela casa. Uma vez removido a candeia do lugar certo e colocada debaixo do alqueire, indica que a subsistência daquela casa está escondendo a luz da candeia. As preocupações com nossa subsistência, nosso trabalho, nossas contas a pagar (Mt 13:22) tem sido com muita freqüência causa de nossa candeia não brilhar. Mas, podemos perceber que esta preocupação com nossa subsistência pode ter surgido devido a perca do primeiro amor, a falta de permanecer em Cristo dando frutos e exercendo autoridade em Seu Nome (Jo 15:1-27).
O vencedor é aquele que se arrepende desta situação, voltando a praticar as primeiras obras.
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Reunião de Casa - Paraíso do Norte
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas esinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
Atos 2:42-47
Permanecendo na videira e amando os irmãos os espinhos serão queimados e nosso coração se tornará uma boa terra que dá fruto a 100,60,30 por um.
Segundo aspecto do remover o candeeiro
O lugar do Candeeiro é no Santo Lugar dentro do Tabernáculo. Mover o candeeiro do seu lugar é remove-lo e coloca-lo na Babilônia (II Cr 36:18). A babilônia é um local de engano, idolatria e de cativeiro para o povo de Deus. Muitos cristãos podem cair na Babilônia atual que é a Grande Babilônia (Ap 18). É dito: retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos (Ap 18:4). Esta Grande Babilônia é também a Mãe das Meretrizes (Ap 17:5). Ela está adornada de púrpura, de escarlate, ouro, pedras preciosas e pérolas. Ela tem aparência de realeza, de redenção, de Deus, do Espírito e de Cristo. Mas são somente adornos externos. Não há realidade. O candeeiro do Antigo Testamento foi parar na Babilônia porque o povo judeu não obedeceu a Palavra de Deus. Se a igreja em Éfeso não se arrepender, esse será o seu destino, isto é, uma igreja de nome mas sem a realidade. Na igreja em Pérgamo estava o trono de satanás (Ap 2:13) e na igreja em Laodicéia Cristo estava do lado de fora batendo para entrar (Ap 3:20).
Ao vencedor será dado comer da Árvore da Vida que se encontra no paraíso de Deus. A Árvore da Vida produz doze frutos, um por mês (Ap 22:2). Hoje, desfrutar do fruto da Árvore da Vida é o que diz em Jo 15:5,16 …quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito frutoe vos designei que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça. O vencedor do futuro já é vencedor hoje. Isto é, se no futuro o vencedor vai desfrutar do fruto da Árvore da Vida é porque hoje este vencedor já desfruta destes frutos. Estes frutos é a vida de Deus crescendo dentro da igreja como qualidade de vida e quantidade de irmãos.
Os Aspectos Positivos
I Ts 1:3
Obras = (Fé) Tg 2:18,26
Labor = (Amor)
Perseverança = (Esperança)
Estes três itens expressam o pleno viver de um cristão normal. A fé sem obras é morta, portanto as obras desta igreja era resultado de sua fé. Não obstante esta igreja ter sido repreendida no que tange ao seu primeiro amor, havia nela labor, que é resultado do amor de Deus. Havia cuidado e empenho de uns para com outros. Tanto que eles não suportavam homens maus e testavam seus líderes. Suportaram provas por causa do Nome do Senhor. Isto também indica que invocavam o Nome do Senhor (At 9:14). Havia também encorajamento para que todos exercitassem seu dom e fossem ativos na igreja, pois, odiar as obras dos nicolaítas é rejeitar a posição de cleros e leigos. Isto é, líderes que dominam (nicos) sobre os demais (laicos) que tendem à passividade. Você verá adiante que na igreja em Pérgamo eles não cuidaram deste aspecto e ainda fizeram com que as “obras” dos nicolaítas se tornasse a “doutrina” dos nicolaítas, isto é, acolheram como ensinamento normal para igreja algo que Deus odiava.
Esta igreja tem obras. As obras são consequências de uma fé normal. As obras não são para que ganhemos a salvação.
Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Ef 2:8-9
No entanto, após sermos salvos, vamos recebendo a palavra do Senhor mais e mais. Esta palavra gera fé em nós, e progressivamente as obras vão aparecer.
Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Tg 2:14-18
O Senhor conhece as obras da igreja, ninguém mais precisa conhecer. A igreja não necessita e não deve fazer alarde. Nossa mão esquerda não deve saber o que faz a direita (Mt 6:3).
O Senhor conhece também o labor desta igreja. O trabalho desta igreja é laborioso, não é feito de qualquer maneira, mas com muita dedicação. O Senhor está atento a isto.
Perseverança é outra qualidade descrita desta igreja. Na vida cristã, a perseverança tem fundamental necessidade, pois estamos “nadando contra a correnteza do mundo” e temos que perseverar ou então o mundo nos carrega segundo o seu curso.
Pela vossa perseverança ganhareis as vossas almas. Lc 21:19
A igreja em Éfeso “não suportava os maus”. Este termo não se refere somente a pessoas más, porém também a coisas más. Certamente doutrinas, que logo cedo alguns tentaram introduzir no meio dos irmãos. Contudo a igreja se mostra prudente não aceitando estas doutrinas e pessoas.
Vem logo em seguida outro caráter desta igreja: o discernimento. Este discernimento é para poder julgar aquilo que procede ou não de Deus. Alguns que queriam a posição de apóstolo foram submetidos a prova. Hoje devemos tomar tal experiência para nossa vida. Devemos provar se os ensinamentos que ouvimos procedem ou não de Deus. Se alguém profere uma palavra, muitas vezes uma pequena frase na reunião, nós devemos julgar qual é a fonte de tal falar. Tal julgamento não pode se basear em nossos conceitos, mas sim na vida e na Palavra de Deus.
Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. I Jo 4:1
Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas. Hb 4:12-13
Hoje a religião tem infiltrado no meio dos irmãos muitas doutrinas, práticas e conceitos. E tantas vezes são recebidos com passividade, sem o menor questionamento diante da Palavra de Deus por parte dos irmãos, se tais coisas tem realmente sua origem em Deus. Assim, devemos ter discernimento de tudo o que ouvimos, julgando e provando se a fonte de tais palavras é o Senhor, ou se são palavras mentirosas oriundas de mentes sem sobriedade ou de espíritos imundos disfarçados (I Tm 4:1)
Tens, porém, isto, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço.
Aqui em Éfeso há as obras dos nicolaítas, há somente obras. Mas na igreja em Pérgamo há a doutrina dos nicolaítas. Algo existia no entanto era somente atos isolados que gradativamente chegou na situação de ser um ensinamento, uma doutrina.
O que é ‘nicolaítas’?
Não há na Bíblia qualquer referência a uma pessoa de nome Nicolau, que tenha introduzido alguma prática específica que pudesse lhe ser atribuida. Também não há na história da igreja menção, que tenha existido tal pessoa. Portanto só nos resta ver o sentido, o significado de tal palavra. Essa palavra vem do grego e é constituida de dois radicais:
Nikao” = “conquistar” ou “sobre outros”
Laos” = “povo comum” ou “povo secular”
Portanto o sentido dessa palavra seria “conquistando o povo comum” ou “subindo sobre o laicado(leigos)”. Aqui em Éfeso já havia alguns que estavam praticando o sistema de clérigo e leigos. Esta prática não era aceita pela igreja no geral, por isso era um ponto a favor da igreja. Este sistema hoje é bem visível, mas seu início é sutil. O sistema de cleros/leigos leva alguns a funcionarem e outros a serem ouvintes passivos sem função no corpo de Cristo.“Toda a vez que a igreja chega ao ponto de somente poucas pessoas cuidarem das coisas espirituais, tal igreja já caiu” (W. Nee – A Ortodoxia da Igreja).
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.
Hoje o Espírito está falando à igreja. Onde está o falar do Espírito? Se olharmos cuidadosamente em como esta carta foi produzida, poderemos ganhar luz nesta questão. Primeiramente o Senhor Jesus se revela ao apóstolo João. O apóstolo ganha uma visão de Cristo e também da igreja. Cristo é o homem sacerdote que cuida da igreja que é o candelabro. Então o Senhor dá a incumbência ao apóstolo de escrever cartas para as igrejas, porém as cartas são remetidas não diretamente às igrejas, mas sim aos mensageiros das igrejas (anjos). Estes mensageiros se encarregam de passar a mensagem (conteúdo da carta) para os demais irmãos da igreja. O Senhor fala ao apóstolo. O apóstolo escreve e envia ao anjo da igreja. O anjo da igreja tem a responsabilidade de levar as palavras a toda a igreja. A responsabilidade da igreja é ter ouvidos e ouvir as palavras que o Espírito diz. Hoje o Espírito não fala de um trovão, Ele fala pela boca dos irmãos. No entanto devemos ter maturidade para não darmos ouvidos a palavras de ‘religião’ vindas do homem ou desprezarmos as palavras do Senhor.
Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus. Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus; as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido. I Co 2:9-15
Igreja de Esmirna
Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu:

Novamente a carta é dirigida ao anjo (mensageiro) da igreja e não diretamente a igreja. A palavra esmirna vem de “mirra” (grego) que era uma especiaria aromática utilizada, entre outras coisas, para embalsamar os mortos, portanto está relacionada com a morte. Mirra significa “sofrimento” simbolizando o sofrimento do Senhor Jesus. Para que a mirra exalasse seu perfume era necessário que fosse esmagada e triturada. Este nome não é dado ao acaso para esta igreja porque a igreja em Esmirna se refere ao periodo da história em que houve maior sofrimento e perseguição para com os cristãos. Compreende este periodo entre a metade do século segundo até a metade do século quarto (aproximadamente ano 150 até 330 d.C.).
Aqui o Senhor se apresenta de maneira a servir de consolo e encorajamento para a igreja sofredora. O Senhor é o primeiro e o último. Mesmo que a perseguição seja forte, o Senhor não será abalado. A perseguição e o sofrimento passarão e o Senhor continuará, bem como sua igreja também.
Hoje, se estamos passando por sofrimento e tribulação, o Senhor Jesus nos diz: “Eu sou o primeiro e o último, tudo vai passar, mas eu ainda estarei aqui, persevere em mim, não olhe para as coisas passageiras”. Investir nosso tempo, nossas coisas, nossa pessoa no Senhor Jesus é o melhor investimento, pois todas as outras coisas passarão, inclusive o sofrimento.
O Senhor ainda consola a igreja dizendo que esteve morto e reviveu. Muitos destes cristãos de Esmirna morreriam como mártires. O Senhor os consola dizendo que morreu e reviveu e esta promessa também era para eles.
A morte é uma certeza que muitos não querem pensar. Mas as palavras do Senhor nos dá uma certeza ainda maior, que é a ressurreição. Devemos nos voltar portanto às palavras do Senhor e não às circunstâncias que nos cercam. O inimigo pode nos falar: “com esta doença eu te matarei”. No entanto o Senhor Jesus diz: “Eu fui morto mas revivi, portanto esteja em mim”.

Conheço a tua tribulação e a tua pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás.

O Senhor conhece a nossa tribulação e está atento a ela. Muitas vezes, os momentos difíceis nos dão a impressão de que Deus se esqueceu de nós. Mas Ele está atento.
Com respeito a história da igreja, Esmirna simboliza um periodo em que a igreja sofreu a perseguição dos romanos. Muitos foram os mártires. Um exemplo foi um bispo de Esmirna chamado Policarpo que foi queimado vivo aos mais de 80 anos de idade. Tantos outros não negaram a sua fé frente as ameaças constantes do império romano. As vezes famílias inteiras eram torturadas e depois mortas por não se dobrarem aos ídolos do mundo. Ao recordarmos tais fatos históricos devemos estar claros de que, não obstante haja perseguições isoladas hoje em dia como recentemente pelo comunismo, haverá um periodo chamado de grande tribulação onde tudo o que tem o nome de Deus será tenazmente perseguido pelo anticristo.
O Senhor conhece também a pobreza desta igreja. Mas esta pobreza é externa, pois interiormente estes cristãos são ricos. Hoje muitas doutrinas tentam distrair os homens, e uma delas é a doutrina da prosperidade. Esta doutrina diz que o cristão deve ter uma situação próspera na vida material. Certamente o Senhor nos promete que Ele suprirá todas as nossas necessidades básicas, isto é uma promessa do Senhor (Mt 6:25-32). Mas o homem, com sua mente mundana, adotou na sua religião a doutrina da prosperidade. Você tem que ter um bom carro, uma boa casa, uma boa vida material para que seja expresso que você é abençoado por Deus. Tal doutrina é um engano e traz opressão para a vida de muitos irmãos e distração para outros. Nós devemos ser ricos sim em nosso espírito. Nossa vida interior deve ser cheia do desfrute das riquezas insondáveis de Cristo:

A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar aos gentios as riquezas inescrutáveis de Cristo, Ef 3:8

para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?Rm 9:23-14

como, em muita prova de tribulação, a abundância do seu gozo e sua profunda pobreza abundaram em riquezas da sua generosidade. II Co 8:2

sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos, Ef 1:18

Lendo estes versículos acima, podemos perceber que a verdadeira prosperidade é a riqueza que está no interior dos irmãos. Nós, hoje devemos ser como “garimpeiros espirituais”, cavando nos irmãos as riquezas que há no seu interior. Este último versículo citado acima revela tal fato. Nossos olhos espirituais devem ser iluminados, devemos ganhar luz nisto. Deus tem uma herança milionária (riquezas da glória), e esta herança está dentro dos irmãos. Nós somos herdeiros das promessas de Deus, mas Deus também tem uma herança a receber e esta herança está dentro dos irmãos. Vamos desfrutar de tal herança já.
Em relação a doutrina da prosperidade cabe aqui colocar alguns pontos baseados na Bíblia. As riquezas materiais, na Palavra de Deus, servem como obstáculo e distração para se ganhar o próprio Deus.

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Mt 6:24

Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Mc 10:23

E o que foi semeado entre os espinhos, este é o que ouve a palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e ela fica infrutífera. Mt 13:22

Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. I Tm 6:9-11

Há muitos irmãos ricos exteriormente, os quais não colocam seu coração nas suas riquezas. E há irmãos pobres materialmente que, apesar de não ter o dinheiro nas mãos, só pensam em tê-lo, cobiçando em seu coração. A questão é: onde está o nosso coração e o que é tesouro para nós?

Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. Mt 6:21

A igreja em Esmirna era pobre materialmente, mas muito rica interiormente, a tal ponto de até hoje nós sermos encorajados com as histórias de perseverança por parte daqueles irmãos.

Outro ponto é a “blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás.” O que é ser judeu?

Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu aquele que o é interiormente, e circuncisão é a do coração, no espírito, e não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus. Rm 2:28-29

Hoje para ser judeu verdadeiro é necessário que nosso coração seja do Senhor. Quando nosso coração se converte ao Senhor Jesus, aí nós nos tornamos judeus.

mas o entendimento lhes ficou endurecido. Pois até o dia de hoje, à leitura do velho pacto, permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em Cristo é ele abolido; sim, até o dia de hoje, sempre que Moisés é lido, um véu está posto sobre o coração deles. Contudo, convertendo-se um deles ao Senhor, é-lhe tirado o véu. II Co 3:14-16  

(disse Jesus): Pois se crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim ele escreveu. Mas, se não credes nos escritos, como crereis nas minhas palavras? Jo 5:46-47

O véu atrapalha uma perfeita visualização. O véu sobre o coração atrapalha uma perfeita visualização da Palavra de Deus. O que impede que alguém veja algo nitidamente na Bíblia? O véu.
Aqui em II Coríntios, Paulo fala que aqueles judeus tinham um véu sobre os seus corações. Eles tinham sua religião com suas práticas, doutrinas e rituais, mas eram incrédulos. O fato de não crerem na Palavra levou-os a ficarem com um véu em seus olhos espirituais. Assim não viam nada na Palavra de Deus. Após os seus corações se converterem ao Senhor o véu é removido e a Palavra de Deus pode ser revelada.
Nesta igreja em Esmirna há alguns que dizem ser judeus. Isto é, eles tem práticas, rituais, doutrinas e tradições. Mas não são judeus de coração. Portanto há nos seus corações um véu (incredulidade) não obstante terem um viver exterior religioso.
Tais judeus são chamados de sinagoga de satanás. Sinagoga é a casa, o templo onde os judeus se reuniam para ler e compartilhar as escrituras. Então sinagoga é um local limitado por paredes onde dentro há judeus. Sinagoga de satanás é um local onde há judeus, mas estes judeus não são verdadeiros judeus nos seus corações, pois há incredulidade porque o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus (II Co 4:4). O deus deste século colocou um véu em seus corações. Quando há incredulidade, satanás está por trás usando a incredulidade como um véu para que a verdade da Palavra não seja vista. E estes judeus já não estão isolados, mas organizados numa sinagoga. Tais judeus pensam que adoram a Deus, mas aqui nesta carta é dito que eles blasfemam. Isto é algo muito sério. Algo que parece adoração a Deus na verdade ser blasfêmia. Toda religiosidade com incredulidade é uma blasfêmia. E tal blasfêmia é contra aqueles que verdadeiramente adoram a Deus. Hoje há muitas “religiões cristãs” que perderam uma visão clara do propósito de Deus, e de tanto se envolverem em suas tradições acabam por adquirirem um véu em seus olhos espirituais, não vendo as realidades da Palavra de Deus e muitas vezes perseguindo e desprezando os que buscam viver as verdades da Palavra.
As organizações religiosas tem sido um atrazo para o desenvolvimento da vida interior dos irmãos. Ela estabelece normas, regras exteriores, rituais e práticas que distrai o cristão. As tradições se tornam importantes e a Palavra de Deus fica em segundo plano, servindo apenas para justificação de suas doutrinas. Isto se torna um véu para muitos irmãos que perdem até a orientação espiritual se desviando do propósito de Deus que é ter uma igreja amadurecida para a volta de Cristo.
Não temas o que hás de padecer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais provados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.

Aqui o Senhor revela a igreja que ela vai padecer, isto é, vai sofrer e passar por provas e tribulação. Isto realmente aconteceu e ficou marcado na história da humanidade através, até mesmo, de relatos de incrédulos servos dos imperadores romanos, que descreviam com detalhes todas as atrocidades cometidas contra os cristãos. Muitos cristãos não temeram nem a morte, nem as torturas.
Satanás significa “inimigo”, e diabo significa “acusador”. Aqui o inimigo de Deus se porta como o acusador dos irmãos. Cabe dizer aqui que muitas acusações em nossa mente também são oriundas do diabo. Devemos ter clareza disso, pois ele nos acusa de dia e de noite.

E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele. Então, ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo; porque já foi lançado fora o acusador de nossos irmãos, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite. Ap 12:9-10

Esta igreja de Esmirna foi perseguida pela força política da sua época e blasfemada pela religião. Hoje devemos ser encorajados com esta igreja. Se a religião organizada nos despreza e calunia ou se a situação política nos persegue e nos oprime, não devemos temer, mas ser fiéis até a morte. Certamente a recompensa será preciosa, a coroa da vida.

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dado da segunda morte.

Quem tem ouvidos? certamente todos nós temos ouvidos. Mas este ouvido é espiritual, pois somente o espírito discerne o falar do Espírito de Deus. Assim se o Espírito está falando ao seu espírito esteja atento em ouví-LO. Devemos nos arrepender ouvindo as palavras desta carta. Devemos sair da religião externa, tirar todo o véu de incredulidade, e buscar as riquezas insondáveis de Cristo. Devemos também nos arrepender de dar ouvidos às acusações do diabo, porém levar nossos ouvidos a ouvirem o falar do Espírito.
Igreja de Pergamo
A palavra “pérgamo” significa “casamento” ou “torre alta”. Seu nome tem relação com sua situação espiritual. No contexto histórico, esta igreja tem inicio no período em que o imperador Constantino simpatizou com os cristãos, dando liberdade a suas práticas, até mesmo favorecendo de forma que ele mesmo teria se convertido ao cristianismo, tendo sido batizado no final de sua vida. Esta situação veio por promover a entrada, no circulo dos cristãos, de muitos incrédulos, que por segundas intenções, seriam beneficiados materialmente ou pelo status. Estes trouxeram consigo seus próprios deuses pagãos, que foram acomodados dentro do cristianismo, bem como suas datas festivas, crendices e práticas. Portanto, houve um “casamento” da igreja com o mundo, do cristianismo com o paganismo. Se fizermos uma associação com a parábola do grão de mostarda (Mt 13:31-32), uma hortaliça se transforma numa grande árvore onde as aves dos céus vem aninhar-se. Este é um crescimento anômalo criando um ambiente para o maligno (aves –Mt 13:4,19). Da mesma forma, é dito à igreja em Pérgamo que ela habita onde está o trono de satanás – Ap 2:13.
O Senhor se apresenta a esta igreja como “aquele que tem uma espada afiada de dois gumes”. A necessidade desta igreja é se relacionar com Cristo como aquele que tem uma espada afiada. O que é a espada? A espada é a Palavra de Deus como ARMA para lidar com o inimigo (Ef 6:17) e com a vida da alma (Hb 4:12). A Palavra de Deus como pão – maná (Jo 6:32-35,63) serve para suprimento dos irmãos. E será assim que os vencedores desta igreja a desfrutarão (Ap 2:17) após vencerem esta degradação.
Como eles estão no lugar que satanás (adversário) habita, eles necessitam desfrutar de Cristo como a Palavra-Espada. Lembre-se de Josué (Js 1:8), um guerreiro que estava saindo para uma campanha de 5 anos de guerra contra os cananeus. A Promessa para ser bem sucedido estava em ele ler, meditar e praticar a Palavra de Deus. Para Deus… vencer a batalha é utilizar a Sua Palavra.
Está escrito… Mt 4:4,7,10
A Palavra de Deus gera -> Fé -> A Boca fala: Senhor Jesus -> Salvação ocorre (Rm 10:8-9)
A Igreja em Pérgamo conservava o Nome do Senhor, não negava a fé. Eles ainda invocavam o Nome do Senhor e não se desviaram dos princípios que regem o cristianismo. A Fé é o conteúdo do Novo Testamento. As pessoas podem ter fé em quantidades diferentes, uns mais, outros menos e isto vem pela Palavra de Deus. Mas aqui o termo “a Fé”  tem o sentido de ser a somatória de todos os itens cruciais do Novo Testamento. Clic aqui e veja um exemplo.
Os pontos negativos da igreja em Pérgamo
Doutrina (ensinamento) de Balaão e dos nicolaítas
Quando não cristãos são introduzidos na igreja, o adversário de Deus os usa para introduzir ensinamentos diferentes da Palavra de Deus a fim de que eles se afastem do Deus vivo. Se para ser bem sucedido na sua batalha, Josué deveria ler, meditar e praticar a Palavra de Deus, o contrário também é verdadeiro, isto é, para ser derrotado basta se desviar da Palavra de Deus e não dar ouvidos a ela (Lv 26:14-15). Foi isso que Balaão fez com Israel em Nm 25:1-3; Nm 31:16. Todo ensinamento que entra na igreja e que não tem base na Palavra de Deus ou que distraia a atenção da Palavra de Deus e não siga os princípios da Palavra de Deus é uma doutrina de Balaão. A doutrina de Balaão não é um ensinamento aparentemente ruim. Por exemplo, havia judeus que conheciam plenamente as escrituras e buscavam nelas a vida eterna, mas Jesus lhes disse que, apesar de buscarem as escrituras não queriam ir ao Senhor para terem vida (Jo 5:39-40). Noutra ocasião Jesus disse para que acautelassem da doutrina dos fariseus isto é, escritura sem Cristo (Mt 16:6,12). Em II Corintios 3:6 também é dito que a letra mata, mas o espírito dá vida. Se tomarmos as escrituras sem Cristo como o Espírito, caímos em degradação e morte espiritual.
Como tomar a Palavra de Deus? Efésios 6:17-18 responde: com toda oração e súplica. Podemos chamar isso de orar-ler a Bíblia. Isto é, ao ler a Bíblia, você lê orando a Deus esta palavra, perguntando ao Senhor as tuas dúvidas, ou louvando ao Senhor por seus benefícios, agradecendo por cada verso compreendido e por suas promessas, reconhecendo e confessando tuas fraquezas e erros dando graças pelo perdão, etc. Ler a Bíblia é contatar Deus ouvindo seu falar. Isto se refere não somente a Palavra de Deus escrita, mas também a palavra que você ouve por boca de outrem. Após ler e meditar, é crucial permanecer atento para aplicá-la, isto é, praticar a Palavra.
Praticando
Por exemplo: Agora é importante aplicar esta palavra. Como? Pense! Há em você algum ensinamento recebido de outros que não corresponde à verdade na Palavra de Deus? Você trouxe para as reuniões suas opiniões e seus conceitos? Você ainda confia nos seus conceitos mais do que na Palavra de Deus? Isto é doutrina de Balaão.
Você valoriza muito um irmão em detrimento de outro? Você só gosta de ouvir o irmão fulano de tal por achar que só ele fala por Deus? Isto faz parte da doutrina dos nicolaítas.
Se você cair nesta degradação e não se arrepender, o Senhor virá por meio de Sua Palavra como espada e pelejará contra você (Ap 2:16). A Palavra pode se apresentar como pão para teu suprimento (Jo 6:32-35,63), como água pura para nos lavar (Ef 5:26), como espada para nos tirar da vida da alma (Hb 4:12) e também como arma para repreender o inimigo de Deus (Ef 6:17). Se não houver arrependimento, você será exposto pela Palavra de Deus. Deus mostrará como é teu coração. Tal exposição poderá ser em secreto (você e Deus) ou diante de todos. Moisés foi exposto que era leproso em oculto, só ele e Deus (Ex 4:6). Mas, sua irmã Miriã foi exposta diante de todo o povo (Nm 12:10). Os pensamentos e os propósitos do teu coração virão à tona (Hb 4:12-13). A exposição será algo íntimo ou diante de todos dependendo da sua dureza (Princípio de Deus ao lidar com pecado = Mt 18:15-17).
O Maná Escondido
Ao vencedor o Senhor dará o “maná escondido”. O maná caía todos os dias pela manhã no deserto (exceto aos sábados – Ex 16:4-5,22-27) eles o recolhiam e eram supridos por este pão do céu. Todos nós podemos e devemos ser suprido pelo alimento diário que Deus nos dá pela sua Palavra. Porém, dentro da arca da aliança, no Santo dos Santos, dentro do Tabernáculo havia uma urna contendo uma porção de maná (Hb 9:4). Este maná, milagrosamente não se estragava. Raríssimas pessoas (só duas) tinham acesso ao Santo dos Santos – Moisés e Arão o sumo sacerdote. Portanto, este maná escondido, como um suprimento restrito, secreto, misterioso, será exclusivo ao vencedor de tais degradações.
Por que alguns irmãos vêem algumas verdades na Bíblia que outros não vêem? Por que alguns irmãos ganham revelação na Palavra que são mistérios para outros?
Deus dá essa Palavra de revelação a alguns, como o maná escondido, porque tal pessoa vive no espírito (santo dos santos) e vence as degradações da doutrina de Balaão e dos nicolaítas. Já no presente estes vencedores desfrutarão do maná escondido, que será uma amostra, um antegozo, se comparada quando o Senhor voltar (Jo 14:21; Jo 16:13;I Co 2:6-16).
Seja você também um dos que provam o maná escondido. Não menospreze a correção que vem do Senhor… Deus nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes de sua santidade – Hb 12:5,10.
Uma Pedrinha Branca
O vencedor também receberá uma pedrinha branca com um novo nome. Na Bíblia você verá que pedra tem um significado. Ela serve para edificação. Jesus foi “A Pedra” que os construtores rejeitaram (I Pd 2:4-8; Mt 21:42). Nós também somos “pedras que vivem” sendo edificados casa espiritual. Os que rejeitam e desobedecem a Palavra de Deus (doutrina de Balaão) são os que tropeçam na pedra (I Pd 2:8). Mas os que a aceitam, se tornam raça eleita, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus.
A pedra é branca porque é pura, sem mistura de doutrinas estranhas. O vencedor edifica com a pura Palavra de Deus.
Mas o branco também é a composição de todas as cores juntas. Você passa uma luz branca por um prisma e esta luz será refratada em todas as cores. Em Ap 21:19 você verá que os fundamentos da muralha da Nova Jerusalém é adornado com 12 tipos de pedras preciosas. Os Fundamentos tinham o nome dos 12 apóstolos. Cada apóstolo tinha um ministério com ênfase diferente. Cada cor diferente, significa um ministério de edificação com ênfase num aspecto. Por exemplo: Jaspe é um verde escuro (vida madura) esmeralda é um verde mais claro (vida jóvem) a safira é azul (visão celestial) já o sardônio é vermelho (ênfase no sangue de Cristo), etc. Assim, cada apóstolo edificou o corpo de Cristo com seu ministério peculiar. Mas o vencedor aqui na igreja em Pérgamo tem uma pedra branca, pois todos os ministérios estão presentes (o branco é a soma de todas as cores). Realmente este vencedor penetrou na intimidade dos Santos dos Santos, da presença do Senhor, e conheceu todos seus ministérios. Podemos dizer que ele recebeu 10 talentos (Mt 25:20).
Nela tem um novo nome. O nome tem a ver com personalidade da pessoa. Um novo nome é dado por Deus aos seus servos baseado na transformação que Deus opera nele. Por exemplo: Abrão -> Abraão; Sarai -> Sara;  Jacó -> Israel;  Cefas -> Pedro; Saulo -> Paulo.
Deus usa este vencedor para a edificação do corpo de Cristo (pedra) por meio da pura palavra de Deus (branca) e por meio da transformação da sua própria vida, fazendo o que é natural (seu nome original – sua personalidade) se tornar espiritual (um novo nome – o operar de Deus na sua vida). Exemplo: Alguém mentiroso é transformado em sincero (Ef 4:25). Alguém que outrora roubava, passa a suprir as necessidades da igreja (Ml 3:8-10; Ef 4:28). Alguém perseguia a igreja, passa a sofrer perseguição por ela (At 9:1,2,16). É cego, passa a ter visão celestial (At 9:8-9; At 26:18-19), etc.
Portanto, mesmo que a condição da sua igreja esteja como a de Pérgamo, com satanás querendo mandar (trono), você, por meio do arrependimento de seus conceitos e doutrinas, ao voltar para Palavra de Deus você poderá vencer tal condição e ajudar a outros.
Igreja em tiatira
O Mensageiro da igreja em Tiatira recebe uma carta (Palavra escrita) do Apóstolo. Uma das características do apóstolo é escrever. O Novo Testamento da Bíblia são escrituras dos apóstolos. Um irmão responsável pela igreja, chamado de mensageiro (anjo) da igreja lê esta carta escrita e recebe revelação do Espírito de Deus (quem tem ouvidos ouça o que O Espírito diz as igrejas). O Espírito fala por meio da palavra escrita. Por isso devemos valorizar os livros. O capítulo 10 inteiro de Apocalipse fala sobre a Palavra Escrita – Livros. No capítulo 10 de Apocalipse o apóstolo “come” um livrinho. Este é doce na sua boca, mas amargo no seu estômago (Ap 10:10). Quando lemos uma palavra edificante, nossa boca compartilha-a com doçura e ela é agradável ao nosso paladar. Temos a impressão que já é nossa a experiência. Mas, para absorve-la, é necessário digeri-la, rumina-la e aplica-la em nosso viver. Isto ocorre por meio de negar a vida da alma. Por isso no estômago, no local de absorção, ela é amarga. Não se iluda ao ler sobre alguma verdade ou descobrir alguma verdade. Isto não significa que você já tem esta verdade. Mas após praticá-la seu “estômago” ficará amargo. Isto será uma evidência de que você está começando a ter esta verdade como realidade em sua vida. Por exemplo: ao casar você pode ler muitos livros a respeito do relacionamento conjugal e da criação de filhos. Você poderá ter a impressão que é um expert em questão de matrimônio e vida familiar. Você estará sentindo o “doce” sabor do conhecimento na sua boca. Porém, depois de passar alguns anos ao lado do seu cônjuge e depois de seus filhos virem a existir, as experiências serão mais reais, mais duras, com mais percas do que se imaginava, contudo, não deixando por isso de serem experiências saborosas e nutritivas. Onde há amor, existe labor, cuidados. Ninguém fica passivo diante de um necessitado que se ama. Se o filho está com fome, você não ficará passivo diante dele, mas, se necessário ficará sem dormir para alimentá-lo. Há ações e palavras, há serviço e perseverança. Quanto mais tempo você permanecer ao lado de seu cônjuge e filhos, mais ações haverá. Isto é normal. A igreja em Tiatira possuía algo positivo: amor, obras, fé, serviço, perseverança, e, as obras iam aumentando. Isto significa que esta igreja tinha realidade das verdades. Não tinha uma fé morta, pois havia obras, e estas aumentavam. Isto é normal e saudável. Eles liam, comiam a Palavra e absorviam seu conteúdo. Tal conteúdo se transformava em obras, em realidade.
ANDAR na LUZ – I Jo 1:7
Pés como Bronze Polido = ANDAR        +         Olhos como chama de fogo = LUZ
Olhos como chama de fogo
O Senhor se apresenta como aquele que tem olhos como chama de fogo. Os olhos do cordeiro são sete (Ap 5:6). Os olhos do cordeiro são os “sete Espíritos de Deus”. Os “sete espíritos de Deus” é um termo figurativo que indica o Espírito na sua plenitude, iluminando e queimando todas as impurezas. Este iluminar é expresso no versículo 23 onde o Senhor diz que as igrejas conhecerão que o Senhor é que sonda mentes e corações e dá segundo as obras de cada um. Lembre-se do candelabro com suas sete lâmpadas acesas. Esta é a necessidade desta igreja. Se um médico cardiologista vem até você, seu objetivo é tratar do teu coração. Se um médico dermatologista vem até você, ele irá tratar da tua pele. Ao vir o Senhor como o que tem os olhos como chama de fogo, seu objetivo será tratar com as trevas desta igreja, iluminando tudo o que é impuro e queimando por meio do fogo (I Pd 4:12). Os olhos necessitam de luz para ver. Os olhos tem íntima relação com a luz. O fogo ilumina, queima e deixa visível aos olhos aquilo que as trevas e a escuridão esconde. Conclui-se disto que muitos nesta igreja estão em trevas, apesar das muitas obras.
Luz do mundo e Luz da Vida Em João 8:12 há a Luz do mundo que ilumina os pecados de todos. Todos os envolvidos na questão da mulher adultera foram iluminados. Todos os iluminados por esta Luz do mundo ficam expostos e conscientes de seus pecados. Mas aqueles que seguem o Senhor ainda desfrutam de outra Luz, a Luz da Vida (Jo 8:12). Estes não andarão nas trevas. Nesta igreja há pessoas em trevas, como aqueles que foram iluminados e saíram um a um da presença do Senhor, deixando-o só com a mulher adultera. Há tembém vencedores com muitas obras. Estão são os que permanecem na presença do Senhor e desfrutam da Luz da Vida. O Senhor espera o arrependimento de Jezabel e dos que a seguem. Jezabel é a meretriz de Apocalipse 17. Ela é a mãe das meretrizes. Da mesma forma, a mulher adúltera de João 8, recebeu oportunidade de arrependimento e aproveitou esta oportunidade. Nós também devemos aproveitar todas as oportunidades, nos achegando junto ao Senhor Jesus (trono da graça) Hb 4:16. Todos os demais que acusavam a mulher adultera, não permaneceram na presença do Senhor apesar de ficarem conscientes de seus pecados, e saíram um a um. O Senhor está dando tempo para cada um de nós nos arrependermos de nossos pecados e nossas degradações, idolatrias, etc.
Pés como Bronze Polido
Os pés contatam o chão (o mundo) e por meio deles andamos neste mundo. Nosso andar neste mundo é figurado pelos pés. Como você deve andar? Com pés como bronze polido. O Bronze tem a ver com julgamento. O altar de holocausto no Antigo Testamento era de bronze. Este altar tinha como objetivo queimar toda a oferta, até tornar-se cinzas (Ex 38:1-2; Lv 1:9). O ofertante deveria morrer, mas sua oferta era seu substituto. A morte é a sentença do seu julgamento. Portanto, o altar de bronze figura o julgamento da oferta. O bronze polido é o bronze que foi refinado e lustrado. Em resumo, pés como bronze polido é um andar de alguém nesta terra que foi julgado e provado. O ideal é que nos julguemos ou avaliemos a nós mesmos (I Co 11:30-33) para nos arrependermos, ou então seremos julgados pelo Senhor para não sermos condenados com o mundo. Aqui neste texto é dito que o Senhor pode nos julgar por fraqueza, doença ou morte precoce. Em Apocalipse 2:22 o Senhor julga esta igreja e a prostra de cama (simbolizando a doença), e no verso 23 os filhos desta igreja são mortos, não como os mártires (I Pd 4:13-14), mas por causa de um viver ruim (I Pd 4:15). Se andarmos na luz, como Deus está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho, nos purifica de todo pecado (I Jo 1:7). Por que somos purificados ao andarmos na luz? Porque na luz vemos nossos pecados e confessamos ao Senhor. Uma vez confessados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (I Jo 1:9; Pv 28:13). Pense bem! Andar na luz é manter comunhão com os irmãos. Quanto mais comunhão, mais luz.
Andar como ele andou A expressão “Pés como Bronze Polido” se refere aos pés do Senhor Jesus (Ap 1:15). Portanto se refere ao andar do Senhor Jesus nesta terra. Ao andar nesta terra o Senhor Jesus disse: “se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. É como se dissesse “quem quer andar após mim…”. Por isso João nos diz que aquele que diz que permanece em Cristo, deve andar como Ele andou (I Jo 2:6).
Andar em amor Ele andou em amor. Ao nos amar, o Senhor Jesus negou-se a si mesmo e se entregou a si mesmo, como um pai se doa pelo seu filho. Esse encargo nos é deixado em Efésios 5:1-2. Imitar Deus é entregar o que te é mais precioso pelos irmãos. Sabe o que te é mais precioso? É o teu “eu”.
Andar no espírito Ef 4:1; Gl 5:16,25 Literalmente, existe algumas formas de “andar”. Peripateo é o termo grego para um andar aleatório, como um passeio, uma caminhada (Gl 5:16). Stoikeo é outro termo para andar, mas significa andar em marcha (como um soldado) com um destino e alvo especificado (Gl 5:25). Em nossos “passeios” diários devemos faze-lo no espírito, invocando o Senhor Jesus. Mas, se nós vivemos no espírito, também devemos ter um andar com metas e propósito. Devemos “marchar” como bom soldados para cumprir as ordens do nosso General (II Tm 2:4). Isto é, nosso viver nesta terra não deve ser passivo deixando ser levados pelas circunstâncias e pelo curso do mundo. Devemos colocar nossas metas diante do Senhor e confrontá-las com as metas do Senhor. Devemos orar pelas metas do Senhor e sermos ativos em participar do cumprimento de Suas metas. Ele quer estabelecer Seu reino nesta terra (Mt 6:10). Devemos como soldados andar, marchando, em obediência a Ele, para concretizar Sua meta (Mt 24:14; Mt 28:18-20).
Não andar como os gentios Ef 4:17-32
Dentro da igreja pode haver pessoas que andam como os gentios.
A Mulher Jezabel
Nesta igreja há a figura simbólica de uma mulher – Jezabel – personagem do Antigo Testamento. Esta mulher foi uma rainha do Reino de Israel, esposa do rei Acabe. Este rei foi um mau rei. Fez o que desagradava o Senhor andando em idolatria. Jezabel não era do povo de Israel, mas era de um povo onde havia muita idolatria (sidônios). Ao casar com Acabe, ela trouxe todos seus ídolos, bem como seus sacerdotes particulares para dentro de Israel. Ainda mais, perseguia e matava os verdadeiros profetas do Senhor. Acabe, apesar de rei, mostra-se passivo diante de sua rainha. Em outras palavras, ela é que mandava. Assim o povo de Israel mergulhou no profundo da idolatria por se submeter ao governo de tal mulher (I Rs 16:29 em diante). Idolatria é a substituição de Deus por qualquer outra coisa. Por exemplo: você não pode servir a dois senhores, não pode servir a Deus e às riquezas (Mt 6:24). Servir às riquezas é avareza e avareza é idolatria (Cl 3:5). Esta mulher Jezabel corresponde a meretriz de Apocalipse. Compare a semelhança do seu fim em II Reis 9:35-37 com o fim da meretriz de Apocalipse 17:16. Mais a frente falaremos sobre isso.
A figura feminina como autoridade indica inversão da autoridade. Seria dizer que alguns líderes da igreja estavam se comportando como o rei Acabe, passivos diante dos mandos e desmandos de Jezabel. O fato de ser ela de outro povo indica que o governo na igreja estava sob as mãos de incrédulos. E, que, os ensinamentos idólatras estavam presentes na vida cotidiana da igreja. A parábola correspondente a esta igreja está em Mateus 13:33. Nela também há uma figura feminina que colocou fermento que foi escondido em três medidas de farinha. O fermento se refere a ensinamentos ou doutrinas (Mt 16:6,12; I Co 5:6-8; Gl 5:9). Estes ensinamentos foram escondidos. Portanto, não estão evidentes como idolatria, mas estão ocultos por detrás da farinha (palavra de Cristo). Portanto, estes líderes incrédulos introduzem ensinamentos ocultos dentro da igreja que em verdade são cultos a demônios. São as coisas profundas de satanás (Ap 2:24). Devido a sua persistência no erro, o Senhor levantará situações para seu julgamento. É dito que o Senhor a prostra de cama, dará tribulação e matará seus filhos. Podemos dizer que lhe sobrevirá o julgamento do Senhor nesta terra. O julgamento do Senhor tem um fim proveitoso: não deixar que seus filhos sejam condenados com o mundo (I Co 11:30-32). Por muitos anos a igreja esteve envolvida com a política das nações, sendo ela mesma, a igreja, influência para muitos povos. A Idade Média, também conhecida como Era das Trevas, tem forte ligação com o governo da igreja. Nesta época os líderes da igreja enriqueceram materialmente, politicamente e mantiveram o povo de forma geral longe do conhecimento. A Santa Inquisição, órgão de repressão da igreja, cometeu grandes atrocidades. A lição que deve ficar para nós é que o adversário de Deus penetra sorrateiramente dentro da igreja e seu alvo é tomar o controle. Ele quer chegar até a liderança e mudar o governo da igreja a fim de que não mais Deus receba o louvor e a adoração e seja obedecido. Porém, ele quer infiltrar-se a ponto de ele mesmo receber o louvor (camufladamente) e ser o comandante da igreja. Paulo alerta em Filipenses 3:2,18 a respeito dos falsos líderes e obreiros. Pedro também alerta a respeito dos falsos profetas em II Pd 2:1-3. Todavia, nesta igreja há aqueles demais que não se envolveram com as coisas profundas de satanás. A estes o Senhor dá a mesma palavra que deu a igreja de Filadélfia: “…tão somente conservai o que tendes” (Ap 2:25). Eles já são vencedores devido aos aspectos positivos que foi visto inicialmente no verso 19.
As coisas profundas de satanás são as “ciladas” de Efésios 6:11. As ciladas são armadilhas. Armadilhas contém uma isca e um laço. Um pescador faz uma cilada pro peixe. A minhoca é a isca e o anzol é o laço. O pescador engana o peixe. Satanás engana as pessoas por meio de algo atrativo, com aparência boa e até mesmo religiosa, mas no fim há uma prisão, um laço (Pv 16:25I Tm 4:1). Cair na cilada de satanás é atribuir coisas aos homens (sangue e carne – Ef 6:12) que em verdade são provocadas por demônios na esfera espiritual.
Ao Vencedor
O vencedor receberá autoridade sobre as nações. Isto quer dizer que, o que os não vencedores (Jezabel e seus cúmplices) tanto almejaram será o prêmio dos vencedores. Receberá a Estrela da manhã. Esta é a estrela que ainda brilha no céu mesmo depois de já amanhecer o dia. Ela atravessa a escuridão da noite e ainda está lá ao raiar do dia. Passa pelas trevas, mas permanece na luz.
As Nações  clic aqui
Esta igreja receberá autoridade sobre as nações. Quem são ‘as nações’? Daniel 7 mostra que as nações são os povos que não são de Deus. Isto é, são os gentios.
O início das nações está em Gênesis 11 quando, em Babel, houve a dispersão dos povos e a existência dos diversos dialetos. Daniel 2 mostra o destino das nações como governo humano e o estabelecimento do governo eterno de Deus.
Por detrás dos governantes das nações está satanás – Lc 4:5-6. Assim, todas as nações estão debaixo de um sistema organizado por satanás.
Em Mateus 25 o Senhor mostra também o destino das nações. Ele divide as nações em duas categorias de pessoas. Aqueles que cuidaram de seus pequeninos irmãos e aqueles que não deram atenção as seus irmãos (os cristãos). Aqui, as ovelhas são pessoas das nações (incrédulos, já que não identificavam os cristãos com Cristo) que sobreviverão a todas as catástrofes da grande tribulação, e por terem ajudados os cristãos durante a perseguição sofrida pelo anticristo, receberão uma oportunidade de entrarem no milênio a fim de serem governados agora pelos vencedores das igrejas. Essa promessa é feita aos vencedores da igreja em Tiatira.
Em Daniel 7 há animais figurando os impérios das nações. O quarto animal, será diferente dos demais e será por fim destruído. Os demais animais que restarem, serão deixados para entrarem no reino, mas sem autoridade, isto é, serão governados pelos santos do Altíssimo (Filho do Homem) v.11-12.
Igreja em Sardes
Esta igreja historicamente corresponde ao início da restauração da igreja – A Reforma. Por volta de 1490, Martinho Lutero inicia seu contato com a Palavra de Deus e por meio do livro de Romanos recebe revelação que a salvação é pela fé e não por meio de indulgências (compra da salvação) como tinha sido estabelecido pela igreja naquele momento. Isto quase custou sua vida. No entanto, este ponto da Fé cristã foi restaurado. Depois de Lutero, muitos outros estudiosos, sacerdotes, pregadores foram surgindo e trazendo luz sobre vários aspectos da Palavra de Deus e da Vida Cristã.
O Senhor se apresenta a esta igreja como aquele que tem os sete espíritos de Deus e que tem as sete estrelas. Os sete espíritos, como vimos na carta a Tiatira refere-se a Luz plenamente acesa iluminando as trevas. Aqui esta luz é mais exterior. O Senhor como aquele que tem olhos como chama de fogo vê e queima os aspectos interiores e negativos da igreja. Como os sete Espíritos, o Senhor revela sua palavra que, por muitos anos ficou escondida. Este período histórico coincide com a invenção da imprensa por Gutemberg, fato que favorece a divulgação da Bíblia, outrora restrita aos líderes da igreja.
As sete estrelas indicam que os líderes estão em evidência neste momento. Grandes homens de Deus surgiram neste período, verdadeiros mensageiros (anjos) de Deus. Cada um deles trouxe luz em algum aspecto do cristianismo. Houve grandes reavivamentos em todas as partes da terra.
Nesta fase da igreja, sua necessidade é luz. Para trazer esta luz, Deus utilizou de muitos de seus servos (as estrelas – anjos das igrejas) que ao lerem as porções da palavra de Deus, ganharam revelação e transmitiram-nas para a igreja.
Porém, tais revelações não foram completas, íntegras. Cada servo, ao receber sua porção de luz, limitava-se a observá-la, não progredindo, mas se dividindo uns dos outros dando origem a muitos grupos, cada qual com ênfase naquela porção que haviam recebido. Uns enfatizaram o batismo nas águas, outros enfatizaram porções da Bíblia como doutrina, outros manifestações pentecostais, outros com ênfase no serviço missionário. Chegou a tal ponto que, hoje, qualquer cidadão que queira constituir um grupo cristão, tem a maior liberdade para registrá-lo, pondo o nome que bem lhe agrade e praticando um serviço a Deus conforme seus conceitos particulares. Por fim a igreja se mostrou cheia de facções, divisões que confundem a mente de muitos.
Por isso é dito que essa igreja tem nome de que vive, mas está morta. E o Senhor não tem achado íntegra (Gr. Completa) as suas obras. Não houve restauração plena na igreja, mas cada qual se satisfez com sua porção de restauração, rotulou seu nome com seu aspecto de restauração e não progrediu.
Em Mateus 13, esta igreja corresponde a parábola do tesouro escondido num campo que certo homem achou, vendeu o que tinha e comprou o campo. Muitos servos de Deus deram suas vidas pela revelação da Palavra de Deus que obtiveram, porém estas revelações foram escondidas num campo.
No entanto, temos neste estudo o objetivo de aproveitarmos a palavra para aplicação em nosso viver atual, não nos preocupando tanto com o aspecto histórico. Assim, se considerarmos que hoje estamos na igreja em Sardes, o que podemos aproveitar desta palavra?
No verso 1 quando diz: conheço as tuas obras, que tem nome de que vives e estás morto, percebemos um viver de aparência. Este viver sem realidade pode ser entendito pelo livro de Efésios capitulo dois. Logo no início é dito que estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Estar morto não é inexistência. Estar morto é perder o contato. Morte física é ausência de contato físico, morte psicológica é ausência de contato psíquico (ex.: alguém em coma). Morte espiritual é ausência de contato com Deus (Is 59:2). Portanto estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Esta morte tinha como causa o andarmos segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar (que é satanás). Isto é, estávamos sob influência de alguém que nos separava de Deus. Veja o esquema.
Ter nome de que vive e está morto então quer dizer que tem uma aparência de espiritual, mas está sendo influenciado pelo inimigo de Deus. E isto parecia estar acontecendo na igreja em Éfeso pois o apóstolo Paulo pediu que eles não se comportassem (andassem) como os gentios na vaidade dos seus pensamentos e alheios a vida de Deus. Estar alheio à vida é estar morto. Uma pessoa alheia à vida de Deus se apresenta com muitas características descritas de Ef 4:17 a Ef 5:13. São comportamentos negativos, uns mais grosseiros, outros mais sutis. Porém, a origem de todos é o inimigo de Deus.
Por isso que é dito em Ap 3:4 que algumas pessoas desta igreja não contaminaram suas vestiduras, pois esse termo se refera ao comportamento justo ou injusto de alguém. Vestiduras brancas (de linho fino) são os atos (comportamentos) de justiça dos cristãos (Ap 19:8). Quando alguém se sentia humilhado, abatido, arrependido, ele se vestia de pano de saco –> veja alguns exemplos aqui. Adão quando pecou se vestiu de folhas de figueira que tipifica a justiça humana, mas Deus derramou sangue e o vestiu com pele de um animal (sangue derramado de Cristo sendo a nossa justiça e a base de um novo comportamento).
O versículo 3 diz: Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.
Eles tem recebido o Espírito e tem ouvido a Palavra de Deus revelada, mas são orientados a guardar. Guardar é praticar em seu viver, aplicar a palavra ouvida, ter comportamento compatível com a palavra. Assim supõe-se que apesar de ouvirem a Palavra de Deus, não estão colocando em prática. Isto leva o Senhor a dizer que precisam se arrepender, ter uma guinada em seu comportamento. Arrependimento não é um sentimento apenas, mas uma necessidade de mudar seu comportamento.
Alguns na igreja em Sardes não haviam contaminado suas vestiduras. Estes mantinham um comportamento adequado.
O vencedor portanto será vestido de vestiduras brancas no reino do Senhor. Ele terá um comportamento exemplar no reino sendo padrão para todas as nações. Este vencedor pode falar, inclusive já no presente momento, como Paulo falou em Filipenses 3:17.
O vencedor também não terá seu nome apagado do livro da vida, isto é, terá seu nome confessado diante de Deus Pai e dos anjos. A realidade destas palavras está em confessar o nome do Senhor hoje:
Portanto, confessar o Senhor Jesus diante dos homens é invocar seu Nome. E quem praticar isto terá seu nome confessado diante de Deus e dos anjos no porvir. Essa igreja necessita se arrepender e confessar (invocar) mais o nome do Senhor Jesus. Isto fará daqueles que assim proceder um vencedor.
Igreja em Filadelfia
Resumo:
1. Ela é vencedora
2. Vencedora sobre todos os pontos abordados nas outras 6 igrejas.
3. Ela não é institucionalizada. Tem pouca força porque não tem força da instituição.
4. Como é uma igreja de vencedores, ela é a mescla, a comunhão, dos irmãos vencedores das demais.
Assim, mesmo que os irmãos inevitavelmente façam parte de alguma instituição, estes vencedores começarão a ter comunhão entre si. Essa comunhão se fortalecerá unicamente pelo Senhor Jesus como laço entre eles, mas será uma porta aberta pelo Senhor que ninguém pode fechar. Será uma comunhão informal. Não haverá templo ou local de reunião específico. Sua comunhão será focada no Senhor Jesus, no Seu Nome, na Sua Palavra. Não haverá vinculo religioso. Alguns serão católicos, outros protestantes das mais diversas denominações, outros não terão denominação, e apesar de estarem congregando em seus grupos, os vencedores manterão contato entre si, suprindo-se uns aos outros e ganhando força para levarem alimento para seus respectivos grupos a fim de ajudar outros a vencer. Você não conseguirá identificar uma das assim chamadas “igreja” de vencedores. Os vencedores poderão estar em alguma instituição, mas volta e meia estarão juntos informalmente. As vezes comendo juntos, as vezes estudando a Palavra juntos, as vezes visitando alguém juntos, uns visitando a outros nos seus respectivos grupos. Outras vezes reunindo para orar ou batalhar espiritualmente. Não estarão discutindo opiniões doutrinarias, pois eles já alcançaram crescimento suficiente para saber que isso não leva a lugar nenhum. Estão claros que o reino de Deus é alegria, paz e justiça no espírito (Rm 14:17).
Porém, nos últimos dias, por causa da perseguição interna do grupo e externa do mundo, será inevitável abandonarem suas instituições, como está escrito em Ap 18:4 – … Sai dela povo meu.
O Trono de Deus cap.4
O Tabernáculo de Deus é, nos lugares celestiais o lugar de habitação de Deus, mais especificamente o Santo dos Santos. Portanto o Trono de Deus é figuradamente representado pelo Santo dos Santos. Assim também os seres que rodeam o Trono de Deus mais intimamente é representado pela composição do Tabernáculo (madeiras de acácia revestidas de ouro, quatro colunas, arca e propiciatório).
Cada figura ilustrativa citada na Bíblia tem uma referência na realidade. Nicodemos, ao procurar Jesus (Jo 3:12) não compreendeu essa forma de Jesus explicar as coisas espirituais. Isto, sem contar que ele era experiente em idade e no conhecimento das escrituras. Jesus lhe afirmou que se ele não entendia as coisas terrenas como exemplos para entender as coisas espirituais, como entenderia se Jesus falasse diretamente assuntos espirituais sem nenhuma comparação com coisas concretas. Por isso precisamos de coisas concretas e visíveis para entender as espirituais e invisíveis.
No capítulo quatro de Apocalipse João vê coisas espirituais que lhe são apresentadas em figuras. Assim, cada figura citada em Apocalipse 4 e 5 tem uma correspondência espiritual e em nossa realidade. E, também tem uma correspondência com outras figuras.
Vamos utilizar aqui duas figuras e uma realidade para entender o capítulo 4 e 5. São elas:
1ª figura = Tabernáculo
2ª figura = Jardim do Éden
Realidade = Igreja
No capítulo quatro e cinco João viu o Tabernáculo celeste. Moisés, quando subiu ao monte (o monte simboliza que também teve uma visão celestial) teve uma visão celestial do Tabernáculo e Deus lhe disse para fazer um Tabernáculo material na terra conforme o modelo visto no monte (Hb 8:5).
Se João viu o Tabernáculo celeste como Moisés também viu, deduzimos que as duas visões, a de João e a de Moisés contém os mesmos itens. Falando simplificadamente o Tabernáculo é o lugar de habitação de Deus. Assim, João foi ao céu, local onde Deus habita e tem sua administração, isto é, foi ao verdadeiro Tabernáculo (Hb 9:11).
O Trono
João viu um Trono. Neste local João viu um trono e alguém sentado. O trono é o local central de onde parte todos os comandos de Deus e onde está a presença de Deus. No Tabernáculo, este item corresponde a Arca da Aliança com o Propiciatório no lugar chamado Santos dos Santos (veja figura aqui). Moisés recebia todas as orientações de Deus neste lugar. Neste local Moisés mantinha comunhão com Deus. Moisés entrava num Tabernáculo feito por mãos humanas, mas João entrou no verdadeiro Tabernáculo, não feito por mãos humanas (Hb 9:11).
Alguém está sentado no trono. Esse alguém tem aspecto de pedra de jaspe. A pedra de Jaspe é verde escuro transparente. Simboliza a vida em sua maturidade. O centro da administração de Deus, seu governo, seu trono é por meio da Sua Vida. Na Arca da Aliança havia a vara de Arão que floresceu (gerou vida) (Hb 9:3-5). Este item se refere à autoridade de Deus em vida (veja esta história em Números 17). No Jardim do Éden corresponde a Árvore da Vida. Muitos tentam governar a igreja pelo simples fato de terem feito um curso ou seminário, mas se não tiverem crescimento de vida (maturidade) poderão criar mais problemas do que ajudar. Outros acreditam que pelo simples fato de serem mais antigos na igreja são aptos para liderar. Outros ainda, pelo fato de terem sido líderes outrora, não percebem que a vida é dinâmica. Num momento você pode estar à frente e noutro ter que se submeter ao crescimento de vida de outro.
Jaspe =>1ª figura => Tabernáculo => Vara de Arão
Jaspe =>2ª figura => Jardim do Éden => Folhas da Árvore da Vida
Jaspe =>Realidade => Igreja => Vida de Deus
Ele também é semelhante no aspecto a sardônio que é uma pedra com tonalidade vermelha. Isto simboliza o sangue para redenção. No Centro da administração de Deus há vida e redenção. No tabernáculo, corresponde ao sangue dos animais sacrificados que eram colocados no propiciatório. No Jardim do Éden corresponde às uvas da Árvore da Vida. Em João 15:1 o Senhor mostra que a Árvore da Vida é uma videira. Por meio das uvas se faz o vinho que simboliza o sangue de Jesus Cristo (Mt 26:26-30).
Estar debaixo do governo de Deus e na presença de Deus é ter uma condição resolvida no que se refere a pecados e a uma boa consciência.
Sardônio =>1ª figura = Tabernáculo => Sangue no propiciatório
Sardônio =>2ª figura => Jardim do Éden => Uvas (vinho)
Sardônio =>Realidade => Igreja => Redenção de Cristo
Ao redor do trono há um arco-íris semelhante à esmeralda. O arco-íris é um sinal da aliança que Deus fez com Noé (Gn 9:9-15). Deus fez uma aliança eterna conosco. Uma Nova Aliança. Esmeralda tem uma tonalidade verde claro, como uma planta nova. Uma planta mais crescida é verde escuro: Jaspe. Uma planta nova é verde claro: esmeralda – uma Nova Aliança (Lc 22:20).
Uma Aliança é uma garantia. Isto traz paz e convicção. A Aliança te deixa seguro e firme.
Vinte e Quatro Anciãos
Ao redor do Trono há 24 tronos. Trono representa autoridade para governar. Deus delega sua autoridade a outros seres. Isto é a hierarquia da administração de Deus. Aqui, anciãos ou presbíteros (no original grego) significam anjos mais maduros ou mais antigos. Eles expressam somente a Deus. Eles tem autoridade sobre outros anjos e também expressam a autoridade de Deus no universo. Por isso tem coroas, e as coroas são de ouro em natureza, pois Deus os utiliza para governar. Eles também cercam o Trono de Deus. Os demais anjos, para receberem o comando de Deus devem recebê-lo por intermédio dos 24 anciãos.
24 anciãos =>1ª figura => Tabernáculo => 24 tábuas do Santo dos Santos
24 anciãos =>Realidade => Igreja => autoridade de Cristo e a Igreja
Relâmpagos Vozes e Trovões
Do trono saem relâmpagos vozes e trovões que representam o comando de Deus por meio de visões (relâmpagos) e palavras de revelação (vozes e trovões) Ap 1:10 e 10:3-4. Estas revelações são transmitidas para o homem por meio dos anjos de Deus. Quando você lê as visões de Zacarias, por exemplo, você percebe que são como relâmpagos (flash). Parece que uma visão não tem nada a ver com a outra. No capítulo um de Zacarias ele tem um flash de cavalos, daqui a pouco tem um flash de ferreiro, que são chifres e assim por diante.
Sete candelabros
Em Ap 4:5 vê-se outro item que há no céu e que tem uma representação no Tabernáculo. Os sete candelabros (tochas) representam a luz de Deus, o falar de Deus que ilumina o homem. Tal falar é por meio do Espírito de Deus que usa a igreja. Os “sete Espíritos de Deus” é uma figura do Espírito sete vezes intensificado. Isto é, O Espírito se expressando de uma maneira plena por meio da igreja.
Mar de Vidro
Este é outro item do Tabernáculo. A pia de bronze que representa o lavar de água pela Palavra (Ef 5:26). Na pia de bronze o sacerdote se lavava antes de entrar no Santo Lugar/Santo dos Santos. Todas suas “sujeiras” ficam na pia de bronze (mar de vidro).
Os quatro seres viventes
Os quatro seres viventes são vistos no Tabernáculo como as quatro colunas que estão entre o Santo Lugar e o Santo dos Santos. É por meio deles que tem que se passar para chegar ao Santo dos Santos. Porém eles sustentam o véu que faz separação entre o Santo Lugar e o Santo dos Santos. Isto significa que o caminho está fechado para a entrada no Santos dos Santos, ficando evidente quando estes quatro seres viventes pronunciam, em Ap 4:8 : “santo, santo, santo” (separado, separado, separado). As quatro colunas formam 3 passagens. As Três passagens estão fechadas, portanto o Senhor Deus está separado, separado, separado.
Quando o Senhor Jesus morreu na cruz o véu foi rasgado de alto a baixo significando que a entrada ao Santo dos Santos foi aberta (Mt 27:51 Hb 10:20). Portanto esta visão inicial que João teve do Tabernáculo celestial era compatível com o Antigo Testamento. Veja figura aqui.
Mas em Ap 4:9 é dito “QUANDO estes seres viventes…”. Aqui a palavra “QUANDO” indica num determinado momento, indica um evento num determinado tempo. Após este evento, algumas coisas vão mudar no Tabernáculo celestial. Que evento é esse? QUANDO este evento acontecerá? Quais mudanças ocorrerão? A resposta está nocapítulo 5 de Apocalipse. Quando o “Cordeiro como tendo sido morto” entrar no Santo dos Santos verdadeiro, celestial, ocorrerá mudanças administrativas de Deus. Os 24 ançiãos depositarão suas coroas (Ap 4:10), querendo com isso indicar que toda a autoridade passará para o Cordeiro, por meio do seu nome (Fl 2:9-10).
Primeiro é necessário saber que estes quatro seres viventes são querubins, anjos, com uma função especial. Assim como os 24 anciãos são anjos encarregados de governar o universo por Deus, os quatro seres viventes tem a função de ser a porta de entrada ao homem para a presença de Deus no Santo dos Santos. Mas devido à queda e, por causa da carne do homem, esta passagem foi fechada. No Jardim do Éden, em Gn 3:24 estão os querubins por meio de uma espada flamejante bloqueando a passagem para a Árvore da Vida (o Trono). Em Hebreus 10:20 é dito que o véu é a carne de Jesus. Até a morte de Jesus o véu estava bloqueando a passagem, então após sua morte o véu foi rasgado abrindo um novo caminho para o Santo dos Santos. Com o véu rasgado, os quatro seres viventes tem a função de promover a entrada do homem na presença do Senhor. Estes quatro seres viventes promovem o evangelho do Reino. No final do livro de Apocalipse somos encorajados a clamar pela vinda do Senhor (Ap 22:17): ”O Espírito e a Noiva dizem: Vem! Aquele que ouve diga: Vem! Aquele que tem sede Venha…” Em Apocalipse 6 quando são abertos os primeiros selos, os quatro seres viventes dizem: Vem! Então eles estão incumbidos de um ministério. Este ministério é de convidar as pessoas a irem e permanecerem na presença do Senhor, diante do Trono da graça como o autor de Hebreus fez em Hb 4:16. Este ministério leverá a formação de vencedores na igreja e trará o Senhor de volta. Em Mateus 24:14 foi dito que será pregado o evangelho do Reino até aos confins da terra, então virá o fim. Portanto, esse ministério do Evangelho do Reino é administrado pelos quatro seres viventes. E, sob a influencia destes quatro seres viventes nós também pregamos o Evangelho do Reino dizendo: VEM!
Convidamos as pessoas (cristãs ou não) a virem (VEM!) e entrarem no espírito (Santo dos Santos) pelo sangue de Jesus. Os apóstolos foram chamados de “colunas” na igreja, pois sua função era convidar as pessoas para se voltarem a Deus (Gl 2:9).
Em Ezequiel 1, estes quatro seres viventes também aparecem. Em Ezequiel há um pouco mais de detalhes a respeito destes quatro seres viventes. No entanto, eles aparecem por quê? Ezequiel recebe esta visão quando, juntamente, recebeu a incumbência de pregar para os Israelitas e para muitas nações como um Atalaia de Deus. O ministério de Ezequiel era expor a situação do Israel e das demais nações e convidá-las ao arrependimento. Isto é pregação do evangelho. Este é o ministério dos Quatro seres viventes. Eles nos convidam a entrar no Santo dos Santos. Eles dizem: VEM!
Podemos dizer que os anjos influenciam o homem. Os anjos caídos (demônios) influenciam negativamente o homem a viver na sua carne. Alguns anjos se “especializam” em diversas categorias de pecados como por exemplo nas obras da carne (Gl 5:19-21). Outros demônios se especializam no lado bom da carne – veja o que é o véu.Porém, o ministério dos quatro seres viventes é influenciar o homem positivamente a pregar o Evangelho do Reino, que nada mais é que convidar pessoas a entrarem na presença de Deus. Hoje este ministério é por meio do Espírito de Deus que é derramado em nós, isto iniciou em Pentecostos (At 2). Lembre-se: O Espírito e a Noiva dizem: Vem! (Ap 22:17). Hoje nós recebemos, por meio de Cristo, este ministério de levar outros ao espírito, isto é, à presença de Deus. Como fazem isso? por meio de suas naturezas (Leão, Boi, homem, águia).
Como na prática se dá essa influência? Como experimentamos isso? A resposta está nas apresentações dos quatro seres viventes, isto é nas suas expressões com faces de animais.
O Leão tipifica a realeza o que reporta à autoridade (Pv 20:2;  Pv 30:30). Quando o Senhor comissiona seus discípulos a pregarem o evangelho, Ele os reveste de autoridade. Esta autoridade é na esfera espiritual (Mt 10:1.5;  Lc 10:19). Não é autoridade para mandar nas pessoas, mas para governar o mundo espiritual. O Senhor recebeu toda autoridade deste universo, e por meio desta autoridade ele nos envia (Mt 28:18-20) e nos concede autoridade em seu nome (Fl 2:9-11;  Jo 15:16). Assim, sempre que sair para pregar o evangelho, ou mesmo em seu dia a dia normal, você deve ser revestido com esta autoridade em o Nome do Senhor Jesus. Por meio desta autoridade você convida as pessoas a virem à presença do Senhor diante do Seu Trono. Por meio da autoridade você diz: Vem!
O Boi se refere ao serviço (Pv 14:4). Se por um lado o Senhor nos dá autoridade como leão na esfera espiritual, para com os homens Ele nos diz para servirmos (Mt 20:25-28; Mc 10:42-45; At 2:44-45; I Co 9:19). Nosso relacionamento na esfera espiritual deve ser com autoridade. Autoridade para pisar serpentes e escorpiões (Lc 10:19) que tipificam demônios, principados, potestades e dominadores do mal. Ele não nos deu autoridade para pisar as pessoas. Nós devemos servir às pessoas. Muitos, ao pregar o evangelho, suprem também as necessidades materiais das pessoas (At 6:1-7). Isto é serviço prático. Isto é estar no princípio do ministério dos quatro seres viventes, pelo Espírito. Servir as pessoas é convidá-los a entrar nos Santo dos Santos dizendo: Vem!
O Ser Vivente com aparência de  Homem tipifica a humanidade. Isto quer dizer que para convidar uma pessoa a entrar na presença de Deus é necessário nos identificarmos com ela. Nos identificarmos com sua fragilidade, com suas necessidades. Ninguém é superior a ninguém. O próprio Senhor Jesus se tornou um homem para se identificar com a fragilidade humana. O Sumo Sacerdote era cheio de fraquezas a fim de se condoer das fraquezas dos que pecam e não julgá-los, mas oferecer sacrifícios em favor dos que erram (Hb 5:1-3). Ser humano é parar para ouvir as pessoas. Ser humano é chorar com as pessoas. Ser humano é não ter aparência de super herói, mas estar sujeito às mesmas fragilidades (Hb 2:17-18). O Bom samaritano foi humano para com um estranho que foi espancado e roubado (Lc 10:25-37). Ele se identificou com a vítima e se comportou de uma maneira que gostaria também de ser tratado (Mt 7:12). Exercer humanidade, se identificar com as pessoas é convidá-las a entrar na presença de Deus, é dizer: Vem! Isto é também obra do Espírito em nossa vida.
O Cavalo Branco
Os quatro primeiros selos são os quatro cavalos. A partir da morte e ressurreição de Cristo Jesus, Ele mesmo deu um início a quatro carreiras que chamarei de quatro linhas de edificação. Ele foi o único a ter autoridade e condições de tomar o Livro da Economia de Deus (Ap 5) e dar início a uma série de eventos que culminará no estabelecimento do Governo Eterno de Deus nesta terra. Os primeiros selos são eventos e esferas administrativas que chegarão a termo no fim desta era, quando iniciar a última semana de Daniel.
Branco = esfera da Edificação da Igreja por meio da Pregação do Evangelho do Reino.
Vermelho = esfera da Restauração da Nação de Israel por meio de guerras.
Preto = esfera da construção das religiões (Babilônia) por meio de barganha, comércio.
Amarelo = esfera do organização do Império do AntiCristo (Besta).
Cavalo tem significado figurativo. Representa lutas, batalhas para alcançar um propósito. O cavalo corre uma carreira, um caminho para alcançar um alvo. Esta corrida é uma batalha (Jr 8:6 Pv 21:31). O Senhor nos propõe uma carreira para trilharmos (Hb 12:1). Para trilhar esta carreira é necessário muita luta, esforço (Mt 11:12). Paulo lutou e completou a carreira herdando a coroa (reino) II Tm 4:7-8; I Tm 4:10. Que carreira é essa que o Senhor nos propõe? Esta carreira é o primeiro selo, o primeiro cavalo, o cavalo branco.
O Cavalo Branco é a edificação da igreja pela Pregação do Evangelho do Reino. Essa é a primeira Linha de Edificação.
Quando João Batista veio, ele pregava: arrependei-vos por que é chegado o Reino dos Céus (Mt 3:1-2). Então, Jesus, após ser batizado por João, passou a pregar: arrependei-vos porque é chegado o Reino dos Céus (Mt 4:17). Assim, Jesus passou três anos e meio falando e testemunhando a respeito do Reino dos Céus (Mt 13). Jesus morreu, ressuscitou ao terceiro dia e logo pela manhã Maria foi ao sepulcro. Jesus se mostrou a ela. Maria deve ter segurado o Senhor, porém Ele lhe disse para não impedi-lo pois, deveria ir ao Pai (Jo 20:16-17). O que Ele foi fazer diante do Pai? Isto está revelado no capítulo cinco de Apocalipse (Ap 5). Ele foi depositar seu sangue no propiciatório para remissão dos pecados e ser achado digno então, de tomar o Livro todo lacrado (selado) com sete selos da mão Daquele que se assenta no Trono (Pai). Após feito isso, retornou a terra e se apresentou a outros discípulos (Lc 24:13-31). Ainda permaneceu quarenta dias se apresentando aos discípulos e falando ainda sobre o Reino de Deus (At 1:3). A ênfase de seu ministério é o Reino de Deus. Depois de ascender aos céus, enviou Seu Espírito com poder a fim de que seus discípulos então também pregassem o Evangelho do Reino. Então Pedro, deu o ponta pé inicial no dia de Pentecoste (At 2:38). Assim se deu início a carreira do Cavalo Branco. Você é convidado a tomar sua cruz e seguir o Senhor nesta carreira (Mt 16:24). Esse Evangelho SERÁ pregado, para então vir o fim (Mt 24:14). Com você, ou sem você este Evangelho será pregado, pois ele saiu vencendo e para vencer (Ap 6:2). Mas você é convidado a participar desta vitória… se alguém quiser…=> Mt 16:24.
Quem está montado neste cavalo tem um arco na mão. Um arco é para atirar flechas. A primeira flecha é o próprio Senhor Jesus como a flecha polida (Is 49:2). Ele foi enviado como uma flecha para estabelecer o Reino de Deus. Nós também somos como flechas na mão do guerreiro (Sl 127:4) a fim de estabelecermos o Reino de Deus. Por isso oramos: Venha o Teu Reino… Mt 6:10. Os discípulos foram enviados (atirados como flechas) para Jerusalém, Judéia, Samaria e até aos confins da terra (At 1:8). Você também foi enviado. E você recebeu autoridade para ir em o Nome do Senhor Jesus (Mt 28:18-20). Receber autoridade é ter uma coroa. Quem tem uma coroa governa. Nossa autoridade é no Nome do Senhor Jesus (Jo 15:16; Jo 14:12-14). Por fim teremos uma coroa para reinarmos com Ele no Reino Milenar (I Pd 5:4; Tg 1:12; I Co 9:25; Ap 2:10). O apóstolo Paulo disse que sua coroa já estava guardada (II Tm 4:8).
Zacarias tem uma visão de que o carro com cavalos brancos se dirige para o norte junto com o carro com cavalos pretos (Zc 6:6). Ir para o norte é uma figura relacionada com uma esfera espiritual. Quando satanás intentou ser semelhante ao Altíssimo é dito: “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte” (Is 14:13). Nas extremidades do norte é um ambiente espiritual próximo a Deus. Portanto, o Cavalo Branco se dirige para Deus. Neste lugar ao norte Deus fará repousar Seu Espírito (Zc 6:8).
Em Mateus 24 o Senhor fala das coisas que irão ocorrer desde sua morte e ressurreição até sua segunda vinda. Portanto, como os quatro cavalos estão relacionados com este período, eles devem estar mencionados neste capítulo 24 de Mateus.
Cavalo Vermelho
O Cavalo Vermelho, em Zacarias capítulo um, está em evidência. Nesta visão de Zacarias, o contexto é o período em que o povo judeu permaneceu cativo na Babilônia (70 anos). Nestes 70 anos a terra de Israel (região de Judá) permaneceu desolada e em ruínas. Na visão, é dito a Zacarias por meio do anjo assentado no cavalo vermelho que estes cavalos (vermelhos, brancos e baios) percorreram a terra dos judeus, como que preparando-a para o retorno dos judeus. E o desfecho final está no versículo 16 onde é dito pelo Senhor:” Voltei-me para Jerusalém com misericórdia, a minha casa nela será edificada, diz o Senhor dos exércitos, e o cordel será estendido sobre Jerusalém”. Quem se manifesta ou que está intercedendo pelo povo judeu aqui é o anjo montado no cavalo vermelho (Zc 1:12). Portanto, nesta visão o cavalo vermelho é a luta para preservar a terra do povo judeu até que este retorne da Babilônia. Vamos dizer que o encargo do cavaleiro montado no cavalo vermelho é edificar Jerusalém, o Templo, seus muros e toda a nação judaica com seu serviço sacerdotal no local determinado para isso.
Em Apocalipse 6:3-4, ao abrir o segundo selo, saiu um cavalo vermelho e ao seu cavaleiro foi dado tirar a paz da terra. Em primeiro lugar,  a terra aqui se refere a terra de Israel em contraposição ao mar e as muitas águas que são as nações (Ap 13:1,11;  Ap 17:1,15). Assim, por meio de muito derramamento de sangue será preparado a terra para a edificação da nação judaica. Desde o ano 70 d.C. quando o general Tito destruiu Jerusalém e o Templo, tem ocorrido muitas guerras nesta região e ainda hoje também. Mas, gradativamente o nação de Israel tem se estabelecido nela, por meio de migrações, investimento financeiro por parte de todos os judeus espalhados pelo mundo, por meio de influencia política, pela luta armada ou não. A oposição é enorme, mas o povo judeu tem vencido estes obstáculos. Isto se dá pelo fato de que as promessas de Deus, como a que se vê em Zc 1:12, devem ser cumpridas. Portanto, uma grande espada está na mão do cavaleiro montado no Cavalo Vermelho. Esta grande espada é invencível. Como temos visto, Israel, por meio de muito oposição se tornou nação e conquistou sua terra. Ainda falta a edificação do Templo em Jerusalém e o estabelecimento do serviço sacerdotal. Isto em breve também ocorrerá. Esta grande espada é por Israel. A espada é uma figura da Palavra de Deus ou as promessas de Deus na sua Palavra no que se refere a nação de Israel (Is 49:2; Ap 19:21). Esta é uma grande espada, uma grande Palavra, nada pode detê-la. Nem mesmo o holocausto nazista e todas as perseguições sofridas pelos judeus são capazes de impedir o desfecho final do estabelecimento da nação judaica e seu Templo.
Quando o Senhor Jesus foi morto na cruz há 2000 anos atrás, havia uma “paisagem” política, religiosa. Havia Cristo como um homem perfeito e fiel a Deus Pai. Havia a nação de Israel subordinada ao império Romano, mas ainda com liberdade religiosa, com seu Templo e seu serviço sacerdotal. Havia as outras religiões da região (os samaritanos, os deuses romanos e gregos, etc). Havia o império Romano que dominava a Europa, Oriente Médio e norte da África. Esta “paisagem” se perdeu no transcorrer destes 2000 anos, porém ela está se refazendo. O corpo de Cristo está sendo edificado por meio da pregação do Evangelho do reino (Cavalo Branco) que tem gerado os vencedores na igreja. A nação de Israel tem sido edificada e estabelecida, o que vai culminar com edificação do Templo e o serviço sacerdotal como descrito no livro de Levítico (Cavalo Vermelho). As religiões das mais diversas tem crescido com adeptos de todas as nações, culturas e classes sociais. Estas por fim se tornarão a grande Babilônia (Ap 17 e 18) com aparência de Deus, mas sem realidade (Cavalo Preto). E o Império Romano está sendo edificado na Europa. Deste império (Besta) surgirá um governante (imperador) que fará proezas, destruirá a grande Babiônia (todas as religiões – II Ts 2:4; Ap 17:16) e assumirá o controle do serviço sacerdotal dos judeus e perseguirá a todos os que se opuserem a ele (Cavalo Amarelo). Estas quatro linhas de edificação já estão se manifestando e em breve serão concluídas. Em qual delas você tem investido sua expectativa, seu tempo, seu dinheiro, sua vida? Em qual destes cavalos você tem “apostado”?
Cavalo Preto
Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem, e vê. Então, vi, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro seres viventes, dizendo: Uma medida de trigo por um denário, e três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho. Apocalipse 6:5-6
Partindo do pressuposto que haja um padrão entre os quatro cavalos. O Primeiro sendo a edificação da Igreja por meio da pregação do evangelho do Reino. O Segundo sendo a edificação de Israel por meio de guerras e pela promessa da Palavra de Deus (a grande espada). O Terceiro cavalo também é a edificação de “algo”. E, assim também será o Quarto cavalo.
Aquele que estava montado no Cavalo Preto tinha uma balança na mão. A balança é um instrumento utilizado no comércio. Você paga por quanto pesa o produto a comprar. O instrumento para avaliar o preço a pagar é a balança.
Quais os produtos que foram relacionados para serem pesados? Trigo, Cevada, Azeite e Vinho
Onde mais, na Bíblia, estes produtos estão mencionados juntos? Em II Cr 2:10
A teus servos que hão de cortar as madeiras, darei por alimento vinte mil coros de trigo, vinte mil coros de cevada, vinte mil batos de vinho e vinte mil batos de azeite. 2 Crônicas 2:10
O Tabernáculo que foi erigido por Moisés no deserto, foi edificado com as ofertas dos filhos de Israel e por mão de artífices israelitas (Ex 31:1-11 ). Mas, para edificar o Templo de Salomão foram contratados estrangeiros (gentios – servos de Hirão) por salário.
Dentro do princípio de edificação dos quatro cavalos, este cavalo preto se refere à edificação de “algo” por meio de comércio. O pagamento é similar ao pagamento dos estrangeiros que ajudaram na edificação do Templo de Salomão. Digamos então que este algo a ser edificado seja um “Templo”, isto é, algo para adoração a Deus. O que é um templo de forma genérica? É um local onde se reverencia um deus, ou muitos deuses. Neste local se realizam rituais, reuniões, ensinamentos, adoração, serviços, etc. Todos estes atos tendo como centro o deus deste templo.
O preço a ser pago é caro para adquirir estes produtos. Vamos dizer assim: os servos de Hirão ganharam um bom salário para cortar as madeiras, mas este aqui em Apocalipse, por um punhadinho de trigo e cevada tem que pagar o salário de um dia inteiro de trabalho (um denário era uma diária de trabalho bem paga naquela época – Mt 20:2). Falando de outra maneira, este “algo” que é edificado usurpa o dia todo de trabalho de uma pessoa e o benefício é pequeno, pouco suprimento. Este “algo” sendo um templo, uma religião, então diríamos que o benefício espiritual é pequeno, isto é, pouco suprimento espiritual.
A conclusão é que existe “algo” na Bíblia que é adquirida por meio de troca, comércio. Este “algo” é a Grande Babilônia (Ap 18:11). A Grande Babilônia é cheia de mercadorias, porém o suprimento espiritual (Trigo e Cevada) é baixo. A Grande Babilônia é a somatória de todas as religiões. As religiões são formas de alcançar Deus por meio de força humana ou por métodos humanos. Os métodos humanos são vistos no Novo Testamento, porém são tidos como obstáculos para se achegar a presença do Senhor, isto é, um novo véu é colocado entre nós e Deus => veja aqui
O primeiro ser humano que tentou edificar a Babilônia foi Caim. Em suor e fadigas ele colheu o produto da terra para oferecer a Deus (Gn 3:17-19 e Gn 4:3-5). Não houve agrado espiritual a Deus e ele se irou e seu semblante descaiu.
Babel, que é a preconizadora da Babilônia, foi outra tentativa do homem em atingir o céu, mas sem Deus, isto é, pela própria força do homem e para exaltação do próprio nome do homem e não de Deus (Gn 11:1-9).
Em Zacarias 6:6 é dito que o cavalo preto sai para as terras do norte. O próprio satanás almejou subir às extremidades do norte (Is 14:13). Aqui, o termo “norte” indica uma posição espiritual elevada. Portanto, o cavalo preto, bem como o cavalo branco, seguem uma direção espiritual. Eles batalham de diferentes modos para alcançar o “norte”. Assim como Abel e Caim intentaram agradar a Deus, porém de formas diferentes, assim o cavalo preto e o branco tem um alvo que é a edificação do espírito.
Você pode se assustar quando digo que a Grande Babilônia são todas as religiões, inclusive as cristãs. Porém, a Bíblia, e nossa experiência diária nos mostra isso claramente. Leia os capítulos 2 e 3 de Apocalipse novamente e veja quanta situação negativa havia dentro das igrejas ali nominadas. Em Laodicéia, o próprio Senhor Jesus estava de fora batendo para entrar. Veja o apóstolo Paulo falando de alguns que se reuniam nas igrejas da época (Fl 1:15; Fl 3:18; At 20:29-30II Co 11:12-13).
Porém, há os vencedores destas degradações. O Evangelho do Reino tem como objetivo produzir estes vencedores. Nosso alvo é ser um vencedor sobre a religião.
Para concluir, em Apocalipse 18:4 é dito para o povo de Deus se retirar da Babilônia a fim de não ser participantes dos seus flagelos. Portanto, muitos cristãos ainda estão envolvidos com a Babilônia. Não obstante seu ganho espiritual ser pequeno, ou seja, pouca alimentação espiritual, foi dito para que não se danifique o azeite e o vinho. Na Bíblia o azeite simboliza o Espírito Santo e o vinho simboliza a alegria e desfrute do Espírito. Assim, vemos que as religiões cristãs não alimentam adequadamente seus seguidores, mas ainda lhes permite ter o Espírito de Deus e de desfrute. Por isso que em Zacarias 6:8é dito que o cavalo branco e o preto que saem para o norte fazem repousar o Espírito de Deus na terra do Norte. Apesar de Babilônia (as religiões) estarem muitas vezes no princípio de Caim e com muitas degradações como vemos em Apocalipse 2 e 3, ainda há Deus por meio de Seu Espírito atuando em seus membros e dando desfrute. Mas, na Babilônia há pouco alimento nutritivo. Muitas vezes há muitos princípios elementares, isto é, leite espiritual, mas pouco alimento sólido (Hb 5:11-14).
Como e porquê o cristão cai em Babilônia?
Quinto Selo
Os quatro primeiros selos se referem a quatro princípios de edificação nesta terra. Após a morte e ressurreição de Jesus, iniciou quatro carreiras que culminarão com a formação de um grupo de vencedores na igreja (Cavalo Branco), com a nação de Israel exercendo seu serviço sacerdotal no templo em Jerusalém (Cavalo Vermelho), com um sistema religioso complexo e amplo incluindo as religiões cristãs e todas as demais religiões existentes no globo (Cavalo Preto) e com o estabelecimento de um governo político imperialista na Europa e adjacências (Cavalo Amarelo).
O Quinto Selo não é visível a não ser para os que já morreram. Este 5º Selo ocorre em uma região espiritual. Não pode ser visto com olhos naturais. Porém é revelado aqui com um propósito que veremos adiante.
E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. Apocalipse 6:9
O apóstolo viu debaixo do altar… A que altar ele se refere? Este altar está relacionado com o Tabernáculo. É mais precisamente o altar de bronze onde era queimado o holocausto e as ofertas realizadas no Tabernáculo. Veja a figura. É claro que este altar é o verdadeiro altar celestial, não a figura que Moisés replicou na terra como uma sombra do celestial (Hb 8:5).
No AT, quando se faziam as ofertas no Tabernáculo, é dito que uma porção do sangue da oferta era para se ungir o Santo dos Santos, mas o restante do sangue era derramado na base do altar de bronze, isto é, na terra em baixo do altar do holocausto (Lv 4:7,18,25,30). Em Deuteronômio também é dito que, ao matarmos um animal para nos alimentarmos dele, não devemos comer o sangue, mas derramá-lo sobre a terra (Dt 12:16 Dt 15:23).
Também, no AT, é dito que a vida da carne está no sangue (Gn 9:4 Lv 17:11). Portanto, ao derramar seu sangue na cruz, o Senhor Jesus estava dizendo que ele estava dando sua vida por nós.
Portanto, quando uma pessoa salva morre, seu sangue é derramado debaixo do altar, isto é sua vida é colocada debaixo do altar. Debaixo do altar é um local onde os salvos em Cristo Jesus vão após falecerem. Isto pode ser um choque para você, pois somos erroneamente ensinados que vamos para o céu junto com Cristo. Em Gênesis 3:19 é dito que somos pó e ao pó retornaremos. Quando um cristão morre fisicamente, sua alma (vida) é colocada debaixo do altar e não na presença do Pai nem do Senhor Jesus que estão no Santo dos Santos Celestial (veja a Figura). O Senhor Jesus, ao morrer na cruz, disse ao criminoso arrependido que estava ao seu lado que naquele mesmo dia eles iriam ao paraíso. Jesus ficou três dias neste lugar e depois de ressuscitar foi ao Pai, isto é, foi ao Santo dos Santos (Lc 23:43 Jo 20:17). Veja a figura. Primeiramente ele foi ao Santo dos Santos para depositar seu sangue (sua vida) no propiciatório para nossa redenção, depois voltou imediatamente e ficou 40 dias aparecendo aos discípulos e falando a respeito do reino. Depois subiu definitivamente e somente voltará no final desta era.
Os cristãos vencedores, ao morrerem, sua vida é colocada debaixo do altar (no Paraíso) e aguardará até que se complete esta era, para então se apresentar no Santo dos Santos, isto é diante do trono (Ap 7:9-17). Assim como os quatro primeiros selos ocorrem por toda a era da graça (atual dispensação) também o quinto selo está ocorrendo por toda esta era, mas como é dito para que repousassem ainda por um pouco de tempo, este momento em que João viu já estava no final desta era, no início da última semana de Daniel – veja a figura.
E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Apocalipse 6:10
Eles clamaram. A vida está no sangue. Portanto a vida, ou o sangue, destes mortos em Cristo Jesus clamaram. O Sangue de Abel também clamou da terra (Gn 4:10). Isto é, a vida de Abel clamou, pois o sangue é a vida.
O quê eles clamam?
…Até quando,… até quando,… até quando,… até quando…
O lugar onde eles estão não é ruim, porém ainda não é a presença do Senhor (Lc 16:19-31). Dá-se a impressão que eles querem somente a vingança dos que habitam sobre a terra. Mas, como vemos em Rm 12:19-21 e em At 7:59-60, a vingança não é uma característica dos vencedores, mas eles estão cientes de que quando a vingança do Senhor vier a terra (Ap 6:17), eles sairão de debaixo do altar e entrarão no Santo dos Santos, diante do trono e diante do Cordeiro e para sempre aí estarão com novas vestes, isto é, um novo corpo. Veja figura
Então o clamor é para estar diante do Senhor. Porém o Senhor diz para aguardarem até se completarem o número de seus conservos e irmãos que ainda estão para morrer. Enquanto não se completar este número eles terão que esperar. E isto, por que o Senhor é longânimo e não quer que nenhum dos seus se perca (II Pd 3:9-12).
É aqui que nós, os vivos, entramos. Nós podemos apressar a vinda do Senhor, e, acabar com esse clamor de nossos queridos que já faleceram. Não é por interceder por estes já falecidos que isto se dará. Mas, ao pregarmos o evangelho do Reino e levarmos a salvação e o amadurecimento àqueles que ainda não receberam, estamos completando o número que ainda falta e dessa forma apressamos a vinda do Senhor (II Pd 3:12). O Senhor não quer perder nenhum, e por sua longanimidade aguardará que todos cheguem ao arrependimento. Como levar as pessoas ao arrependimento? Pregando o Evangelho do Reino (Mt 3:1-2 Mt 4:17).
Assim, este clamor é para você responder… Até quando? Até quando você não reagirá ao chamado do Senhor para ir e levar este evangelho a toda terra? Mt 28:19-20 At 1:8;  Mt 9:37-38.
5ºTrombeta
A 5ª Trombeta ocorrerá durante os últimos 3,5 anos da ultima semana de Daniel, isto é, na grande tribulação. Esta trombeta não é um evento físico ou atmosférico, ou melhor, não é uma calamidade natural, mas uma calamidade espiritual. Se hoje os demônios já fazem uma bagunça neste mundo e na vida das pessoas, imagine quando o próprio satanás receber permissão para soltar todos os demais demônios que estão presos no abismo (Lc 8:31). Quando é dito que o sol escurecerá, se refere à total distorção de valores que naquela época ocorrerá. De forma alguma queremos participar deste momento. No entanto esta palavra foi-nos deixada a fim de a considerarmos.
Os gafanhotos causam dano a erva verde, mas aqui, eles causam danos aos homens que não tem o selo de Deus. Não são gafanhotos bichos, mas são demônios que acabam com a vida moral das pessoas, acabam com a vida familiar das pessoas, acabam com a vida profissional, vida emocional, com a vida racional. Estes demônios introduzirão distorções de todos os valores. A vida destas pessoas será uma bagunça em todos os sentidos. Eles tem aparência de cavalos preparados para guerra. Eles vem para lutar contra tudo que possa ter um princípio normal de vida individual ou coletiva. Eles tem coroa como de ouro, isto é, tem autoridade parecida com autoridade de anjos de alto escalão (Ap 4:10). Seus rostos como de homem pois expressam humanidade e tentam se identificar com a humanidade. Tem cabelos de mulheres, pois tem obediência (I Co 11:15) ao seu rei – rei da destruição, Abadom. Porém, para com os homens, suas presas, tem dentes como de leão, destroçando a vida daqueles que pegam. Suas couraças são de ferro, são difíceis de se combater. Quando Jesus desceu do monte em Mateus 17:14-21, se deparou com uma situação onde seus discípulos não conseguiram expulsar um demônio e Ele disse que aquela casta necessitava de jejum e oração. Aqui em Apocalipse, estes demônios serão piores.
Não obstante que esta Trombeta será manifestada no futuro, muito triste é saber que muitos cristãos estão presos pelas mentiras do diabo hoje dentro da igreja. O diabo mente. Seu poder está na suas mentiras. Se acreditarmos, caímos em suas garras (Jo 8:44). A mentira faz com que andemos enganados. O Engano é o resultado de acreditarmos na mentira (slide 3). O engano leva o homem a sofrer, ser atormentado, ter medo e por fim padecer preso e amarrado. Há necessidade então de libertação. Muitos de nossos conceitos, tradições e hábitos são mentiras que o diabo, por meio de muitas estratégias, edificou em nossa mente. O inimigo edificou em nossa alma uma cidade cheia de prédios (conceitos), uns mais altos, outros menores (slide 5). Estes prédios necessitam ser derrubados. Só um terremoto para derrubar tudo. Por meio da oração (incensário + fogo do altar), da palavra (vozes), das visões (relâmpagos) e do arrependimento (terremotos) esta cidade de conceitos em nossa mente vai sendo derrubada (slide 6).
O vencedor em Apocalipse 12:11 venceu com base em três armas: O Sangue do Cordeiro, A Palavra do testemunho que deram e não amaram a vida da alma, mesmo em face da morte. Se estas três armas são essenciais para a vitória, é sinal que, o que estas armas combatem, são as ardilosas ciladas do diabo.
O Sangue do cordeiro combate a acusação. O inimigo nos acusa de dia e de noite (Ap 12:10). Se você pecar, há um Advogado maravilhoso diante do Pai (I Jo 2:1). Ao confessar seu pecado, tudo está resolvido. Porém a acusação volta. Por quê? Porque há um acusador, mentiroso tentando enganar você. Ele mente pra você dizendo que só confessar não é suficiente. Ele diz que Deus não mais ama você. Ele mente pra você e desencoraja você a se voltar pra Deus. Ele desencoraja você a ir às reuniões da igreja. Ele te acusa de dia e de noite. Então, use o sangue do Cordeiro. Diga em voz alta: “O sangue do Cordeiro me lavou, saia daqui seu mentiroso” (slide 7).
O Vencedor também usa a Palavra do Testemunho. Ele lê a Bíblia. Ele crê nela. Ele fala a Bíblia para derrotar o inimigo. Jesus, ao ser tentado por satanás usou as escrituras. Ele disse: “está escrito…” (Mt 4:4,7,10). Diga você também ao inimigo: “está escrito…” e cite as escrituras pra ele. Se você não conhece as escrituras, é hora de começar a conhecer. Só assim você será um vencedor (slide 8). O inimigo tentará fazer você falar palavras de desencorajamento, de descrença, palavras negativas pra outros e pra você mesmo. Ele faz isso, pois sabe que Deus deu autoridade para o teu falar. Aquilo que você falar se cumprirá. Assim, o diabo tentará encher a tua cabeça com suas mentiras, a fim de que você as pronuncie, e assim você sofra as consequências do teu próprio falar. Não caia. Mas se cair, volte-se ao Senhor, confesse seu erro, retire seu falar (audivelmente) rejeitando qualquer falar de morte e de derrota. Pronto, tudo resolvido. Mas, fique atento, o diabo tentará de novo.
A terceira arma de vitória do vencedor é não amar a vida da alma, mesmo diante da morte. O que é a vida da alma? Sua mente, vontade e emoção faz parte da sua alma. A alma é o maior campo de batalha deste universo. O inimigo se disfarça de sua mente, isto é, ele faz de conta que muitas coisas que ele te fala são teus pensamentos e ideias. Isto é uma cilada (Ef 6:11)Ele faz de conta que as emoções que ele faz você sentir, são tuas próprias emoções. Ele põe umas vontades na tua alma e leva você a acreditar que é você mesmo que quer tais coisas. Ele se camufla na tua alma e faz você pensar que os pensamentos, ideias, emoções e vontades que ele lança na sua alma, são provenientes de você mesmo. Se você negar sua alma, estará anulando as obras do maligno.
Vejamos alguns exemplos:
Você tem alguns conceitos a respeito de si mesmo. De onde vem estes conceitos? Alguns destes conceitos muitas vezes são distorcidos. Uma baixo autoestima é resultado do inimigo usar pensamentos em sua mente ou palavras de outras pessoas usadas por ele a fim de não permitir você ter um viver de vitória. Ele te abate, deixa você deprimido. Ele põe medo de tudo e te dá uma impressão de ser inadequado. Ele te paralisa. Pois isto mesmo é objetivo dele. Negue sua alma. Assim você o aniquilará. Contudo, num outro extremo, você pode ter também a impressão que o mundo gira em torno de você, o resto do mundo é só coadjuvante de um protagonista que o diabo assegura ser você. Estas distorções do autoconceito são vencidas ao negarmos a vida da alma. Como? Por meio da oração, da Palavra de Deus, da comunhão com a igreja, por meio de invocar o Senhor Jesus. Pratique!
Você pode ter conceitos distorcidos a respeito de outras pessoas. O “mentiroso” pode te deixar convicto de que certa pessoa é inadequada. Ele pode afastar de você, por meio de conceitos que ele lança em sua mente, pessoas que poderiam, de certa forma ajudar no teu crescimento. Ele tenta afastar uns irmãos dos outros. Ele põe um sentimento de aversão em você para com outro irmão. Estes conceitos (ou preconceitos) ele irá alimentar em sua mente. Cada vez que “aquele” irmão falar ou fizer algo, o diabo tentará levar uma informação distorcida para sua mente. Não caia na cilada. Ore pelo irmão em questão. Jejue diante de Deus. Abençoe o irmão em questão. Seja um vencedor(II Co 10:4-6).
O diabo sempre tentou e sempre tentará distorcer a imagem que temos de Deus. Foi assim com Eva e assim é conosco todos os dias. Deus ama você. Se você for bom, Ele o ama. Se você for mau, Ele te ama. Se você o obedecê-lo, Ele te ama. Se você não obedecê-lo, Ele te ama. Mas, pense bem, quando você não se comporta tão bem, já não houve pensamentos de que Deus não te ama? Não ficou com vontade de deixar essa coisa de ser cristão prá lá? Não deu vontade de se afastar da igreja? Quem você acha que colocou estes pensamentos e sentimentos dentro de você?
A mentira só é vencida pela verdade. Cristo Jesus é a verdade (Jo 14:6). A Palavra de Cristo é a verdade (Jo 17:17). A verdade te libertará de todos os conceitos enganosos que satanás levantou em tua alma (Jo 8:32). Negar a vida da alma é ser liberto destes conceitos.